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Continuação da postagem de 1-3-2022, (1) artigo de “O Diário de Lisboa”, publicado no dia 3 de Março de 1926, (2) na sua página 4, na rubrica “UMA FIGURA” (em duas colunas) em que anunciava a morte em Macau do grande poeta Camilo Pessanha (1 de Março de 1926)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/03/01/noticia-de-1-de-marco-de-1926-uma-figura-o-grande-poeta-camilo-pessanha/

(2) «Diário de Lisboa», 3 de Março de 1926, p. 4. Pode visualizar este artigo em: http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05743.007.01867#!4

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/camilo-pessanha/

No dia 27 de Julho de 1893, foi criado, por decreto desta data, o Liceu Nacional de Macau, (1) (2) (3) foi criado por Carta de Lei desta data, o Liceu Nacional de Macau. Foi entregue ao Reitor em Abril de 1894 o edifício do antigo Convento de Sto Agostinho, restaurado, para funcionamento desse estabelecimento escolar. (3) (4). Entretanto foi-se nomeando o corpo docente. (5) (6)  

Extraído de «Echo Macaense», I-1 de 18/7/1893

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 300, 301, 306 e 309

(3) 28-09-1894 – Foi inaugurado o Liceu Nacional de Macau, instalado num Convento de Santo Agostinho, com uma simples visita do Governador Horta e Costa. Não se realizou nenhuma solenidade, por a família real se encontrar de luto. (1) (2)

(4) 21-10-1893 – Estudo das obras e despesas de adaptação do edifício do Convento, que seria depois o Quartel de Sto Agostinho, para instalação do Liceu Nacional de Macau. (2)

(5) Entre as primeiras nomeações: 14-04-1894 – Wenceslau de Morais é nomeado professor de Matemática Elementar do Liceu Nacional de Macau. (2) 16-04-1894 – Wenceslau de Moraes tomou posse do cargo de professor da 5.ª cadeira do Liceu Nacional de Macau, Matemática Elementar. O colega do 8.ª cadeira, Filosofia Elementar era Camilo de Almeida Pessanha (2)

(6) O Liceu foi Nacional de 1894 a 1898, com o curso completo; continuou coma designação de Nacional, mas sem a 6.ª e a 7.ª classes, de 1898 a 1918; foi Central, readquiridas essas classes, de 1918 a 1933; foi Nacional de 1933 a 1936, em que foi classificado como Provincial; voltou a ser Nacional em 1937 e assim se tem mantido até hoje. Por Portaria n.º 2350, de 17 de Julho de 1937, foi dado ao liceu por patrono Luís de Camões; mas, logo a seguir, por Portaria n.º 2366, de 21 de Agosto do mesmo ano, foi-lhe dado por patrono o Infante D. Henrique, visto haver em Lisboa um liceu com o nome de Luis de Camões. (TEIXEIRA , P. Manuel – Liceu Nacional Infante D. Henrique (1894-1969), 1969, pp. 146-147)

NOTA- anteriores referências ao Liceu Nacional em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-centralnacional-de-macau/

O «Diário de Lisboa» publicado no dia 3 de Março de 1926, (1) na sua página 4 na rubrica “UMA FIGURA” (em duas colunas) anunciava a morte em Macau do grande poeta Camilo Pessanha (1 de Março de 1926) (2)

NOTA: Recentemente foi posta à venda uma nova edição de “Clepsydra, Poemas de Camilo Pessanha”, com edição, nota prévia e notas de Ilídio Vasco, volume n.º 50  da colecção de Clássicos da Guerra e Paz, Editores, Novembro de 2021, 155 p.  Esta edição distingue-se das anteriores por apresentar uma ordenação diferente dos poemas (explicada em nota prévia pelo editor). e pelas excelentes notas complementares. Incluiu fotos e reproduções de manuscritos de Camilo Pessanha.

