“O Governador Coelho do Amaral (1863-1866), ilustre engenheiro militar (Tenente Coronel graduado em Coronel e depois Coronel do Corpo de Engenheiros e General) deu condições de salubridade, fez a demolição de parte da muralha, abriu estradas e pavimentou ruas, construiu o primeiro farol a costa da China, plantou árvores da Praia Grande e jardins, mandou construir o quartel para o batalhão de 1.ª linha no lugar do antigo convento e igreja de S. Francisco, desenvolveu e ampliou a cidade. Novos contingentes militares chegaram para renderem ou reforçarem o Batalhão (em 1863, em 1866,em 1868 e em 1874) e, em 1864, foi organizada a Companhia de Enfermeiros. Em 1869 são reorganizadas as forças do Ultramar.” (CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, p. 21
“20-09-1921- Apresentou-se na Secretaria Militar o Tenente de Engenharia Eugénio Sanches da Gama, (1) em serviço na Direcção das Obras dos Portos, assumindo na mesma data o cargo de chefe dos Serviços Telegráficos da província e, cumulativamente, o comandante de uma Secção de Sapadores, constituída por imperiosas necessidades de serviço. Em 4 de Outubro deixou de exercer os cargos. Esta referência tem a ver com a anterior e com a seguinte. A Companhia de Metralhadoras (criada em 1 de Março), (2) cuja dissolução chegou a estar anunciada para o dia 16 de Setembro, manteve-se operacional em virtude da gravíssima situação que a colónia atravessou na 2.ª quinzena de Setembro e só foi extinta em Fevereiro de 1922.” (3)
(1) Por despacho de 22 de Fevereiro de 1922 foi constituída uma Secção de Engenharia Militar, sob o comando do Tenente Engenheiro Eugénio Sanches da Gama, directamente subordinada a Secretaria Militar. O Tenente Sanches da Gama foi exonerado do cargo em 30 de Janeiro de 1923, data em que deixou de prestar serviço (Cfr. CAÇÃO, Armando) (2) in (3)
(2) Em 1 de Março de 1921, a Companhia de Metralhadoras entrou em execução com a Portaria 26, pela OS do QG n.º 8 de 28 de Fevereiro de 1921. Foi dissolvida em 16 de Setembro de 1921. (PP 267 e OFA9) mas devida à gravíssima situação que a colónia atravessava na 2.ª quinzena se Setembro, foi anulada a dissolução (PP 292 e OFA10). A Companhia de Metralhadoras criada pela PP n.º 26 de 27 de Janeiro de 1921 devendo o acto de dissolução ser referido ao dia 16 de Fevereiro. O pessoal passou à Companhia Europeia de Infantaria (OFA2). (CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, pp.97-98)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 140-141, 144
Carta do Príncipe Regente datada de 13 de Maio de 1810 – do Rio de Janeiro – concedendo o título de Leal ao Senado. (In Alvarás, Justiça em Macau – A. H. M. – Res). D. João VI concedeu este título ao Senado de Macau, em recompensa os esforços envidados para repelir os piratas de Cam-Pau-Sai, que ameaçavam a Colónia, e pelos importantes socorros pecuniários prestados em muitas ocasiões ao Estado da India. (1)
– Data do Alvará (13 de Maio de 1810) que cria o Batalhão Príncipe Regente, para defesa da Cidade e de Macau (passou a funcionar como polícia da cidade), com cerca de 400 praças vindas de Goa. O Vice-rei da Índia comunicou que, o Príncipe Regente tinha autorizado a criação de um batalhão para a defesa da cidade, denominado por Batalhão Príncipe Regente. O Batalhão era constituído por quatro companhias e um efectivo da ordem dos 400 homens, que o Senado fez alojar inicialmente duas companhias no antigo quartel (Casa da Alfândega) e outras duas, na fortaleza do Monte na impossibilidade de as alojar no colégio de S. Paulo.
Em 13 de Junho de 1810, foi entregue a bandeira ao comandante Major D. Francisco de Castro na igreja de Sto. António onde recebeu a bênção por Fr Agostinho, da Ordem Dominicana. (2)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954, p. 92 + SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 21.
(2) O Rei em 28 de Outubro de 1816 aprovou a deliberação do Senado de acomodar duas companhias no antigo quartel e outras duas na Fortaleza do Monte, em virtude das dificuldades postas pelo Bispo em aquartelar a tropa no Colégio.
