Archives for posts with tag: Hotel Bela Vista / Boa Vista

Vários assentos documentais dão-nos notícia de alguns dos proprietários, nesta data, da Rua da Praia Grande, entre eles Francisco Manuel da Cunha (n.º 31), Rita Angélica Gomes Lourenço (n.º 45 e 47) Francisco Xavier Homem de Carvalho, Ana Maria Gomes Álvares (n.º 33 e 35), Visconde de Sena Fernandes (n.º 73 e 75, Jessie Loureiro (n.º 41); José Marcos Batalha á dado como morador, na Rua do Campo, n.º 55 e Maria Bernardina dos Remédios. (1) como proprietária do Hotel Boa-Vista. Todos eles aparecem como reclamantes perante o novo Regulamento de Décimas e Impostos. Cfr. Fundo de Adm. Civil (A.H.M.) (2)

(1) “31-05-1891 – Processo n.º 339/G – Série R do Fundo da Adm. Civil, A.H.M., -Recurso interposto ao Conselho da Província por Bernardina dos Remédios, após pedido de reclamação verbal apresentado por Maximiano António dos Remédios e não atendido, contra a Junta de Lançamento de Décimas, que desatendeu a sua reclamação em relação ao valor locativo do Hotel Boa-Vista. (3)  O Conselho de Província atendeu, em 13 de Junho do mesmo ano, baixando dos $750 para $500, por se tratar de uma unidade hoteleira incipiente.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 290-291.

(3) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-bela-vista-boa-vista/

“A visita que cerca de 70 sócios do Clube Lusitano (1) fizeram, no dia 28 de Novembro de 1976 a Macau, constitui um acontecimento de notável importância nas relações entre a comunidade portuguesa de Macau e a residente no território vizinho de Hong Kong Foram recebidos no cais pelo Presidente do Leal Senado Sr. Rogério Artur dos santos e pelo Director do CIT, Dr. Jorge Rangel, tendo-se o Governador feito representar pelo seu ajudante em campo Capitão Costa e Silva. (…)

A Direcção do Clube Lusitano recebida pelo Governador de Macau.

A direcção da referida instituição associativa, a que preside o Comendador Arnaldo de Oliveira Sales, deslocou-se ao Palácio da Praia Grande, onde foi recebida pelo Coronel Garcia Leandro. (…)

A Direcção do Clube Lusitano e outras individualidades nas escadarias da entrada no Palácio da Praia Grande

No prosseguimento do programa da visita previamente elaborado, o Senhor Bispo da Diocese, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, celebrou uma missa na Sé Catedral. (…)

Os visitantes no jardim Lou Lim Iok

Transportados em autocarros, foi-lhes oferecida uma digressão pela cidade incidindo esta sobretudo em pontos que para alguns deviam ser desconhecidos como é o caso do jardim Lou Lim Iok, que beneficiou de grandes melhoramentos depois da compra que o Governo fez aos seus proprietários e, consequentemente, da sua transição para o domínio público.

Os visitantes à saída do jardim Lou Lim Iok

O almoço oferecido no velho mas inconfundível Hotel Bela Vista, (2) reuniu mais duma centena de convidados, mantendo-se do princípio ao fim um ambiente acentuadamente familiar.

Almoço no Hotel Bela Vista
Oferta duma Caravela em filigrana em nome de Macau para os portugueses de Hong Kong que são os sócios do Clube Lusitano, na pessoa do seu presidente, Comendador Arnaldo de Oliveira Sales (3)

(1) “O Clube Lusitano surgiu em Hong Kong em 1866. A primeira pedra foi lançada em 1865. O Clube nasceu em 1866, sendo inaugurado oficialmente por um Governador de Macau, na altura o Conselheiro Horta” (trecho do discurso do Governador de Macau). Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/clube-lusitano-de-hong-kong/

(2) “ Escolhemos este Hotel onde nos encontramos, não por ser o Hotel mais moderno de Macau, mas precisamente por ser o Hotel mais antigo de Macau, o Hotel a que estão ligadas, com certeza, gerações e gerações de portugueses de Macau que daqui saíram para Hong Kong e, também, por durante a guerra, a segunda grande guerra mundial aqui estiveram e, julgo que neste mesmo Hotel alguns viveram durante esses dias e anos difíceis da guerra. “ (trecho do discurso do Governador de Macau)

