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Pavilhão octogonal / Biblioteca no Jardim de S. Francisco (1)

20-08-1912 -.O Processo n.º 382 – Série Q, do Fundo da Administração Civil (A. H. M.) guarda a documentação sobre o Quiosque do Jardim de S. Francisco; sua construção, funcionamento e remoção (2)

1920 – Pouco início nesta década foi mandado construir por Isménio Jesus dos Passos Grilo Gomes o Pavilhão Octogonal, num dos extremos da zona conhecida por Jardim de S. Francisco, que se prolongava por toda a área fronteira ao Convento de Santa Clara. De início era uma sala de venda de bebidas e um centro de diversões com  bilhar , adoptando o nome  de “Estrela do Oriente”. (2).

1927 – O Jardim de S. Francisco, que fora murado em c. de 1860, constituindo um belíssimo campo de lazer, com três portões e uma porta pequena em frente do Convento de Sta. Clara, vê agora desmantelar os seus muros, parte dos canteiros e o caramanchão, abrindo-se nele duas vias alternativas ao trânsito da rua principal, para facilitar o tráfego com o Porto Exterior. Ficou o quiosque, falando do passado, e pouco mais. (2)

1948 -O «Pavilhão Octogonal» no centro da cidade de Macau, foi doado pelo Vice-Presidente da Associação Comercial de Macau para uma biblioteca chinesa / sala de leitura pública. Ali se concentram, sobretudo e desde então, os idosos chineses, a ler o jornal. O governo português tomou a seu cargo renovar as instalações, e adquiriu livros e revistas para o acervo da pequena biblioteca. (2)

(1) MACAU MACAO BIBLIOTECA JARDIM DE S. FRANCISCO LIBRARY PORTUGAL COLONIAL CHINA PC. https://www.ebay.com/itm/MACAU-MACAO-BIBLIOTECA-JARDIM-DE-S-FRANCISCO-LIBRARY-PORTUGAL-COLONIAL-CHINA-PC/382552957867?hash=item5911eee3ab:g:Ox4AAOSwbihaNeK~

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 68, 124, 193 e 286,

Extraído de «BGM», VI-18 de 7 de Abril de 1860

No seguimento das postagens anteriores (1) (2) (3) a propósito do 1.º dia de circulação em 2005 de:

pelo Correios de Macau e Instituto Cultural do Governo da R.A.E. de Macau, apresento dois dos quatro bilhetes postais (cada: 15 cm x 10,5 cm) com o valor facial de 2.00 patacas.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/07/16/noticia-de-16-de-julho-de-2005-filatelia-macau-patrimonio-mundial-i/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2023/07/16/noticia-de-16-de-julho-de-2005-patrimonio-mundial-postal-ii/

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2023/10/11/filatelia-de-2005-patrimonio-mundial-postal-iii/

Em 2 de Novembro de 1849, foi exonerado, por decreto, o Capitão Feliciano António Marques Pereira (1) do governo interino de Macau, para o qual havia sido nomeado, pelo decreto de 22 de Outubro de 1849, em substituição do Conselheiro e Capitão de Mar-e-Guerra, João Maria Ferreira do Amaral, que fora assassinado. (2) Nesta mesma data foi publicado o Decreto que nomeava o Capitão de Mar-e-Guerra, Pedro Alexandrino da Cunha, para o cargo de Governador de Macau. (3) (4)

(1) Feliciano António Marques Pereira (1803-1864) casado com Maria Catarina Damasio Ferreira. (5) Assentou praça na Armada como aspirante em Fevereiro de 1821 e foi despachado guarda marinha em 1823. Subiu os diversos postos até ser promovido a capitão de fragata em 1859. Foi intendente da Marinha de Goa, comandante da corveta «D. João I» e da nau «Vasco da Gama», cargo que exercia quando faleceu. Comendador da Ordem de Aviz e cavaleiro da Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa. (Jorge Forjaz, Vol II, p.617)

Capitão de fragata, assumiu o comando da corveta  D. João I a 1 de Agosto de 1859 e  saiu de Lisboa a 28 de Agosto de 1859 e chegou a Macau em 15 de Março de 1860,  Em 29, foi embarcar na corveta o Governador de Macau, capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães que seguia para o Japão na qualidade de ministro plenipotenciário a negociar um tratado de paz e comércio com os japoneses. A corveta em 5 de Agosto largou para Yokohama a fim de se abastecer. Chegou a Macau a 9 de Setembro de 1860.

Desta viagem fez uma descrição e publicou-a em livro: PEREIRA, Feliciano António Marques – Viagem da Corveta Dom João I à Capital do Japão no anno de 1860. Imprensa Nacional, 1863, 222 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/09/noticia-de-9-de-setembro-de-1860-chegada-do-governador-no-regresso-do-japao/

Referências anteriores do capitão de fragata Feliciano António Marques Pereira e sobre a Corveta «D. João I» ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/feliciano-antonio-marques-pereira/

PEREIRA, Feliciano António Marques. [Relatório do Cônsul Geral de Portugal no Sião, Março de 1881] In: Boletim da Província de Macau e Timor. – Macau. – N.º 31 (30 de Julho 1881), p. 207-209.

 (2) Recorda-se que o assassinato do Governador João Maria Ferreira do Amaral foi a 22 de Agosto deste ano. Sucedeu-lhe, na administração da colónia, o Conselho do Governo, composto pelo Bispo da Diocese Jerónimo José da Mata, Juiz de Direito da Comarca Joaquim António de Morais Carneiro, Ludgero Joaquim de Faria Neves, Miguel Pereira Simões, José Bernardo Goularte e o procurador da cidade Manuel Pereira.

