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Em 28 de Junho de 1966, o Observatório Meteorológico de Macau (1) instalou-se -se na Fortaleza do Monte que nesse dia abriu as portas ao público/turistas. O anterior observatório de dimensões reduzidas esteve desde 1901 no morro do Bispo, depois ao lado do Hospital Central Conde de S. Januário no antigo forte de S Jerónimo. (2) (3)

POSTAL – 18 cm x 12,3 cm – Serviço Meteorológico
Fotografia de Ho Kuok Man (4)

(1) Em 1976, a Fortaleza do Monte foi desmilitarizada e em Abril de 1995, neste sítio, teve início o planeamento do museu de Macau. A construção do Museu iniciou-se em Setembro de 1996 e foi inaugurado a 18 de abril de 1998.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. III, 2015, pp. 63, 229 e 357. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/16/leitura-o-servico-meteoro-logico-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/observatorio-meteorologicoservicos-meteorologicos-e-geofisicos/

(3) 1912 – Mapa de Macau editado pelo Leal Senado nesta data assinala o Observatório Meteorológico no local do antigo Fortim de S. Jerónimo, o qual ali começou a funcionar em 1905 (2.º suplemento do B. O. n.º 28 de 1910) (2)

1931 – Faz 50 anos o serviço de observação meteorológica de Macau, tão necessário em terra de tufões. Foi instalado nos finais do séc. XIX, quando este ramo de saber se desenvolveu graças a Verrier, director do Observatório de Paris; para tanto contribuíram os Padres Dechevrens, Faura, Froc e Algué, o observatório de Manila, em geral, e o de Zicawei. Antes disto, as observações meteorológicas socorriam-se em Macau, apenas, de um barómetro da Capitania dos Portos. (2)

(4) Da colecção “Macau Life Postcards” – fotografias de Ho Kuok Man. Edição: Mercearia Tin Fu, Rua de Mercadores 5, Macau. Impresso em Macau, 1994.

Na sessão solene comemorativa do V Centenário da Morte do Infante e do I da fundação da Congregação Salesiana, no dia 23 de Maio de 1960, inaugurou-se no Colégio D. Bosco, uma Exposição Didático-Profissional, a primeira que se realizou neste Colégio D. Bosco.

“A exposição obedeceu a normas da pedagogia salesiana, aliadas às exigências do ensino técnico-profissional. Os temas literários e muitos dos desenhos e ilustrações da Exposição referiam-se à figura e obra do Infante D- Henrique atingindo ela assim um conjunto harmónico destinado a alcançar a sua múltipla finalidade: comemoração de duas datas, aproveitamento dos alunos, elucidação do público acerca da vida, actividades e objectivos do Colégio D. Bosco.

A Exposição foi fruto do trabalho do ano escolar, circunstâncias esta que nos vem explicar eu os alunos não ficaram sobrecarregados de trabalho num período de tempo relativamente curto e que a exposição foi realmente uma demonstração do ensino que gradualmente se foi ministrando durante o ano. Assim a exposição não foi uma mera exibição de habilidades, mas um documentário dos ideais que presidem à pedagogia salesiana, à vida escolar salesiana, aos programas salesianos em harmonia com os programas oficiais: cultura geral, cultura profissional, prática, desenho.

10 painéis  foram expostos com os seguintes temas:

1º painel – Português

2.º painel – Ciências Geográfico-Naturais.

3.º, 4.º, 5.º, 6.º e 7.º painéis – Tecnologia Mecânica.

8.º e 9.º painéis – Desenhos Decorativos.

 10.º painel – Documentação Fotográfica

O palco do salão de actos do Colégio foi reservado à secção religiosa da Exposição. Uma linda imagem de Nossa Senhora de Fátima dominava o ambiente, que nos falava do apostolado salesiano através da boa Imprensa.