(3) “ Não é um presente de grande valor, mas tem um grande valor simbólico. Continua a significar que é através do mar e foi através do mar que os portugueses se espalharam pelo Mundo. E esse mar que a dada altura espalhou os portugueses pelo Mundo ainda hoje serve para fazer a sua ligação.“ (trecho do discurso do Governador de Macau)

Fotos e texto extraídos de «Macau B.I.T.», XI-9/10 de Novembro/Dezembro de 1976, pp. 24-27

Extraído de «BPMT», XIII-43 de 28 d

O governador Macau homenageado era José Maria da Ponte e Horta (26-10-1866 a 2-08-1868)

Maximiano António dos Remédios filho de António dos Remédios e de Rita de Sousa Peres nasceu em S. Lourenço a 12.09.1808 e faleceu S. Lourenço a 1.02.1875. Rico negociante e proprietário, arrolado em 1871 como um dos 40 maiores contribuintes de Macau. A 17.09.1871, reuniu em sua casa um grupo de macaenses que constituíram o núcleo fundador da «Associação Promotora da Instrução dos Macaenses» (APIM). Na eleição da 1.ª direcção Maximiano dos Remédios foi eleito presidente.

Maximiano dos Remédios tinha uma propriedade na chácara de S. José, vulgarmente conhecida por chácara de Manochái sita na Calçada das Chácaras (lugar onde havia várias chácaras) local hoje junto de Santa Sancha. A 17 de Abril de 1902, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, (SCM) propôs e a Mesa concordou em comprar por $2 000 a «Chácara de S. José» pertencente à viúva de Maximiniano António dos Remédios, contínua ao Hotel BoaVista (comprada pela SCM em 15 de Novembro de 1901 para aí instalar Hotel Sanatório) com intenção de aumentar a área de construção.

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/maximiano-antonio-dos-remedios/

Informações retiradas de: FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, VOL. III, 1996, p. 40; TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I, 1997 p. 303, 311,

O pessoal dos Serviços de Saúde, ofereceu, no dia 31 de Maio de 1952, um jantar de despedida, no Hotel Boa Vista, ao Dr. Fernando Tomás Gonçalves, médico dos referidos serviços.

O Dr. Aires Pinto Ribeiro, Chefe dos Serviços de Saúde, no uso da palavra
O Dr. Aires dos Santos Brígido enaltecendo as qualidades do homenageado Fotos extraídos de «Mosaico», IV-21-22 de Maio e Junho, 1952

Dr. Fernando Tomás Gonçalves (1915 – ?) foi nomeado médico de 2.ª classe do quadro médico comum e colocado em Mcau por portaria ministerial de 24 de Novembro de 1947. Apresentou-se na Repartição Central dos Serviços de Saúde de Macau em 26 de Junho de 1948, onde tomou posse na mesma data. Por portaria de 7 de Julho de 1948 foi nomeado adjunto do Delegado de Saúde de Macau e Ilhas e por portaria de 22 de Junho de 1949 foi nomeado Delegado de Saúde, tendo sido exonerado deste cargo a 3 de Março de 1950, por se ter apresentado o médico de 1.ª classe Dr. João Albino Cabral. Nessa data, passou a ser adjunto do Delegado de Saúde, cargo que exerceu até acabar a comissão, embora com alguns períodos noutras funções como médico analista dos Serviços de Saúde (1951-1952) aquando da ausência do titular, o Dr. Reinaldo da Silva Sousa Vieira. Foi louvado por ter exercido pela competência, dedicação e probidade as funções de director substituto do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Central Conde de S. Januário em 2 de Janeiro de 1952

Representou Macau (juntamente com os Drs. Aires Pinto Ribeiro e José Marcos Batalha) no Primeiro Congresso Nacional de Medicina Tropical, realizado em Lisboa, de 24 a 29 de Abril de 1952.

