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No dia 4 de Maio de 1952, promovido pelo semanário católico “O Clarim”, em comemoração da passagem do seu 4.º aniversário, realizou-se, no teatro Cheng Peng, um interessante espectáculo músico-teatral.

A senhorita Maria Helena, filha do Governador, assoprando as velas simbólicas do bolo do aniversário de “O Clarim”.

Um aspecto da assistência

Extraído de «Mosaico», IV-21/22 de Maio/Junho de 1952, p. 487

“A 3 de Maio de 1948, a revista mensal O Clarim começou a publicar um suplemento semanal em forma de jornal, também chamado O Clarim. Em Julho de 1950, este jornal passou a bi-semanal.; a 1-3-1953 passou, este suplemento a diário, mas expirou a 15-09-1955 com enorme deficit. (…). De 26 de Maio de 1955 a 5 de Fevereiro de 1956 esteve suspenso por imposição do governador desta Província ., almirante Joaquim Marques Esparteiro.”

TEIXEIRA, Pe. Manuel – O Clarim in Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente. ICM, 1999, pp. 175 – 180

Extraído do B.O.M., n.º 10 de 6 de Março de 1948, p. 166.

Constâncio José da Silva nasceu em Macau, na freguesia da Sé, em 8 de Janeiro de 1864. Faleceu em Xangai, no dia 23 de Setembro de 1947, com 83 anos de idade. Está sepultado no cemitério Hungjao desta cidade.

Ver anteriores referências em : https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/constancio-jose-da-silva/

Extraído de «BGC», ano XXIV, JULHO DE 1948, n.º 277, p.170

Ao pesquisar esta condecoração “King´s Medal for Comage” não encontrei informação, com este nome. Suponho que tenha sido erro na impressão gráfica- Tratar-se-ia possivelmente da condecoração “The King’s Medal for Courage

The King´s Medal for Courage in the Cause of Freedom” é uma condecoração britânica instituída a 23 de Agosto de 1945, por Jorge VI, para atribuição a civis, principalmente estrangeiros que durante a Segunda Guerra Mundial, praticaram actos de coragem a favor dos britânicos e dos Aliados contribuíram com perigo da própria vida, no auxílio a pessoal militar britânico a escapar ao inimigo ou escapar das áreas perigosas durante a guerra para os Aliados. (1)

Por “Robert Prummel – Own work, CC BY-SA 3.0” /Medalha de prata, 36 mm de diâmetro

 (1) https://en.wikipedia.org/wiki/King%27s_Medal_for_Courage_in_the_Cause_of_Freedom https://en.wikipedia.org/wiki/King%27s_Medal_for_Service_in_the_Cause_of_Freedom

Extraído de «BGC», XXIV, n.º 271, Janeiro de 1948, pp. 101-102

NOTA: Governador Albano Rodrigues de Oliveira, oficial da Marinha, em Macau de 1 de Setembro de 1947 a 18 de Abril de 1951.

Sir Alexander William George Herder Grantham (葛量洪; 1899–1978), 22.º governador de Hong Kong de 25 de Julho de 1947 a 31 de Dezembro de 1957.

Extraído de «BGC», XXVI-307, Janeiro de 1951, pp. 175/176

Jorge Grave Leite foi presidente da Comissão Administrativa nomeado 3 de Março de 1948 até 25 de Outubro de 1950. Estava já em funções como vice-presidente do Leal Senado desde 1947, por doença do Presidente Capitão tenente Augusto César de Oliveira e Castro Rodrigues que adoeceu em 17 de Dezembro de 1947.

António Magalhães Coutinho foi nomeado presidente em 25 de Outubro de 1950. Pediu a exoneração em 15 de Maio de 1957 sendo substituído pelo vice presidente Luís Gonzaga Gomes.

Extraído de «BGC», XXIV Julho de 1948, n.º 277, pp. 140-141
Generalissimo Chiang Kai-shek e o General do exército Li Tsung-jen, eleitos pela Assembleia Nacional no dia 20 de Maio de 1948, como presidente e vice-presidente

