Archives for posts with tag: Santa Casa da Misericórdia

Dois desenhos de Ung Vai Meng (1) extraídos do livro “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997) ” (2) (infelizmente com fraca digitalização)

Ung Vai Meng. Casa da Misericórdia (Largo do Senado), lápis sobre papel, 1990, p. 29
Ung Vai Meng. Rua do Almirante Sérgio, lápis sobre papel, 1994, p.75

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) CUNHA, Luís (Direcção Editorial e Texto) “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997) ”, edição do Leal Senado de Macau, 1997, 89 p.  

PEREIRA, A. MARQUES – Ephemerides Commemorativas da História de Macau e das Relações da China com os povos Christãos, 1868, p. 74

Anteriores referências: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-belchiormelchior-carneiro/

Extraído de «BPMT», XIII-29 de 13 de Julho de 1872, p. 129

Um edital do Governo da Província, datado de 3 de Janeiro de 1849, fixava o lugar para o enterramento dos chineses em geral. O presente edital do Leal Senado de 10 de Julho de 1872 determinou que o Cemitério Chinês de S. Lázaro se fundisse no de S. Miguel (inaugurado em 1854) (1), onde desde essa data, passaram a enterrar-se todos os cadáveres dos finados católicos chineses e não chineses de Macau. Mas só em Maio de 1910 se fez a transladação dos restos mortais das 220 pessoas (pertencentes a 50 apelidos ou famílias), enterradas, entre os anos de 1849 e 1872, pelo menos, nesse Cemitério, que ficava entre a Rua de Volong e a da Horta da Companhia e ainda agora é recordado pelo nome de Estrada do Repouso. (2) (3) (4)

(1) “14-11-1854 – Inaugurou-se o cemitério de S. Miguel com o enterro do primeiro cadáver. Até aí os enterramentos dos católicos faziam-se nas paredes arruinadas da igreja de S. Paulo “ (Anuário de Macau, 1922, p. 33)

(2) Estrada do Repouso – “Este nome traz-nos à lembrança o antigo cemitério de S. Lázaro, fundado em 1849, que ficava entre a Rua do Volong e a da Horta da Companhia. Este cemitério serviu até 1873 pelo menos.” (2)

(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, p. 271-272

(4) “Devido aos cristãos chineses levarem os mortos e pessoas gravemente doentes para a Capela de S. José, o padre de S. Lázaro queixou-se ao Bispo que, em 26 de Maio de 1847, oficiou o Provedor da Santa Casa. Assim se conseguiu um novo terreno onde se construiu uma escola e um necrotério, dependente da Capela de S. José. Dois anos depois foi aberto o Cemitério de S. Lázaro onde 220 cristãos chineses estiveram sepultados até 1910, quando foram transladados para o de S. Miguel Arcanjo, inaugurado em 1854, no outro lado da Estrada do Cemitério.” (MORAIS, José Simões – O sentir de aldeia no Bairro de S. Lázaro, publicado na Revista «Macau”, Agosto de 2014 e disponível para leitura em: https://www.revistamacau.com.mo/2014/08/20/o-sentir-de-aldeia-no-bairro-de-s-lazaro/

Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural e impresso na Tipografia Welfare. (1)

Templo da Barra – 媽閣廟 – Barra Temple
Ung Vai Meng 1983

“Na primeira capela de Ma-Kok-Miu (ou Ma – Chu-Poh)ou Pagode da Barra, em frente dos arcos do vestíbulo, lê-se uma inscrição chinesa na face interior da soleira da porta, cuja tradução é a seguinte: foi construída na dinastia Ming (1366-1644), no reinado de Mán-Leck (1573-1619) no ano Ut Chi (1605), 33.º ano de Man Leck. Foi reconstruída na dinastia Ming no reinado de Song Ch´ing (1628-1644), no ano K´ei Chi (1629), 2.º ano do reinado de Song. Foi consertada na dinastia Ch´ing (1644-1911), no 8.º ano do reinado de Tou Kuong (1828).

Segundo esta inscrição, o templo foi levantado em 1605, mas deverá ter sido de muitos anos antes. O Padre Mateus Ricci, que chegou a Macau a 7 de Agosto de 1582, menciona este templo no seu Diário, dizendo que os mandarins deram licença aos portugueses para se fixar em Macau, “onde era venerado um pagode que chamam Amá. Por isso chamavam àquele lugar Amacao, que quer dizer na nossa língua Baía de Amá”.