Átrio de Exposição Didáctico-Profissional
Sua Exa. Revma. D. Policarpo da Costa Vaz cortando a fita simbólica
A Escola Profissional é dirigida por um mestre salesiano

NOTA – “Em Dezembro de 1958 inauguraram-se no Colégio D. Bosco oito novas máquinas da sua oficina de mecânica, um campo de basquetebol, um centro dos antigos alunos salesianos e a sala de jantar “Dr. Pedro José Lobo”. Desde 1960 até 1976, este Colégio formou 111 mecânicos, não se incluindo neste número os alunos que se prepararam na mesma especialidade antes de entrar em vigor a oficialização do Colégio.” (TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, p. 379.

(1) Informações retiradas de “Comemorações, em Macau, do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, pp. 217-218. Ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/16/leitura-comemora-coes-em-macau-do-v-centenario-da-morte-do-infante-d-henrique-ii/

“A visita que cerca de 70 sócios do Clube Lusitano (1) fizeram, no dia 28 de Novembro de 1976 a Macau, constitui um acontecimento de notável importância nas relações entre a comunidade portuguesa de Macau e a residente no território vizinho de Hong Kong Foram recebidos no cais pelo Presidente do Leal Senado Sr. Rogério Artur dos santos e pelo Director do CIT, Dr. Jorge Rangel, tendo-se o Governador feito representar pelo seu ajudante em campo Capitão Costa e Silva. (…)

A Direcção do Clube Lusitano recebida pelo Governador de Macau.

A direcção da referida instituição associativa, a que preside o Comendador Arnaldo de Oliveira Sales, deslocou-se ao Palácio da Praia Grande, onde foi recebida pelo Coronel Garcia Leandro. (…)

A Direcção do Clube Lusitano e outras individualidades nas escadarias da entrada no Palácio da Praia Grande

No prosseguimento do programa da visita previamente elaborado, o Senhor Bispo da Diocese, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, celebrou uma missa na Sé Catedral. (…)

Os visitantes no jardim Lou Lim Iok

Transportados em autocarros, foi-lhes oferecida uma digressão pela cidade incidindo esta sobretudo em pontos que para alguns deviam ser desconhecidos como é o caso do jardim Lou Lim Iok, que beneficiou de grandes melhoramentos depois da compra que o Governo fez aos seus proprietários e, consequentemente, da sua transição para o domínio público.

Os visitantes à saída do jardim Lou Lim Iok

O almoço oferecido no velho mas inconfundível Hotel Bela Vista, (2) reuniu mais duma centena de convidados, mantendo-se do princípio ao fim um ambiente acentuadamente familiar.

Almoço no Hotel Bela Vista
Oferta duma Caravela em filigrana em nome de Macau para os portugueses de Hong Kong que são os sócios do Clube Lusitano, na pessoa do seu presidente, Comendador Arnaldo de Oliveira Sales (3)

(1) “O Clube Lusitano surgiu em Hong Kong em 1866. A primeira pedra foi lançada em 1865. O Clube nasceu em 1866, sendo inaugurado oficialmente por um Governador de Macau, na altura o Conselheiro Horta” (trecho do discurso do Governador de Macau). Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/clube-lusitano-de-hong-kong/

(2) “ Escolhemos este Hotel onde nos encontramos, não por ser o Hotel mais moderno de Macau, mas precisamente por ser o Hotel mais antigo de Macau, o Hotel a que estão ligadas, com certeza, gerações e gerações de portugueses de Macau que daqui saíram para Hong Kong e, também, por durante a guerra, a segunda grande guerra mundial aqui estiveram e, julgo que neste mesmo Hotel alguns viveram durante esses dias e anos difíceis da guerra. “ (trecho do discurso do Governador de Macau)

(3) “ Não é um presente de grande valor, mas tem um grande valor simbólico. Continua a significar que é através do mar e foi através do mar que os portugueses se espalharam pelo Mundo. E esse mar que a dada altura espalhou os portugueses pelo Mundo ainda hoje serve para fazer a sua ligação.“ (trecho do discurso do Governador de Macau)

Fotos e texto extraídos de «Macau B.I.T.», XI-9/10 de Novembro/Dezembro de 1976, pp. 24-27

