Continuação da leitura da conferência realizada na Sociedade de Geografia de Lisboa, em 5 de Junho de 1946, pelo tenente-coronel de engenharia Sanches da Gama e publicada no «Boletim Geral das Colónias» de 1946. (1) (2)
(1) Ver anteriores postagens em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/06/05/noticia-de-5-de-junho-de-1946-leitura-macau-e-o-seu-porto-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/10/24/leitura-macau-e-o-seu-porto-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/11/02/leitura-macau-e-o-seu-porto-iii/
(2) «BGC»XXII -253, Julho de 1946, pp. 67-92.
TATSU MARU INCIDENT. ACTION BY SYDNEY CHINESE. BOYCOTT OF JAPANESE TRADERS AND GOODS.
Sydney, March 26: There was commotion in shipping circles to-day, when it became known that the Chinese merchants of the whole of New South Wales propose to take united action with a view of effectually boycotting all Japanese firms and their goods, and that arrangements had been practically completed at Canton for the establishment of a new line of steamers, owned exclusively by Chinese, to trade between Hong Kong and this port. This on account of the Tatsu Maru incident.
A representative meeting of Chinese merchants and traders was held last night, at which the speakers made out a strong case for the withdrawal of support from the Nippon Yusen Kaisha. The prevailing opinion was that they should join their countrymen in Canton and elsewhere in an effective world-wide boycott of Japanese merchandise. The following resolution – “That in future all Japanese goods should be boycotted in Sydney”- was submitted, and met with unanimous approval.
Another meeting will be held to resolve on a definite course of action. The Chinese traders throughout the State have notified their willingness to join forces, and it is regarded as certain that the boycott will extend to the other States.
«The West Australian»(Perth, WA : 1879 – 1954) Sex 27 Mar 1908 p. 7 (https://trove.nla.gov.au/newspaper/article/25719035)
Extraído de «The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser» (1884-1942) 17 March 1908 p. 5
https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/Digitised/Article/singfreepressb19080317-1.2.26
THE TATSU MARU. JAPAN MEETS CHINA.
LONDON, March 9.
In connection with the seizure by China of the steamer Tatsu Maru early in February while flying the Japanese flag off the Portuguese dependency of Macao, near Hongkong, the Japanese Government have expressed their willingness to consider the suggestions of the Chinese Government that the vessel’s arms should be returned to Japan, and ‘that the latter country should suppress its trade in munitions of war with the mainland.
«The Advertiser» (Adelaide, SA: 1889 – 1931) Qua 11 Mar 1908, page 7
https://trove.nla.gov.au/newspaper/article/5128461
Ver anteriores postagens acerca deste incidente: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/tatsu-maru/
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Extraído de «ABC Madrid», 9-03-1908
http://hemeroteca.abc.es/nav/Navigate.exe/hemeroteca/madrid/abc/1908/03/09/001.html
Ver anteriores postagens sobre este incidente: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/tatsu-maru/
The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser, 17 March 1908, Page 5
https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/Digitised/Article/singfreepressb19080317-1.2.27
Notícia de 12 de Fevereiro de 1874 na imprensa portuguesa, no «Diário Illustrado» n.º 531 p.3, (1) sobre a visita do Governador Visconde de S, Januário ao Japão, em 1873.
NOTA: O governador chegou a Macau no dia 8 de Fevereiro de 1874, vindo duma visita a Cantão (Guangzhou) de 1 a 8 de Fevereiro e não (como salienta a notícia) do Japão; Inaugurou o Hospital que foi concluída em Dezembro de 1873, a 6 de Janeiro de 1874 (2)
(1) Diario illustrado. – Nº programa (jun. 1872) – a. 39, nº 13301 (7 jan. 1911). – Lisboa : Impr. de Souza Neves, 1872-1911. – 46 cm
(2) 23-10-1873 – O Governador Visconde S. Januário (1827-1901) seguiu para o Japão na qualidade de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário, sendo recebido pelo Imperador Matsuhito (Meiji), no dia 20 de Novembro de 1873. Barão de São Januário em 1866 outorgado por El-Rei D. Luís; visconde em 1867 e finalmente conde de São Januário em 1889. Em 1872 assumiu o cargo de Governador-Geral de Macau e Timor, cargo que exerceu até 7 de Dezembro de 1874, tendo entretanto sido nomeado Ministro Plenipotenciário.
