“20-09-1921- Apresentou-se na Secretaria Militar o Tenente de Engenharia Eugénio Sanches da Gama, (1) em serviço na Direcção das Obras dos Portos, assumindo na mesma data o cargo de chefe dos Serviços Telegráficos da província e, cumulativamente, o comandante de uma Secção de Sapadores, constituída por imperiosas necessidades de serviço. Em 4 de Outubro deixou de exercer os cargos. Esta referência tem a ver com a anterior e com a seguinte. A Companhia de Metralhadoras (criada em 1 de Março), (2) cuja dissolução chegou a estar anunciada para o dia 16 de Setembro, manteve-se operacional em virtude da gravíssima situação que a colónia atravessou na 2.ª quinzena de Setembro e só foi extinta em Fevereiro de 1922.” (3)
(1) Por despacho de 22 de Fevereiro de 1922 foi constituída uma Secção de Engenharia Militar, sob o comando do Tenente Engenheiro Eugénio Sanches da Gama, directamente subordinada a Secretaria Militar. O Tenente Sanches da Gama foi exonerado do cargo em 30 de Janeiro de 1923, data em que deixou de prestar serviço (Cfr. CAÇÃO, Armando) (2) in (3)
(2) Em 1 de Março de 1921, a Companhia de Metralhadoras entrou em execução com a Portaria 26, pela OS do QG n.º 8 de 28 de Fevereiro de 1921. Foi dissolvida em 16 de Setembro de 1921. (PP 267 e OFA9) mas devida à gravíssima situação que a colónia atravessava na 2.ª quinzena se Setembro, foi anulada a dissolução (PP 292 e OFA10). A Companhia de Metralhadoras criada pela PP n.º 26 de 27 de Janeiro de 1921 devendo o acto de dissolução ser referido ao dia 16 de Fevereiro. O pessoal passou à Companhia Europeia de Infantaria (OFA2). (CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, pp.97-98)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 140-141, 144
Plano Geral dos arruamentos e das novas avenidas a construir na parte norte da cidade de Macau, apresentado pelo engenheiro director das Obras Públicas, coronel Adriano Augusto Trigo, ao Conselho Técnico, em sua sessão de 15-09-1921. (1)
(1) “Macau Renascente” in «Anuário de Macau de 1924» pp.194-200
Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-agostinho/
“16-11- 1915 – Aforamento de um terreno com a área de 4.000 m2 sito na Estrada dos Parses, a pedido de Francisco Xavier Anacleto da Silva. Ali mandou construir uma das mansões actualmente classificadas como património arquitectónico de Macau, Vila Alegre, hoje Colégio Leng-Nam”. (1) Idêntico pedido de aforamento de um terreno sito na colina de S. Januário em nome de Francisco Xavier Anacleto da Silva, consta no Processo n.º 42 do A. H. M. de 06-19-1916. (2)

A construção do palacete Vila Alegre, hoje escola “Leng Nam” bem como a Casa Branca ou casa Nolasco da Silva, sua vizinha, hoje Autoridade Monetária e Cambial, iniciaram se em 1917. Foram mansões residenciais respectivamente dos advogados macaenses Francisco Xavier Anacleto da Silva e Luiz Nolasco da Silva construídos mais propriamente na encosta da colina de S. Jerónimo., segundo um projecto do Eng. John Lamb, de Hong Kong. (1) (3)
A Vila Alegre só foi concluída em 1921, porque a mulher do proprietário, que tão entusiasticamente tinha escolhido as linhas arquitectónicas de uma casa que apreciou em Xangai- e que mandou fotografar – faleceu de parto e as obras foram suspensa. (1) Em 1937, a mansão senhorial de Francisco Xavier Anacleto da Silva – Vila Alegre – deu lugar à instalação da Escola Secundária Leng Nam/Ling Nam (posteriormente ampliada com um edifício anexo (1)

