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KONG HEI FAT CHOI

FELIZ ANO NOVO LUNAR
新年快樂
Ano do Coelho – Água

Este envelope vermelho/LAI SI (1) foi emitido pelo CTM (Companhia de Telecomunicações de Macau S.A.R.L., inaugurada em Outubro de 1981) no ano do coelho que não consegui precisar (1999? 2011?) e tem as seguintes dimensões: 12,2 cm x 8,3 cm.

(1) Sobre envelopes vermelhos, 利是 / 利市 / 利事 ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/envelopes-vermelhos-%E5%88%A9%E6%98%AF-%E5%88%A9%E5%B8%82-%E5%88%A9%E4%BA%8B/

A propósito das postagens anteriores (1) acerca do Pagode Hong Kong (Kung) Miu, 康公廟(também conhecido como Pagode do Bazar) nomeadamente a lenda do deus guerreiro Hong Kong (Kung), conta-se que quando Hong Kong era simples mortal, saiu vitorioso de muitas batalhas. Mas, numa delas, a sorte foi-lhe adversa e viu-se obrigado a desfazer-se da sua pesada couraça e da sua aljava para não ser apanhado pelos inimigos na sua fuga precipitada. Ainda assim, cairia certamente nas suas mãos se, quando ia a ser alcançado, não surgisse um bando de patos, que com os bicos apagaram as pegadas do fugitivo.

Quando Hong Kong foi promovido à categoria de deus grato aos seus salvadores, proibiu que no dia da sua festa, os seus devotos comessem carne de pato. Esta celebra-se no dia sexto da sétima lua e outrora era muito solene e concorrida, armando-se grandes barracões de ola e bambu não só para os espectáculos mas para acomodar a enorme multidão, que ali ocorria (2)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/12/11/noticia-de-11-de-dezembro-de-1868-festividade-no-pagode-hong-chan-kuan-miu-pagode-do-deus-hong-kong-i/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/12/12/noticia-de-11-de-dezembro-de-1868-festividade-no-pagode-hong-chan-kuan-miu-pagode-do-deus-hong-kong-ii/

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982, p.153

Extraído de «BPMT», XIV – 46 de 16 de Novembro de 1868, p. 211

Continuação da postagem anterior (1), leitura do texto referente à festividade no pagode HONG CHAN KUAN MIU, publicado no jornal «O Independente», Vol I, n.º 16 de 18 de Dezembro de 1868, p. 135.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/12/11/noticia-de-11-de-dezembro-de-1868-festividade-no-pagode-hong-chan-kuan-miu-pagode-do-deus-hong-kong-i/

O pagode Hong Chan Kuan Miu 康真君廟 deu nome ao Largo do Pagode do Bazar, que fica entre a Rua de Cinco de Outubro (outrora Rua Nova de El-Rei) e a Rua do Guimarães. O Largo tem de um lado o pagode e do outro a Rua de Miguel Aires. O pagode do Bazar da toponímia local é precisamente o templo Hong Chan Kuan Miu. O templo foi construído em 1792 e no reinado de Daoguang (1820-1850) foi ampliado. O Pagode é vulgarmente conhecido por Hong Kong (Kung) Miu 康公廟 (1) (2)

Extraído de «O Independente», Vol I, n.º 16 de 18 de Dezembro de 1868, p. 135.

(1) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982, p.153 (2) https://www.youtube.com/watch?v=AAO6oF_Xp7g

TÁT SÁNG U – 撻生魚 (1)

Significa: matar o peixe fresco, batendo-o contra qualquer coisa

Dizem os chineses que batem estirando o peixe para ver se pertencem à classe dos fá-kuât-lông 化骨龍.(2) Se for desta classe, o peixe uma vez batido deitará para fora do seu corpo dois pezinhos. Tais peixes não devem ser comidos pois amolecem os ossos. A verdade é que se não matar o peixe, batendo-o em todo o seu comprimento de encontro a uma superfície, não se pode cortá-lo em pedaços, por serem extremamente escorregadios e animados de grande vitalidade. Este termo emprega-se, porém, para se referir aos indivíduos que estatelam no chão. (3)

