Archives for posts with tag: Rua Nova à Guia

Porta- cartões (10 cm x 7 cm de dimensões) de couro, preto, com o logotipo da Farmácia Pharmacare – 國衛大藥房. (1)

Oferta na altura da abertura da farmácia (década de 90 -século XX) que ficava (e suponho que ainda está) na Rua Nova à Guia, No 142, Edf. Hung Hing, R/C, Macau.

Farmácia Pharmacare Limitada
TEL: 28352868 Fax: 28353963

(1) 國衛大藥房 mandarim pīnyīn: guó wèi dà yào fáng; cantonense jyutping: gwok3 wai6 daai6 joek6 fong2

No dia 5 de Maio de 1865, um grande incêndio na povoação da Horta da Mitra, em que 200 barracas de chineses foram devoradas pelas chamas. Provavelmente acidente provocado por panchões do Ano Novo Chinês (1) (2)
O bairro da Horta da Mitra ou do Bispo estava mais ou menos limitado pela Rua do Noronha e por parte das Ruas de Henrique Macedo, de Tomás da Rosa, de Horta e Costa, da Colina e Nova à Guia.
Ficavam situadas dentro deste bairro as Ruas da Cal, da Mitra, (3) da Surpresa, de Dezoito de Dezembro, parte das Ruas de Tomás da Rosa e de Henrique Macedo, as Travessas do Mercado Municipal e de S. João, bem como o largo do Mercado Municipal e o Mercado da Horta da Mitra. (2)
O bairro de Horta da Mitra (4) contígua ao bairro de Volong eram os locais mais salubres do território e devido aos problemas de higiene pública sofreram posteriormente alterações com o saneamento. No Bairro de Volong onde teve início o foco de infecção nas epidemias da peste e da cólera, foi expropriada por utilidade pública em 1894 e saneada. Tinha uma área de 200 hectares, limitado ao norte pela Estrada do Cemitério, ao sul pela Ferreira do Amaral, a leste pela Estrada da Flora e a oeste pela Rua de S. Lázaro. Em 1897 a área foi entregue ao Leal Senado e depois à Repartição de Obras Públicas para se proceder a obras de abertura das ruas, construção de canalização de esgoto e alicerces das casas particulares. O bairro de S. Lázaro também contíguo e um dos focos da epidemia da peste de 1896, seria saneado em 1900 (2)
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995.
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, p. 468.
(3) Rua da Mitra: começa na R. da Colina, em frente da R. da Vitória e termina na R. do Noronha , entre a Travessa do Mercado Municipal e a Rua da Cal (2)
(4) Sobre Horta da Mitra, ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/11/postal-de-1940-mercado-municipal-da-horta-da-mitra/+
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/horta-da-mitra/n

ANUÁRIO de 1927 - Vivendas particularidades da Estrada da VitóriaVivendas particulares na Estrada da Vitória

Eram bem conhecidas, antes de as demolirem aos poucos, as vivendas da Estrada da Vitória com o seu traço característico.
Esta, mesmo à esquina da Estrada com a subida da Calçada da Vitória.

A Estrada da Vitória – 得勝馬路 – começa na Calçada do Gaio, em frente da rua Nova à Guia, e termina na R. da Fonte da Inveja, entre a Avenida de Sidónio Pais e a Fonte da Inveja.
Esta artéria já figurava no relatório elaborado pela comissão nomeada pelo governador António Sérgio de Sousa a 16 de Junho de 1869 e vem referida no “Cadastro das Vias Públicas de Macau”, publicado em 1905. Seria posteriormente prolongada com mudança de direcção, mas em 1925, já o seu traçado era idêntico ao actual. (1)
É chamada “da Vitória” porque a estrada inicial passava no local onde outrora era conhecido por Campo dos Arrependidos passando depois a chamar-se Campo da Vitória, após a colocação da primeira pedra (23 de Junho de 1870) e onde já havia uma pilastra de pedra comemorativa da vitória de 24 de Junho de 1622.
Ver anteriores referências a este monumento em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-da-vitoria/
(1) https://macaostreets.iacm.gov.mo/p/parish5/detail.aspx?id=99755006-3388-4ade-bd2b-ae96ecaea1b6
得勝馬路mandarim pinyin: dé shèng  mǎ  lù; cantonense jyutping: dak1 sing1 maa5 lou6

Foi inaugurada, no dia 1 de Janeiro de 1952, a sede da filial do Sport Lisboa e Benfica, com grande entusiasmo dos benfiquistas locais.

MOSAICO III-17-18 1952 - Inauguração sede SMB ISe não me engano, no meio, o Professor António da Conceição, um sportinguista entre os convidados e benfiquistas.