O presidente Chiang Kai-shek (蔣介石) renunciou ao cargo em 21 de Janeiro de 1949 devido à vitória dos comunistas na chamada Guerra Civil Chinesa (de 1927 a 1937 e depois após a guerra mundial, de 1946 a 1949) sendo substituído pelo vice-presidente Li Tsung-jen (李宗仁). No entanto Chiang Kai-shek continuava a ser o chefe do partido Kuomintang e Comandante das forças armadas da República. Li Tsung-jen fugiu para os Estados Unidos em Novembro de 1949 em consequência da proclamação da República Popular da China no dia 1 de Outubro de 1949. Chiang Kai-shek com o seu governo, militares (cerca de 600000) e cerca de dois milhões nacionalistas refugiaram-se em Taiwan no dia 10 de Dezembro de 1949 e Chiang Kai-shek reassumiu o lugar de Presidente da chamada República da China, em 1 de Março de 1950. O presidente Chiang Kai-shek faleceu a 5 de Abril de 1975 e foi substituído pelo vice-presidente Yen Chia-kan até ao termo do mandato. https://en.wikipedia.org/wiki/President_of_the_Republic_of_China

Neste dia de 2 de Maio de 1954, (1) o periódico «O Clarim» festejava o seu sétimo aniversário. José dos Santos Ferreira (2) que colaborava no jornal, apresentou um poéma, «“CLARIM” FICHÁ ANO», publicado no jornal desse dia. (3).

VOCABULÁRIO DE ALGUNS TERMOS DO POÉMA: (3)

Boboriça – tolices; coisas próprias de bobos.

Bulí – mexer; meter-se; provocar.

Cholido – intrometido; diz-se da pessoa que costuma meter-se com os outros.

Diabo-cacinha – maldoso; provocador.

Dios – Deus.

Fólia – folha; significa também jornal.

Guelá – gritar; desatar aos gritos (provém de «goela»).

Mordecim – enfado; incómodo.

Ôlo – olho; olhos.

Parabiça – tolice; disparate; coisa sem nexo.

Quiança – criança. Quiança-quiança: crianças.

Rósca – pão.

Sapéca – moeda ínfima de cobre, usada, noutros tempos, na China. Significa também, no dialecto macaense, dinheiro.

Sium – senhor; patrão.

Tudúm – chapéu chinês, de aba muito larga, feito de verga com borda de rota. O tudúm tanto serve para resguardar do sol como da chuva.

(1) “2-05-1948 – Início do periódico O Clarim administrado pela Diocese de Macau. Semanal de 1948 a 1952.bissemanal de 1952 a 1983, semanal de novo a partir de 1983(e em curso em 1997). Teve como suplemento O Clarim, revista mensal. Foi interrompido entre Junho de 1955 e Janeiro de 1956 (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 287)

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-dos-santos-ferreira/

(3) FERREIRA, José dos Santos – Macau Sã Assi, 1967, pp. 57-58

D. Lígia Pinto Ribeiro cantando no Teatro D. Pedro V

Realizou-se na noite de 14 de Abril de 1952, um concerto, no Teatro D. Pedro V, em benefício do Colégio D. Bosco de Artes e Ofícios, promovido pela senhora Lígia Pinto Ribeiro, (1) esposa do Dr. Aires Pinto Ribeiro, ilustre Chefe de Serviços de Saúde. (2) Acompanhou-a ao piano, o professor Harry Ore. (3)

O professor Harry Ore, na execução de um dos números do seu programa

A Sra. D. Lígia Pinto Ribeiro recebendo cestos e ramalhetes de flores das mãos dos alunos do Colégio D. Bosco

Os lugares de honra, no Teatro D. Pedro V, ocupados pelas altas individualidades da província

Fotos extraídos de «MOSAICO», IV-21/22 de Maio e Junho de 1952

(1) Lígia Edmunda de Morais Correia de Sá Pinto Ribeiro – ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ligia-pinto-ribeiro/

(2) Dr. Aires Pinto Ribeiro (1899) – Formado em Medicina pela Universidade do Porto, praticou nos hospitais do Porto, nomeado em 1925 médico do Quadro de Saúde Moçambique, onde esteve em diversas funções médicas até 1948, quando foi transferido para Macau para exercer o lugar de Chefe da Repartição Central dos Serviços de Saúde (4 de Maio de 1948). Em 1950 nomeado vice-presidente do Conselho do Governo e em 1951, tomou posse do cargo de Encarregado do Governo (18 de Abril até 23 de Novembro de 1951, data da chegada do Governador Almirante Joaquim Marques Esparteiro (1951-1957). Em 15 de Abril de 1955, nomeado Inspector Superior da Saúde do Ultramar pelo que deixou a chefia da Repartição Provincial dos Serviços de Saúde e Higiene de Macau, em 31 de Julho, seguindo para Portugal a 1 de Agosto. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/aires-pinto-ribeiro/

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/harry-ore/

Livro de referência, em português, sobre arte chinesa, onde apresenta a colecção (parte dela) de José Vicente Jorge (1872 – 1948) (1), na altura considerada a colecção particular mais valiosa na arte chinesa.