O XXIII Grande Prémio de Macau (1) decorreu nos dias 13 e 14 de Novembro de 1976, com os treinos nos dias 11 e 12. Prova do Calendário Internacional da FIA, era o terceiro ano, dos carros da Fórmula Atlantic-Pacific. Com bons patrocinadores, vieram nesse ano a Macau bons pilotos, entre outros, John Macdonald, Vern Schuppan, Kevin Bartlett, Albert Poon, Rupert Keegan e Alan Jones (futuro campeão do Mundo da F1 em 1980,)

«No segundo ano do seu reconhecimento pela F.I.A. como prova internacional, introduziram-se importantes benefícios na pista com visas a aumentar a segurança dos espectadores e corredores, tal facto muito contribuirá, decerto, para aumentar o interesse e o prestígio deste importante acontecimento desportivo, confirmando-o como o mais importante cartaz turístico de Macau» afirmou o Governador de Macau, coronel Garcia Leandro. (2)

O vencedor do «X Grande Prémio de Motos», Charles Mortimer
Partida do «XXIII Grande Prémio de Macau»
O automóvel vencedor « Ralt RT1-Ford», da equipa «Theodore Racing» de Teddy Yip conduzido pelo australiano Vern Shuppan
O Governador de Macau, coronel Garcia Leandro entregando a Taça ao vencedor do «XXIII Grande Prémio de Macau», Vern Shuppan (3)

(1)

«B.O.» n.º 24 de 12 de Junho de 1976, p.807

(2) «Macau B.I.T.», Vol. XI, 9/10 de Novembro/Dezembro de 1976, pp.41-44

(3) Vern Shuppan já tinha vencido o Grande Prémio de Macau, em 1974, conduzindo um March 72B-Ford, da equipa de «Theodore Racing»

Para comemorar o XX Aniversário da Assembleia Legislativa (1), os “Correios de Macau” puseram em circulação, a partir de 15 de Outubro de 1996, selos postais e um bloco filatélico alusivos à emissão extraordinária (2)

XX ANIVERSÁRIO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
立法會二十週年 (3)

Apresento o envelope (16, 2 cm x 14, 4 cm) com um selo (carimbo) com a franquia de 2,8 patacas.
(1) 11-07-1976 – Têm lugar as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa de Macau. O escrutínio é ganho pela Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM) liderada por Carlos Assumpção, conservadora que obtém 4 lugares, tendo os restantes dois lugares sido repartidos entre o Centro Democrático de Macau (CDM) e o Grupo de Estudos para o desenvolvimento económico e Comunitário (GEDEC). Contudo, a representatividade destes deputados é mínima, pois, num universo de 175 000 pessoas de idade de votar, só 3 647, ou seja, 2% da população está recenseada. Carlos Assumpção virá a ser eleito pelos seus pares como Presidente da Assembleia Legislativa, lugar que exercerá até à morte o levar em Abril de 1992 Carlos Assumpção  virá a ser eleito pelos seus pares como Presidente da Assembleia Legislativa, lugar que exercerá até à morte o levar em Abril de 1992.
09-08-1976 – Sessão solene de abertura da primeira legislatura da Assembleia Legislativa de Macau. O Governador Garcia Leandro reitera a importância de obter a autonomia financeira do Território. Por outro lado Ho Yin Presidente provisório da Assembleia Legislativa, apresenta como prioridades o fomento da «coexistência pacífica», o melhoramento das condições sociais, o desenvolvimento económico do Território e exorta o Governo de Macau a cooperar com a Assembleia para resolverem muitos dos problemas que afectam o Território,
10-08-1976 – O advogado Carlos d´Assumpção, dirigente da Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM) a ala conservadora da comunidade macaense , é leito Presidente da Assembleia Legislativa de Macau
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998
(2) Portaria n.º 255/96/M: BO N.º: 42/1996, publicado em 14-10-1996, p.2370 – Emite e põe em circulação selos postais alusivos à emissão extraordinária «XX Aniversário da Assembleia Legislativa».
(3) 立法會二十週年 mandarim pīnyīn: lì fǎ huì èr shí  zhōu nián; cantonense jyutping: laap6 faat3 wui2 ji6 sap6  zau1 nin4