07-05-1874 – Exoneração a seu pedido, do cargo de Governador da Província de Timor, do Visconde de S. Januário e nomeação do Coronel do exército, José Maria Lobo d´Àvila para o mesmo cargo. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 207 e 211)
Extraído de «Gazeta de Macau e Timor» II-6 de 28 de Outubro de 1873, p. 2
Anteriores referências a este Governador em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/januario-correa-de-almeida-visconde-conde-de-s-januario/
Tam Pek Lei, proprietário da firma Kong Vo (1) (firma que estava situada na Rua de S. Domingos num dos edifícios de traça ocidental de três pisos à frente da actual Livraria Portuguesa), alugou o cargueiro japonês «Tatsu Maru n.º 2» que partiu da cidade de Kobe em 26 de Janeiro para introduzir clandestinamente na China, aos alegados revolucionários , 2000 espingardas e 40 000 balas de Empresa Tatsuma. Na tarde do dia 5 de Fevereiro o vapor japonês foi abordado por um navio patrulha da marinha de Amoy (Guangdong) ao largo da Ilha de Coloane e a carga ilegal detectada originou um sério incidente diplomático entre a China, o Japão e Portugal.
A população chinesa de Macau e Hong Kong e comunidade chinesa em diversas cidades asiáticas manifestaram publicamente a sua indignação contra as acções subversivas dos japoneses conduzindo a manifestações e ao boicote de produtos japoneses durante sete meses.
O navio foi rebocado para Cantão (Guangzhou) alegando o governo imperial chinês que as águas de Coloane não constituíam parte do território de Macau.
Sequência relacionada com o Incidente “ Tatsu Maru” que durou entre Março e Outubro de 1908
5 de Fevereiro – Aprisionamento do navio “Tatsu Maru” pela armada chinesa.
13 -15 de Março – Japão impõe cinco exigências à China Imperial incluindo a libertação do navio, pedido de desculpas e uma indeminização.
17 de Março> – Mercadores em Cantão (Guangzhou )começam um boicote aos produtos chineses.
19 de Março – Protestos da população na província de Cantão (Guangdong). O boicote aos produtos chineses estende-se por toda a China.
21 a 22 de Março – Devido à pressão do Japão, o governo imperial chinês ordena o fim do boicote.
5 de Abril – As mulheres em Cantão (Guangzhou) organizam um marcha memorial de vergonha por este incidente.
(1) No rescaldo deste incidente, o negócio de Kong Vo sofreu imenso e nem o facto de mudar de nome salvou a empresa.
Tam Pek Lei não teve outro remédio senão abandonar Macau e reiniciar a sua vida em Honolulu e outros países do sudeste asiático. As instalações seriam adquiridos por um respeitável comerciante chinês de Macau, Ho Lin Vong e transformadas numa casa de ópio e jogo, sob a designação de Companhia Chap Chi. (As Ruas Antigas de Macau, IACM, 2016, p. 17)
NOTA 1: sobre este incidente, vale a pena ouvir João Guedes in Falar de Memória (127) “O Tatsu Maru e a Questão de Macau” em: http://port.tdm.com.mo/c_radio/play_audio.php?ref=9943
NOTA 2: interessante trabalho académico deste incidente, do ponto de vista japonês https://digitalrepository.trincoll.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1041&context=moore
No dia 20 de Dezembro de 1645, partiu na armada de António Fialho para a Índia, o Capitão-Geral Dom Sebastião Lobo de Silveira. Durante o seu governo, acabou-se o comércio com o Japão, por ordem do Imperador japonês, pelo que Macau ficou arruinado sendo obrigado a viver de empréstimos que lhes faziam os moradores nobres, Era homem de génio orgulhoso e de sinistras intenções e D. João IV ordenou que fosse repatriado sob prisão com sequestro dos seus bens, por ter morto com todos os requintes de ferocidade o Administrador da Fazenda Real, Diogo Vaz Freire. (1)
Partiu para Goa e dali para Portugal, na nau almirante Nossa Senhora da Atalaia a 20 de Fevereiro de 1647, mas a nau naufragou na costa deserta da Cafraria e Lobo da Silveira salvou-se com maioria da gente; mas faleceu após grandes padecimentos em terra (2)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – IV Centenário dos Dominicanos em Macau 1587-1987. Fundação Macau, 1987, 50 p.