Embarcou em 5 de Junho de 1952 com destino a Moçambique, para onde foi transferido. (referências biográficas recolhidas de TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes III-IV, 1998, pp. 380-381).

Mais dois postais com fotos datadas de c. 1902, da colecção (10 postais), intitulada “MACAU ANTIGA, ETERNA”  – fotografias das primeiras décadas do século XX – com legendas em três línguas, publicada pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. M / Arquivo Histórico de Macau, em 2015. (1)

Postal – Hotel Boa Vista, c. 1902 (2)
Postal – Hotel Boa Vista, c. 1902, verso

NOTA: Data errada, a mesma foto, foi publicada em postal pela “Graça & Co”, de Hong Kong e datada “cerca de 1890

Postal – Rua da Felicidade, c. 1902 (3)

NOTA – outra data errada e mal legendada, não se trata da Rua de Felicidade. Será provavelmente uma rua do Bairro Chinês (Bazar).

“É referida como sendo a Rua da Felicidade, mas é uma outra rua de Macau, que ainda não consegui saber qual seria. Rua da Felicidade é que não é por causa das varandas e de os edifícios terem dois andares.” (informação de R. Beltrão Coelho)

Postal – Rua da Felicidade, c. 1902, verso

Aliás esta foto, está também em postal, de “Graça & Co” de Hong Kong com indicação “Chinese town –Gambling Houses and Chinese Restaurants”, c. 1890.

LOUREIRO, João – Postais Antigos MACAU, 2.ª edição, 1997, p. 101

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/10/07/postais-coleccao-macau-antiga-eterna-ii/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/25/postais-coleccao-macau-antiga-eterna-i/

(2) Anteriores referências ao Hotel Bela/Boa Vista em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-bela-vista-boa-vista/

(3) Anteriores referências à Rua da Felicidade em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-felicidade/

O livro “CHRONICA PLANETARIA (Viagem à Volta do Mundo) ” de José Augusto Correa, (1) publicado em 1904 (2) é um relato de viagem à volta do mundo que o autor começou em Lisboa, no dia 15 de Março de 1902 na estação do Rossio:

Partida da estação central do Rocio, Lisboa, às 11 horas e 6 minutos da manhã de sábado, 15 de Março de 1902. Dia esplendido e sol. Em seguida aos abraços de despedida e á grata operação de fotografar o grupo de amigos que compareceram, dissemos, o Soares e eu, um último adeus á cidade amada de Herculano. (…)

e terminou na mesma cidade, a 19 de Setembro de 1902: A 7 de setembro e ao som de hymnos festivaes que saudavam a aurora anniversaria da independencia do Brazil, (…) deixei o solo paraense para bordo do «Jerome», que em doze dias me transportou à formosa cidade de Ulysses, termo, como fôra princípio, da minha viagem circular planetária.

Exemplar encadernado, com lombada em pele, bem encadernada., mas com desgaste (contornos das capas)
Exemplar com uma dedicatória do autor numa folha incorporada antes da folha de rosto,  “offerece José Augusto Correa, Lisboa, 24 de Fevereiro de 1905

Da estadia em Macau de 20 de Junho a 22 de Junho, o autor descreve-o nas páginas 352 a 362 (III Parte- De Alexandria a Hong Kong pp. 251 a 1370)

Infelizmente das 240 fotogravuras que o livro apresenta, somente uma foto (a Praia Grande) é de Macau.

20 de Junho – Entre as três próximas cidades: Vistoria (Hong Kong), Macau e Cantão, há uma regular carreira de vapores de roda, som serviço de restaurante. Em três horas de bôa marcha, vence-se as quatro milhas que separam Hong Kong, isto é, a China inglesa, de Macau, a China portugueza.

Foi por uma tarde límpida e formosa que avistei o pharol da Guia, e a linda capellinha contigua, a alvejar por entre a ramaria. Apparece depois o bello quartel mourisco, hoje, hospital de colericos, (3) a monumental fachada de S. Paulo, os campanarios de S. Lourenço, toda a magnifica edificação da Praia Grande, d´entre a qual sobresahe o palácio do governador, e no extremo oposto o hotel-sanatorio da Boavista, elevado no meio de um caracol maravilhosamente pittoresco. Todo este conjunto impressiona encantadoramente o forasteiro que pela primeira vez aporta à cidade do Santo Nome de Deus de Macau.

