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No dia 27 de Julho de 1893, foi criado, por decreto desta data, o Liceu Nacional de Macau, (1) (2) (3) foi criado por Carta de Lei desta data, o Liceu Nacional de Macau. Foi entregue ao Reitor em Abril de 1894 o edifício do antigo Convento de Sto Agostinho, restaurado, para funcionamento desse estabelecimento escolar. (3) (4). Entretanto foi-se nomeando o corpo docente. (5) (6)  

Extraído de «Echo Macaense», I-1 de 18/7/1893

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 300, 301, 306 e 309

(3) 28-09-1894 – Foi inaugurado o Liceu Nacional de Macau, instalado num Convento de Santo Agostinho, com uma simples visita do Governador Horta e Costa. Não se realizou nenhuma solenidade, por a família real se encontrar de luto. (1) (2)

(4) 21-10-1893 – Estudo das obras e despesas de adaptação do edifício do Convento, que seria depois o Quartel de Sto Agostinho, para instalação do Liceu Nacional de Macau. (2)

(5) Entre as primeiras nomeações: 14-04-1894 – Wenceslau de Morais é nomeado professor de Matemática Elementar do Liceu Nacional de Macau. (2) 16-04-1894 – Wenceslau de Moraes tomou posse do cargo de professor da 5.ª cadeira do Liceu Nacional de Macau, Matemática Elementar. O colega do 8.ª cadeira, Filosofia Elementar era Camilo de Almeida Pessanha (2)

(6) O Liceu foi Nacional de 1894 a 1898, com o curso completo; continuou coma designação de Nacional, mas sem a 6.ª e a 7.ª classes, de 1898 a 1918; foi Central, readquiridas essas classes, de 1918 a 1933; foi Nacional de 1933 a 1936, em que foi classificado como Provincial; voltou a ser Nacional em 1937 e assim se tem mantido até hoje. Por Portaria n.º 2350, de 17 de Julho de 1937, foi dado ao liceu por patrono Luís de Camões; mas, logo a seguir, por Portaria n.º 2366, de 21 de Agosto do mesmo ano, foi-lhe dado por patrono o Infante D. Henrique, visto haver em Lisboa um liceu com o nome de Luis de Camões. (TEIXEIRA , P. Manuel – Liceu Nacional Infante D. Henrique (1894-1969), 1969, pp. 146-147)

NOTA- anteriores referências ao Liceu Nacional em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-centralnacional-de-macau/

Extraído de «Echo Macaense», I-9 de 12 de Setembro de 1893, p.3

Bernardino de Senna Fernandes, 1.º barão (1889), elevado a visconde (1890) e depois a conde (em duas vidas) em 1893, faleceu a 2 de Maio de 1893. (1) O conde casou pela 2.ª vez, em 11-07-1862 com Ana Teresa Vieira Ribeiro (1846-1929) que fundou (depois de viúva) a firma «Viúva Senna Fernandes & Filhos», com sede na Rua da Praia Grande, n.º 71 onde ela vivia. Em 1901, a firma, com a retirada de duas filhas, ficou para a filha Alina (5.ª filha), casada com Fernando José Rodrigues, dando assim posteriormente à firma «F. Rodrigues & Filhos». (2) (3)

Ana Teresa Vieira Ribeiro, em 20.12-1894, casou pela 2.ª vez com o seu sobrinho, por afinidade Leôncio Alfredo Ferreira. (2) (4)

Thomas Edison com o seu 2.º fonógrafo. Foto de Levin Corbin Handy em 1878. (https://en.wikipedia.org/wiki/Phonograph )

NOTA: O fonógrafo, (depois conhecidos como “gramofone” desde 1887), pequena máquina que gravava e reproduzia sons através de rolos de cera, foi inventado por Thomas Edison em 1877 que com os melhoramentos progressivos, tornaram-se populares na segunda metade da década de 80 do século XIX, espalhando-se pelo mundo. O fonógrafo que no início era reservado a um restrito número de homens ricos, passou a ser mostrado em espectáculos públicos, em que um espectador pagava para poder ouvir uma série de cilindros de fonógrafo por uma ordem pré determinada e conduzida pelo apresentador. (5)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardino-de-senna-fernandes/

(2) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, vol. III, 1996, pp. 544 e 994

