O Colégio Imaculada Conceição fundado por iniciativa do comendador Albino da Silveira (1) foi inaugurado, em 15 de Março de 1864, sob a direcção das Irmãs do Instituto de S. Paulo de Chartres, discursando nessa ocasião Bernardino de Sena Fernandes, o Governador Coelho do Amaral e o Padre Vitorino de Almeida; em virtude do Decreto de 20 de Setembro de 1870, que excluía do ensino professores estrangeiros, o Colégio fechou em Setembro de 1871, sendo reaberto em 24 de Novembro de 1872, falando nessa ocasião a “sympathica e talentosa jovem Maria José”, (2) o Padre Vitorino de Almeida, o Governador da Colónia, Visconde de S. Januário, e o Governador do Bispado, o Padre António Luís de Carvalho. Os discursos de Maria José Pereira e do Visconde de S. Januário podem ler-se na «Gazeta de Macau e Timor», 1.º anno, n.º 10 de 26 de Setembro de 1872 (3)
O comendador Albino da Silveira, estando em Shanghai, abriu uma subscrição para a fundação de um Colégio feminino em Macau, encarregando-se ele de mandar vir da França as mestras, as Irmâs de Caridade de S. Paulo de Chartres O seu projecto, a requerimento de Bernardino de Sena Fernandes, aprovado por Portaria de 26 de Dezembro de 1863, (4) e autorizada a sua continuação por Portaria de 17 de Março de 1868, (4) o qual o Colégio apenas durou por mais três anos. Em Setembro de 1871, devido ao decreto de 20 de Setembro de 1870 (exclusão do ensino em Macau dos professores estrangeiros), as professoras retiraram-se, encerrando-se o estabelecimento.
(1) Albino da Silveira (Macau 1823- Macau 1902) filho de Francisco Cândido Pereira da Silveira e de Francisca Carlota Pereira da Silveira, naturais de Macau, foi empregado, em Cantão, em casa de Robinnet, negociante de sedas e depois em casa de Jardine, Matheson & CO. Mais tarde foi para Shanghai, em casa de Dent & Co e por fim estabeleceu-se em Hong Kong, onde serviu de guarda-livros da “Union Insurance Society of Canton” recebendo, ao reformar-se uma pensão vitalícia desta Sociedade. O comendador foi em Hong Kong Presidente do Club Lusitano, do Círculo Católico, da Confraria de SSmo Sacramento e da Sociedade de S. Vicente de Paulo por 25 ano Nomeado sócio ordinário, em 1892, da Sociedade de Geografia de Lisboa. A comenda da Conceição foi-lhe atribuída pelo Governo Português em 1893. Era também Cavaleiro de S. Silvestre. Em Shanghai foi vice-consul de vários fundou um jornal português “O Aquilão”, de duração efémera. Faleceu em Macau, na residência do Comendador Lourenço Marques, onde vivia. (3)
A filha do comendador Ana Joaquina da Silveira, estudou no Colégio da Imaculada Conceição até Junho de 1870, quando foi para França para continuar os estudos. Foi uma das primeiras alunas macaenses a ingressar no Instituto da Congregação de S. Paulo, e em 1876, tomou o hábito em Chartres com o nome de Soeur Basilide Joseph e lá faleceu. (5)
(2) Maria José Pereira, nascida em 18 de Outubro de 1861 é filha de Bartolomeu António Pereira e de Belmira da Encarnação e casou com Leôncio Alfredo Ferreira. (6) Maria José foi aluna distinta do Colégio da Imaculada Conceição
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Galeria de Macaenses Ilustres do Século XIX, 1942, p. 453
(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colegio-da-imaculada-conceicao/
(5)) TEIXEIRA, P. Manuel – A Educaçao em Macau, 1982, p. 315
(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leoncio-alfredo-ferreira/