Portanto, segundo Ricci, este templo já existia quando os portugueses aqui fixaram em 1557. (2)

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/templo-de-a-ma-da-barra-%E5%AA%BD%E9%96%A3%E5%BB%9F/

Edifício da Misericórdia -仁慈堂 – Misericórdia Building
Ung Vai Meng 3-06-1983

A Santa Casa da Misericórdia de Macau (仁慈堂大樓), é um edifício histórico no Largo do Senado, Macau, China. Estabelecido como um ramo da Santa Casa da Misericórdia, foi construído em 1569 por ordem do Bispo de Macau, Belchior Carneiro Leitão. Foi uma clínica médica e com várias outras estruturas sociais no início da história de Macau. Mais tarde serviu como um orfanato e refúgio para as viúvas de marinheiros perdidos no mar. A 30 de Julho de 1969 a Santa Casa da Misericórdia de Macau foi distinguida como Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/santa-casa-da-misericordia/

Museu Luís de Camões – 博 物院 – Luís de Camões Museum
Ung Vai Meng 1983

Museu de Luís de Camões, instalado no palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões (arrendada em 1785 à Companhia Inglesa das Índias Orientais passando a chamar-se ao palacete, a «Casa Garden») foi aberta ao público em 25 de Setembro de 1960, integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau. A primeira sugestão de se fundar este Museu partiu do Governador de Macau, Artur Tamagnini Barbosa, em 1927.

O Museu funcionava no edifício que, contíguo ao jardim de Camões foi construído em 1770 e serviu de residência do então presidente da Comissão Selecta da Companhia Britânica das Índias Orientais.

Em 1960, a construção foi convertida em Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões e depois Museu Camões e finalmente adquirido em 1988 pela Fundação Oriente, para sua sede.

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/18/mapa-turistico-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/09/25/noticia-de-25-de-setembro-de-1960-museu-luis-de-camoes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/museu-luis-de-camoes/

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982, p.47

Revista, 33,5 cm x 22,8 cm, número único, edição da “Provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Macau”, 28 p., aquando do IV Centenário da Santa Casa de Misericórdia de Macau 1569 – 1969. (1)

SUMÁRIO
CAPA e CONTRACAPA
SUMÁRIO
Versos de Garcia de Resende – Século XV, p. 2

A 14 de Julho de 1969, o Presidente da República conferiu à Santa Casa de Misericórdia de Macau o título de Membro Honorário da Ordem de Benemerência.

Contra-capa – EX LIBRIS DA IMPRENSA NACIONAL DE MACAU

(1) Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/16/noticia-de-16-de-outubro-de-1969-1-o-dia-de-circulacao-iv-centenario-da-fundacao-da-santa-casa-da-misericordi-a-de-macau/

Extraído de «BPMT», XIV-38 de 21 de Setembro de 1868, p. 179

Governador de Macau –António Sérgio de Souza (3-08-1968 / 22-03-1872) Governador do Bispado (1866-1870) – Padre Jorge António Lopes da Silva (natural de Macau) nomeado em 1866, pelo Arcebispo de Goa. Era Mestre Escola, e pároco de S. Lourenço antes da nomeação.

A Igreja paroquial de S. Lázaro é dedicada Nossa Senhora da Esperança cuja estatua se vê no altar-mor; dos dois lados da nave ficam os altares do Sagrado Coração e de S. José. No cruzeiro, ergue-se uma cruz de granito, em cuja base se lê: «Cruz da Esperança, Ano 1637». Contíguo à igreja, fica o Asilo de S. José, construído por ocasião da epidemia de 1895 e que hoje é o albergue. A jurisdição espiritual da Paróquia de S. Lázaro não é local, mas pessoal, abrangendo toda a população chinesa de Macau, sendo por isso a maior e mais populosa freguesia da cidade.” (TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e a sua Diocese I, 1940, p.171.)

