Extraído de «BGPMTS», Vol. VII-6 de 7 de Fevereiro de 1852, pp 23/24
Sobre Marta da Silva Merop, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/marta-da-silva-mierop/
Extraído de «BGPMTS», Vol. VII-6 de 7 de Fevereiro de 1852, pp 23/24
Sobre Marta da Silva Merop, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/marta-da-silva-mierop/
Extraído de um artigo não assinado do «M.B.I.», III-n.º 64 de 31 de Março de 1956, pp. 10-11.
“ Mesmo fronteira ao Istmo que liga Macau ao território vizinho, ergue-se, pujante de verdura e coberta de pinheiros mansos, a colina de Mong-Há, envaidecida da elegante nota de beleza que empresta àquela zona da cidade. Vivendo quase esquecida na planta de Macau, por ficar mais afastada, não tem sido menor a sua importância do que a das outras colinas que embelezam a paisagem da península. Ainda não há muitos anos, rodeavam-na quintas e hortas, agora desaparecidas, para dar lugar a uma das zonas mais atraentes da cidade nova. A seus pés estende-se o casario moderno que se tem empenhado a população em construir, neste últimos anos; e ali perto vive a maioria dos comerciantes abastados, em suas elegantes vivendas, alinhadas à beira das avenidas que correm ao longo daquela área.
Foi à sua beira que a Repartição Provincial dos Correios, Telégrafos e Telefones mandou edificar os dois bairros para os seus funcionários e pessoal menor dos Serviços, e que o Governo da Província construiu as residências para os seus funcionários. Para o Norte, está o Campo Desportivo «28 de Maio» que tem vivido horas de entusiasmo nestes últimos tempos e, mais além, os bairros sociais, agora acrescentados com encantadoras e airosas moradias para refugiados. Aqui habita a maior parte dos que alberga com a generosidade de sempre. É este o cenário que se desfruta do cimo desta colina, estendendo-se os olhares para além das muralhas da fronteira, espraiando a vista pelo rio e pelo mar que lhe são vizinhos de ambos os lados.
Esta situação privilegiada mereceu-lhe lugar de destaque entre os pontos estratégicos de protecção a Macau. Em 1864, o governador Coelho de Amaral ordenou a construção do Forte de Mong-Há no cimo dessa colina. (1) A obra, de suma importância para defesa terrestre, alcançando qualquer ponto do rio e do mar, e edificada nas escarpas graníticas, foi concluída em 1866. Daí em diante, atraiu as atenções de todos e melhorou-se a sua fortificação em 1925, com as modificações introduzidas.
Não ostenta jóias de valor histórico, mas apenas a graça da sua natureza e, por isso mesmo, mais bela e mais atraente se nos apresenta. Cativa-nos pela simplicidade do seu forte pela solidão em que está embrenhada.
(1) Os trabalhos de fortificações na colina de Mong-Há foram iniciados pelo governador Ferreira do Amaral em 1849 como uma medida preventiva de defesa contra uma temida invasão chinesa, mas não foram concluídos devido ao seu assassinato, Os trabalhos iniciaram-se de novo em 1850, mas em 1852 estavam praticamente reduzido a ruínas. Em 1864 foi construído o forte actual por ordem do Governador Coelho do Amaral e ficou concluído em 1866. Em 1925 foram levadas a cabo grandes alterações com a instalação de um projector luminoso e um armazém. O forte estava apetrechado com 2 armas, Armstrong da Marinha de tiro rápido, com o calibre de 65 mm. (GRAÇA, Jorge – Fortificações de Macau. Concepção e História, 1984, p. 101.)
