Archives for category: Hotéis

Ainda a propósito da postagem anterior:  “17-05-1913 – Queixa apresentada por William Farmer, proprietário do «Macao Hotel», contra o facto de os culis se servirem de um cais fronteiro ao seu hotel, na Praia Grande para mictório – Providências tomadas pelo Governo”, (1) mais algumas referências a este Hotel retiradas do livro (2)

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(1) GOMES, Luís G. – Catálogo dos M. M n.º 416. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/william-m-farmer/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/06/03/anuncios-de-1920-e-1922-macao-hotel-e-a-p-leong-hing-kee-ca/

(2) ENGLAND, Vaudine – The Quest of Noel Croucher: Hong Kong’s Quiet Philanthropist. Hong Kong University Press, 1998, ISBN: 9789622094734, 436 p. https://books.google.pt/books?id=nw1bTZV4BaAC&pg=PA26&lpg=PA26&dq=Leong+Hing+Kee&source=bl&ots=r51PK2zm87&sig=ACfU3U02RODuq2CvcgGDYUt308LqqHmYUw&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwj1udSS89vpAhWP3eAKHZL-D3sQ6AEwA3oECCIQAQ#v=onepage&q=Leong%20Hing%20Kee&f=false

Continuação dos apontamentos que o Governador Álvaro de Mello Machado deixou escrito no seu livro “Coisas de Macau” (1913), nas pp. 113- 115, (1) (2) neste caso sobre os “Divertimentos” que nesse ano, existiam em Macau.

“Os bailes, ou melhor as soirées, constituem o divertimento predilecto dos rapazes e raparigas de Macau, e quasi a única manifestação externa da vida dos clubs. Apesar da predilecção que todos teem por este género de passatempo, eles não são todavia muito frequentes, porque os clubs, segundo a regra geral dos estabelecimentos congeneres  portuguezes, teem pouco dinheiro e não podem portanto abalançar-se a grandes despezas.

Além do club dos sargentos, de que estes militares exclusivamente podem ser sócios, e cuja existência é imprescindível, visto que eles não teem entrada em qualquer dos outros, existem dois clubs na colonia: O Grémio Militar, de que todos são sócios – e o Club de Macau, que toda a gente frequenta também.

Para as festas de um são invariavelmente convidados todos os sócios do outro; de fórma que, nem mesmo o pretexto da separação de classes sociaes explica esta dispersão de esforços, que se pudessem conjugar-se, dariam certamente a um centro de reunião menos modesto.

Mas onde se encontram portuguezes, só muito excepcionalmente existem, união, acordo de ideias e de actos; e portanto não é de admirar, que suceda com os clubs, o que sucede com os tennis, e mais ou menos se observa em todas as manifestações da via portugueza.

Além d´estas fontes de distracção, apenas um outro pic-nic, a qualquer ponto próximo da China, uma ou outra récita de amadores, um cinematographo instalado n´um barracão de madeira, (3) onde por vezes aparecem desengraçadas cançonetistas inglesas, e a vida de sociedade comezinha, com os seus chás, os serões e modestas partidas de bridge, perfazem um pequeno numero de objectivos para o esforço de quebrar a monotonia da vida habitual. Para quem deseje observar a vida chineza de Macau, não deixa de ser interessante aproveitar as distracções próprias a essa parte da população, constituída pelos residentes chinezes; e então, se não sentir por ellas uma instinctiva repugnância, poderá ter ocasião de vêr dispender muito dinheiro, e de entrar em contacto com esse viver absolutamente desconhecido para a maior parte dos europeus, e por vezes curioso devéras.”

(1) MACHADO, Álvaro de Mello – Coisas de Macau. Livraria Ferreira, 1913, 153 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/02/19/leitura-coisas-de-macau-de-alvaro-de-mello-machado/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/alvaro-de-melo-machado/

(3) Já havia em 1919 um muito regular em alvenaria, na Avenida Almeida Ribeiro, no local onde hoje se ergue o Edifício Banco Tai Fung, do lado norte do Hotel Central, para onde foi transferido o Teatro Vitória, inaugurado em Janeiro de 1910 na Calçada do Tronco Velho e só em 8 de Janeiro de 1921, seria transferido para a Avenida de Almeida Ribeiro, tendo sido a primeira sala de cinema de Macau a projectar filmes sonoros. Em 1935 o teatro encerrou temporariamente, tendo as suas instalações sido convertidas em casino devidamente apoiado por um restaurante e um clube nocturno. Em 1938 voltou a funcionar como cinema com uma capacidade de 809 lugares, e encerrou definitivamente a 20 de Dezembro de 1971. (As Ruas Antigas de Macau, p. 31)