(1) «Diário de Lisboa», 3 de Março de 1926, p. 4

 (2) Pode visualizar todo o artigo em: http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05743.007.01867#!4

Anteriores referências de Camilo Pessanha neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/camilo-pessanha/

Foi a 15 de Junho de 1920, a aprovação dos Estatutos da Associação Científica, Literária e Artística denominada «Instituto de Macau», criada para promover o estudo da sinologia e da acção e influência portuguesas no Oriente. Os Estatutos foram publicados no B.O., n.º 25 de 19 de Junho desse ano (pp. 468-469)

Extraído de «BOGPM», n.º 25 de 19 de Junho de 1920, p. 468

“ O Instituto durou pouco, mas chegou a dar frutos: – a criação do Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camoês, a organização da Biblioteca Pública e a publicação de um boletim que deu origem aos Arquivos de Macau. O Governo de Macau deu alento ao entusiasmo dos mentores de tais ideias, Drs. Humberto Severino de Avelar e Telo de Azevedo Gomes, então ambos professores do Liceu (Cfr. Renascimento; Macau, Vol. II, pp. 480-482) ” (1)

Os fundadores do Instituto de Macau a homenagear o poeta, na Gruta de Camões, no ano de 1920. (2)

Da esquerda para a direita: Eng. Eugénio Dias de Amorim, Dr. Camilo Pessanha, D. José da Costa Nunes, Comandante Correia da Silva (Paço d´Arcos), Dr. Humberto S. de Avelar, Vice-almirante Hugo de Lacerda Castelo Branco, Dr. José António F. de Morais Palha, Padre Régis Gervais, José Vicente Jorge, Dr. Manuel da Silva Mendes, Dr. Telo de Azevedo Gomes e Alferes Francisco Peixoto Chedas.

Extraído de «ANUÁRIO DE MACAU DE 1921», p. 99

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 131

(2) Anterior postagem em 24-04-2014 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/04/24/macau-e-a-gruta-de-camoes-xxi-instituto-macau-1920/

Extraído de «BGU», XLV 525 Março de 1969, p. 129/130

“Na parede do Gabinete do Conservador foi a 29 de Março de 1969 inaugurada uma placa de metal amarelo, encimada com o scudo nacional, a cores , com os seguintes dizeres em português e em inglês:

A placa é de cobre, encaixilhada em teca, sendo obra de Eurico Francisco do Rosário.

José Maria da Ponte e Horta, Governador de Macau (1866-1868) determinou pela Portaria n.º 14 de 26-06-1868 que o serviço de registo predial se iniciasse a partir de 1 de Julho de 1868. A Conservatória do Registo Predial ficou instalada no edifício do Tribunal, assistindo à inauguração o Governador Ponte e Horta, o Juiz João Maria Ferreira Pinto e o presidente do Senado. Foi só a 1 de Janeiro de 1869 que se fez o 1.º registo do prédio n.º 28 da Rua dos Mercadores; em todo esse ano registaram-se apenas 5 prédios e no dia seguinte 50.

O Dr. Diamantino de Oliveira Ferreira foi nomeado em Maio de 1964.

NOTA: Um dos conservadores foi o Dr. Camilo de Almeida Pessanha, professor do liceu, nomeado Conservador a 16-02-1899. Como a lei não permitia acumulação de cargos, foi chamado ao Ministro a Lisboa, onde se apresentou a 5-10-1899; regressando a Macau, deixou o professorado, tomando posse do cargo a 23-06-1900. A 16-04-1904 foi nomeado juiz, passando a Conservadoria ao delegado do procurador da Coroa e Fazenda, Dr. Luís Gonçalves Forte (17-05-1904 – ?) . Em 1905, Pessanha caiu doente e a 13 de Agosto regressou a Portugal; chegou de novo a Macau a 18-02-1909; e agora vai acumular os cargos de Conservador e de Professor, sendo nomeado a 13-03-1909, professor de Economia Política e Direito Comercial no Instituto Comercial, anexo ao Liceu. Em Agosto de 1915 foi exonerado do cargo de Conservador, que servira durante 6 anos de 179 dias; apesar disso, ainda continuou no ofício até 12 de Maio de 1919, em que pediu exoneração, continuando no cargo de juiz. (TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau. 1980, pp.127-128).

Camilo Pessanha proferiu no Grémio Militar, no dia 13 de Março de 1915, uma conferência sobre «Literatura Chinesa».