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/firma-f-rodrigues/

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leoncio-alfredo-ferreira/

(5) https://www.aminharadio.com/radio/historia_fonografo

Extraído de «Boletim do Governo de Macau», XII-47 de 19 de Novembro de 1866, p. 189

A Procuratura dos Negócios Sínicos, cujo início se aponta para 1583, tinha um Procurador com um lugar cativo na vereação municipal. Em 1847, a Procuratura ficou na dependência do Governo e em 1852 (1) clarificaram-se as suas atribuições quanto aos negócios sínicos. Em 1865, por decreto de 5 de Julho, (2), o Procurador foi definitivamente desligado do Senado nos assuntos municipais de que ainda estava dependente, passando a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador e em 1877, nova lei, a Procuratura foi reforçada com um tribunal especial. A Procuratura foi extinta em Maio de 1894, pelo Regimento de Justiça para as Províncias Ultramarinas. As competências passaram para o juiz de Direito da Comarca (3)  

(1) “19-11-1852 – Em 19 de Novembro de 1852, foi promulgado e publicado pelo Governador Isidoro Francisco Guimarães, o primeiro regulamento da Procuratura dos Negócios Sínicos, (com 19 artigos) determinando que, para além do Procurador, somente o Governador pudesse interferir nos assuntos sínicos de Macau.

Regulamento da Procuratura, n-º 67 de 17-12-1862 Extraído do «Boletim do Governo de Macau», IX-4 de 27 Dezembro de 1862, p.14

Pela portaria provincial publicada em 17 de Dezembro de 1862, surgiu um novo regulamento relativo ao processo cível onde as questões cíveis de que a Procuratura se ocupava, eram, segundo a Lei, aquelas que não pertenciam ao juízo de Direito e que as questões não decididas por conciliação, naquele organismo, continuavam a ser decididas por árbitros nomeados pelas partes. (3)

(2) “5-07-1865 – Em 1865, por decreto de 5 de Julho, o Procurador foi definitivamente desligado do Senado nos assuntos municipais de que ainda estava dependente. O Procurador que desde 1853, era eleito pelo povo, passou a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador, feita de entre os elegíveis a vereadores. Assim, foi constituído um funcionário do Estado de responsabilidade directa do Governo central e atribuída a denominação de Procuratura dos Negócios Sínicos àquela que tinha sido a Procuratura do Senado.” (4)  

“12-07-1865 – Foi criado, por decreto, do Marquês Sá de Bandeira como Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar a criação de «um corpo de intérpretes de língua sínica», apto para o exercício das funções que lhes forem incumbidas” (4)

Extraído de «TSYK»,  III ano, n.º 2 de 12 de Outubro de 1865, p. 1

“31-12-1865- Nomeado procurador interino – António Feliciano Marques Pereira, e em 1866, nomeado Procurador dos Negócios Sínicos. A nomeação régia para este cargo vem substituir a forma de provimento anterior; este era feito localmente, na pessoa de um Vereador da Câmara.” (3)

Quadro de funcionários, da Procuratura dos Negócios Sínicos em 1866 (Almanach Luso Chinez de Macau para o anno de 1866, p. 36.)

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 135, 176, 302.

(4) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

Extraído de «BGM», IX- 29 de 21 de Junho de 1863, p. 115

Francisco António Volong era filho de Job Volong e de Inês Volong. “Bom cristão, gozava do privilégio de ter em sua casa oratório particular“. Francisco António Volong casou com Ana Rosa das Chagas, filha de Francisco das Chagas e de Paula das Chagas, de quem teve os seguintes filhos: 1. Francisco António que casou com Rosa Maria 2. Vicente de Paulo que casou com Maria Madalena 3. José Joaquim, nascido a 18-09-1853 o qual faleceu a 29-08-1971

Ana Rosa Volong, viúva de Francisco António Volong, faleceu a 16 de Maio de 1868, com 45 anos de idade. Seu filho Francisco António Volong, natural de Cantão, faleceu a 15-08-1873, com 22 anos de idade…. (…). Volong deu o nome a um bairro de Macau, sito em S. Lázaro. O bairro de Volong era uma aglomeração chiqueiro, um perigosíssimo foco de infecção….Outrora era um bambual… (TEIXEIRA, P Manuel – Toponímia de Macau, Volume II, 1997, pp.315-316)

