Extraído de «The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser» (1884-1942) 17 March 1908 p. 5
https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/Digitised/Article/singfreepressb19080317-1.2.26
Extraído de «The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser» (1884-1942) 17 March 1908 p. 5
https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/Digitised/Article/singfreepressb19080317-1.2.26
THE TATSU MARU. JAPAN MEETS CHINA.
LONDON, March 9.
In connection with the seizure by China of the steamer Tatsu Maru early in February while flying the Japanese flag off the Portuguese dependency of Macao, near Hongkong, the Japanese Government have expressed their willingness to consider the suggestions of the Chinese Government that the vessel’s arms should be returned to Japan, and ‘that the latter country should suppress its trade in munitions of war with the mainland.
«The Advertiser» (Adelaide, SA: 1889 – 1931) Qua 11 Mar 1908, page 7
https://trove.nla.gov.au/newspaper/article/5128461
Ver anteriores postagens acerca deste incidente: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/tatsu-maru/
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Extraído de «ABC Madrid», 9-03-1908
http://hemeroteca.abc.es/nav/Navigate.exe/hemeroteca/madrid/abc/1908/03/09/001.html
Ver anteriores postagens sobre este incidente: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/tatsu-maru/
The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser, 17 March 1908, Page 5
https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/Digitised/Article/singfreepressb19080317-1.2.27
“Tokio Government Refuses to Arbitrate Dispute Until Steamer Held as Smuggler Is Released By Associated Press. ”
“PEKING, March I. — lt is announced tin! Chinese government will surrender the Japanese steamer Tatsu Maru, which was seized on February 7 by the Chinese customs cruisers outside of Macao while unloading a large consignment of rifles and ammunition, the rifles numbering several thousand. It was said an attempt was being made to bring war supplies into China for revolutionists.
The statement is made by Chinese officials that a conspiracy is on foot to import seven or eight thousand rifles and ammunition, therefore the government believes the munitions on the Tatsu Maru were intended for rebels on the Ton King border, but it has not been able to prove the act of smuggling.
A dispatch from Tokio yesterday stated the Japanese government was maintaining a determined attitude with regard to the leisure by the Chinese of the Tatsu Maru, and that t it would demand both ail apology and an Indemnity from China, it was said also in this dispatch that the Chinese foreign office wished to submit the entire question to a mixed court. To this, however, the Japanese government would not consent until the vessel was first released.
The Tokio statement declared that the Tatsu Maru was regularly cleared from Kobe with a consignment of arms and ammunition for Macao and that the Portuguese minister at Peking supported the contention o, the Japanese minister of foreign affairs that the vessel was seized In Portuguese waters.
The armored cruiser Idzumi sailed on Friday from Shanghai for Hong Kong, her object being. It is understood, the investigation of the seizure of the Tatsu Maru.”
Extraído de «Los Angeles Herald», Volume 35, N.º152, 2 de Março de 1908. https://cdnc.ucr.edu/?a=d&d=LAH19080302.2.18&e=——-en–20–1–txt-txIN——–1
Tam Pek Lei, proprietário da firma Kong Vo (1) (firma que estava situada na Rua de S. Domingos num dos edifícios de traça ocidental de três pisos à frente da actual Livraria Portuguesa), alugou o cargueiro japonês «Tatsu Maru n.º 2» que partiu da cidade de Kobe em 26 de Janeiro para introduzir clandestinamente na China, aos alegados revolucionários , 2000 espingardas e 40 000 balas de Empresa Tatsuma. Na tarde do dia 5 de Fevereiro o vapor japonês foi abordado por um navio patrulha da marinha de Amoy (Guangdong) ao largo da Ilha de Coloane e a carga ilegal detectada originou um sério incidente diplomático entre a China, o Japão e Portugal.
A população chinesa de Macau e Hong Kong e comunidade chinesa em diversas cidades asiáticas manifestaram publicamente a sua indignação contra as acções subversivas dos japoneses conduzindo a manifestações e ao boicote de produtos japoneses durante sete meses.
O navio foi rebocado para Cantão (Guangzhou) alegando o governo imperial chinês que as águas de Coloane não constituíam parte do território de Macau.
Sequência relacionada com o Incidente “ Tatsu Maru” que durou entre Março e Outubro de 1908
5 de Fevereiro – Aprisionamento do navio “Tatsu Maru” pela armada chinesa.
13 -15 de Março – Japão impõe cinco exigências à China Imperial incluindo a libertação do navio, pedido de desculpas e uma indeminização.
17 de Março> – Mercadores em Cantão (Guangzhou )começam um boicote aos produtos chineses.
19 de Março – Protestos da população na província de Cantão (Guangdong). O boicote aos produtos chineses estende-se por toda a China.
21 a 22 de Março – Devido à pressão do Japão, o governo imperial chinês ordena o fim do boicote.