Anteriores referências a esta Igreja: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-lazaro-n-sra-da-esperanca/

Por iniciativa do Padre Francisco Xavier Rôndina, S. J. (1) efectou-se a 3 de Abril de 1864, uma quermesse no teatro D. Pedro V, em benefício dos órfãos do Seminário de S. José. Este mesmo jesuíta que veio para Macau em 1862, para ensinar e dirigir o Seminário de S. José, (2) era um defensor dos direitos humanos, denunciando os problemas sociais dos mais pobres e desfavorecidos, e promovendo os meios para sustentar os asilados nomeadamente os órfãos.

Mas só em 1900 por iniciativa do Provedor da Santa Casa de Misericórdia Pedro Nolasco da Silva (1842-1912) surgiu o “Asilo dos Órfãos” instalado no Tap Seac, mas que por razões económicas em 1918, foi extinta. (3) (4)

Em 1933, a “Associação protectora dos jovens pobres e órfãos”, que tinha o edifício alugado denominado «Novo Asilo dos Órfãos» na Travessa dos Santos n.º 2, encomendou a construção de um edifício próprio que seria denominado “Asilo dos Orfãos”. (5)

 «Boletim Geral das Colónias», XII, n.º 134/135, Agosto/Setembro de 1936, pp.181

Para efectivação desta grande obra de beneficência, para angariação de fundos para a sua concretização, em Macau, Abril de 1936, (6) foi impresso e distribuído um “jornal” de 16 páginas (número único) onde se apresenta:

– Uma mensagem do Governador interino, Dr. João Pereira Barbosa

 – Um “ante-projecto, para mostrar o partido tomado e em que ainda não há uma preocupação de detalhe”, elaborado por Keil Amaral, (7) acompanhado de uma “descrição do projectado para construção de um edifício na Rua da Horta da Companhia, (8) a pedido da Associação protectora dos jovens pobres e órfãos”, assinado pelo mesmo arquitecto.

– Um artigo intitulado “Querer É Poder”, história resumida do Asilo dos Órfãos até então, por Luís Nolasco (Macau, 18 de Março de 1936) (9)

Com desenho/projecto na 1.ª página da “Fachada principal do novo edifício do Asilo dos Pobres e Órfãos de Macau”
Planta do 1.º pavimento
Planta do 2.º pavimento
Planta da cave
Mensagem manuscrita do governador interino, Dr. João Pereira Barbosa de 8 de Abril de 1936.

NOTA – Apesar de ter havido lançamento da primeira pedra do edifico, em 23 de Junho de 1936, com projecto do arquitecto Keil do Amaral, na Rua de Horta e Companhia, não consta ter havido concretização desta obra pois não encontro nas minhas pesquisas, até hoje, qualquer informação sobre a inauguração ou trabalhos realizados nessa mesma rua e também porque os «Anuários de Macau» de 1938 (p. 442) e 1940/41 (p. 462) referirem uma nova morada para o Asilo dos Órfãos, na «Vila Flora». Acrescenta-se o facto de, em 13 de Fevereiro de 1924, num terreno denominado Horta da Companhia, doado à Irmandade da Misericórdia de Macau pelo Governo da Província, ter sido construído um edifício destinado para Asilo dos Inválidos, (10)

(1) 08-06-1862 – Chegaram a Macau os Padres jesuítas Xavier Rôndina (1827-1897) e José Joaquim de Fonseca Matos, os primeiros professores do reaberto Seminário.  O Padre Francesco Saverio Rondina nasceu em Itália e aos 15 anos de idade ingressa na Companhia de Jesus e faz o seu noviciado em Roma. É enviado para Macau, tendo residido primeiramente, em Portugal entre 1859 e 1862, em Lisboa, no colégio de Campolide onde obteve a autorização régia para ensinar em Portugal, e posteriormente em Macau. Em 1862, passa pela ilha de Sanchoão, onde encontrou aí, a primeira sepultura de S. Francisco Xavier, que restaurou. Padre Rondina, depois de ter dirigido o Colégio de S. José em Macau de 1862 a 1871, devido à ordem que veio de Lisboa (os professores do Seminário teriam de ser obrigatoriamente de nacionalidade portuguesa e a aqueles que não cumpriam este requisito teriam de abandonar o território), abandona Macau com alguns colegas jesuítas e dirige-se para o Rio de Janeiro, onde permanecerá durante algum tempo mas, por motivos de saúde, regressa finalmente a Itália, em 1882. Nesse ano, quando conhece a obra educativa de S. João Bosco, sob a inspiração e nome de S. Francisco de Sales – os Salesianos – propôs a ida destes para Macau. D. João Paulino Azevedo (1902-1918) dá sequência à instalação dos salesianos em Macau, em 1906. (10)