25, 5 cm x 19 cm x 3,5 cm

Fornece a descrição cronológica da arte chinesa e das suas principais produções em cada dinastia
No seu prólogo intitulado “EXPLICANDO “ o autor explica os motivos que o levaram a redigir esta obra sobre a arte chinesa
Macau, Setembro de 1940
J. V. JORGE

Contracapa

Diz ainda o autor:
“A MINHA COLECÇÃO
Tem cêrca de 10 000 peças, representando os principais ramos da arte chinesa – cerâmica, bronze, jade, pintura, caligrafia, escultura, esmalte, laca, bordado e mobília.
A reprodução de todas as peças tornaria esta obra muito dispendiosa e êste livro demasiadamente volumoso.
As gravuras que seguem são das principais peças e dão uma boa ideia da colecção, que, como ficou dito, me levou cêrca de 50 anos a fazer.
Acho também de interesse reproduzir alguns aspectos, em conjunto, para se poder julgar do seu valor decorativo.
Macau, Setembro de 1940.”

(1) JORGE, J. V. – Notas sobre a Arte Chinesa. 1940, Tip. Mercantil de N. T. Fernandes & Filhos Ltda., Macau, 150 p + 111 folhas com 524 gravuras de peças antigas impressas em separado. O Instituto Cultural de Macau fez uma nova edição desta obra, em 1995.

NOTA: Recordo a postagem anterior de 30-11-2014 que mostra um quadro do pintor Fausto Sampaio retratando o vestíbulo da casa de José Vicente Jorge, com a sua colecção de arte chinesa.

“O quadro mostra o vestíbulo da casa de José Vicente Jorge, com a sua colecção de arte chinesa. “Macaense de destaque na Colónia e um dedicado cultor da arte chinesa. Serviu como encarregado de Negócios de Portugal em Pequim, quando da proclamação da República, em 1910 e mais tarde, em 1912, sendo chefe de Expediente Sínico em Macau foi a Cantão várias vezes, como agente diplomático, quando do tratado de expatriação com a China …(…) A colecção de preciosidades que possue é tida como a melhor do Extremo-Oriente e já mereceu a visita do director do Museu Britânico de Londres
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/30/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-vi/

Sobre este livro algumas considerações em:
TING, Caroline Pires 丁小雨; BUENO, André – Colecionismo Orientalista como Resultado de um Processo de Interação Cultural entre China, Macau e Portugal in pp. 221 a 232 de: https://entresseculos.files.wordpress.com/2018/01/anais_versc3a3o-3_2018.pdf
TING, Caroline Pires – Exposição do Mundo Português e Divulgação da Arte Chinesa in pp. 65- 69 de:
https://books.google.pt/books?id=klg6DwAAQBAJ&pg=PA65&lpg=PA65&dq=Notas+
s%C3%B4bre+arte+chinesa+#v=onepage&q=Notas%20s%C3%B4bre%20arte%20chinesa&f=false

O último postal da colecção “A Harmonia das Diferenças” – fotografias do princípio aos meados do século XX (1902 -1950) – publicados pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. M / Arquivo Histórico de Macau, em 2015. (1)

De 1950, um retrato dos homens dos riquexós, (2) em tempos de chuva, “estacionados” no Largo do Senado, aguardando os clientes.

Homens dos riquexós em tempos da chuva c. 1950
Verso do postal

O meio de transporte mais popular e mais barato, em Macau, até finais da década de 40 (seculo XX) era o riquexó ou jinrixá (2). Em 1950 estavam ainda registados na cidade de Macau, 25 empresas ou locadores deste tipo de veículos, embora cada vez em menor número. Assim como exemplo o número de licenças passadas pelo Leal Senado de Macau para jinrixás de aluguer, no ano de 1948, decaíram ao longo do ano: 1.º trimestre (1106), 2.º trimestre (948), 3.º trimestre (955) e 4.º trimestre (873) e para jinrixás particulares ao longo do ano, somente 13 licenças. (Anuário de Macau, 1950)

LARGO DO SENADO c. 1940

No Largo do Senado, os riquexós de aluguer estacionados. Vê-se ainda dois automóveis ligeiros que em finais da década de 30, em Macau, já eram cerca de 200.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/postais/

(2) Anteriores referências aos riquexós/ jinrixás https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/riquexos/