Vários assentos documentais dão-nos notícia de alguns dos proprietários, nesta data, da Rua da Praia Grande, entre eles Francisco Manuel da Cunha (n.º 31), Rita Angélica Gomes Lourenço (n.º 45 e 47) Francisco Xavier Homem de Carvalho, Ana Maria Gomes Álvares (n.º 33 e 35), Visconde de Sena Fernandes (n.º 73 e 75, Jessie Loureiro (n.º 41); José Marcos Batalha á dado como morador, na Rua do Campo, n.º 55 e Maria Bernardina dos Remédios. (1) como proprietária do Hotel Boa-Vista. Todos eles aparecem como reclamantes perante o novo Regulamento de Décimas e Impostos. Cfr. Fundo de Adm. Civil (A.H.M.) (2)

(1) “31-05-1891 – Processo n.º 339/G – Série R do Fundo da Adm. Civil, A.H.M., -Recurso interposto ao Conselho da Província por Bernardina dos Remédios, após pedido de reclamação verbal apresentado por Maximiano António dos Remédios e não atendido, contra a Junta de Lançamento de Décimas, que desatendeu a sua reclamação em relação ao valor locativo do Hotel Boa-Vista. (3)  O Conselho de Província atendeu, em 13 de Junho do mesmo ano, baixando dos $750 para $500, por se tratar de uma unidade hoteleira incipiente.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 290-291.

(3) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-bela-vista-boa-vista/

Caderneta de entrada e estadia do Hotel Beverly Plaza (data ?)

Dimensões: 17, 3 cm x 11,3 cm, dobrável em 3 partes (9,1 cm x 11,3 cm)

Anteriores referências a este hotel: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-beverly-plaza/

Extraído de «MBI», IV- 80, 30 de Novembro de 1956, p. 16

NOVEMBRO DE 1956 – Um grupo de amigos homenageou com um jantar à chinesa, que se realizou no restaurante do Hotel «Ng Chau», Filipe do Ó Costa, que nesta Província esteve alguns meses como treinador das equipas do «Hóquei Clube de Macau». («MBI», IV- 80, 30 de Novembro de 1956, pp. 13-14.)

Sobre esta personalidade, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/filipe-o-costa/

Sessão solene de abertura do “Encontro Das Comunidades Macaenses”, (1)realizado no dia 24 de Novembro de 2019, no “Kashgar Ballroom” do Hotel “Sheraton Grand Macao” (COTAI – Estrada do Istmo) com a ementa do jantar de boas-vindas (em chinês, português e inglês).

Capa + contracapa, azul com o símbolo do hotel e dimensões: 22 cm x 15 cm
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(1) O Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses decidiu que o Encontro “Macau 2019” se realizasse entre 23 e 29 de Novembro de 2019, afim de reunir em Macau representantes das Casas e Associações Culturais Macaenses congéneres da diáspora macaense, permitindo o reencontro dos participantes com a realidade do desenvolvimento da RAEM e as grandes realizações da República Popular da China, bem como permitir momentos únicos de revitalização da cultura macaense que é única no mundo e específica a Macau. http://www.conselhomacaense.com/encontros/encontro-das-comunidades-macaenses-2019/

Uma caixa de fósforo (5,5 cm x 3,5 cm x 1cm), da minha colecção, mas que tenho dúvidas se será de um hotel de Macau – CHINA HOTEL – 中國大酒店 (1)

Mesmo “design” nos dois lados da caixa

Sem outra indicação a não ser (na parte lateral) o número de telefone: 66888.

Muito possivelmente será de um hotel da área de Cantão (Guangdong).

(1) 中國大酒店 – mandarim pīnyīn: zhōng guó dà jiǔ diàn; cantonense jyutping:zung1 gwok3 daai6 zau2 dim3  

Uma lembrança do Hotel Beverly Plaza, da década de 90 (século XX), pente de plástico de cor branca (infelizmente com a vários “dentes” finos – cerca de 1,5 cm de comprimento – partidos/desaparecidos), dentro de uma embalagem protectora, de plástico de cor branca.

Embalagem 14 cm x 4 cm com o logotipo do hotel
Pente (13 cm x 3 cm) com vários “dentes” finos part

Anteriores referências a este hotel em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-beverly-plaza/

“A visita que cerca de 70 sócios do Clube Lusitano (1) fizeram, no dia 28 de Novembro de 1976 a Macau, constitui um acontecimento de notável importância nas relações entre a comunidade portuguesa de Macau e a residente no território vizinho de Hong Kong Foram recebidos no cais pelo Presidente do Leal Senado Sr. Rogério Artur dos santos e pelo Director do CIT, Dr. Jorge Rangel, tendo-se o Governador feito representar pelo seu ajudante em campo Capitão Costa e Silva. (…)

A Direcção do Clube Lusitano recebida pelo Governador de Macau.