1894 – A Horta de Volong, um dos focos de infecção nas epidemias da peste e cólera, é por sua vez expropriada por utilidade pública em 1894 e saneada; é o local com uma área de 200 hectares, limitado ao norte pela Estrada do Cemitério, ao sul pela Rua Ferreira do Amaral, a leste pela Estrada da Flora e a oeste pela Rua de S. Lázaro. Entregue, em 1897, ao Senado, depois de a Repartição de Obras Públicas ter ali procedido a importantes obras tais como a abertura das ruas, à construção da canalização de esgoto e até dos alicerces das casas particulares. O bairro contíguo de S. Lázaro que fora um dos focos de epidemia da peste, de 1896, é por seu turno, saneado em 1900. Uma vez saneado nunca mais ali entrou a peste. (TEIXEIRA, P Manuel, – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, pp.468/469)

Anteriores referências: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/horta-de-volong/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-volong/

NOTA : A propósito dum artigo sobre a Catedral de Macau, a revista “Archivo Pittoresco” (n.º 35 de Fevereiro de 1858, p. 276)  traz a seguinte informação sobre Francisco Volong:

Na sequência das três fotos do Liceu Central de Macau (1) publicadas numa postagem anterior (2), apresento mais três fotos (laboratórios de física e química e sala da aula) do ano 1927.

Nesse ano de 1927, o Reitor do Liceu Central de Macau (3) era Dr. Carlos Borges Delgado, sendo secretário o Dr. Adelino dos Santos Dinis e Médico Escolar, Dr João Pedro de Faria.

O Director das Instalações de Física e Química era o Dr (médico) Adelino dos Santos Dinis, que lecionava a classe  7.º (Sciências físico-químicas) e que exercia também, o cargo de Director do 3.º, 6.º, e 7.º classes do Curso Complementar de “Sciências” do Liceu.

Liceu Central de Macau – Laboratório de Física
Liceu Central de Macau – Aula de Física
Liceu Central de Macau – Laboratório de Química

NOTA: fotos extraídos do Anuário de Macau – Ano de 1927

(1) Ver referências anteriores do Liceu Central de Macau em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-centralnacional-de-macau/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/12/11/noticia-de-11-de-dezembro-de-1923-liceu-central-de-macau/

(3) 08-10-1917 – O Liceu Nacional de Macau, pelo Decreto n.º 3 432, foi elevado provisoriamente a Liceu Central em 8 de Outubro de 1917.

Extraído do «Anuário de Macau, Ano de 1924»

O Liceu que foi instalado no Convento de S. Agostinho em 1894, foi no ano de 1900, transferido para a Calçada do Governador (hoje Travessa do Padre Luís Frós, S.J.) instalando-se no edifício onde estava a Companhia Eléctrica (hoje demolido).
A 12 de Setembro de 1917, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Joaquim Augusto dos Santos, informou a Mesa de que fora assinado o contrato do arrendamento do hotel Boa Vista entre a Santa Casa e a Repartição da Fazenda para nele se instalar o Liceu; em Dezembro desse ano, o Liceu passou para o hotel. A 20 de Abril de 1923, o governo comprou à Santa Casa o edifício da Boa Vista para o transformar de novo em hotel e o edifício do Asilo das Inválidas, no Tap Seac, para o Liceu; este passou para lá em 1924. (TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação e Macau, 1982), pp. 107-108.
NOTA: desenho sem identificação de autor.

Foi inaugurado no dia 28 de Setembro de 1894, o Liceu Nacional de Macau criado pelo decreto de 27 de Julho de 1893 (assinado pelo Ministro da Marinha, João António de Brissac das Neves Ferreira), instalado no Convento de Santo Agostinho com uma simples visita do Governador Horta e Costa. Não se realizou nenhuma solenidade por a família real se encontrar de luto. Estiveram presentes na inauguração os professores do Seminário e da Escola Central  (1)
Portaria n.º 92, de 14 de Abril de 1894: «Tendo sido posta em vigor na província por portaria provincial n.º 89 desta data a carta de lei de 27 de Julho de 1893 que criou o Lyceu Nacional de Macau: Hei por conveniente determinar que o edifício do extincto convento de Santo Agostinho seja entregue ao reitor do mesmo Lyceu para alli serem devidamente instalados os estabelecimentos criados pela citada carta de lei»