Nota à foto anterior: o porto exterior ainda sem os aterros de 1923 com o sudeste da Colina da Guia (à direita) banhado pelo mar. Moradias: dt para esq. No sopé da Guia, a casa de Silva Mendes; a casa Nolasco da Silva e a seguir, Vila Alegre na encosta da colina de S. Jerónimo, em 1920 e no topo desta colina, o Hospital Militar São Januário (inaugurado em 1874)
Francisco Xavier Anacleto da Silva, (1883-1946) que teve como seu padrinho de baptismo, o Cónego Francisco Xavier Anacleto da Silva (1815-1888), estudou no Liceu de Macau e iniciou a sua vida na carreira de intérprete sinólogo. (4) Fez depois exame para advogado provisionário. (5) Foi Presidente do Leal Senado, (08-01-1921 – 14-06-1922; 02-04-1928 – 15-01-1930), (6) vogal do Conselho Legislativo, do Conselho Inspector da Instrução Pública e do Conselho da Administração das Obras do Porto. Comendador da Ordem de São Gregório Magno, da Santa Sé (7) e senador por Macau durante a 1.ª República. (8) Viúvo de Maria Bernardina dos Remédios, casou em Macau (2.ª núpcias) a 29-V-1920, com Leolinda Carolina Trigo (1891 – 1983), filha de Adriano Augusto Trigo, Director das Obras Públicas entre 1919 e 1925. (9)
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 4 (1997) e Volume III, 3.ª edição, 2015, pp. 33, 85, 96, 175, 256, 288)
(2)06-09-1916 – Processo n.º 42 – Série A – Pedido de Francisco Xavier Anacleto da Silva, do aforamento de um terreno sito na colina de S. Januário (Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I (Janeiro/Junho de 1985), p. 167) – A.H.M.-F.A.C.P. n.º 37 – S-A
(3) Na 1.ª edição do Volume 4 da “Cronologia da História de Macau” (1997), p. 138, informação de que o projecto da mansão “Vila Alegre” poder ter sido do Engenheiro macaense José da Silva, mas essa informação não surge na edição reformulada e aumentada de 2015 (1)
(4) “18-01-1909 – Nomeação de Francisco Xavier Anacleto da Silva, intérprete-tradutor de 2.ª classe da Repartição do Expediente Sínico, para, durante o impedimento do respectivo titular, desempenhar o lugar de Professor da cadeira da língua Sínica do Liceu Nacional” (1)
(5) REGO, José Carvalho e – Notícias de Macau 7-04-1968 inTEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. II, 1997, p. 437)
(6) “11-01-1916 – Nomeação do Presidente do Leal Senado da Câmara, Francisco Xavier Anacleto da Silva, para desempenhar as funções de Administrador do Concelho de Macau, durante o impedimento do proprietário Daniel da Silva Ferreira júnior” (A.H.M.-F.A.C.P. n.º 356 –S-N)-Arquivos de Macau, Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I (Janeiro/Junho de 1985) , p.195.
(7) “28-10-1925 – Festa importante da entrega da Comenda da Ordem de S. Gregório Magno, concedida por S. S. o Papa Pio XI ao macaense Sr. Francisco Xavier Anacleto da Silva, Senador por Macau. (1)
(8) 1949 – Francisco Xavier Anacleto da Silva é o 1.º macaense a ter «assento em S. Bento». Esta a referência colhida em Macau na V Legislatura da Assembleia de Nacional, 1949-1953», Macau, U.N., 1953, pág 23, a propósito da eleição de António Maria da Silva, irmão do primeiro e que igualmente vem a ser eleito Senador da Republica (1)
(9) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II, 1997, p. 434)
No dia 5 de Novembro de 1834, um violento incêndio destruiu 500 moradias. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954 e SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Volume 3, 1995 e Volume II, 2015)
Nas efemérides publicadas em 1908 no «The Directory & Chronicle for China, Japan…», periódico editado anualmente em Hong Kong, menciona este incêndio “Great Fire in Macao…”, datando-o a 12 de Novembro de 1834. A. Marques Pereira não menciona este acontecimento nas suas “Ephemerides Commemorativas da História de Macau”

Relembro que o Serviço de Incêndios de Macau, de modo informal existe desde 1851 e só em 2 de Maio de 1883 foi criado o primeiro «Regulamento dos Serviços de Incêndio de Macau» Até esta data, os incêndios eram debelados pelos próprios moradores, bem como pelo pessoal das fábricas e das lojas. O «Regulamento dos Serviços de Incêndio», publicado no Boletim Oficial de 10 de Agosto de 1883, conferiu ao serviço um carácter oficial, regular e organizado: constituído por um efetivo de 60 pessoas, instalados no antigo Convento de S. Domingos. Em 1914, passou a integrar a Direção das Obras Públicas. No ano seguinte, há lugar a nova reorganização e os serviços de incêndio passam a ser coordenados pelo Major de Infantaria, João Carlos Craveiro Lopes. Em 1916, já existiam três estações em Macau. A Taipa e Coloane tinham também os seus próprios postos de incêndio.(FARIA, Alice Santiago – Corpo de Bombeiros https://hpip.org/pt/heritage/details/2238
Ver anteriores postagens sobre incêndios em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/incendios/