Continuação dos apontamentos que o Governador Álvaro de Mello de Machado deixou escrito no seu livro “Coisas de Macau” (1913), nas pp. 115-117, (1) neste caso a descrição dos “Edifícios públicos” existentes nessa época.
“ Os edifícios públicos, que teem em geral a apparencia grandiosa das casas portuguezas antigas, enfermam do mal geral das habitações da colonia «a velhice»; e muitos d´elles deveriam ser substituídos por construções modernas apropriadas ao clima e ao papel que desempenham.
A residência do governador tem bom aspecto e um pouco de architectura; está porém mal situada, porque a rodeiam de muito perto habitações particulares, que a abafam e lhe tiram as qualidades que poderia ter, se estivesse colocada n´um terreno mais amplo.
Estes defeitos, agravados com a existência no rez-do-chão do edifício de varias repartições publicas, são em parte compensados pela proximidade do mar, para onde deita a sua fachada principal.
O edifício das repartições publicas, primitivamente a residência do governador, é uma vasta construção, onde se encontram instalados, o tribunal, a delegacia da procuradoria da Republica, a conservatória, a procuratura da dos negócios sínicos, a repartição do expediente sínico e ainda a agencia do Banco Nacional Ultramarino. Este edifício, embora muito velho, não é de todo improprio ao fim a que está servindo; sómente alli foram instaladas damasiadas repartições, de fórma que algumas há acanhadíssimas e não correspondendo ao aspecto exterior.”
(1) MACHADO, Álvaro de Mello – Coisas de Macau. Livraria Ferreira, 1913, 153 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/alvaro-de-melo-machado/
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