LITERATURA CHINESA (Prefácio à tradução das Elegias) (1) –

“Satisfazendo uma antiga dívida para com o ilustre director de O Progresso, entrego hoje ao mesmo semanário umas poucas dúzias de pequenas composições chinesas, (2) com cuja decifração tenho entretido os ócios dos últimos seis anos de residência em Macau – os primeiros da velhice -, tirando dêsse esforço (em boa verdade se diga) horas de um tão suave prazer espiritual que dêle o não esperava tamanho. Começarei por uma minúscula antologia de dezassete elegias da dinastia Ming – elegias pelo acento de dorida melancolia que a todas domina, porquanto a forma, incisiva e curta, é a de verdadeiros epigramas – selecionadas, de entre os inúmeros e vastos cancioneiros da referida época, por um dos mais delicados estetas do Império do Meio nos princípios do século XIX, para presente de despedida a um amigo íntimo que para longe se ausentava. O compilador e copista dessas deliciosas obras primas foi o ministro Iong-Fong-Kong, que ao tempo (no reinado de Chia-King) exercia em Pequim os mais elevados cargos de estado, inclusive o de mentor do príncipe herdeiro. O destinatário da oferta era um pupilo do mesmo alto personagem, que naquela ocasião se iniciava na vida pública, partindo a exercer o modesto lugar de sub-prefeito em qualquer burgo sertanejo da nossa vizinha província do Kuang-Tung (Cantão). Chamava-se entre os amigos Mi-Kana raíz gostosa; da dedicatória não constam o seu apelido nem o seu nome próprio – que era do estilo omitirem-se em tais frivolidades. (…) “

De recordar que o poeta português traduziu, com a ajuda, embora de um letrado chinês, as «Elegias Chinesas de Uang-Shau-Jon» (1472-1528), (3) também conhecido por Uang-po-an e por Uang-iang-ming e cognominado Uan-ch´éng, um notável estadista, general, filósofo e poeta. (4)

“ (…)  Finalmente, nada confiando dos recursos próprios – imperfeitas noções de simples estudioso amador, adquiridas ao acaso das horas vagas -, submeti o trabalho à censura do meu velho amigo e querido mestre Sr. José Vicente Jorge, que tão distintamente dirige em Macau os serviços do expediente sínico. O ilustre sinólogo não só me fêz o favor de emendar em alguns pontos a tradução, aproximando-a mais da intenção original, mas forneceu-me ainda, espontaneamente, grande cópia de notas elucidativas, as mais valiosas de entre as que acompanham cada composição, e sem as quais, como o leitor verificará, por exacta que fôsse a versão, a inteligência dos textos (mesmo sob o ponto de vista puramente estético) ficaria deficiente. (…) “ (1)

Uma das elegias traduzidas, de Uang-l´ing-hsiang, (5) 

(1) PESSANHA, Camilo – China (Estudos e traduções). Agência Geral das Colónias. Lisboa, 1944, pp. 67-72; 77; 84-85

(2) Destas “poucas dúzias de pequenas composições” só oito (e só essas se conhecem) foram publicadas: «Oito Elegias Chinesas (tradução e notas)», pela primeira vez, no semanário “O Progresso”, de Macau, de 13 e 20 de Setembro e 4 e 18 de Outubro de 1914 e depois republicadas (com notas explicativas e eruditas) no n.º 1 da revista “Descobrimentos”, em 1931 – Director: João de Castro Osório.

(3) Ver anteriores elegias já postadas em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/04/07/poesia-vii-elegia-chinesa-de-camilo-pessanha/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/02/poesia-vi-elegia-chinesa-de-camilo-pessanha/

(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 82

(5) Uang-l`ing-hsiang, também conhecido por Uang-tsz-heng.  Alcançou o grau de Ching-shih no reinado de Huang-chih – 1487-1505. Foi presidente do Ministério da Guerra e mentor do herdeiro presuntivo do trono (1)

(6) O “terraço do rei de Iueh”, denominação erudita do Pagode dos Cinco andares, em Cantão, sobre a muralha de Norte. Durante a ocupação europeia, de 1857 a 1861, serviu de quartel às forças aliadas. Foi construído em 1368, no reinado de T´ai-tsu.1.º Imperador da dinastia Ming. (1)

(7) “Os três rios”. Assim se designavam o Yang-tsz-kinag (rio Azul dos europeus) e dois afluentes deste, no antigo reino de Iang. Para o poeta que se encontrava no Kuang-Tung, simbolizavam o Norte, e onde ele procedia pois era natural de Chun-ch`uan, no Shan-hsi, a província mais setentrional do império. (1)

(8) A forma Kuang emprega-se mais para significar o Kuang-Tung e Kuang-hsi, ao passo que Iueh designa de ordinário os antigos principados (1)

(9) P´ang-lai-hsien-kuan – o mosteiro taoista de P´ang-lai – em Hoang-sha, a Oeste, de Cantão, do outro do rio. P´ang-lai – as sarcas revoltas – é uma das trê ilhas mitológicas, onduladas de colinas e umbrosas de bosques, habitadas pelos Imortais. (1)

Relação dos trinta maiores contribuintes de todas as contribuições (predial, industrial de taxa varável e industrial por licenças) no ano de 1923, muitos deles figuras/individualidades notáveis da época (grandes negociantes da área comercial e industrial, alguns ligados actividades liberais, advogados, médicos, etc.)

