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30-04-1869 – Por Relatório do director das Obras Públicas, Francisco Maria da Cunha, feito nesta data, se fica com a noção, talvez pouco divulgada, de que a zona da Praia Grande entre esta e o Bom Parto resulta de um aterro então feito, tendente a harmonizar e tornar mais saudável a zona do Chunambeiro. (1) Mais tarde (1910) concluir-se-ia com a Av. da República o circuito que liga o Bom-Parto a S. Tiago e Porto Interior. (2)

NOTA: 21-08-1871 – Publicação dum relatório oficial do tenente Henrique Augusto Dias de Carvalho sobre obras nos aterros do Chunambeiro, (em substituição da parte arruinada que foi dirigida por Vicente P. Portaria e estragos feitos pela passagem do ciclone na noite do dia 26 de Julho de 1871) e limpeza do rio. (3) («BPMT», XVII-34 de 21-08-1871 pp. 137-138)

(1) «O aterro em continuação ao da Praia Grande para Bom Parto, com o qual se despendeu a terceira verba, reconhecida como necessária por todos os antecessores de V. Ex.ª e como incentivo para mudar as más condições do irregular e insalubre logar do Chunambeiro, e foi determinado pelo requerimento, d´um proprietário, feito ainda nom tempo do antecessor de V. Ex.ª , que se obrigou à construção de casas com architetura europea n´aquelle local, sob a condição da feitura do aterro, por parte do governador. Já ali se eleva hoje uma grande e elegante propriedade e se prepara a construção d´ outra da mesma natureza. Esta parte do aterro foi arrematada pelo preço dos lotes anteriores, mas em condições muito mais rigorosas de construção, e acha-se quasi ligada á fortaleza de Bom Parto, completando assim o circuito muralhado da parte da cidade que olha para a rada ou porto exterior. As decimadas propriedades ali construídas devem compensar em parte a despesa feita nesta obra»

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 188

(3) SILVA. Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 198

Continuação da entrevista dada pelo tenente de engenharia Raul Esteves ao «Diario Illustrado» (1) (2) cujos excertos publiquei em 22 de Janeiro de 2017 e 26 de Janeiro de 2019. Hoje a terceira parte, intitulada “A questão das dependências e águas do porto interior” (3)

(1) «Diário Illustrado» 22JAN1909 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/01/22/noticia-de-22-de-janeiro-de-1909-a-defeza-de-macau/

(2) «Diario Illustrado» 26JAN1909 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/01/26/noticia-de-26-de-janeiro-de-1909-macau-ii-a-questao-do-dominio-portuguez-informacoes-de-um-alto-funcionario/

(3) «Diário Illustrado» 28JAN1909

Pequena cronologia do conflito diplomático com a China em 1909-1911, extraído de (1)

16-12-1909Conflito diplomático com a China – Soberania portuguesa nas águas do Porto Interior (1)

1909 – Recomeçadas em Pequim as negociações sobre a delimitação de Macau. Malogro das diligências entre ao Conselheiro Joaquim José Machado e o Mandarim Kao-Erh-Chien. Intransigência de parte a parte. (1)

3 -11-1909 – Suspenderam-se, após 4 meses de negociações, as conferencias entre o General Joaquim José Machado, Alto-comissário de Portugal e Kao-Ohr-Kim, representante chinês, para a fixação definitiva dos limites de Macau, indicando o Comissário português o recurso à arbitragem. A missão portuguesa era composta pelo General Joaquim Machado (Alto-Comissário); Capitão Demétrio Cinatti (Comissário Auxiliar); Capitão J.M.R. Norton de Matos (Secretário) e Pedro Nolasco da Silva (Intérprete). A parte chinesa era composta por Kao-Ohr-Kim; Shun-Pau-Ho, (Superintendente da Polícia de Cantão); Tsung-Yuen-Pi (Subperfeito Marítimo de Tch´in-San); e o Secretário-Intérprete Hou-To-Na. As duas conferências realizaram-se numa sala da residência do Cônsul de Portugal em Hong Kong, João Leiria. Os delegados chineses não aceitaram a proposta de nomeação de uma comissão para definir as delimitações de Macau, a propósito das Ilhas. O relato da missão foi publicado em Relatório e Actas da Comissão nomeada para estudar as questões entre Portugal e a China, Lisboa, 1911. (1)

13-11-1909 – Com a chegada a Cantão das autoridades superiores do litoral, o Vice-Rei de Cantão e outros Mandarins receando ser acusados de conivência, na permissão da estadia dos barcos portugueses em Macau (o que foi proibido em consequência da ordem do Imperador, que ordenara o encerramento do comércio e a transferência dos centros populosos do litoral para o interior, devido aos ataques dos piratas de Coxinga), enviaram os Mandarins uma armada de 60 barcos e somas (juncos) para intimidarem a saída ou a queima de vários navios portugueses que se encontravam ancorados na Taipa. Ficou então resolvido porem-se de vela para as Ilhas dos Ladrões os que pudessem, devendo os outros ser queimados ou metidos a pique, na noite de 14 para 15 de Novembro deste ano (1).

