Archives for posts with tag: Jorge Forjaz

Em 2 de Novembro de 1849, foi exonerado, por decreto, o Capitão Feliciano António Marques Pereira (1) do governo interino de Macau, para o qual havia sido nomeado, pelo decreto de 22 de Outubro de 1849, em substituição do Conselheiro e Capitão de Mar-e-Guerra, João Maria Ferreira do Amaral, que fora assassinado. (2) Nesta mesma data foi publicado o Decreto que nomeava o Capitão de Mar-e-Guerra, Pedro Alexandrino da Cunha, para o cargo de Governador de Macau. (3) (4)

(1) Feliciano António Marques Pereira (1803-1864) casado com Maria Catarina Damasio Ferreira. (5) Assentou praça na Armada como aspirante em Fevereiro de 1821 e foi despachado guarda marinha em 1823. Subiu os diversos postos até ser promovido a capitão de fragata em 1859. Foi intendente da Marinha de Goa, comandante da corveta «D. João I» e da nau «Vasco da Gama», cargo que exercia quando faleceu. Comendador da Ordem de Aviz e cavaleiro da Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa. (Jorge Forjaz, Vol II, p.617)

Capitão de fragata, assumiu o comando da corveta  D. João I a 1 de Agosto de 1859 e  saiu de Lisboa a 28 de Agosto de 1859 e chegou a Macau em 15 de Março de 1860,  Em 29, foi embarcar na corveta o Governador de Macau, capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães que seguia para o Japão na qualidade de ministro plenipotenciário a negociar um tratado de paz e comércio com os japoneses. A corveta em 5 de Agosto largou para Yokohama a fim de se abastecer. Chegou a Macau a 9 de Setembro de 1860.

Desta viagem fez uma descrição e publicou-a em livro: PEREIRA, Feliciano António Marques – Viagem da Corveta Dom João I à Capital do Japão no anno de 1860. Imprensa Nacional, 1863, 222 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/09/noticia-de-9-de-setembro-de-1860-chegada-do-governador-no-regresso-do-japao/

Referências anteriores do capitão de fragata Feliciano António Marques Pereira e sobre a Corveta «D. João I» ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/feliciano-antonio-marques-pereira/

PEREIRA, Feliciano António Marques. [Relatório do Cônsul Geral de Portugal no Sião, Março de 1881] In: Boletim da Província de Macau e Timor. – Macau. – N.º 31 (30 de Julho 1881), p. 207-209.

 (2) Recorda-se que o assassinato do Governador João Maria Ferreira do Amaral foi a 22 de Agosto deste ano. Sucedeu-lhe, na administração da colónia, o Conselho do Governo, composto pelo Bispo da Diocese Jerónimo José da Mata, Juiz de Direito da Comarca Joaquim António de Morais Carneiro, Ludgero Joaquim de Faria Neves, Miguel Pereira Simões, José Bernardo Goularte e o procurador da cidade Manuel Pereira.

(3) 25-05-1850 – Desembarcou em Macau o Governador Capitão-de-mar-e-guerra, Pedro Alexandrino da Cunha que tomou posse, no dia 30 deste mês, vindo a falecer nesta cidade semanas depois (vítima da cólera) (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954). Padre Teixeira refere desembarque a 28-05-1850, falecendo a 6 de Julho do mesmo ano (Toponímia de Macau, Vol I, p. 16). Carlos José Caldeira em “Macau em 1850”, p.98 refere chegada do dito governador a 26 de Maio, tomada de posse a 30 e morte a 6 de Julho. António Marques Pereira nas “ Efemérides Comemorativas da História de Macau” refere tomada de posse em 29-05-1850. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pedro-alexandrino-da-cunha/

(4)GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954

(5) O único filho, António Feliciano Marques Pereira nasceu em Lisboa, a 06-1839 e faleceu em Bombaim (India) a 11 de Setembro 1881). Ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-feliciano-marques-pereira/

O macaense Carlos Humberto da Silva (1) pronunciou no Leal Senado uma conferência integrada na Semana do Ultramar intitulada «Alguns Aspectos Antropológicos das Influências Portuguesa e Chinesa em Macau”

Distinguiu dois tipos de macaenses: o «pioneiro» e o «recente».

Disse ele que o primeiro, também conhecido por «português oriundo de Macau» é sob o ponto de vista, um ocidental completamente português no pensar, no sentir, nos hábitos, nos costumes e até tem o que vulgarmente se chamam os «defeitos da raça». Quanto ao segundo tipo, disse que, «a partir da segunda metade do século passado, quebradas as barreiras artificiais do afastamento entre os portugueses e chineses, uns e outros entraram em franco contacto de onde resultou um entendimento que fez desabrochar uma atracção mútua que se diria existir em estado latente de ambos os lados.