CAÇÃO, Armando – Unidades Militares de Macau, pp. 18 e 45.
“09-07-1867 – O Brigadeiro João Ferreira Mendes entrega o comando do Batalhão de Infantaria de Macau ao Major Francisco Maria da Cunha”. (1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/francisco-maria-da-cunha/
O Governador era Joze Maria da Ponte e Horta (26-10-1866 a 1868) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-maria-da-ponte-e-horta/
Ver anteriores referências da galera “D. Maria Pia” https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/galera-d-maria-pia/
(1) CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, p. 40
Era véspera de Natal de 1929 e muitas pessoas abandonavam a cidade na espectativa de os revoltosos cumprirem as suas ameaças de bombardeamento indiscriminado de ruas e casas. (1)
“Foi rapidamente sufocada a tresloucada insubordinação dumas 50 praças de artilharia recentemente chegadas que, chefiadas pelo 2.º sargento Manuel dos Santos Guerra, exigiram um aumento de vencimentos a que se julgavam com direito e que o Governo não podia conceder, por falta de disposição legal. Os tresloucados que se insubordinaram na Fortaleza do Monte, onde se encontrava o Quartel de Artilharia de Guarnição, ameaçaram bombardear a cidade. Esgotados todos os meios suasórios e, após um cerco de 26 horas, pela polícia e outros elementos da guarnição desta província e de os subordinados terem sido intimados a renderem-se por intermédio de ordem lançadas pelos aviões da Aviação Naval, (2) dentro de 10 minutos, foram disparados uns tiros de peça, acompanhados de algumas rajadas de metralhadoras, (3) o que bastou para obrigar os insubordinados a entregarem-se às autoridades. (4) |Respeitada a linguagem da época no resumo apresentado|. (5) (6)
(1) SÁ, Luís Andrade de – Aviação em Macau, um século de aventuras, 1990, pp. 59-60
(2) “1-05-1928 – Foi criado o Centro de Aviação Naval, dependente dos Serviços de Marinha (DL 22 de 14Jun28) CAÇÃO, Armando António Azenha – Unidades Militares de Macau. 1999, p. 24. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/aviacao-naval/
(3) “O tenente José Cabral, comandante da Aviação Naval de Macau, sugeriu que o ataque fosse feito com metralhadoras por não existirem bombas próprias contra tropas mas apenas destinadas a destruir fortificações e navios de guerra. Os chefes militares decidiram intervir e ficou assente que a Aviação Naval despejaria não bombas nem balas mas sim panfletos sobre o Monte e a Guia. Às 8 horas e 45 minutos dessa manhã, o “Farey 20”, tripulado pelo tenente Cabral e pelo sargento mecânico Francisco José Júnior, voou sobre as duas fortalezas à altura de 1000 a 1200 metros, fora do alcance de tiro. Com o ruído do motor foi impossível ouvir o fogo de terra, mas um tal major Andrade, das forças fiéis, garantiria mais tarde que foram disparados tiros contra o avião. Horas depois o sargento Guerra ordenaria aos seus homens que se rendessem incondicionalmente.” (1)
(4) Julgamento em Abril de 1930, no hangar da Taipa: “No ano de 1930 não começara da melhor maneira para a Aviação Naval de Macau cujo hangar servia em Abril de 1930, de sala de julgamento de militares implicados numa rebelião armada. Os réus eram vinte e sete praças de artilharia e um sargento Manuel dos Santos Guerra, que, no Natal de 1929, tinham posto Macau em estado de sítio” (1)
(5) Extraído de SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 222
(6) Embora as fontes citadas apontam o acontecimento na véspera de Natal de 1929 (dia 24), uma notícia do dia 23 do correspondente da “Reuter”, foi publicada num jornal de Singapura no dia 24 com o título de “INSUBORDINATE MACAO GARRISON. Exaggerated Report of Mutiny. (Reuter´s Far Eastern Service). Macao, Dec. 23.