(3) 25-05-1850 – Desembarcou em Macau o Governador Capitão-de-mar-e-guerra, Pedro Alexandrino da Cunha que tomou posse, no dia 30 deste mês, vindo a falecer nesta cidade semanas depois (vítima da cólera) (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954). Padre Teixeira refere desembarque a 28-05-1850, falecendo a 6 de Julho do mesmo ano (Toponímia de Macau, Vol I, p. 16). Carlos José Caldeira em “Macau em 1850”, p.98 refere chegada do dito governador a 26 de Maio, tomada de posse a 30 e morte a 6 de Julho. António Marques Pereira nas “ Efemérides Comemorativas da História de Macau” refere tomada de posse em 29-05-1850. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pedro-alexandrino-da-cunha/

(4)GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954

(5) O único filho, António Feliciano Marques Pereira nasceu em Lisboa, a 06-1839 e faleceu em Bombaim (India) a 11 de Setembro 1881). Ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-feliciano-marques-pereira/

Extraído de «BGM», VI-28 de 20 de Junho de 1860
Extraído de «BGM», VI-27 de 9 de Junho de 1860, p. 107

O aniversário do nascimento da deusa «Neong Ma», (1) que se comemora no 23.º dia da 3.ª Lua, (este ano no dia 23 de Abril), é para os marítimos, em Macau, a mais importante festividade religiosa do calendário chinês.

Em Macau, essa festividade celebra-se sobretudo no Pagode da Barra (2) onde ganha foros de acontecimento extraordinário. Todos os marítimos, e muitos outros devotos, ocorrem nesse dia, ao santuário da «Rainha do Céu», levando os mais abastados, valiosas ofertas e os outros a gratidão de seus corações reconhecidos. Colocando no altar da deusa os seus presentes, agradecem a proteção concedida nos últimos doze meses e pedem, na faina que vai recomeçar, ventos favoráveis e que se encham de peixe as redes largas. (3)

Templo de Ma Kok – desenho de R. Von Decker (1860) Litografia colorida de W. Korn & Co (4)

(1) São obscuras as origens da deusa “Neong Ma», também conhecida por «Tin Hau» (Rainha do Céu) e, por isso, muitos historiadores chineses a identificam com a deusa budista Maritch e com a tão popular «Kun Iam», deusas dos taoistas. Em muitos templos, as deusas «Neong Ma» e «Kun Iam» ocupam o mesmo santuário para que os devotos possam dirigir as suas preces àquela que é mais da sua devoção. «Neong Ma» é, no entanto, a deusa por excelência da gente do mar. Em cada embarcação tem ela um altar, no coração de cada marítimo, uma crença inabalável, e em todas as localidades onde haja pescadores um templo que se distingue pela religiosidade dos seus devotos. (3)

(2) Estendendo-se em anfiteatro pela Colina da Barra, virada ao porto interior. O Pagode de Ma-Kok-Miu é uma nota de exotismo que vai morrer nas velas plácidas das lorchas, e na vida íntima dos tancás e sampanas que deslizam nas águas do rio. O Pagode da Barra ou Templo de Ma-Kok-Miu é o recinto sagrado onde a gente do mar rende à deusa «Neong Ma» um culto fervente que a tradição mantém e a crença alimenta e fortifica. (3)

(3) Extraído do artigo não assinado de «MBI», ano III, n.º 67 de 15 de Maio de 1956, pp. 8-10

(4) The Ma Kok Temple, Macao de R.Von Decker (1860) https://artsandculture.google.com/asset/the-ma-kok-temple-macao/TQH3GZ_m3zx3bA

Extraído de «BGM», VI- n.º 18 de 7 de Abril de 1860
Extraído de «BGM», VI- 19 de 14 de Abril de 1860, p. 74

Pedro Germano Marques viúvo, com 75 anos, faleceu na Sé a 15 de Dezembro de 1874. (1) Da 4ª geração da família macaense “Marques” de Macau, nasceu a 21 de Abril de 1799. Foi escrivão da Câmara. Era dotado de grande habilidade para o desenho (2) tendo desenhado e dirigido, entre outras obras, o primeiro projecto para o Teatro D. Pedro V, o primeiro teatro de estilo ocidental na China. Foi inaugurado em 1860 (a actual fachada foi delineada pelo Barão do Cercal, António Alexandrino de Melo em 1873 e restaurada em 1918 por José Francisco da Silva). Foi sepultado na Igreja de Sto. Agostinho.(3)

Fachada do teatro c. 1971

(1) “ No registo de nascimento é Pedro Germano; no de casamento é Pedro Gregório; e no registo de óbito é Pedro Germano! No entanto a documentação civil que se lhe refere chama-o sempre Pedro Germano” (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume II, 1996, p. 562

(2) “Pedro Marques não era arquitecto nem engenheiro, mas tinha engenho e arte e foi ele que desenhou e dirigiu a construção do edifício, que saiu apurada. O Teatro D. Pedro V revela uma rara combinação das arquiteturas clássicas grega e romana coma portuguesa, de que resultou uma obra que nos encanta e dignifica” (TEIXEIRA, P.e Manuel – O Teatro D. Pedro V,1971, p.7)

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 216

Ver anteriores referências em https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pedro-germano-marques/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/teatro-d-pedro-v/