Sobre a biografia e obra do Padre Rondina , aconselho leitura de: ARESTA, António – Cinco Figuras do Diálogo Luso-Chinês em Macau em file:///C:/Users/ASUS/Downloads/06-Cinco%20figuras__Antonio%20Aresta873-894.pdf

MARTINS, Maria M. B. – Compêndio de Philosophia Theorética e Pratica de Francisco Xavier Rondina S.J.; O Renascimento de Neo-escolástica  em https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/15970.pdf

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – O Teatro D. Pedro V, 1971, p. 31.

(3) “1900 – Sendo Provedor da Santa Casa de Misericórdia Pedro Nolasco da Silva criou este grande vulto macaense o Asilo dos Órfãos, que ficou a cargo da mesma Santa Casa e instalado em edifício próprio, ao Tap Seac (hoje sede do Instituto Cultural do Governo da RAEM). A instituição foi extinta por medidas económicas em 1918, tendo recolhido e educado ao todo 182 rapazes, alguns dos quais atingiram lugares importantes dentro e fora de Macau. (10)

(4) “Havia antigamente o Asilo dos Órfãos da Santa Casa da Misericordia de Macau, instalado no edifício que a mesma Santa Casa propositadamente mandou construir ao Tap Seac e onde hoje funciona o liceu nacional. Um provedor, porém, em hora infeliz de confissão de incompetência e de comodismo propôs, e conseguiu, a sua extinção. Ficou, então, aberta uma lacuna na obra de assistência pública de Macau.” (Luis Nolasco) (6)

(5) “06-01-1933 – Foi inaugurado a 6 de Janeiro de 1933, o «Novo Asilo dos Órfãos», sob o patrocínio da «Associação Pública de Protecção aos jovens Pobres e Órfãos», alimentada com cotas mensais, sessões de animatógrafo e outras representações de benefício. Faltava um prédio adequado, porque o 1.º, ao Tap Seac, passou a ser o Liceu Central de Macau. Com a ajuda de muitas almas boas, entre elas o arquitecto Keil do Amaral e o Dr. Gustavo Nolasco da Silva (11), impulsionados por Pedro Paulo Ângelo, (12) o Asilo foi instalado na Travessa dos Santos n.º 2 e encontrou quem lhe permitisse continuar (10) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/01/06/noticia-de-06-de-janeiro-de-1933-novo-asilo-dos-orfaos/

(6) “O Asilo dos Orfãos”, jornal, número único, de Abril de 1936,Macau.

“ABRIL DE 1936 – Publicado um Jornal do Asilo com o título de “O Asilo dos Orfãos”, Número Único, com a história e o projeto de construção do edifício destinado a esta obra de assistência; ainda instalado na Travessa dos Santos, ali se utilizou a política de self-supporting-concern, com oficinas de tipografia e encadernação e professores (e material) concedidos pela Comissão Administrativa de Município, por proposta do Tenente Guedes Pinto. O projecto foi feito gratuitamente pelo arquitecto Keil do Amaral, sendo-lhe destinado um espaço cedido gratuitamente por diligência do Governador Interino, Dr. João Pereira Barbosa.” (10)

(7) Francisco Caetano Keil Coelho do Amaral (1910 — 1975) foi um arquiteto português ligado ao Modernismo, com destaque ao longo dos anos de 1940 e 1950, com responsabilidade projectual de importantes obras públicas, como por exemplo, Aeroporto de Lisboa, Feira das Indústrias de Lisboa, Parque Florestal de Monsanto, Lisboa etc. Completa o curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Lisboa e a primeira obra é de 1934 (Instituto Pasteur, Porto). Este projecto para Macau terá sido um dos primeiros trabalhos encomendados (não consta na sua biografia) já que só em 1936, é referenciado o concurso para o Pavilhão de Portugal na Feira Universal de Paris, onde esteve durante 1 ano para acompanhar a construção do pavilhão. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Keil_do_Amaral)

(8) A Rua de Horta da Companhia, em 1969, foi redenominada Rua de D. Belchior Carneiro (actual designação) nas comemorações dos 400 anos da chagada a Macau do Bispo D. Melchior.