Como é natural essa aproximação não tem cessado, de então para cá, bem antes pelo contrário. Nestas três ou quatro décadas pode-se dizer que o número de cruzamentos em relação à população portuguesa de Macau, atinge cifras importantes. O ritmo crescente de casamentos e cruzamentos dá a impressão duma avalanche pela sofreguidão com que parecem querer reaver o tempo perdido.

Não devemos estar longe da verdade se dissermos que este novo elemento da vida macaense é hoje o elemento mais numeroso da sua população portuguesa, porque, evidentemente, este «macaense recente» está posto em pé de igualdade, como é natural, com todos os outros portugueses. É igualmente evidente que a influência chinesa na sua vida é decisiva, para o que, bastaria o facto de geralmente a mãe ser chinesa ou de, em muitos casos, ambos os pais terem ascendência chinesa próxima também. “ (2)

(1) Carlos Humberto da Silva (1908-1990), diplomado pelo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos, foi secretário do Leal Senado da Câmara de Macau, do qual também foi presidente (2-01-1965 a 9-03-1965, por motivos de saúde, substituído pelo Vereador Francisco de Paula Barros e pelo Vice Presidente José dos Santos Maneiras). (3) Bibliotecário do Centro de Estudos de Antropologia Cultural e do Museu de Etnologia de Lisboa. Co-fundador do Grande Prémio de Macau. Agraciado com a Medalha de Mérito Desportivo do Governo de Macau. Casado com Beatriz Emília Nolasco da Silva.

FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, vol. III, 1996, p.720. Veja-se https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/carlos-humberto-da-silva/

(2) TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes III-IV, 1998, pp. 182-183.

(3) SILVA, Beatriz Basto – Cronologia da História de Macau, Vol. IV, 2015, p. 64

Extraído de «BPM», XI-12 de 20 de Março de 1865, p. 48

NOTA I – “Caetano Gomes da Silva (18?? – 20-11-1873) «asfixiado por submersão no rio de Macao entre a Fortaleza da Barra e Taipa». Alferes adido ao Batalhão de Artilharia de Macau, por carta patente de 29.11.1849; capitão do Batalhão de Infantaria. Morreu em circunstâncias trágicas, quando regressava a terra de um jantar a bordo da escuna «Príncipe Carlos». No trajecto para terra, atravessou-se-lhes na frente um fai-ai com 70 chineses, contrabandistas de ópio. Travou-se dura luta, ficaram feridos alguns oficiais e, além de vários marinheiros, morreu o capitão Gomes da Silva, cujo cadáver foi encontrado no dia seguinte na costa da Taipa, mostrando feridas com instrumento perfurante.” (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol. III, 1996, pp.685-686)

Em 05.12.1865 foi atribuído pelo Rei D. Luís I ao capitão do Batalhão de Linha de Macau, Caetano Gomes da Silva a condecoração com o hábito da Ordem de S. Bento de Avis. (https://digitarq.ahu.arquivos.pt/details?id=1413547)

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/20/noticia-de-20-de-novembro-de-1873-tragico-acidente-nas-aguas-do-porto-interior/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/caetano-gomes-da-silva/

NOTA II – A Travessa de António da Silva começa no cimo da Escada Quebra- Costas, entre o Pátio do Bonzo e a Rua da Aleluia, e termina entre a Rua do Pe. António e a Rua da Barra, em frente da Rua do Lilau. António da Silva nasceu em Lisboa, donde veio para Macau. Casou com Ana Maria Gonçalves; falecida esta, casou a 14-7-1812 com Ana Faustina Coelho dos Santos (1793 -?). António da Silva era dono duma grande casa, chamada «A Armação de António Silva», a qual foi comprada por Maria Bernardina dos Remédios e António Hugo dos Remédios. Em 1898, esta Armação serviu de asilo a uns 200 frades espanhóis, que se vieram refugiar-se em Macau durante a revolta das Filipinas contra a Espanha. A família Remédios legou esta casa à Diocese de Macau. (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. II, 1997, pp. 366-367)

NOTA III – Ofício do Senado de 14 de Abril de 1847: “Desde a Rua do chalé de Simão até outra vezinha d´escada de pedra chama-se Rua d´Alleluia” (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. II, 1997, p. 24)

Extraído de «BPMT», XVIII-53, de 28 de Dezembro de 1872, p. 223

Por este gesto de coragem, “… lançou-se às águas do rio Cantão numa noite de forte temporal para salvar o segundo-tenente Manuel Luís Mendes Leite” foi agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.