Convento de Santo Agostinho – o primeiro edifício que albergou o Liceu em Macau

Segundo Pedro Nolasco da Silva, o primeiro a solicitar do Governo da Metrópole a criação do liceu foi D. António Joaquim Medeiros, bispo de Macau. O Liceu era sustentado pelo Governo, mas recebeu para a sua criação de um subsídio do cofre municipal, atribuído pela vereação do
Leal Senado de 1893-1894, no valor de $ 4 000 anuais para a manutenção do ensino. Teve apoio também da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (subsídio anual de 500 mil reis)
O Regulamento foi aprovado pelo Governador José Maria de Sousa Horta e Costa  por Portaria n.º 164, de 14-08-1894.
No dia 16 de Abril de 1894, no palácio do governo de Macau, foi conferido auto de posse aos seguintes professores:
1.ª cadeira – língua e literatura portuguesa – Horácio Poiares
2.ª cadeira – língua francesa –Mateus de Lima
3.ª cadeira – língua inglesa – P.e Baltazar Estrócio Faleiro
4.ª cadeira – língua latina – João Albino Ribeiro Cabral
5.ª cadeira  – matemática elementar – Wenceslau de Morias
6.ª cadeira – física, química e história natural – Dr. José Gomes da Silva
7.ª cadeira – geografia e história – João Pereira Vasco – tomou posse a 14-05-1894
8.ª cadeira – filosofia elementar – Camilo Pessanha
9.ª cadeira – desenho – Abreu Nunes
O reitor interino foi Dr. José Gomes da Silva.
No mesmo dia e local se fez a primeira reunião do Conselho Escolar, numa das salas do palácio (posta à disposição pelo Governador. Nessa sessão foi resolvido por unanimidade a eleição de Camilo Pessanha como Secretário do Conselho.
Começou apenas com 30 alunos.
O porteiro – Francisco Xavier Brandão
O contínuo – Clementino José Borges
Guarda da Biblioteca – Damião Maximiano Rodrigues (2)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) Informações retiradas do livro TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau, 1986.

No dia 5 de Maio de 1865, um grande incêndio na povoação da Horta da Mitra, em que 200 barracas de chineses foram devoradas pelas chamas. Provavelmente acidente provocado por panchões do Ano Novo Chinês (1) (2)
O bairro da Horta da Mitra ou do Bispo estava mais ou menos limitado pela Rua do Noronha e por parte das Ruas de Henrique Macedo, de Tomás da Rosa, de Horta e Costa, da Colina e Nova à Guia.
Ficavam situadas dentro deste bairro as Ruas da Cal, da Mitra, (3) da Surpresa, de Dezoito de Dezembro, parte das Ruas de Tomás da Rosa e de Henrique Macedo, as Travessas do Mercado Municipal e de S. João, bem como o largo do Mercado Municipal e o Mercado da Horta da Mitra. (2)
O bairro de Horta da Mitra (4) contígua ao bairro de Volong eram os locais mais salubres do território e devido aos problemas de higiene pública sofreram posteriormente alterações com o saneamento. No Bairro de Volong onde teve início o foco de infecção nas epidemias da peste e da cólera, foi expropriada por utilidade pública em 1894 e saneada. Tinha uma área de 200 hectares, limitado ao norte pela Estrada do Cemitério, ao sul pela Ferreira do Amaral, a leste pela Estrada da Flora e a oeste pela Rua de S. Lázaro. Em 1897 a área foi entregue ao Leal Senado e depois à Repartição de Obras Públicas para se proceder a obras de abertura das ruas, construção de canalização de esgoto e alicerces das casas particulares. O bairro de S. Lázaro também contíguo e um dos focos da epidemia da peste de 1896, seria saneado em 1900 (2)
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995.
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, p. 468.
(3) Rua da Mitra: começa na R. da Colina, em frente da R. da Vitória e termina na R. do Noronha , entre a Travessa do Mercado Municipal e a Rua da Cal (2)
(4) Sobre Horta da Mitra, ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/11/postal-de-1940-mercado-municipal-da-horta-da-mitra/+
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/horta-da-mitra/n

anuario-de-1927-liceu-central-de-macau-iO Liceu Central de Macau (1927)