(1) 撻生魚 – mandarim pīnyīn: tà shēng yú;  cantonense jyutping: daat3 sang1 jyu4

(2) 化骨 龍 – mandarim pīnyīn: huà gǔ lóng; cantonense jyutping: faa3  gwat1 lung4

Dragão de osso (criatura lendária): o dragão de osso, o significado original é o glutão guloso nos nove filhos de Longsheng (pinyin: Tāotiè, uma fera feroz e gulosa na lenda). Há pessoas que mudam de ideia e chamam seus próprios filhos, muito gananciosos e muito capazes de comer. Há também um ditado que se refere a uma criatura de quatro patas que parece um peixe cru. Às vezes estica quatro patas pequenas, mas para evitar ser descoberto por humanos, muitas vezes dobra as patas traseiras e se veste como um peixe cru. Sua aparência usual é a mesma de “peixe cru” Sem diferença, ele pode suportar altas temperaturas e tem a capacidade de se fingir de morto. Se for dado no corpo humano, seus membros ficarão expostos e ossos serão completamente destruídos. Esta afirmação não tem base científica.https://baike-baidu-hk.translate.goog/item/%E5%8C%96%E9%AA%A8%E9%BE%8D/2556726?_x_tr_sl=zh-TW&_x_tr_tl=en&_x_tr_hl=en&_x_tr_pto=sc

(3) GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, p. 137.

TÂN-KÂU-FÂI炖 狗肺 (1) – Pulmão de cão cozido em banho-maria

Os chineses comem (ou comiam) todas as partes do cão com a excepção dos pulmões, portanto, este termo é empregado para dizer que um indivíduo é desprezado pelos seus semelhantes. Existe também o seguinte dito chinês, pei-kó iân-sâm-nei-sek, tóng-kâu-fai, (dar-lhe de comer um coração humano e tomá-lo por pulmão de cão), que é empregado para aludir à ingratidão de um indivíduo por favores recebidos. (2)

TÂN-MAU-IÔK炖 貓肉 (3) –Gato a banho-maria

O motivo por que os chineses comem (ou comiam) a carne de cães, gatos e cobras é porque julgam que a carne desses animais tem a propriedade de revigorar as energias. A palavra “gato”, nesta frase, refere-se, porém, às prostitutas e assim tân-máu-iôk significa ter relações sexuais com as prostitutas privadas. (2)

TÂN-UÓ-TCH´ÔNG炖禾虫 (4) – Cozer as larvas de arroz a banho-maria

Este termo emprega-se para se referir ao indivíduo que se deitou com uma cega. (2)

(1) 炖 狗肺mandarim pīnyīn: tún gǒu fèi; cantonense jyutping: dan6 gau2 fai3

(2) GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, p. 136.

(3) 炖 貓肉mandarim pīnyīn: tún māo ròu;  cantonense jyutping: dan6 maau1 juk6

(4) 炖禾虫mandarim pīnyīn: tún hé chóng; cantonense jyutping: dan6 wo4 cung4

TÁI-TCHI-PÀT – 大枝筆  (1) – Pincel grande

Como um pincel quanto maior for maior é o seu poder de absorção, este termo é empregado para significar um indivíduo dissipador, que absorve muito dinheiro para o gastar prodigamente.(2)

T´ÂI -TCHI P´OU-TIN – 提子布甸 (3) – Pudim de passas de uvas

É termo que se emprega para se referir a um indivíduo com a face marcada por sinais de bexigas.(2)

TCH´ÂT-LÔNG SÔNG-KOU – 岀龍鬆糕 (4) – Bolo fofo da saída do dragão

É um bolo que se vende aos pobres e que, quando se leva ao forno, se levanta a massa, deixando muitos buracos. Por este motivo, este termo é empregado para designar os indivíduos bexigosos.

(1) 大枝筆 – mandarim pīnyīn: dà zhī bǐ,  cantonense jyutping: daai6 zi1 bat1

(2) GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, pp. 135-136

(3) 提子布甸- mandarim pīnyīn: tí zǐ bù diàn; cantonense jyutping:dai2 zi2 bou3 din1

(4) 岀龍鬆糕 – mandarim pīnyīn: chū lóng sōng gāo; cantonense jyutping: chôt lung4  sung1   gou1

No B.O. n.º 1, deste 2.º semestre do ano, é publicado, no dia 7 de Julho de 1923, o seguinte edital da Administração do Concelho de Macau: ”Faço saber que, a partir da data da publicação deste edital no Boletim Oficial da Província, será proibido aos vigias chineses tocarem nas vias públicas e casas de vigia os bambus e tambores que é costume usarem para anunciar as horas ao público, sob a pena de desobediência aos mandados de autoridade”. Trata-se de um velho costume da China, mencionado de visu por Fernão Mendes Pinto e por Fr. Gaspar da Cruz, entre outros. SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 135

Celebrou- se em Macau neste dia, 25 de Junho de 1982, a “Festividade do Duplo Cinco”, data em que assinalou a passagem do solstício de Verão.

Neste dia realizaram-se as tradicionais corridas dos barcos-dragões. Equipas da Austrália, Malásia, Singapura, Hong Kong e do vizinho distrito chinês de Zhuhai participaram nas provas realizadas em Macau, atraindo milhares de pessoas à baía da Praia Grande.

Extraído de “macau82 jornal do ano”, GCS, 1982, p. 155