O «Sport Macau e  Benfica» foi fundado em 13 de Agosto de 1950  e era a filial n.º 74 do «Sport Lisboa e Benfica» de Portugal. Os Estatutos foram aprovados pela Portaria n.º 4:888, de 23 de Dezembro de 1950, publicada no Boletim Oficial n.º 51, de 1950.
No triénio de 1953 e 1955, tinham cerca de 400 sócios.
As actividades  desportivas do então Clube eram: futebol, ténis de mesa e desportos atléticos.
Neste triénio os corpos gerentes eram:
ASSEMBLEIA GERAL
Presidente – Tenente-coronel José Domingos Lampreia
Vice-presidente – Frederico Nolasco da Silva
1.º Secretároio – Fernando de Ayala Vieira
2.º Secretário – José da Conceição Noronha
DIRECÇÃO
Presidente – Guilherme Vitaliano da Silva
Vice-presidente – José Silveira Machado
Secretário-geral – Manuel Araújo da Costa
Secretário-adjunto – Tenente António Moreira da Costa
Tesoureiro – Carlos Maurício dos Santos
Tesoureiro-adjunto – Joaquim de Sousa Fava
Vogal – Francisco Florêncio Peru
CONSELHO FISCAL
Presidente – Manuel de Magalhães
Relator – Manuel Joaquim Eusébio
Secretário – Pedro Ló da Silva

MOSAICO III-17-18 1952 - Inauguração sede SMB IIA sede que foi inaugurada, ficava na Rua Nova à Guia n.º 19-J.

NOTA: actualmente, o clube «Sport Lisboa e Benfica» de Portugal está representado em Macau pela «Casa do Sport Lisboa e Benfica em Macau» mais conhecida como “Benfica de Macau“. Em futebol, é o actual bi campeão da Liga de Elite (1.ª divisão do Campeonato de futebol de Macau) – 2014 e 2015.

Muitos dos sítios de Macau já não são conhecidos pelos seus nomes primitivos pois desusaram-se com a transformação da sua fisionomia original, outros, não obstante as alterações impostas, por não se sabe quão voluntariosos edis, capricham em reter, pelo menos, em chinês, as designações por que primitivamente foram baptizados pelo vulgo.
Assim, há um trecho da cidade que ainda é conhecido pelos chineses com o nome de Tchèok-Tchâi-Un (雀子園) (1), um local hoje dos mais populosos e sobrecarregado de casas encostadas uma às outras e separadas por uma apertada rede de ruas. Entre nós, é este sítio conhecido por Horta da Mitra e abrangia todo o terreno que ia desde a antiga rua de Pák-T´âu- Kâi (白頭街)(2) (Rua Nova dos Cabeças-Brancas, isto é, dos Parses), actualmente denominada de Rua Nova-à-Guia, até ao Ho-Lán-Un (荷蘭園) (3) (Jardim dos Holandeses), ou seja o bairro Uó-Lông ( 和隆) (4), sendo limitado ao norte pela Calçada do Gaio, na altura por onde passava a muralha que noutros tempos cercava a antiga cidade. Todo este terreno foi outrora ocupado por  uma extensa e densa mata e, como há trezentos anos a cidade era ainda pouco povoada, no intuito de se fomentar o seu desenvolvimento populacional, foi permitido a um grupo de emigrantes chineses de apelidos Mâk () (5), Tch´iu () (6)e Léong (梁) (7) estabelecerem-se ali. Este minúsculo núcleo inicial conseguiu transformar, com o tempo, o local numa aldeiazinha e os seus componentes viviam da venda da lenha que podavam na mata e cujas altas e frondosa árvores que a cercavam estavam sempre cobertas de pássaros que alegravam o bosquete com a chilreada, dando ao sítio um aspecto de parque. Foi pois este motivo que os chineses deram ao local o nome de Tchèok-Tchâi-Un que quer dizer “Jardim de Passarinhos” .(8)
(1) 雀子園pinyin: qué  zi yuán; cantonense jyutping: zoek 3 zi2 jyun4
(2) 白頭街pinyin: hé lán yuán; cantonense jyutping: ho4 laan4 jyun4
(3) 荷蘭園 pinyin: hé lán yuán; cantonense jyutping: ho4 laan4 jyun4
(4) 和隆pinyin: huó lóng; cantonense jyutping: wo4 lung4
(5) pinyin: mài; cantonense jyutping: maak6
(6) – pinyin: zhao; cantonense jyutping: ziu1
(7) pinyin: liáng; cantonense jyutping: loeng4
(8) GOMES, Luís Gonzaga – Curiosidades de Macau Antiga. Instituto Cultural de Macau, 2.ª edição, 1996, 184 p., ISBN-972-35-0220-8

NOTA: Sobre a muralha que noutros tempos cercava a antiga cidade, pode-se ver, actualmente  parte dela protegida, após abertura de uma entrada para Colégio de Santa Rosa de Lima, pela Rua Nova à Guia.