O porto, d´este lado da minúscula peninsula, é inacessível a embarcações de alto bordo. É preciso dobrar a ponta da Boavista e ir fundear no porto interior, que defronta o bairro chinez. Este é extenso mas sujo, com exterior apparencia de remota antiguidade. (…)   …………………. continua.

(1) José Augusto Corrêa nasceu em Vigia (Vigia, também chamada de Vigia de Nazaré, é um município brasileiro do estado do Pará) mas passou a maior parte do tempo na Europa sobretudo em Lisboa e Paris. Era da Academia de Ciências de Portugal e editou várias obras de caráter teológico, filosófico e literário entre 1894 e 1926. Na sua obra “Crônica Planetária”, de 1902, Augusto Corrêa escreveu sobre sua passagem pela terra natal em agosto do referido ano: “22 de Agosto de 1902,- eram nove horas e meia da manhã quando pisei o sólo da pátria idolatrada, (Belém – capital de Pára) depois de uma ausência de vinte e sete anoshttps://www.culturavigilenga.com/copia-biografias

(2) CORREA, José Augusto – Cronica Planetaria (Viagem à volta do mundo), 2.ª edição. Editora: Empreza da História de Portugal, Lisboa, 2.ª edição, 1904, 514 p. Illustrada com 240 photogravuras; 15,5 cm x 21 cm

(3) O “hospital de colericos” (sic)  – Hospital (militar) de Sam Januário foi construído em 1872, destinado a militares, nunca foi quartel mourisco, nem foi para doentes com cólera. De 1896 a 1901 houve uma epidemia de peste bubónica em Macau (e arredores) e em 1902 surgiu uma epidemia de cólera em Cantão : “15-03-1902 – O B. O. acautela para a necessidade de tomar medidas preventivas face à epidemia de cólera que grassa na província de Cantão. O B. O. n.º 30 considera-a já extinta” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia de História de Macau, Volume 4, 1977)

Anúncio em inglês de 1920, inserida numa publicação “turística” editada em Hong Kong.

O “Hotel Macao”/ “Macao Hotel” situado no Centro da Praia Grande  com entrada na Rua da Praia Grande n.º 65, tinha uma fachada de três pisos, que dava para a praça da Praia Grande, e proporcionava uma ampla vista panorâmica da zona ribeirinha e da marginal orlada de pinheiros, e uma porta lateral sque dava para  futura Avenida de Almeida Ribeiro. O luxuoso hotel era o preferido dos turistas e comerciantes  abastados e dos convidados oficiais.

Anteriormente chamado Hotel “Hing Kee” (o proprietário do hotel era o sr. Leong Hing Kee / Pedro Hing Kee, grande negociante/comerciante em Hong Kong e em Macau) (1) foi depois remodelado, passando a ser conhecido em 1903, como “Macao Hotel” e depois na década de 20 (séc. XX) “New Macao Hotel” com entrada principal na Avenida Almeida Ribeiro. Após a morte do proprietário, o hotel de novo entrou em obras, permanecendo a entrada pela Avenida Almeida Ribeiro, e reinaugurado com o nome de “Hotel Riviera” de 1928 até 1969, quando foi demolido. Em 1974 erigido no mesmo local o edifício Comercial Nam Tung e depois reconstruído, em 1998 para sede do Banco da China, em Macau.