Em digressão de estudo, partiram, no dia 8 de Abril de 1976, os finalistas do Liceu Infante D. Henrique, com uma demora de 6 dias. Uma iniciativa que se realiza pela segunda vez e acredita-se que os resultados compensem os esforços despendidos para a sua concretização e as despesas que estas deslocações envolvem. Naturalmente que se deseja que idênticos benefícios se estendam aos finalistas das outras escolas secundárias, designadamente à Escola Comercial «Pedro Nolasco» e Escola Industrial «Colégio d. Bosco».
Os meios de comunicação, facilitados pelo incremento da aviação e tornados cada vez mais acessíveis, reduziram imensamente as distâncias terrestres, permitindo estreitos contactos entre os povos deste nosso mundo. Este facto deu a conhecer os problemas mútuos enfrentados pelas diversas populações que se espalham por todas as latitudes, tantas vezes identificadas pelas semelhanças que as aproximam umas das outras, a reclamarem iguais soluções… (…)
Temos de ver dentro deste contexto a digressão dos estudantes liceais de Macau a terras das Filipinas. Ao agradável de conhecer novas áreas geográficas, diferentes tipos de população, com todos os costumes que as distinguem, junta-se a utilidade de contactar com jovens estudantes que, certamente, se não recusarão a comunicar-lhes os seus problemas, as suas conquistas, as suas preocupações sobre o futuro, as suas aspirações, toda a largura da sua mundividência… (…)
Extraído do artigo não assinado da revista «MBIT», XI-1/2, Março/Abril de 1976.

A sagração episcopal de D. Arquimínio da Costa realizou-se a 25 de Março de 1976.
A nomeação do novo bispo de Macau, na pessoa do Padre Arquimínio Rodrigues da Costa (1) pelo Papa Pauli VI, veio preencher a vaga deixada pelo falecimento de D. Paulo José Tavares. A notícia do acontecimento, foi transmitida em 21 de Janeiro de 1976, pela Rádio Vaticano e foi recebida pela população católica de Macau com manifesto regozijo, dada a simpatia que o nomeado desfrutava em Macau.

O novo prelado dá entrada na Sé Catedral

A Sé Catedral vestiu as suas melhores galas pera receber o seu novo Antístite, e os Revs. Prelados que vieram presidir à cerimónia litúrgica da sagração. Dísticos em português e chinês engalanavam o frontispício do templo e saudavam o novo prelado com o dizer evangélico: «BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR».

Arquimínio da Costa dirige, pela primeira vez, como Bispo de Diocese, a palavra aos fiéis

A assistência à cerimónia da sagração episcopal, vendo-se no primeiro plano o Governador, coronel Garcia Leandro e Sua esposa.

Nas primeiras bancadas destacava-se a presença do Governador, Coronel Garcia Leandro e esposa, Madre Maria Clemência da Costa (irmã de D. Arquimínio), os Secretários-adjuntos, o Meritíssimo Juiz da Comarca, o Cônsul-Geral da França e muitos Chefes de Serviços e suas esposas. Em lugar especial da capela-mor, via-se o Bispo Anglicano de Hong Kong, Dr. John Gilbert Baker, o Rev. Frank Lin, pastor anglicano da Igreja de S. Marcos, em Macau e esposa.

Outro aspecto da assistência, estando na primeira bancada, destacadas autoridades oficiais.

D. Arquimínio da Costa entrou na Catedral na companhia do Bispo Sagrante, D. João Baptista Wu, de Hong Kong e dos Bispos consagrantes, D Carlos Lemaire, Bispo titular de Otrus, e D. Júlio X. Labayen, Bispo da Prelatura de Infanta, Filipinas.