5 de Abril – As mulheres em Cantão (Guangzhou) organizam um marcha memorial de vergonha por este incidente.
(1) No rescaldo deste incidente, o negócio de Kong Vo sofreu imenso e nem o facto de mudar de nome salvou a empresa.
Tam Pek Lei não teve outro remédio senão abandonar Macau e reiniciar a sua vida em Honolulu e outros países do sudeste asiático. As instalações seriam adquiridos por um respeitável comerciante chinês de Macau, Ho Lin Vong e transformadas numa casa de ópio e jogo, sob a designação de Companhia Chap Chi. (As Ruas Antigas de Macau, IACM, 2016, p. 17)
NOTA 1: sobre este incidente, vale a pena ouvir João Guedes in Falar de Memória (127) “O Tatsu Maru e a Questão de Macau” em: http://port.tdm.com.mo/c_radio/play_audio.php?ref=9943
NOTA 2: interessante trabalho académico deste incidente, do ponto de vista japonês https://digitalrepository.trincoll.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1041&context=moore
Regata realizada no dia 18 de Janeiro de 1876 “Yacht Race For «The Douglas Challenge Cup»” (no valor de $ 500) de Kowloon até à bóia em Macau e retorno a HongKong.
Extraído de “A Record of the principle sports at Hong Kong and the open ports of China and Japan, 1877, p. 233” (1) do Comandante E. M. Edmond do «steamship Orissa» em 1875 da Companhia Peninsular e Oriental.
“Neste dia, 16 de Janeiro de 1735, partio o navio St.º António para a Costa de Goa, e nelle foi António de Amaral e Menezes (1) que havia entregado, na véspera, o governo de Macau ao Sr Bispo (D. João do Casal). Foi tão desgostozo da colónia que não se despedio de ninguém.” (2)
“05-01-1735 – Neste dia tomou posse do Governo desta Cidade o Sr Bispo D. João de Casal (nonagenário) (3) pela desistência que fes delle António de Amaral e Menezes o qual não quis servir mais que dois annos e meio, para cuja desistência alcançou licença do Vice Rey que a apresentou.” (2)
“04-08-1735 – Neste dia tomou posse do Gov.º desta Cidade Damião Pereira Pinto (chegado da Índia no navio Sant´Anna) que lhe entregou o Sr. Bispo da diocese, D. João do Casal, Ele veio no Navio St.ª Anna que o recebeo em Mangalor porque este anno nenhum dos Navios desta Cidade poude tomar o Porto de Goa por chegarem mt.º tarde a Costa da Índia.” (2)
(1) António de Amaral e Meneses tomou posse como governador de Macau em 18 de Agosto de 1732. Chegou a Macau no dia 12 do mesmo mês no navio Corsário. Já o pai, Belchior Amaral Meneses ocupara o mesmo cargo de 1682 a 1685. Natural de Goa, além de militar, era tanador-mor com provas dadas. Teve que resolver problemas internos que foi encontrar em Macau e sentiu-se espartilhado pelos “Privilégios” concedidos ao Senado por D. Rodrigo da Costa, que o impediam de exercer autoridade junto dos Vereadores, com quem teve, assim como com o Ouvidor, várias discórdias. Em 1733 pede ao Vice-Rei da Índia que o substitua, por demais desgostoso com o governo. O pedido foi aceite em 1734 (Janeiro), data em que, não tendo sido nomeado substituto, foram abertas vias de sucessão. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 249)
(2) BRAGA, Jack – A Voz do Passado, p. 52
(3) O Bispo D. João do Casal faleceu no dia 20 de Setembro de 1735.
O comandante da fragata N. Sra. Da Penha de França, Nicolau Fernandes da Fonseca, (1) que veio de Lisboa a Macau e fez o relatório da sua viagem, escrevia, em Janeiro de 1776:
“ O tratamento dos portugueses em Macau é com magnificência, porque, quando saem, os mais ricos são levados em palanquins aos ombros de 4 escravos e outros dois levam-lhes o sombreiro … (…). Quanto às mulheres as mais principais, são bastantemente recatadas e quando saem fora é dentro de seus palanquins. O seu trajo é ridículo, à excepção de algumas que se vestem à europeia com saia e manto. A sua condição é de serem soberbas e preguiçosas, porque, além dos filhos, nada mais fazem… (…) As ordinárias que são chinas resgatadas ou filhas de escravas, como não têm estímulo de honra e também as domina a preguiça, são prontas a se facilitarem, principalmente com os estrangeiros, em razão do dinheiro e fatos que lhes dão…» (1) (2)
(1) Ver anterior referência do mesmo relatório de Nicolau Fernandes da Fonseca em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/01/leitura-escravos-e-escravas-em-macau-de-1776/
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da Historia de Macau, Volume I, 2015, p. 298.