(1) Pedro Leong Hing Kee (alias Pang Ahim) (segundo algumas fontes, além do chinês, falava francês, inglês e português?) era entre 1870 e 1880, dono de dois hotéis de luxo em Hong Kong “Hong Kong Hotel” e Victoria Hotel” e depois em 1890 fixou-se em Macau,. envolvendo-se  em vários negócios, como por exemplo, negociante de gelo neste anúncio de 1922

Pedro Hing Kee era proprietário do hotel “Hing Kee” (também chamado “Hotel Victória“) , inaugurado em 1880, e em Maio de 1903, vendeu-o por 20 mil patacas a William Farmer. (2) Há uma outra informação que refere ter o Hotel “Hing Kee”, pertencido de 1891 a 1903 a um chinês, rico comerciante do Havai (3)

(2) William M. Farmer, australiano do ramo da hotelaria, veio para Hong Kong em 1890 para trabalhar no “Victoria Hotel” e depois “New Victoria Hotel” que ele comprou, em 1898. Em 1892 associado ao negociante parse, Sr. Madar, adquiriu o “King Edward Hotel”. Nessa década, terá vindo a Macau e achou que era proveitoso investir na hotelaria em Macau e havia só dois hotéis que o satisfazia: hotel Boa Vista e o hotel Hing Kee. Quis arrendar o Hotel-sanatório Boa Vista, mas este foi cedido à Santa Casa da Misericórdia, em 1901, por 80 mil patacas. Comprou o Hotel Hing Kee, em 1903 rebatizando-o como “Macao Hotel”.

 (3) “Quando Chun Afong (1825-1906), um rico comerciante do Hawaii, visitou Macau na companhia do filho no verão de 1891, tentou entrar no Hotel Victoria, mas foi impedido pelo porteiro que lhe explicou que “cães e chineses não eram admitidos”. Chun ficou irritadíssimo e pediu para falar com o gerente do hotel, a quem ofereceu 5.000 dólares americanos pela compra do Hotel. Uma vez adquirido, o hotel mudou de nome e passou a chamar-se “Sei Hoi Fong Un” (o jardim de Fong dos quatro mares).” (“As Ruas Antigas de Macau”, I.A.C.M., 2016,p. 29)

Anteriores referências a este hotel em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-new-maca

FOTO – MACAU- VISTA DA PRAIA GRANDE, c. 1890 (1)
Autor desconhecido

NOTA: a baía da Praia Grande, vista da Colina da Penha, ou possivelmente do Hotel Bela Vista. Ao fundo à direita, à beira mar, o Grémio Militar, construído em 1870 e no alto a Colina da Guia.

FOTO – MACAU – VISTA DA PRAIA GRANDE c. 1895 (2)
Autor desconhecido

NOTA: A baía da Praia Grande, vista da Colina da Guia ou possivelmente da Colina de S. Jerónimo. Ao fundo o Hotel Bela Vista, à beira da baia, e a Colina da Penha (Igreja da Penha).

(1) http://www.wattis.com.hk/gallery/photographs/9/5997/macao-praya-grande.html

(2) http://www.wattis.com.hk/gallery/photographs/9/6898/macau-view-of-praya-grande-towards-penha-hill.html

Pequeno opúsculo (17 cm x 12 cm), editado pela Agência Geral do Ultramar, sem data registada, em português, cuja versão em francês publiquei em 17-04-2012 (1)
O conteúdo é o mesmo dos opúsculos editados também pela Agência-Geral do Ultramar, de 1964 ou anterior a esta data, publicados em (2) (3) e (4), variando somente nas fotografias (coloridas e a preto e branco) que pela qualidade tipográfica (impresso em offset) pressuponho que este opúsculo seja posterior a 1964.
Ligeiros acrescentos no texto, confirmam esta afirmação:
No que se refere a “A entrada ou permanência de estrangeiros na Província de Macau”, há um parágrafo no final: “Os portugueses necessitam apenas do seu passaporte ou guia de viagem “
E nas referências aos hotéis, há uma divisão em Hotéis Europeus (Hotel Riviera, Hotel Bela Vista, Pousada de Macau) e Hotéis Chineses (Hotel Central, Hotel Kuoc Chai)
O Hotel Central situado a meio da Avenida Almeida Ribeiro, perto de todas as casas de espectáculos, é o centro da vida nocturna de Macau. Além de 200 quartos dotados de todas as comodidades, possuiu, sob a direcção de pessoal especializado, um luxuoso «Salão de beleza». No 6.º andar, aberto todas as noites, funciona um «Salão de dança», onde toca uma escolhida orquestra filipina. No rés-do-chão e no «mezanino» o restaurante «Golden Gate», que fornece comida europeia, e no 5.º andar o restaurante chinês «Golden City»
Preços dos quartos:
Singelos (sem casa de banho) ……………             5.00 patacas diárias
Singelos (com casa de banho) ……………           13.00 patacas diárias
Dobrados (sem casa de banho) …………            14.00 patacas diárias
Dobrados (com casa de banho) …………..          20.00 patacas diárias”
“O Hotel Kuoc Chai, situado ao fundo da Avenida Almeida Ribeiro, junto das pontes de desembarque do Porto Interior, onde atracam todos os barcos da carreira Macau-Hong Kong. De linhas modernas e janelas rasgadas, tem84 quartos. No rés-do-chão e no «mezanino» funciona um restaurante de comida europeia, e no 3.º andar outro de comida chinesa. Além dum «Salão de beleza», instalado no «mezanino», existe no 1.º andar um «Salão de dança»
Preços dos quartos:
Singelos (sem casa de banho) ……………             10.00 patacas diárias
Singelos (com casa de banho) ……………            18.00 patacas diárias
Dobrados (todos com casa de banho) …………  25.00 patacas diárias”