Anteriores referências neste blogue: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fortaleza-de-mong-ha/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colina-de-mong-ha/
Na edição de 28 de Setembro de 1843, do jornal “Friend of China”, noticiava a compra do Hotel Albion (1) no dia 1 de Setembro de 1843 pelo Capitão A. H. Fryer. Mais informava que a loja do Sr John Smith (2) e a sala de leilões mantinham-se no hotel. O capitão de navios A.H. Fryer que tinha residência em Macau, além de ser dono do Hotel, era sócio, em 1846, da firma “Bowra, Humphreys & Co” Em 1848 o capitão Fryer iniciou sozinho a sua firma “A.H. Fryer & Co” (3)
Anteriores referências
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-albion/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-smith/
Exemplares de ANÚNCIOS /AVISOS de JNO: SMITH publicados em 1851-1852
Outro aviso, acerca do falecimento (será o mesmo John Smith?) de 1854
“Esta fortaleza foi construída nos princípios de 1851.(1) O encarregado da sua construção foi o major de engenheiros António de Azevedo e Cunha. Tem uma só peça de artilheria de rodisio de calibre 18. Um cabo e três soldados do batalhão de Macau constituem a sua guarnição, sendo o cabo o comandante da fortaleza” (2)
Este forte está localizado no cume da colina de D. Maria II, com uma altitude de 47 metros, a dominar (no passado) a baía/praia de Cacilhas e o Istmo da Península de Macau
No quadro – O forte localizado no cume da colina de D. Maria II, com uma altitude de 47 metros, a dominar (no passado) a baía/praia de Cacilhas e o Istmo da Península de Macau. No canto inferior esquerdo, a primitiva estrada de Solidão (posterior Estrada de Cacilhas)
(1) Concluído o fortim novo, a 10 de Fevereiro de 1852, sobranceiro à Praia de Cacilhas, tomou este o nome de D. Maria II, segundo a «Ordem à Força Armada n.º 9» que, por este motivo, ordenou o desmantelamento do Forte de Mong Há, por se encontrar em ruínas e desnecessário, em virtude da construção do novo fortim. O forte de Mong Há foi reconstruído e reactivado mais tarde. (3)
(2) «Almanach Luso Chinez de Macau para o anno de 1866», p. 43
(*) Capitão José Joaquim da Silveira Xavier pertence ao exército de Portugal, onde deve regressar, finda que seja a sua comissão de seis meses. (2)
(+) Este oficial, (major Vicente Nicolau de Mesquita), em 25 de Agosto de 1849, atacou com trinta e seis soldados o forte de Passaleão além das portas do Cerco, que estava guarnecido com alguns milhares de chinas; e, tendo a felicidade de o tomar, foi por tão distinto feito premiado por sua magestade com o posto imediato ao de 2.º tenente que então tinha, e mereceu que os seus patrícios em Hong Kong lhe oferecessem uma espada com uma legenda alusiva ao feito. Esta espada foi feita na cidade do Porto, e entregue ao sr. Mesquita em o 1.º de Setembro de 1850. (2)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 133.
Anteriores referências a este forte em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fortaleza-de-d-maria-ii/
A Procuratura dos Negócios Sínicos, cujo início se aponta para 1583, tinha um Procurador com um lugar cativo na vereação municipal. Em 1847, a Procuratura ficou na dependência do Governo e em 1852 (1) clarificaram-se as suas atribuições quanto aos negócios sínicos. Em 1865, por decreto de 5 de Julho, (2), o Procurador foi definitivamente desligado do Senado nos assuntos municipais de que ainda estava dependente, passando a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador e em 1877, nova lei, a Procuratura foi reforçada com um tribunal especial. A Procuratura foi extinta em Maio de 1894, pelo Regimento de Justiça para as Províncias Ultramarinas. As competências passaram para o juiz de Direito da Comarca (3)
(1) “19-11-1852 – Em 19 de Novembro de 1852, foi promulgado e publicado pelo Governador Isidoro Francisco Guimarães, o primeiro regulamento da Procuratura dos Negócios Sínicos, (com 19 artigos) determinando que, para além do Procurador, somente o Governador pudesse interferir nos assuntos sínicos de Macau.