07-02-1910Conflito diplomático com a China – Protesto do Cônsul de Portugal m Cantão, feito às autoridades chinesas daquela cidade, contra a criação de um jornal especial, pela Sociedade Protectora da Delimitação de Macau, com o fim de continuar a campanha contra esta Colónia (1)

12-12-1910Conflito com a China – Desembarque de soldados chineses em D. João e Montanha, tendo estes disparados tiros, passando busca às habitações e intimidado os habitantes a não pagarem impostos ao Governo de Macau (1)

31-01-1911Conflito diplomático com a China – Protesto apresentado pelo encarregado da gerência do Consulado-Geral de Portugal em Cantão, contra a ida de soldados chineses à ilha de D. João. (1910) (1)

(1) SILVA, Beatriz Basto – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 33, 39, 40, 42, 50 e 54.

Notícia “Trágico acidente nas águas do Porto Interior” já postada anteriormente” (1), esta versão foi publicada na imprensa local “Gazeta de Macau e Timor “ (2)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/20/noticia-de-20-de-novembro-de-1873-tragico-acidente-nas-aguas-do-porto-interior/

(2) Extraido de «Gazeta de Macau e Timor», II-10 de 25 de Novembro de 1873

Extraído de «BPMT», XIX-36 de 6 de Setembro de 1873, p. 143

“21-08-1873 – A escuna Príncipe D. Carlos era um navio mercante inglês que fora adquirido em Hong Kong pelo Governador de Macau a fim de substituir a lorcha de guerra Amazona que se encontrava em muito mau estado. (MONTEIRO, Saturnino – Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, Vol VIII)

21-08-1873 – Em consequência da informação prestada por Bessard, comandante duma canhoneira chinesa, o comandante da escuna Príncipe Carlos, 1.º tenente Vicente Silveira Maciel, foi atacar uma lorcha fundeada um pouco ao norte a escuna que, durante a noite deveria largar do porto de Macau com numerosos piratas, alguns dos quais pertencentes à equipagem da embarcação que apresara próximo de Lintin e uma outra de comércio, depois de terem cometido revoltantes atrocidades. Travou-se combate, conseguindo prender-se 51 piratas, tendo fugido alguns a nado e a coberto da escuridão. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)

Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I- 49 de 26 de Agosto de 1873, p. 2

Continuação da apresentação da colecção de 12 postais (18,5 cm x 12,7 cm) com fotografias do fotógrafo Lei Iok Tin, editada pela Fundação Macau e Centro UNESCO de Macau (1)

AS últimas duas desta colecção, datadas de 1964 e 1978

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/lei-iok-tin/

Continuação da apresentação da colecção de 12 postais (18,5 cm x 12,7 cm) com fotografias do fotógrafo Lei Iok Tin, editada pela Fundação Macau e Centro UNESCO de Macau (1)

Mais duas fotografias, datadas de 1958 e 1960

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/lei-iok-tin/

O aniversário do nascimento da deusa «Neong Ma», (1) que se comemora no 23.º dia da 3.ª Lua, (este ano no dia 23 de Abril), é para os marítimos, em Macau, a mais importante festividade religiosa do calendário chinês.

Em Macau, essa festividade celebra-se sobretudo no Pagode da Barra (2) onde ganha foros de acontecimento extraordinário. Todos os marítimos, e muitos outros devotos, ocorrem nesse dia, ao santuário da «Rainha do Céu», levando os mais abastados, valiosas ofertas e os outros a gratidão de seus corações reconhecidos. Colocando no altar da deusa os seus presentes, agradecem a proteção concedida nos últimos doze meses e pedem, na faina que vai recomeçar, ventos favoráveis e que se encham de peixe as redes largas. (3)

Templo de Ma Kok – desenho de R. Von Decker (1860) Litografia colorida de W. Korn & Co (4)

(1) São obscuras as origens da deusa “Neong Ma», também conhecida por «Tin Hau» (Rainha do Céu) e, por isso, muitos historiadores chineses a identificam com a deusa budista Maritch e com a tão popular «Kun Iam», deusas dos taoistas. Em muitos templos, as deusas «Neong Ma» e «Kun Iam» ocupam o mesmo santuário para que os devotos possam dirigir as suas preces àquela que é mais da sua devoção. «Neong Ma» é, no entanto, a deusa por excelência da gente do mar. Em cada embarcação tem ela um altar, no coração de cada marítimo, uma crença inabalável, e em todas as localidades onde haja pescadores um templo que se distingue pela religiosidade dos seus devotos. (3)