Nas páginas centrais, a fotografia das Ruínas de S. Paulo
O Porto Interior (a ponte cais n.º 16 no canto inferior direito) – foto tirada do Hotel Kuok Chai

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/17/folheto-propaganda-macao-une-ville-portugaise/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/21/folheto-propaganda-macau-portugal-no-oriente-i/
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/03/folheto-de-propaganda-macau-portugal-no-oriente-ii/
(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/17/folheto-de-propaganda-macau-terra-de-maravilha/

MACAO

An alien city rimmed by shallow seas
And purple islands, as the world extreme;
A siren of indolence and ease
Where men live at peace and poets dream
 
Clouds pass, men come and go, the seasons change,
But time moves on, although the clocks pretend,
Her beauty is familiar and strange …
Who, knowing her, shall not proclaim her friend?
 
I shall remember many of her way:
The signbords swingind in the autumn gales,
And on her inlets and tourquoise bays
The idle junks with safron coloured sails.

The yellow hour of twilight that recedes
The darkness burning with unnumbered stars
Dice rolling and men counting little beads,
The show sad songs girls sing to their  guitars.
 
A child cuts firewood in a coblet street
A crowd collects to watch two cricketsfight,
A city sonolent with nooday heat,
Transformed and shadowed with romance by night.
 
These memories and many others such
I shall retain; and underneath their charm
One of a woman I loved too much
And pray  that none may ever come to harm.
                                          Gerald Jollye
 

A baía da Praia Grande, a Igreja da Penha e o Hotel “Boa Vista”
 

Gerard Humphrey Jollye (1921-1950) Como militar britânico, no 1.º Batalhão no Norte de África foi ferido e como membro do Serviço Civil Malaio, morto aos 29 anos de idade, pelos comunistas na insurreição comunista na Malásia, numa emboscada perto de Malaca em 13 de Dezembro de 1950. Esteve em Macau (década de trinta- século XX) como cadete militar, a estudar chinês, hospedado no hotel «Boa Vista»
O Hotel «Boa Vista» que foi comprado em 1932 por Ieong Pat por 55 mil patacas, mas pouco durou como hotel pois em 1934, com um contrato de três anos (1934-1937) esteve alugado ao governo inglês para alojamento dos cadetes dos Serviços de Administração Civil Britânica, que vinham estudar chinês em Macau antes de entrarem no serviço administrativo. Com a invasão da China pelos japoneses, os cadetes regressaram a Hong Kong em 1936.
Segundo Padre Teixeira, «ouve vários romances entre os jovens cadetes e as jovens de Macau mas, como era vedado o casamento, vários corações ficaram partidos na hora da despedida» (1)
Relação dos funcionários ingleses pelo “Indian Office”, publicada no “The London Gazette”, Issue 35279,  19-09-1941 onde consta o nome de “Pte Gerard Humphrey Jollye”

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997