“An exaggerated report is being circulated of a mutiny of the garrison here. The facts are that between 60 and 70 artillerymen, headed by a sergeant, stationed at Monte Fort, became insubordinate, demanding higher pay. The resto of the garrison was loyal, and the Government compelled the disaffected men to surrender without a shot being fired. All is quiet in the city and business is as usual”. The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser, 24 December 1929, p. 11. ” https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/digitised/issue/singfreepressb19291224-1
“Plan de la ville et des environs de Macao” – 1846
MAPA de Paul François Dupont (1796-1879)
Bibliothèque Nationale de France (1)
No istmo que liga Macau à ilha de Heong Shan havia um destacamento português no Forte de Passaleão, (2) que o Governador Carlos Eugénio Correia da Silva (governo de 1875 a 1879) ali colocara para evitar as malfeitorias praticadas pelos chinas, mas em princípios de Janeiro de 1879, o vice-rei de Cantão exigiu que os soldados fossem retirados desse posto de COSAC (fora das Portas de Cerco), o que o governador cumpriu em 18 de Janeiro de 1879 (2)
Pormenor do mapa anterior – Istmo da Porta do Cerco
No Relatório de 31 de Agosto de 1908, o Governador Pedro Azevedo Coutinho (governo de 1907 a 1908) (3) refere que «o destacamento militar durante muitos anos, a partir de 1849, ocupava o forte de Passaleão, que algum tempo depois foi abandonada por o terreno compreendido entre esse forte e a Porta do Cerco considerado como zona neutra»
Oficialmente, “ O Destacamento em Cosac retira em consequência da “insalubridade do logar” (4)
(1) http://lunamap.must.edu.mo/luna/servlet/detail/MUST~2~2~1121~1376:Plan-de-la-ville-et-des-environs-de?embedded=true&widgetType=detail&widgetFormat=javascript
(2) TEIXEIRA, Pe. Manuel – Macau e a sua Diocese I, 1940.
(3) CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999
(4) Ordem n.º 2 do Quartel General no Governo da Província de Macau e Timor de 18 de Janeiro de 1879 – Ordem à Força Armada publicado no “Boletim da Província de Macau e Timor” XXV-n.º 3.
Comemorando o 1.º aniversário da sua chegada a Macau, (1) o Destacamento Expedicionário realizou em 13 de Setembro de 1950 um festival no antigo hipódromo (2) sob o lema: “Nós todos não somos demais para defender Portugal”
As fotos (com as legendas retiradas da origem) foram tiradas por Chun Kwong (3)
Um exercício de ginástica com traves
Rebentamento de fornilhos (4) de trotil
A Classe Europeia de ginástica desfilando
Uma demonstração com soldados indígenas de Angola
(1) O Destacamento Mixto Expedicionário formado em Lisboa, em 1949, a fim de seguir para Macau, embarcou em 15 de Julho de 1949. Chegou a Macau em 24 de Agosto de 1949. O Comandante era o coronel Laurénio Cotta Morais dos Reis que no dia 27 de Agosto desse ano assumiria as funções de Comandante Militar da colónia de Macau.
CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999.
Ver anteriores postagens em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/09/13/noticia-de-13-de-setembro-de-1950-festival-militar/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/laurenio-cotta-morais-do
(2) O antigo hipódromo que, parte dele, foi depois campo de treinos militares do quartel de Mong Há, ficava num terreno junto à Porta do Cerco.
”09-06-1925 – Pedido de Lou Lim Ioc, Presidente da Companhia «Clube Internacional de Recreio e Corridas de Macau, Limitada» para que lhe seja arrendado um terreno junto à Porta do Cerco” (A.H.M. – F. A.C. P. n.º 134 -S-C).AGOSTO
(3) Publicadas em «MOSAICO», I-2, 1950.
(4) Cavidade enchida com explosivo, em obra ou local que se quer fazer explodir.
O Esquadrão Motorizado foi criado em 22 de Setembro de 1951, por transformação da Companhia de Metralhadoras tendo nesse mesmo dia chegado o pessoal para o esquadrão sob o comando do Capitão Cavalaria José Carlos Sirgado Maia. Em Janeiro de 1953 passou a designar-se Esquadrão de Cavalaria Motorizado e estava sediado no Quartel de S, Francisco. (1)
No Anuário de Macau 1953-1955 consta como comandante ,o Capitão de Cavalaria Luís Maria Coelho Casquilho e no Anuário de Macau de 1956-1957, o capitão Mário Abrantes da Silva.
Extraído de «BGU» XXIX – 344 Fevereiro de 1954.
(1) CAÇÃO, Armando António Azenha – Unidades Militares de Macau,1999.