Extraído do «BOGPM», suplemento ao n.º 24 de 18 de Dezembro de 1923.

Autor não identificado, sem data, do  Instituto de Investigação Científica Tropical, Agência Geral de Ultramar, Copyright Arquivo Histórico Ultramarino
https://actd.iict.pt/view/actd:AHUD21581

A escola infantil (1) que estava na Rua Central até 1933, (2) começou a funcionar no novo edifício construído no Jardim da Flora, no dia 2 de Outubro de 1933, segunda-feira. O projecto foi delineado pelo engenheiro Luís Miranda, (3) que tomou a direcção das obras, sendo estas confiadas ao empreiteiro Choi Lok. Porém a 5 de Maio de 1933, o engenheiro Luís Miranda oficiou à Câmara, dizendo que não sabia a quem entregar a direcção e fiscalização das obras, visto Gastão Borges não querer assumir essa fiscalização e não pretender ele, Miranda, continuar à testa das mesmas, pois estava desligado desse serviço desde 8 de Abril. A Câmara, a 17 de Maio, incumbiu o Dr. José Pereira, (4) da direcção e fiscalização dessas obras com a remuneração mensal de $100,00. Foi este que fez o projecto do muro da vedação.

Após a II Guerra Mundial, foi-lhe dado o nome de Escola Infantil “D. José da Costa Nunes”. Em 1946 (Diploma Legislativo n.º 925 de 1946) torou obrigatório o ensino infantil e primário para todas as crianças desde os 5 aos 14 anos. Em 1997, a Escola sofreu remodelação e ampliação com o projecto de arquitectura de Mário Duque, com o nome de «Jardim de Infância D. José da Costa Nunes», instituição de educação pré-escolar privada sob a tutela da antiga e prestigiada “Associação Promotora da Instrução dos Macaenses”.

A Escola Infantil e o Parque Infantil em 1940

 (1) O 1.º Regulamento do ensino Primário das Escolas de Macau (B.O. n.º 27 de 06-07-1918) estabeleceu no seu art.º 2, duas categorias do ensino; infantil e primário. As classes infantis, eram destinadas à educação e ensino das crianças de 5 a 7 anos.

Extraído de «BOGPM», XVIII, n.º 27 de 6 de Julho de 1918, p. 487

Há uma mesma informação, datada de 27-07-1918 (5) e outra de 1 -11-1923 (6) em que o Leal Senado solicitava ao Governador a cedência temporária do Palacete da Flora e Jardim da Flora para nele se instalar a Escola Infantil até que o Senado mandasse construir um edifício próprio. Mas o Governador Rodrigo Rodrigues em 1923, respondeu não ser possível prever quando o edifício poderia ter aplicação, em virtude de não terem ainda principiado as obras de adaptação do mesmo a Jardim de Infância (criado em Macau – Boletim Oficial n.º 6 de 10-02-1923) que seria instalado no Palácio e Jardim da Flora.

NOTA I – A 26 de Abril de 1923, foi aprovada com 15 valores D. Laura Castelo Branco da Costa Mesquitela no exame de concurso para a vaga de professora da Escola Infantil a cargo do Leal Senado, que instalou a escola na Rua Central.