(9) Dr Luís Gonzaga Nolasco da Silva (1881-1954; filho de Pedro Nolasco da Silva) foi presidente do Asilo dos Órfãos de 1933 (Travessa dos Santos, n.º 2) a 1938/1939 (Vila Flor) (Directório de Macau, 1933, p. 518 e Anuário de Macau, 1938, p. 442) (https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-gonzaga-nolasco-da-silva/)

(10) (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, 2015, Volume II, p. 338; Volume III, pp. 161, 230,239, 251, 283)

(11) Dr. Gustavo Nolasco da Silva (1909-1991; filho de Luís Gonzaga Nolasco da Silva) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/gustavo-nolasco-da-silva/

(12) 14-07-1931- O Sr. Pedro Paulo Ângelo, fazendo parte da Mesa Directora da Sta. Casa, inicia uma subscrição pública para reerguer o Asilo dos Orfãos, instituição onde crescera e sustentada pela Santa Casa da Misericórdia até 1918 quando foi fechado por medidas económicas. Em 13 de Agosto de 1931, os Estatutos foram aprovados pela Portaria n.º 936 do Governo de Macau. Com a subscrição e mais algumas achegas finais, adquiriu-se uma soma de 10 mil patacas.” (10)

Anteriores referências ao Asilo dos Órfãos: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/asilo-dos-orfaos/

Extraído de «Boletim do Governo de Macau», VI- 17 de 31 de Março de 1860, p. 68

ANTÓNIO Feliciano MARQUES PEREIRA (1839-1881), jornalista e de folhetinista, veio para Macau em 1859. Casou em Macau (na igreja de S. Lourenço), no dia 8 de Janeiro de 1861, com Belarmina Inocência de Miranda, filha de António José Maria de Miranda, nome marcante na governação do Território neste período. É autor de uma série de “romances de acção contemporânea” publicados em vários números do Boletim do Governo de Macau (e depois publicados em separado com a denominação geral de “Esboços e Perfis”), e das “Efemérides Comemorativas a História de Macau” que foram apresentadas ao longo de vários números do Boletim e depois reunidas e publicadas em livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos”. (1) Ligado à publicação do semanário «Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大西洋國)», de 1863 a 1866.

Além de outros cargos públicos foi Superintendente da Emigração Chinesa (1860-1865) (2); Procurador dos Negócios Sínicos, (1865 – 1868) (3); capitão da 1.ª Companhia do Batalhão Nacional de Macau (4); secretário da Missão Diplomática à Corte de Pekim nomeado pela Portaria de 15 de Abril de 1862 e exonerado a 11 de Setembro de 1862 (ordem n.º 34) de «BGMVIII», n.º 41 de 13 de Setembro de 1862, p. 164.

Depois da sua saída de Macau, António Feliciano Marques Pereira ocupou o posto de cônsul de Portugal no Sião (Janeiro de 1875) e Singapura (1876). Em Abril de 1881 embarcou para Bombaim, a fim de exercer as funções de cônsul-geral de Portugal na Índia Britânica, onde faleceu no dia 11 de Setembro desse ano.

NOTA: Sugiro a leitura da biografia mais pormenorizada de António Marques Pereira, publicado por António Aresta, recentemente na página 13 do «Jornal Tribuna de Macau», de 24 de Março, a evocação de «António Marques Pereira, o fundador da macaulogia» – https://jtm.com.mo/record/2021/03Mar/24-03-2021.pdf

(1) Acção filantrópica: 14-08-1868 – Doou a quantia de 104 patacas produto da publicação do livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos” à Santa Casa da Misericórdia

(2) Elaborou um relatório sobre a emigração chinesa a partir do porto de Macau. “Relatório da Emigração Chinesa em Macau”, que entregou ao governador em 31 de Julho de 1861 e é hoje considerado um texto fundamental no estudo da questão dos cules. Tem outro livro de interesse “As Alfândegas Chinesas de Macau. Análise do Parecer da Junta Consultiva do Ultramar Sobre Este Objecto” publicado em 1870.