Extraído de «BPMT», XIX-18, de 3 de Maio de 1873, p.69

(1) José de Almeida de Ávila (Horta, 29 de Outubro de 1844 — Lisboa, 30 de Outubro de 1902) foi um oficial da Marinha de Guerra Portuguesa, na qual atingiu o posto de capitão-de-mar-e-guerra, político e administrador colonial. Foi governador civil do Distrito da Horta (1894-1895). Era filho de José de Almeida Ávila e de Sofia de Vasconcelos, neto paterno de Manuel José de Ávila (irmão do duque de Ávila e Bolama). Com o posto de segundo-tenente em 1872 foi colocado no comando naval de Macau. Neste período integrou as guarnições da canhoneira Camões, da escuna D. Carlos, da canhoneira Tejo e da corveta Duque de Bragança. Em 1874 foi transferido para a Estação Naval de Moçambique. Em Dezembro de 1883 foi nomeado para o cargo de imediato da canhoneira Tâmega, então a prestar serviço em Macau.

Permaneceu em Macau alguns anos, tendo casado em 8 de Agosto de 1885 (então capitão tenente da Armada, comandante da canhoneira «Tâmega») com Guilhermina Homem de Carvalho. (2) Este casamento voltou a ser efémero, por a esposa ter falecida de parto em 11 de Junho de 1886. No ano seguinte, pediu transferência para Lisboa, sendo em finais de 1877 colocado como capitão-tenente supranumerário na Direcção do Arsenal da Marinha e nomeado conselheiro da Escola de Alunos Marinheiros de Lisboa. Ver biografia mais pormenorizada em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Almeida_%C3%81vila https://en.wikipedia.org/wiki/Duke_of_%C3%81vila_and_Bolama

(2) Guilhermina Maria Homem de Carvalho (S. Lourenço 28-03-1865 e faleceu de parto a 11-06-1886). Filha de José Francisco Homem de Carvalho (1825-1880), negociante e proprietário. Em 1871, era um dos 40 maiores contribuintes de Macau; fundador da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), fundada em 1871. (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, 1996, pp. 217 e 219)

Pedro Germano Marques viúvo, com 75 anos, faleceu na Sé a 15 de Dezembro de 1874. (1) Da 4ª geração da família macaense “Marques” de Macau, nasceu a 21 de Abril de 1799. Foi escrivão da Câmara. Era dotado de grande habilidade para o desenho (2) tendo desenhado e dirigido, entre outras obras, o primeiro projecto para o Teatro D. Pedro V, o primeiro teatro de estilo ocidental na China. Foi inaugurado em 1860 (a actual fachada foi delineada pelo Barão do Cercal, António Alexandrino de Melo em 1873 e restaurada em 1918 por José Francisco da Silva). Foi sepultado na Igreja de Sto. Agostinho.(3)

Fachada do teatro c. 1971

(1) “ No registo de nascimento é Pedro Germano; no de casamento é Pedro Gregório; e no registo de óbito é Pedro Germano! No entanto a documentação civil que se lhe refere chama-o sempre Pedro Germano” (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, 1996, p. 562

(2) “Pedro Marques não era arquitecto nem engenheiro, mas tinha engenho e arte e foi ele que desenhou e dirigiu a construção do edifício, que saiu apurada. O Teatro D. Pedro V revela uma rara combinação das arquiteturas clássicas grega e romana coma portuguesa, de que resultou uma obra que nos encanta e dignifica” (TEIXEIRA, P.e Manuel – O Teatro D. Pedro V,1971, p.7)

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 216

Ver anteriores referências em https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pedro-germano-marques/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/teatro-d-pedro-v/

Extraído de «REVISTA COLONIAL», ANO I, n.º 12 de 26 de Dezembro de 1913, pp. 37-38. (1)

(1) Relação do agentes da “Agência Colonial, Limitada” nomeadamente em Macau: tenente-coronel Joaquim A. Ferreira dos Santos e em Hong Kong “Jorge & Co”

NOTA – F. J. V. Jorge referido neste artigo é Francisco José Vicente Jorge nascido na Sé a 1-11-1847 e falecido em Hong Kong a 2-04-1920. Era filho mais velho do segundo casamento do pai José Vicente Caetano Jorge (1803-1857) com Emília Antónia Xavier (1828-1892). Casou em Hong Kong a 16-02-1874 com Eulália Francisca (Xavier) de Sousa, em 1868. Irmão de Câncio José Jorge (1849-1900) e Emílio António Jorge (1850-1915) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, 1996,259