Extraído de BOGPM XXVIII-n.º 18 de 5 de Maio de 1923, p. 298

Chamo a atenção para este digníssimo júri: Manuel da Silva Mendes, Camilo de Almeida Pessanha, Alfredo Rodrigues dos Santos, Constâncio José da Silva e Carlos Borges Delgado

Extraído de »ANUÁRIO DE MACAU DE 1924», p. 409

No ano lectivo de 1923 a 1924 matricularam-se nesta escola 63 crianças e em 1924-25, 105, sendo o ensino ministrado por 3 professoras. (6)

(2) Padre Teixeira refere que a Escola Infantil funcionava em 1923 provisoriamente na Escola de S. Rosa de Lima, esperando que se realizasse a transferência das escolas centrais (5)

(3) Luís Xavier Correia da Graça e Miranda era engenheiro Adjunto da Direcção dos Serviços das Obras Públicas

Extraído de «Directório De Macau», 1932, p. 513: 1933, p. 506; 1934 p. 447

(4) Extraído de «B. O. C.M»,  n.º 21 de 27 de Maio de 1933, p. 547

(5) A.H.M. – F.A. C. P. n.º 247 – S-E in SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)

(6) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982,p.66

Anteriores referências em https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/27/leitura-a-educacao-em-macau-em-1940

Sobre este mesmo tema, aconselho leitura de: SOUSA, Ivo Carneiro de – Jardim de Infância D. José da Costa Nunes 2010-1020 Um Projecto educativo https://www.academia.edu/25549352/Jardim_de_Inf%C3%A2ncia_D_Jos%C3%A9_da_Costa_Nunes_Projecto_Educativo_uma_escola_inclusiva_cooperativa_e_multicultural

Em Macau à procura de Camilo Pessanha
Onde foi a casa do poeta
agora é um pátio de escola em que brincam crianças
 e tem à frente um baloiço
e lá atrás duas árvores.
Na esquina da rua com o seu nome
um mendigo serrazina a sua viola
e o som alonga-se chorado,
chora e perde-se devagar
nas outras ruas que levam
à Travessa do Pagode,
à porta da loja onde ainda o espera
o amigo antiquário Ah-Men.
Já ninguém sabe o destino
do cachimbo com que inventava
paraísos e princesas
ou sereias, com seus cantos,
músicas e campos de liliáceas,
cores de mil maravilhas
ao mundo que bem sabia
que era mais o daquele mendigo
àquela esquina para a Sam Má-lô
e a sua viola chorando
pela moeda de meia pataca
que também eu me esqueci de deitar
na tigela que tinha ao lado.

Pedro da Silveira, (1) Corografias, Lisboa, 1985.

(1)  Pedro Laureano Mendonça da Silveira (1922 —2003), mais conhecido por Pedro da Silveira,(1) foi um poeta (um dos grandes poetas açorianos,), historiador, tradutor,  consultor literário de uma editora, crítico literário, investigador, diretor do serviço de Investigação e Espólios da Biblioteca Nacional, com vasta colaboração dispersa em periódicos, revistas e jornais. Fez parte do conselho de redação da revista “Seara Nova” (até 1974), colaborou nos números 40 e 47 da revista “Mundo Literário”. Publicou “A Ilha e o Mundo” (1952), “Sinais de Oeste” (1961), “Corografias” (1985), “Mesa de Amigos” (1985), e, em 2000, começou a ser publicada, por volumes, a sua obra poética completa, na coletânea “Fui ao Mar Buscar Laranjas”, uma edição corrigida e aumentada. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Laureano_Mendon%C3%A7a_da_Silveira http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=10136 https://www.nch.pt/biblioteca-virtual/bol-nch15/n15-8.html

Anúncio publicado na imprensa local, no dia 20 de Dezembro de 1913, publicitando o escritório dos advogados: Camilo Pessanha (1) e Luiz Nolasco (Luís Gonzaga Nolasco da Silva) (2) na Rua do Hospital (futura Rua Pedro Nolasco da Silva) n.º 7

(1) Sobre Camilo Pessanha, ver referências anteriores neste blogue:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/camilo-pessanha/
(2) Luís (Luíz) Gonzaga Nolasco da Silva, (1881-1954). 7.º filho de Pedro Nolasco da Silva  (1803 – 1874) e Edith Maria Angier , nascido em 14 de Dezembro de 1881, bacharel em Direito, Advogado e Notário Público, casado com Beatriz Emília Bontein da Rosa Nolasco d Silva  (tiveram 10 filhos), foi membro do Conselho do Governo; fundador, editor do jornal «Vida Nova» (1909-1910) e do seminário «O Progresso» (1914 – 1918. Em 1917 comprou a Manuel Ferreira da Rocha o terreno na Estrada dos Parses, onde edificou a sua moradia conhecida como a «Casa Branca»  (hoje Autoridade Monetária de Macau). (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, 1996)
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-gonzaga-nolasco-da-silva/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/02/23/folheto-de-propaganda-turistica-macau-guide/