Pela portaria provincial publicada em 17 de Dezembro de 1862, surgiu um novo regulamento relativo ao processo cível onde as questões cíveis de que a Procuratura se ocupava, eram, segundo a Lei, aquelas que não pertenciam ao juízo de Direito e que as questões não decididas por conciliação, naquele organismo, continuavam a ser decididas por árbitros nomeados pelas partes. (3)
(2) “5-07-1865 – Em 1865, por decreto de 5 de Julho, o Procurador foi definitivamente desligado do Senado nos assuntos municipais de que ainda estava dependente. O Procurador que desde 1853, era eleito pelo povo, passou a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador, feita de entre os elegíveis a vereadores. Assim, foi constituído um funcionário do Estado de responsabilidade directa do Governo central e atribuída a denominação de Procuratura dos Negócios Sínicos àquela que tinha sido a Procuratura do Senado.” (4)
“12-07-1865 – Foi criado, por decreto, do Marquês Sá de Bandeira como Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar a criação de «um corpo de intérpretes de língua sínica», apto para o exercício das funções que lhes forem incumbidas” (4)
“31-12-1865- Nomeado procurador interino – António Feliciano Marques Pereira, e em 1866, nomeado Procurador dos Negócios Sínicos. A nomeação régia para este cargo vem substituir a forma de provimento anterior; este era feito localmente, na pessoa de um Vereador da Câmara.” (3)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 135, 176, 302.
(4) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
Sobre o tancar e as tancareiras de Macau (1) – extraído do Capítulo VI (pp. 140-141) “Narrative of the Expedition of an American Squadron to the China Seas and Japan; Performer in the year 1952, 1953, 1954. Under the command of Comodore M. C. Perry, US Navy. Edited 1956 “ (2)
“The harbor is not suitable for large vessels, which anchor in Macao roads, several miles from the town. It is, however, though destitute of every appearance of commercial activity, always enlivened by the fleet of Tanka boats which pass, conveying passengers to and fro, between the land and the Canton and Hong Kong steamers. The Chinese damsels, in gay costume, as they scull their light craft upon the smooth and gently swelling surface of the bay, present a lively aspect, and as they looked upon in the distance, from the verandahs above the Praya, which command a view of the bay, have a fairy-like appearance, which a nearer approach serves, however, to change into a more substantial and coarse reality.” (p. 140)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/04/usos-e-costumes-tanka/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/03/leitura-as-tancareiras-i/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/07/leitura-as-tancareiras-ii/
(2) https://books.google.pt/books?id=DoVEAQAAMAAJ&pg=PA154-IA3&lpg=PA154. Outras referências desta viagem neste blogue: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/04/22/noticia-de-22-de-abril-de-1853-o-plymouth-em-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/06/02/leitura-a-gruta-de-camoes-em-1852-expedicao-do-comodoro-m-c-perry-i/
Extraído do Capítulo VI (pp. 142-143) “Narrative of the Expedition of an American Squadron to the China Seas and Japan; Performer in the year 1952, 1953, 1954. Under the command of Comodore M. C. Perry, US Navy”. Edited 1956,. (1)
Matthew Calbraith Perry (1794 – 1858) foi um militar norte-americano que serviu na Marinha dos Estados Unidos de 1809 até sua morte. Foi comandante, em 1837-40, do primeiro “Vapor” norte-americano o “Fulton”. Participou de várias guerras e conflitos, nomeadamente, a Guerra de 1812, a supressão do comércio dos escravos em África (1843) e a Guerra Mexicano-Americana (1846-48). Em 1852 já como Comodoro foi encarregue da missão naval ao Japão destinada a persuadir o imperador a reatar os laços comerciais com o ocidente. No comando de uma esquadra naval, ameaçou utilizar a força, exigindo falar com o imperador japonês mas o shogun Tokugawa Ieyoshi que era o homem das leis do Japão conseguiu persuadi-lo e no final, Perry concluiu que era melhor tentar um tratado com representantes Xogun e não com o imperador.
O Tratado de Kanagawa (神奈川条約) foi assinado entre o Comandante Matthew Calbraith Perry e o Japão no dia 31 de março de 1854. O tratado abriu os portos japoneses de Shimoda e Hakodate para o comércio americano, garantindo a segurança dos marinheiros dos Estados Unidos, e estabeleceu um consulado permanente. https://pt.wikipedia.org/wiki/Matthew_C._Perry
(1) https://books.google.pt/books?id=DoVEAQAAMAAJ&pg=PA154-IA3&lpg=PA154. Ver referências anteriores em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/04/22/noticia-de-22-de-abril-de-1853-o-plymouth-em-macau/
NOTA: Está disponível na net, para leitura, o artigo “Macau visto pelo Comodoro Peryy em 1854” da autoria do Padre Manuel Teixeira em: http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30007/1508