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Notícia publicada no Boletim Geral das Colónias (1) sobre a inauguração das novas oficinas de reparação de automóveis, instaladas num prédio construído na Abegoaria Municipal, situada na Estrada do Cemitério (lugar onde depois, foram as oficinas municipais do Leal Senado, hoje Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais)

ABEGOARIA MUNICIPAL em 1949

A Oficina de automóveis na Abegoaria Municipal custou $ 43.000, 00.
Nesse ano foi também inaugurado o Canil Municipal (ficava no cruzamento da Avenida do Coronel Mesquita e Avenida do Almirante Lacerda; duas entradas uma por cada avenida) cuja construção custou $ 30.000,00.

CANIL MUNICIPAL em 1950

NOTA: a anterior Abegoaria Municipal que não sei se ficava no mesmo sítio, foi muito danificada no Tufão de 18 de Agosto de 1923. Ver notícia em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/08/18/noticia-de-18-de-agosto-de-1923-macau-assolado-por-um-tufao/
(1) «BGC» XXVI, n.º 295 Janeiro de 1950.

No dia 5 de Maio de 1865, um grande incêndio na povoação da Horta da Mitra, em que 200 barracas de chineses foram devoradas pelas chamas. Provavelmente acidente provocado por panchões do Ano Novo Chinês (1) (2)
O bairro da Horta da Mitra ou do Bispo estava mais ou menos limitado pela Rua do Noronha e por parte das Ruas de Henrique Macedo, de Tomás da Rosa, de Horta e Costa, da Colina e Nova à Guia.
Ficavam situadas dentro deste bairro as Ruas da Cal, da Mitra, (3) da Surpresa, de Dezoito de Dezembro, parte das Ruas de Tomás da Rosa e de Henrique Macedo, as Travessas do Mercado Municipal e de S. João, bem como o largo do Mercado Municipal e o Mercado da Horta da Mitra. (2)
O bairro de Horta da Mitra (4) contígua ao bairro de Volong eram os locais mais salubres do território e devido aos problemas de higiene pública sofreram posteriormente alterações com o saneamento. No Bairro de Volong onde teve início o foco de infecção nas epidemias da peste e da cólera, foi expropriada por utilidade pública em 1894 e saneada. Tinha uma área de 200 hectares, limitado ao norte pela Estrada do Cemitério, ao sul pela Ferreira do Amaral, a leste pela Estrada da Flora e a oeste pela Rua de S. Lázaro. Em 1897 a área foi entregue ao Leal Senado e depois à Repartição de Obras Públicas para se proceder a obras de abertura das ruas, construção de canalização de esgoto e alicerces das casas particulares. O bairro de S. Lázaro também contíguo e um dos focos da epidemia da peste de 1896, seria saneado em 1900 (2)
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995.
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, p. 468.
(3) Rua da Mitra: começa na R. da Colina, em frente da R. da Vitória e termina na R. do Noronha , entre a Travessa do Mercado Municipal e a Rua da Cal (2)
(4) Sobre Horta da Mitra, ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/11/postal-de-1940-mercado-municipal-da-horta-da-mitra/+
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/horta-da-mitra/n

A Comissão para a Classificação das ruas da cidade  que foi nomeada por portaria de 12 de Março de 1869 (1) apresentou o seu Relatório (2) a 16 de Junho de 1869 ao governador Sérgio de Sousa. (3)
A comissão teve o bem senso de restituir a várias ruas os nomes que haviam sido alterados em épocas anteriores.
«Pelo que respeita às estradas, a comissão denominou:
Estrada de Cacilhas a que partindo do cemitério dos Parsis torneia a fortaleza da Guia pelo lado do mar, indo terminar um pouco adiante da fábrica de telha;
Estrada de D. Maria II a que partindo da praia de Cacilhas rodeia a fortaleza de D. Maria II;
Estrada do Isthmo de Mong-ha a que, partindo do isthmo, vae terminar na povoação de Mong-ha;
Estrada do Cemitério a que começa no fim da rua Thomaz Vieira, e vai passar junto da porta do cemitério catholico;
Estrada Ferreira do Amaral a que foi aberta pelo ilustre predecessor de V. Exa. até ao istmo, denominando também o isthmo com o nome de Isthmo Ferreira do Amaral, como acatamento à veneranda memória deste infeliz governador, que, como V. Exa. sabe, foi assassinado naquele lugar»
TEIXEIRA, P. Manuel –  Toponímia de Macau. Volume I, 1997,  p.15
(1) Comissão composta por Félix Hilário de Azevedo, Lourenço Marques, João Correa Paes de Assunção e Manuel de Castro Sampaio, secretário.
(2) o Relatório foi publicado no Boletim da Província de Macau e Timor, ano de 1869, n.º 30 e 31 , de 26 de Julho e de 2 de Agosto.
António Sérgio de Sousa (1809-1878) Macau 1868-1872(3) O Vice-Almirante António Sérgio de Sousa (1809-1878) tomou posse a 3 de Agosto de 1868, sucedendo a Adrião Acácio da Silveira Pinto.  Sucedeu-lhe como governador de Macau, Januário Correia de Almeida , posse a 23 de Março de 1872.
O vice-Almirante Sérgio de Sousa, primeiro e único visconde de Sérgio de Sousa, faleceu no cargo de governador geral da Índia (nomeado em 1877) a 3 de Maio de 1878. Como Capitão de Fragata, foi o 1.º Governador e fundador de Mossâmedes (hoje Namibe) (1849-1851) e depois Governador (interino) de Angola de 1851 a 1853.
O seu filho com o mesmo nome ,António Sérgio de Sousa (1842-1906), foi também oficial da Armada (vice-almirante), ajudante do governador de Angola (1868) e do seu pai, em Macau (1869), governador do distrito de Diu (1878), secretário-geral do governador (seu pai) do Estado da Índia, governador do distrito de Damão (até 1883), e do Congo (1890), tendo regressado à metrópole em 1894.
O seu neto com o nome de António Sérgio de Sousa Júnior (Damão 1883; Lisboa 1969) mais conhecido como  António Sérgio, filósofo, historiador, ensaísta,  pedagogo e político, foi um dos pensadores mais marcantes de Portugal contemporâneo. Também António Sérgio (após a instrução secundária no Colégio Militar e depois, estudante na Escola Politécnica como preparação para a Escola Naval, que lhe ministrou uma boa formação matemática) chegou a estagiar em Macau e Cabo Verde.
Ver anteriores referências a este Governador em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-sergio-de-sousa/