O Governador de Macau apresenta os seus cumprimentos de felicitações a D. Arquimínio Rodrigues da Costa

(1) D. Arquimínio Rodrigues da Costa (1924 – 2016)  高秉常, natural da Ilha do Pico (Açores), veio para Macau na companhia de Monsenhor José Machado Lourenço, com mais três companheiros, em 1938, dando ingresso no Seminário de S. José a 8 de Dezembro desse ano. Foi sempre um aluno modelar, tanto no comportamento como nos estudos, pelo que foi durante anos subprefeito da disciplina dos seminaristas (1949-1953). Terminado o Curso Teológico, foi ordenado sacerdote por D. João de Deus Ramalho, S. J., no dia 6 de Outubro de 1949, celebrando a sua missa nova três dias depois. Foi professor de várias disciplinas, entre as quais Filosofia tanto para alunos internos como externos. Ficou reitor interino do Seminário de Fevereiro a Maio de 1955, na ausência do então reitor Cónego Juvenal Alberto Garcia (gozo de licença graciosa). Em 1957 seguiu para Roma a fim de cursar Direito Canónico na Universidade Gregoriana onde se licenciou em 1959. Regressou a Macau no dia 15 de Outubro de 1960, sendo novamente nomeado prefeito da disciplina e professor do Seminário. Em 1 de Agosto de 1961, foi nomeado reitor interino e, em 30 de Novembro, reitor efectivo daquele estabelecimento. Nomeado governador do Bispado nas ausências, em Roma, de D. Paulo José Tavares, em 1963 e 1965, durante o Concílio Vaticano II. Com a transferência do curso filosófico para o Seminário do espírito Santo de Aberdeen, Hong Kong, foi nomeado professor daquele estabelecimento de ensino, a partir do ano lectivo de 1968-69, onde lecionou Filosofia e Latim e foi prefeito de estudos do Curso Filosófico.
A 14 de Junho de 1973, foi eleito pelo Cabido vigário capitular da Diocese, cargo que exerceu até ser eleito Bispo de Macau. Bispo de Macau entre 1976 e 1988. Foi o último bispo de etnia portuguesa da Diocese de Macau. Eleito Bispo emérito de Macau, em 06-10-1988, regressou à sua terra natal nos Açores.
D. Arquimínio da Costa foi o terceiro Bispo de Macau, natural da Ilha do Pico, os outros dois foram D. João Paulino de Azevedo e Castro e o Cardeal D. José da Costa Nunes. É o quinto bispo natural dos Açores, sendo os outros, o Bispo D. Manuel Bernardo de Sousa Enes, da Ilha de S. Jorge, e o falecido Bispo D. Paulo José Tavares, da Ilha de S. Miguel.
Extraído de «MBIT» N.º 1-2, 1976.

Realizou-se no dia 6 de Dezembro de 1976, no Hospital Central Conde de S. Januário, uma exposição de trabalhos executados pelos internados naquele estabelecimento hospitalar e ainda pelos doentes crónicos do Pavilhão da Taipa (1)
Apresento alguns aspectos da exposição, que estava instalada em algumas dependências do Hospital.
Compreendendo uma variada gama de artigos, avultavam-se sobretudo os que se relacionavam com os usos domésticos.
(1) “MACAU B. I. T., XI, 9-10,1976.

Continuação da publicação dos postais constantes da Colecção intitulada “澳門老照片 / Fotografias Antigas de Macau / Old Photographs of Macao”, emitida em Setembro de 2009 pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau/Museu de Macau (1)
Em 1864 forma demolidos o convento e a igreja de S. Francisco. Esta demolição fora autorizada por portaria do Ministro da Marinha e Ultramar de 30 de Março de 1861, para se construir ali um quartel para o Batalhão de 1.ª linha. O desenho do quartel e do forte de S. Francisco, no lugar do antigo edifício são da autoria do Governador José Rodrigues Coelho do Amaral que também dirigiu as obras. (2)
A 1 de Janeiro de 1976, foi ali instalado o Comando das Forças de Segurança.
加思欄兵營 – mandarin pīnyīn: jiā sī lán bīng yíng; cantonense jyutping: gaa1 si1 laan4 bing1 jing4
澳門十九世纪九十年代 – mandarin pīnyīn: ào mén shí jiǔ  shì jì jiǔ shí nián dài; cantonense jyutping: ou3 mun4  sap6 gau2 sai3 gei2 gau2 sap6 nin4 doi6
(1) Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/04/15/postais-coleccao-%E6%BE%B3%E9%96%80%E8%80%81%E7%85%A7%E7%89%87-fotografias-antigas-de-macau-old-photographs-of-macao-i/
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. III, 1995.