Villa d´Alva 1933 – 1966?? Ver: https://gwulo.com/node/36130

The Directory & Chronicle for China, Japan, Corea, Indo-China, Straits.1904. p. 480
Extraído de «BPMT», XIII-43 de 28 d

O governador Macau homenageado era José Maria da Ponte e Horta (26-10-1866 a 2-08-1868)

Maximiano António dos Remédios filho de António dos Remédios e de Rita de Sousa Peres nasceu em S. Lourenço a 12.09.1808 e faleceu S. Lourenço a 1.02.1875. Rico negociante e proprietário, arrolado em 1871 como um dos 40 maiores contribuintes de Macau. A 17.09.1871, reuniu em sua casa um grupo de macaenses que constituíram o núcleo fundador da «Associação Promotora da Instrução dos Macaenses» (APIM). Na eleição da 1.ª direcção Maximiano dos Remédios foi eleito presidente.

Maximiano dos Remédios tinha uma propriedade na chácara de S. José, vulgarmente conhecida por chácara de Manochái sita na Calçada das Chácaras (lugar onde havia várias chácaras) local hoje junto de Santa Sancha. A 17 de Abril de 1902, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, (SCM) propôs e a Mesa concordou em comprar por $2 000 a «Chácara de S. José» pertencente à viúva de Maximiniano António dos Remédios, contínua ao Hotel BoaVista (comprada pela SCM em 15 de Novembro de 1901 para aí instalar Hotel Sanatório) com intenção de aumentar a área de construção.

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/maximiano-antonio-dos-remedios/

Informações retiradas de: FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, VOL. III, 1996, p. 40; TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I, 1997 p. 303, 311,

Extraído de «Echo Macaense», I-9 de 12 de Setembro de 1893, p.3

Bernardino de Senna Fernandes, 1.º barão (1889), elevado a visconde (1890) e depois a conde (em duas vidas) em 1893, faleceu a 2 de Maio de 1893. (1) O conde casou pela 2.ª vez, em 11-07-1862 com Ana Teresa Vieira Ribeiro (1846-1929) que fundou (depois de viúva) a firma «Viúva Senna Fernandes & Filhos», com sede na Rua da Praia Grande, n.º 71 onde ela vivia. Em 1901, a firma, com a retirada de duas filhas, ficou para a filha Alina (5.ª filha), casada com Fernando José Rodrigues, dando assim posteriormente à firma «F. Rodrigues & Filhos». (2) (3)

Ana Teresa Vieira Ribeiro, em 20.12-1894, casou pela 2.ª vez com o seu sobrinho, por afinidade Leôncio Alfredo Ferreira. (2) (4)

Thomas Edison com o seu 2.º fonógrafo. Foto de Levin Corbin Handy em 1878. (https://en.wikipedia.org/wiki/Phonograph )

NOTA: O fonógrafo, (depois conhecidos como “gramofone” desde 1887), pequena máquina que gravava e reproduzia sons através de rolos de cera, foi inventado por Thomas Edison em 1877 que com os melhoramentos progressivos, tornaram-se populares na segunda metade da década de 80 do século XIX, espalhando-se pelo mundo. O fonógrafo que no início era reservado a um restrito número de homens ricos, passou a ser mostrado em espectáculos públicos, em que um espectador pagava para poder ouvir uma série de cilindros de fonógrafo por uma ordem pré determinada e conduzida pelo apresentador. (5)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardino-de-senna-fernandes/

(2) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, vol. III, 1996, pp. 544 e 994

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/firma-f-rodrigues/

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leoncio-alfredo-ferreira/

(5) https://www.aminharadio.com/radio/historia_fonografo

23-07-1926 – Passagem para Xangai destinada ao Chefe de Esquadra do Comissariado de Polícia Parménio Marques, (1) que ali se desloca para receber, em nome das autoridades portuguesas um preso português, de nome Mendonça acusado de homicídio voluntário” (2)   

(1) Parménio Ocúcio Marques nascido na Sé a 8.3.1890 e falecido na Sé a 1.7.1938. Solteiro, Chefe da P.S.P. Filho de José Maria Marques (1858-1911), Chefe do Serviço Telegráfico de Macau e 2.º sargento do Batalhão Nacional de Macau e de D. Euclídia da Anunciação da Luz . FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, ‘p. 571

(2) “A.H.M. – F. A. C. P. n.º 595 – S- P” in SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 187.