No dia 11 de Dezembro de 1923 foi nomeada Amália Alda Jorge para reger, interinamente, as disciplinas do 2.º grupo Português/Francês -do Liceu Central. Terá sido, ao que sabemos, a primeira professora do sexo feminino, no Liceu Central. (1) (2) (3)
Nesse ano de 1923, o Liceu de Macau estava instalado no edifício do antigo “Hotel Boa Vista”. Só a 12 de Julho de 1924, mudaria a instalação para o prédio n.º 89 da Rua Conselheiro Ferreira – as fotos do Liceu no ano de 1927.

anuario-de-1927-liceu-central-de-macau-ii-escadasA entrada do Liceu Central de Macau (1927)

Amália Alda Pacheco Jorge, é a filha mais velha de José Vicente Jorge, nascida em S. Lourenço a 30-08-1898 e faleceu em Lisboa a 17.03.1977. Foi professora primária e em 1923/1924 nomeada professora do 2.º grupo do Liceu. Estudou medicina (1924/1925) em Lisboa cujo curso frequentou até ao 2.º ano tendo regressado a Macau após falecimento da mãe, em 30 de Dezembro de 1926, porque, como irmã mais velha, sentiu-se responsável pelos irmãos (11), alguns deles ainda muito novos. (4)

anuario-de-1927-liceu-central-de-macau-iii-varandaA varanda do Liceu Central de Macau (1927)

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
(2) O Liceu de Macau que foi criado pela Carta de lei de 27 de Julho de 1893, regulamentada pela Portaria Provincial de 14 de Agosto de 1894, foi elevado a Central em 8 de Outubro de 1917 pelo Decreto n.º 3.432. Quando foi criado, o Liceu de Macau ministrava em três cursos: o curso geral (4 anos), o de letras (3 anos) e o de sciências (3 anos). Era condição essencial para a matrícula ao Curso de Letra ou de Sciências, possuir os 3 primeiros anos do Curso Geral. Este regime foi alterado pala Portaria Provincial de 16 de Setembro de 1897, que mandou pôr em vigor a organização dos Liceus Nacionais da Metrópole, terminando desde então, os cursos de letras e de sciências, e ficando o Liceu apenas com o Curso Geral, que passou a ser de 5 anos.
(3) Consta no «Anuário de 1924» como professora interina do 2.º grupo (Português e Francês) D. Amália Aldo Jorge. Nomeada secretária da 1.ª e 5.º classe, e regente das seguintes disciplinas: francês 1.ª, 2.ª e 5.ª classe e Matemática da 1.ª classe. O seu pai José Vicente Jorge era professor provisório do 3.º grupo (Inglês); secretário de 6.ª e 7.ª classe e regente das seguintes disciplinas: inglês 2.ª, 3.ª, 4.ª 5.ª 6.ª e 7.ª classe
(4) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol. II.