Foi assinado, no dia 23 de Abril de 1976, entre o Governo de Macau e os representantes da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (S.T.D.M.), um novo contrato para a exploração dos Jogos de Fortuna e Azar, após os trabalhos de estudo iniciados em 5 e Dezembro de 1975 de maneira a salvaguardar os interesses da comunidade.
À  S. T. D. M. foi adjudicada a exploração do Jogo em Macau, no ano de 1962, através de um contrato firmado entre os seus delegados e o Governo do território, tendo sido cessada a última revisão do contrato em causa em 1972, que terminaria em 1977, pelo que a presente revisão, entrou em vigor com a antecipação de uma ano.

Momento da leitura das cláusulas do novo contrato

De acordo com as novas cláusulas, a S.T.D.M. passou a pagar a renda anual de 30 milhões em dólares de Hong Kong sendo que as obrigações anuais passariam a mais de 80 milhões anuais, contra os 9  milhões do contrato que terminava.
Foram também integradas no novo contrato cláusulas referentes aos investimentos que a Concessionária seria obrigada a realizar como participação no desenvolvimento económico de Macau, ficando estipulado que o montante anual seria de 30 milhões de dólares de Hong Kong.
– Aumento do capital social da Companhia de Electricidade de Macau no valor de 100 milhões
– Construção de um complexo de estaleiros navais em associação com as Oficina Navais e a obrigação da S.T.D.M. mandar executar nas Oficinas Navais os trabalhos de conservação e reparação das suas embarcações, mantendo ainda a antiga obrigação contratual de dragar os canais dos portos interior e exterior. No entanto permitia ao Governo contratar outras empresas especializadas para a realização de trabalhos que a S.T. D. M. não pudesse cumprir, correndo as despesas por conta da Concessionária.
– Construção dum terminal marítimo no Porto Exterior, mantendo a obrigação de sanear e urbanizar os aterros do porto Exterior, suportando a S.T.D.M. o encargo de indemnizar e alojar 200 famílias por ano.
– Fomento das indústrias transformadoras excepto têxteis.
– Criação de empresas de utilidade pública.
– Construção de infraestruturas do território.

Um aspecto da assistência à cerimónia da assinatura do novo contrato

Ficou, igualmente, estipulado que tanto o valor da renda como o montante dos investimentos seriam revistos, anualmente, face à evolução dos lucros brutos da empresa.
Para tanto, a Inspecção dos Contratos dos Jogos tinha o cargo de fiscalização das receitas ilíquidas cobradas pela empresa de modo a que o Governo pudesse ter conhecimento do movimento financeiro da exploração.
Para além dos pagamentos da renda e dos investimentos, em moeda de Hong Kong, a S.T.D.M. foi obrigada a contribuir para o equilíbrio cambial da pataca, pondo também à disposição da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), a importância necessária, na mesma moeda, para que esta empresa pudesse liquidar os seus compromissos com o exterior.

O Governador, Coronel Garcia Leandro assinando o documento do novo contrato

Quintuplicava o rigor das penalidades, traduzidas em multa, a que a S.T.D.M- se sujeitaria caso não cumprisse as leis e as cláusulas do contrato.

Stanley Ho, Administrador-delegado da S.T.D.M. assinando o documento do novo contrato

No capítulo do Turismo, a empresa concessionária obrigava-se a realizar a propaganda turística de Macau, de acordo com as directrizes do Centro de Informação e Turismo Centro além de impender sobre a mesma a obrigação de realizar, quinzenalmente, espectáculos de variedades, atracções e diversões de bom nível artístico, além de organizar anualmente, exposições, espectáculos e provas desportivas.

Teddy Hip, um dos directores da S.T.D.M., apondo a sua assinatura novo contrato

Nesse ano o capital social da STDM, que era de 3 milhões foi aumentado para uma importância nunca inferior a 80 milhões sendo o depósito da caução para garantia do cumprimento do contrato elevado para 10 milhões
Extraído de «MBIT», XI-1/2, 1976.