(3) Elaborou o “Relatório acerca das atribuições da Procuratura dos Negócios Sínicos da Cidade de Macau”, dirigido ao Governador. Depois publicado em 1867 pela Typografia de J. da Silva.

(4) 9-01-1869 – Ordem n.º 16 – Nomeado capitão da 1.ª companhia do Batalhão Nacional de Macau («BPMT»,  XV n.º2 de 11 de Janeiro de 1869, p. 6

Anteriores referências neste blogue, em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-feliciano-marques-pereira/

Após prolongado sofrimento que o trazia prostrado no leito há mais dum ano, faleceu, na sua residência n.º 71 da Rua da Praia Grande, vitimado por uma tuberculose pulmonar, no dia 6 do corrente, o Sr. Leôncio Alfredo Ferreira, com 69 anos de idade. O funeral realizou-se no dia seguinte, às 17 e meia horas”.(1)

Nascido em Macau a 15 de Maio de 1849, era filho de D. Maria Gualdina Gonçalves, natural de Macau, e de João Eleutério Ferreira, nascido em Portugal. (2) Fez os seus estudos na «Escola Macaense» e transitou para o Seminário de S. José, onde foi sempre aluno distintíssimo, distinguindo-se em todo o seu curso pela sua aplicação, aproveitamento e comportamento exemplar, ganhando inúmeros prémios e referências elogiosas da imprensa.

Terminado no Seminário de S. José, o seu curso com distinção, dirigiu-se para Goa a fim de estudar Jurisprudência, regressando a Macau depois de formado. Estudioso apaixonado da língua chinesa, conhecedor profundo da mentalidade e psicologia dos chineses, revelou-se não só um valoroso intérprete mas mais especialmente um medianeiro inteligente nas relações destes como nosso governo.

Casou na Sé Catedral de Macau em 27 de Setembro de 1881, com Maria José Pereira (1861-?). Segunda núpcias, em 20 de Dezembro de 1894, com sua tia por afinidade Ana Teresa Vieira Ribeiro (condessa viúva de de Senna Fernandes). Não deixou filhos.

Além de advogado de provisão, professor da Escola Municipal e jornalista, (3) desempenhou os altos cargos públicos, com distinção e aprumo moral que eram o timbre do seu carácter integérrimo, enumerando aqui alguns dos cargos: pela Portaria n.º 82 de 20 de Julho de 1825, foi nomeado Secretário da Comissão Administrativa da Santa Casa de Misericórdia; pela Portaria n.º 106, de 8 de Novembro de 1875, foi nomeado Delegado interino da Comarca de Macau de que, porem, se escusou, em 5 de Julho de 1876

«BPMT», XXII-28 de 8 de Julho de 1876, p. 114

Comentando este caso alguém escreveu no «Jornal de Macau» n.º 29 de 24 de Novembro de 1875: “O Senhor Leôncio Ferreira que exerceu com zello e intelligencia o lugar de procurador da coroa, d´esta vez entendeu que não devia aceitar semelhante cargo porque não quer aferir pela balança por onde são pezados os membros da exma. Junta, que estão no equilíbrio das ilegalidades, em quanto se não justificarem das acusações que lhe hão feito” (1)

Pela Portaria n.º 97, de 23 de Dezembro de 1876, foi nomeado Administrador interino do Concelho de Macau, cargo que anteriormente já vinha desempenhando; em 23 de Setembro de 1879 foi nomeado pela Portaria n.º 118, administrador efectivo.

«BPMT», XXII-52 de 23 de Dezembro de 1876

Pela Portaria n.º 67 de 27 de Julho de 1877, foi exonerado do cargo de secretário da Comissão Administrativa da Santa Casa sendo nomeado Pedro Nolasco da Silva para o substituir (Portaria n.º 75 de 3 de Agosto de 1877); pela Portaria n.º 53 de 14 de Agosto de 1878, foi nomeado Procurador interino dos Negócios Sínicos. Exonerado em Setembro de 1879, para tomar posse, em 23 de Setembro, (Portaria n.º 118) do cargo de Administrador efectivo do Concelho de Macau. (até 1881). (4)

No dia 17 de Maio de 1881, António Joaquim Bastos Junior foi demitido do cargo do procurador dos negócios sínicos, para que havia sido interinamente nomeado por portaria n.º 56. Leoncio Alfredo Ferreira foi nomeado para o mesmo cargo. (BGPMT n.º 21 de 21 de Maio de 1881); pela Portaria n.º 81, de 12 de Novembro de 1881, foi nomeado Presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa de Misericórdia; pela Portaria n.º 117 de 27 de Outubro de 1883, foi nomeado cônsul de 1.ª classe, em Shanghai (1883-1884).