(2) Estendendo-se em anfiteatro pela Colina da Barra, virada ao porto interior. O Pagode de Ma-Kok-Miu é uma nota de exotismo que vai morrer nas velas plácidas das lorchas, e na vida íntima dos tancás e sampanas que deslizam nas águas do rio. O Pagode da Barra ou Templo de Ma-Kok-Miu é o recinto sagrado onde a gente do mar rende à deusa «Neong Ma» um culto fervente que a tradição mantém e a crença alimenta e fortifica. (3)

(3) Extraído do artigo não assinado de «MBI», ano III, n.º 67 de 15 de Maio de 1956, pp. 8-10

(4) The Ma Kok Temple, Macao de R.Von Decker (1860) https://artsandculture.google.com/asset/the-ma-kok-temple-macao/TQH3GZ_m3zx3bA

Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I- 22 de 18 de Fevereiro de 1873, p. 2

Dr. Júlio Ferreira Pinto Basto, Procurador dos Negócios Sínicos, eleito deputado pelo Círculo de Macau em 1-3-1874 e pela segunda vez em 8 de Julho de 1874.

O 2.º tenente Vicente Silveira Maciel foi nomeado comandante interino da Policia do Porto de Macau em 11 de maio de 1871, exercendo esse posto até 15 de Janeiro de 1872. Foi comandante da lorcha Amazona e em 1873 nomeado comandante da escuna “ Príncipe D.Carlos”. (1) Em 21 de Agosto de 1873, o mesmo 1.º tenente Maciel, na escuna “Príncipe D. Carlos”, (2) atacou e aprisionou uma lorcha de piratas, esta escuna era a “Salamandra” que fora construída em 1866 na Inglaterra e veio substituir a “Amazona” que ficou no Porto Interior a servir de aquartelamento da Policia de Mar. (3) Em 20 de Novembro de 1873, já como 1.º tenente, foi interveniente no episódio (4) de 20 de Novembro de 1873 quando caiu ao mar mas foi salvo por um marinheiro agarrando-se ambos a um bambu (5) (6)

(1) A escuna “Príncipe D. Carlos” (1866-1874) — Escuna de vapor construída em Inglaterra e que foi adquirida pelo governo de Macau em 1866. Armou com quatro bocas de fogo.Em 1874, em Macau, perdeu-se por encalhe, devido a um tufão.

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/21/noticia-de-21-de-agosto-de-1873-escuna-principe-carlos/amp

(3) (TEIXEIRA, Mons. Manuel – Marinheiros Ilustres Relacionados com Macau, 1988, p. 111).

 (4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/20/noticia-de-20-de-novembro-de-1873-tragico-acidente-nas-aguas-do-porto-interior/

(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 207.

(6) Segundo outras fontes ??? que não consegui confirmar, o 1.º tenente Vicente Silveira Maciel viria a morrer em 21 de Novembro deste  “Trágico Acidente nas águas do Porto Interior” talvez por vingança dos piratas, pela acção da escuna Príncipe Carlos no combate à pirataria) (4)

Foi construída esta fortaleza em 1740. (1) Na actualidade tem trinta e duas peças de artilheria, sendo três de bronze e as mais de ferro. Oito estão apeadas, e todas as outras montadas. O oficial comandante do destacamento, que a guarnece, e que é rendido todos os mezes, é também o comandante interino da fortaleza” (2) (3)

Fortaleza de S. Tiago da Barra – entrada do Porto Interior (aguarela sobre papel; Marciano Baptista c. 1875-80; Martyn Gregory Gallery

Esta fortaleza (edificada no local de uma anterior bateria de canhões), está situada na ponta Sul da Península de Macau, como fortificação costeira das margens da colina da Barra, à entrada da barra do Porto Interior.

(1) A Fortaleza (Forte da Barra) não foi construída em 1740. Foi construída de 1616 a 1629 ; em 1740 foi construída a Capela de S. Tiago, no interior do forte, aquando da ampliação e reforço do forte. (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II. ICM, 560 p. )

(2) «Almanach Luso Chinez de Macau para o anno de 1866», pp. 42-43

(3) Entre 1846-1851, foi comandante da Fortaleza da Barra, em Macau,  José Manuel de Carvalho e Sousa. Natural de Goa, foi ajudante às ordens do Governador Geral da Índia, Barão de Sabroso, em 1838, depois secretário do Governador de Macau, Adrião Acácio Silveira Pinto. Após o comando da Barra regressou à India. Escreveu três capítulos da sua História de Macau, editada em Macau na Tipografia de Silva e Sousa. A obra não teve muitaa ceitação pelo que , planeada para publicação mensal e subscrição pública, ficou incompleta (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 102-103.

Entre 18-03-1861 a 31-01-1867, foi comandante do forte Jerónimo Pereira Leite, major da Guarnição da província de Macau e Timor.

Anteriores referências a este forte e o pintor em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/capela-de-s-tiago-barra/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fortaleza-de-s-tiago-ou-da-barra/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/marciano-antonio-baptista/