Vicente de Paulo Salatwichy Pitter (Piter) nascido em Macau, em 10 de Janeiro de 1813 (1) e baptizado em 17 do mesmo mês, (2) (3) (4) faleceu em S. Lourenço a 9 de Julho de 1882. Filho de Pedro Alexandre Salatwichy e Josefa Antónia Favacho.

Extraído de «BPMT», VIII-28 de 15 de Julho de 1882, p. 238

Casou em S. Lourenço em 06-11-1849 com Hermelinda Joaquina Cortela Leiria (15-02-1830/2-08-1855) (5) Deste 1.ª núpcias, teve 4 filhos. Tendo enviuvado casou em S. Lourenço, em 16 de Fevereiro de 1858 com a sua cunhada Eugénia Norberta Cortela Leiria (falecida em 5-07-1902) Deste casamento teve 3 filhos.

Formou-se em medicina na Escola Médica de Goa, praticou na Ala de Medicina do Hospital Real obtendo a carta a 23-04-1839. Regressou a Macau foi nomeado cirurgião ajudante interino do Batalhão de linha e exonerado em 02-05-1865 (OFA n.º 14 de 08-07-1865) conservando no entanto as honras de cirurgião ajudante do mencionado batalhão. Foi também facultativo da superintendência da emigração chinesa.

Extraído de «BGM»,  XI-28 de 10 de Julho de 1865, p. 112

Pelos serviços que prestou gratuitamente às guarnições de vários navios de guerra franceses durante a epidemia de cólera-morbus, que assolou a cidade, foi condecorado com o hábito da Legião de Honra. Mais tarde o governo português agraciou-o com os de Cavaleiros da Legião d´Honra de Cristo e da Conceição e depois de Torre e Espada. («O Macaense, de 13-07-1882)

Ficou com o nome para sempre ligado a um famoso preparado medicinal por ele descoberto e manipulado, o «Sin Cap Dr. Pitter» ou «Chá do Dr. Pitter». (6) Tratava-se de uma infusão de oito espécies (plantas) folhas secas e miudinhas, quase todos específicos contra doenças do tubo digestivo, usados em medicina tradicional chinesa, uma infusão «considerada um bom estomáquico e eupéptico, usava-se como profiláctico, após um chá gordo ou lauto banquete, e era também muito estimada em Macau contra afecções gastro-intestinias de diferentes etiologias»  (6)

NOTA: “Aparentemente o apelido Piter parece ser uma corruptela do nome próprio do pai – Pedro ou seja, Pietro em italiano. Assim, Piter terá funcionado como um autêntico patronímico, logo assumido como apelido em detrimento do próprio apelido original da família.” (3)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/10/noticia-de-10-de-janeiro-de-1813-dr-vicente-pitter/

(2) Segundo Jorge Forjaz (3) foi baptizado em S. Lourenço em 04-01-1813.

(3) TEIXEIRA, Pe. – A Medicina em Macau, Volumes III-IV, 1998, pp.138-142

(4) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume ii, 1996, pp. 464-465

(5) O Dr. Pitter mandou executar uma linda lápide de mármore e alabastro para sepultura de sua esposa que jaz na parede lateral da igreja do Seminário de S. José, à direita de quem entra pela porta principal.

FOTO DO AUTOR 2015

Em cima, em alastro, aparece-nos uma urna encimada pela cruz, com uma caveira e um manto; duas crianças oram junto a uma cruz com uma coroa; na lápide de mármore, estão dois anjos, um com um ramo outro com a coroa do triunfo.(2)

FOTO DO AUTOR 2015

A lápide foi feita em 1860 por A. Bosc, em Nimes, França. Após falecimento em 1855, esteve sepultada no jazigo de família no Cemitério de S. Miguel e depois o bispo autorizou que os ossos fossem transladados para a igreja do Seminário de S. José

FOTO DO AUTOR 2015

(6) “Este famoso chá era ainda preparado em Macau, nos anos 60/70, por D. Maria Tereza Pitter, neta daquele médico. Era vendido em embrulhinhos de papel de seda cor-de-rosa  e apresentava-se sob o aspecto de um pó muito fino , castanho, e fortemente aromático, lembrando o cheiro de limão ou de laranjaAMARO, Ana Maria – Antigas receitas e segredos de Macau. O famoso chá do Dr. Piter e o já esquecido Chá Patrício. Revista da Cultura, Macau, ICM, n.º5, 1988, pp. 25-26 http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30005/1461