Pela sua diplomacia, inteligência e valor demonstrados no desempenho desta missão, foi condecorado pelo Governo Central de Lisboa com o Grau de Oficial da Torre e Espada por Diploma de 23 de Janeiro de 1896.

Pela Portaria n.º 22, de 1 de abril de 1885, foi nomeado vogal do Conselho Inspector de Instrução Pública.; pela Portaria n.º 144, de 20 de Dezembro de 1898, foi louvado pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, pela maneira como se houve durante a epidemia de petes bubónica que assolou Macau, de Fevereiro a Julho desse ano, no desempenho dos serviços de higiene e desinfecção; pela Portaria n.º 145, de 5 de Dezembro de 1902, foi nomeado Vogal do Conselho de Governo da Província.

Dados biográficos extraídos de : «Macau Boletim Informativo», II-27 de 15 de Setembro de 1954, pp. 11-12; FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses Volume I, pp. 1077-1078; e o livro referenciado em (1) 

(1) TEIXEIRA, P. Manuel- Galeria de Macaenses Ilustres do Século XIX, p. 449-497.

(2) João Eleutério Ferreira (c.1785 – 1872) nasceu em Coimbra, Portugal, vindo para Macau casou, nesta cidade, pela 1.ª vez em 1830 e pela 4.ª vez com Maria Galdina Fernandes, filha de Vicente José Fernandes e de Ricarda Constantina Fernandes e irmã de Bernardino de Sena Fernandes (1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Conde de Sena Fernandes), de quem teve apenas um filho, Leôncio Alfredo Ferreira.

(3) Em favor dos Jesuítas, expulsos de Macau publicou um opúsculo, intitulado: “Um brado pela verdade ou a questão dos Professores Jesuítas em Macao e a Instrução dos Macaenses, Macau, Tipographia Mercantil, 1872.

(4) Na sua qualidade de Administrador do Concelho fez o relatório sobre a morte trágica co coronel Mesquita. (1)

NOTA 1: A Câmara de Macau decidiu honrar a sua memória atribuindo o seu nome à «Rua Leôncio Ferreira» – começa na Avenida de Sidónio Pais, a entrada da Rua de Silva Mendes, e termina na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, entre os prédios n.ºs 58-H e 60.

NOTA 2 : Aconselho a leitura dos trabalhos de António Aresta, intitulados ” O Pensamento Moral de Leôncio Alfredo Ferreira, e “A Sinologia Portuguesa: um esboço breve” disponíveis para leitura em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/15959.pdf   e http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30032/1963

Anteriores referências neste blogue em: em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leoncio-alfredo-ferreira/

Envelope simples de 17 cm x 10 cm, com carimbo comemorativo do “DIA DO SELO” (1) (canto inferior esquerdo) emitido pelos “Correios, Telégrafos e Telefones” / C. T. T.”, (2) em 1 de Dezembro de 1974. No canto superior direito, sobre o selo de 50 avos com a figura do Bispo D. Belchior Carneiro emitido no “IV Centenário da Santa Casa da Misericórdia 1569-1969” (3)

ENVELOPE – verso

(1) Em Portugal, o primeiro “Dia do Selo” comemorou-se a 17 de Janeiro de 1955, no ano seguinte ao da fundação da Federação Portuguesa de Filatelia. Desde 1957, o “Dia do Selo” é comemorado em Portugal, a 1 de dezembro apesar de, em alguns anos, ter sido assinalados noutras datas.

(2) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/correios-de-macau-c-t-t/

(3) Emitido em 16 de Outubro de 1969: 1.º Dia de circulação do selo comemorativo do IV Centenário da Fundação da Santa Casa da Misericórdia de Macau 1569-1969, com carimbo e envelope comemorativo. Ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/16/noticia-de-16-de-outubro-de-1969-1-o-dia-de-circulacao-iv-centenario-da-fundacao-da-santa-casa-da-misericordi-a-de-macau/