Dois acontecimentos tiveram notícias neste dia de 12 de Agosto de 1900.
José Maria de Sousa Horta e Costa, (1) nomeado pelo Partido Regenerador, toma posse do cargo de Governador (segundo mandato) e de Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário de Sua Majestade Fidelíssima nas Cortes da China, Japão e Siam (2)
E nesse mesmo dia, em 12 de Agosto de 1900, chega a Macau um Corpo Expedicionário para proteger a cidade da situação que se vive na China, (3) na força de 14 oficiais e 368 praças de pré, constituído por uma companhia de caçadores 3, uma bataria de artilharia, 2 elementos do serviço de saúde e administrativos. (4)
NAM VAN 25 1986 - JOSÉ HORTA E COSTA(1) José Maria de Sousa Horta e Costa (1858-1927), assentou praça na arma de Engenharia em 1878, cursou a Escola do Exército, e esteve já antes em Macau (em 1886) como Director das Obras Públicas (era então tenente de Engenharia, com 28 anos de idade) e onde casou, na Sé  desta cidade a 2 de Abril de 1886 com Carolina Adelaide Pinheiro Silvano, de 16 anos de idade).
Em 1888, foi deputado por Macau na Câmara em Lisboa. Foi depois nomeado governador de Macau tomando posse a 24 de Março de 1894 mas  demitiu-se, em 1896, devido a mudança ministerial em Portugal. (5) Nomeado em 1900 cumpriu o mandato até 17-12-1902, tendo-lhe sucedido o Conselheiro Arnaldo Nogueira de Novais Guedes Rebelo  (coronel de engenharia). Foi nomeado em 1907, governador da Índia.
Foi proclamado cidadão benemérito de Macau na sessão do Leal Senado de 8 de Junho de 1896.
«A ele se deve o grande impulso havido para o saneamento da cidade, tendo sido para esse fim expropriados dois bairros inteiros, como o de Volong e o de Tap Seac, que eram antes verdadeiros poços de infecção.»
Muitas outras decisões importantes para o progresso de Macau «medidas preventivas em 1894 face a peste bubónica; instituição do Lyceu Nacional de Macau; reconhecimento oficial da Escola Central do sexo masculino; a criação da Escola Central do sexo feminino, remoção das campas de Sakong para construção de um bairro de operários; saneamento e reconstrução do bairro de S. Paulo; expropriações nas várzeas de Mong Há  para construção de avenidas e largos; melhoramentos e saneamentos de muitas ruas da cidade». (Acta do Leal Senado)
Muitas das ruas ainda estavam construídas de terra batida , raras vezes misturada com um apequena quantidade de cal d´ostra. Esta terra com as chuvas é arrastada às valetas, tapa muitas vezes as sargetas, e vai entupir os canos, e mais tarde assoriar o porto e a Praia Grande. (relatório de 1-07-1886 da Direcção das Obras Públicas” (6)
TOPONÍMIA - Avenida de Horta e CostaMacau tem com o nome deste Governador, uma Avenida de Horta e Costa (começa na Avenida de Sidónio Pais , entre os prédios n.º 29 e 31 e termina na Avenida do Almirante Lacerda, ao lado do mercado «Almirante Lacerda», uma Rua e um Pátio. (5)
Anteriores referências a este Governador em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-maria-horta-e-costa/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/avenida-horta-e-costa/
(2)SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Vol. 4, 1997.
(3) “13-06-1900 – A Revolta dos Boxers, apoiada numa sociedade secreta, rebenta no Norte da China. Dirige-se contra os estrangeiros e influências estrangeiras, sobretudo contra os missionários e chineses convertidos. Os revoltosos deixaram rasto de destruição de casas e igrejas e mataram centenas de pessoas antes de serem detidos em Pequim por tropas de oito países que se conjugaram para o efeito A criação dos bandos armados das sociedades secretas a mais conhecida a dos «Punhos da Justa Concórdia» mais conhecida como boxers  pelos estrangeiros (os seus adeptos costumavam aparecer nas feiras como lutadores e acrobatas). Da revolta dos Boxers resultou o massacre de 5 bispos, 40 missionários (sendo 12 católicos e os restantes protestantes) e 18 000 fiéis (sendo 53 crianças)”. (2)
(4) “Na sequência das guerras do ópio e da ocupação dos principais portos, os  chineses revoltam-se contra os estrangeiros, com o apoio aberto da imperatriz Viúva (conhecida como a «Buda Velha») na primavera de 1900 (revolta dos Boxers – Yi Ho Tuen). (7) Em junho, o governo chinês declarou guerra e cercou o bairro das embaixada , em Pequim, o qual resistiu (os 55 dias de Pequim) e foi libertado por reforços enviados.  A cidade foi saqueada  e passou a ficar na completa dependência das potências “imperalistas”. Quando foram conhecidos os primeiros ataques a europeus, o governo português determinou a organização de um Corpo Expedicionário.”
CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999.
(5) “Lá se vae o Horta e Costa, esse homem nefasto para o clero de Macau.É verdade que quasi sempre tratou bem o clero de Seminário, mas ainda n´isso havia manhas infernais (carta do Bispo D. António Joaquim de Medeiros dirigida ao Padre José Joaquim Baptista, datada de 30 de Abril de 1896. (6)
(6) TEIXEIRA, P. Manuel  –  Toponímia de Macau Vol II, 1997.
(7) Revolta dos Boxers –  義和團運動
義和團運動 – mandarim pīnyīn: yì  hé tuán yùn dòng; cantonense jyutping: ji6 wo4 tyun4 wan6 dung6