A direcção da referida instituição associativa, a que preside o Comendador Arnaldo de Oliveira Sales, deslocou-se ao Palácio da Praia Grande, onde foi recebida pelo Coronel Garcia Leandro. (…)

A Direcção do Clube Lusitano e outras individualidades nas escadarias da entrada no Palácio da Praia Grande

No prosseguimento do programa da visita previamente elaborado, o Senhor Bispo da Diocese, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, celebrou uma missa na Sé Catedral. (…)

Os visitantes no jardim Lou Lim Iok

Transportados em autocarros, foi-lhes oferecida uma digressão pela cidade incidindo esta sobretudo em pontos que para alguns deviam ser desconhecidos como é o caso do jardim Lou Lim Iok, que beneficiou de grandes melhoramentos depois da compra que o Governo fez aos seus proprietários e, consequentemente, da sua transição para o domínio público.

Os visitantes à saída do jardim Lou Lim Iok

O almoço oferecido no velho mas inconfundível Hotel Bela Vista, (2) reuniu mais duma centena de convidados, mantendo-se do princípio ao fim um ambiente acentuadamente familiar.

Almoço no Hotel Bela Vista
Oferta duma Caravela em filigrana em nome de Macau para os portugueses de Hong Kong que são os sócios do Clube Lusitano, na pessoa do seu presidente, Comendador Arnaldo de Oliveira Sales (3)

(1) “O Clube Lusitano surgiu em Hong Kong em 1866. A primeira pedra foi lançada em 1865. O Clube nasceu em 1866, sendo inaugurado oficialmente por um Governador de Macau, na altura o Conselheiro Horta” (trecho do discurso do Governador de Macau). Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/clube-lusitano-de-hong-kong/

(2) “ Escolhemos este Hotel onde nos encontramos, não por ser o Hotel mais moderno de Macau, mas precisamente por ser o Hotel mais antigo de Macau, o Hotel a que estão ligadas, com certeza, gerações e gerações de portugueses de Macau que daqui saíram para Hong Kong e, também, por durante a guerra, a segunda grande guerra mundial aqui estiveram e, julgo que neste mesmo Hotel alguns viveram durante esses dias e anos difíceis da guerra. “ (trecho do discurso do Governador de Macau)

(3) “ Não é um presente de grande valor, mas tem um grande valor simbólico. Continua a significar que é através do mar e foi através do mar que os portugueses se espalharam pelo Mundo. E esse mar que a dada altura espalhou os portugueses pelo Mundo ainda hoje serve para fazer a sua ligação.“ (trecho do discurso do Governador de Macau)

Fotos e texto extraídos de «Macau B.I.T.», XI-9/10 de Novembro/Dezembro de 1976, pp. 24-27

Neste dia (16 de Novembro de 1963) José dos Santos Ferreira publicou na «Gazeta Macaense» o «poéma» “Caréta Dôdo já vêm” (carros de corrida estão chegando”) a propósito da realização do 10.º Grande Prémio de Macau. (1)

Retiro parte do longo poema (18 quadras), as últimas 7 quadras:

(1) Nesse ano (1963) Arsenio “Dodjie” Laurel, (1931 – 1967), filipino, num «Lotus 22-Ford», venceria o seu segundo trofeu consecutivo em Macau, no 10.º Grande Prémio de Macau. Foi o primeiro condutor a ganhar dois grandes prémios consecutivos em Macau (1962, 1963). Viria a morrer em 19 de Novembro de 1967, com 35 anos de idade, na 3.ª volta ao circuito, após embater com o seu «Lotus 41» no muro á frente do mar logo a seguir ao Clube Náutico (onde hoje está o Hotel Grand Lapa) (2) alguns metros depois foi de encontro a um poste eléctrico, (3) e incendiou-se, não conseguindo o condutor sair da sua viatura. Foi o primeiro caso fatal dum corredor no Grande Prémio em Macau.

Foi também nesse ano que Teddy Yip teve a sua melhor classificação das várias participações que teve no Grande Prémio, ficou em terceiro lugar com um «Jaguar E Type».

Classificação do X Grande Prémio de Macau                                               

1.º – Arsenio Laurel – Lotus 22 FJ (Ford)                              

2.º – Bill Baxter – Jaguar E Type                               

3.º – Teddy Yip – Jaguar E Type                                

4.º – Grant Wolfkill – Lotus Super Seven                              

5.º – H Asmussen – Porsche Super 90                                  

6.º – B Poole – Triumph TR4

(2) Recentemente o “Hotel Grand Lapa” que já foi denominado “The Macau Excelsior”, e “The Mandarin Oriental”) foi  publicitado como “ Artyzen Grand Lapa Macau”.https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/31/caixas-de-fosforos-hotel-excelsior-hotel-mandarin-oriental/

(3) Por este motivo no circuito da Guia, no ano seguinte, todos os postes eléctricos que estavam “á frente dos muros”, foram retirados, passando a estarem incorporados nos muros ou então para lá dos muros do circuito.