Em 3 de Agosto de 1974 é concedido à Câmara Municipal das Ilhas o privilégio de usar escudo de armas e bandeira própria. (1) A Portaria n.º 468/74, de 10 de Julho, da Presidência da República concede ao Concelho das Ilhas – Macau – o privilégio de usar brasão de armas e bandeira próprios:
“Armas – um escudo com o fundo em faixas onduladas de verde e azul-marinho, dois peixes prateados em posição vertical, colocados simetricamente, tendo ao meio e na parte superior dois triângulos isósceles de cor de ouro; em sobreposição e por detrás dos triângulos, colocada em segundo plano, uma meia bola a vermelho. Listel dourado contendo em caracteres negros a inscrição – Câmara Municipal das Ilhas.
Bandeira – laranja forte com cordões e borlas de azul ferrete e verde-garrafa
Selo– dentro de listel circular contendo as palavras Câmara Municipal das Ilhas, o mesmo ordenamento do brasão sem a indicação dos esmaltes” (2)
(1)
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 390
Publicado no Boletim Oficial do dia 5 de Abril de 1884, um aviso do Correio de Macau, datado de 4 de Abril.
Ricardo de Sousa, primeiro director do Correio de Macau, aos 34 anos de idade (1867) (1)
No dia 27 de Fevereiro de 1884, foram publicadas Instruções provisórias para o Serviço do Correio de Macau, atendendo a que, como colónia portuguesa, fazia parte da União Postal Universal, conforme Declaração assinada em Paris a 1 de Junho de 1878, mas também devido a que, 5 anos decorridos, Macau ainda não entrara de facto na União por não haver estabelecido convenientemente a respectiva Repartição Postal. (1)
A correspondência do serviço de Correio entre Macau e a Taipa/Coloane, passaria a ser transportada diariamente excepto em dias santificados, na lancha da carreira, numa caixa com duas chaves, uma na mão do Director dos Correios de Macau, outra na do Administrador da Taipa. O serviço dos Correios ficava no edifício inicialmente destinado a Hospital, que servia de Quartel na Taipa. (1) (2) (3)
(1) “1-03-1884 – Com um Director (Ricardo de Sousa) e três carteiros, foi o Correio Marítimo transformado, nesta data, em Repartição do Correio que viria a ser instalada, pouco depois em edifício próprio, à Praia Grande. Os selos que se encontravam em Macau desde 1878, entraram agora em circulação e passaram a ser obliterados pelo carimbo pré-adesivo” SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995
(2) Ver anterior referência neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/01/%EF%BB%BFnoticia-de-1-de-marco-de-1884-correios-de-macau/
(3) Disponível para leitura, uma postagem de Luís Frazão: “Cronologia das emissões tipo “Coroa” de Macau” em http://www.cfportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=120%3Acronologia-das-emissoes-tipo-qcoroaq-de-macau&catid=23%3Aboletim-no-407&Itemid=3
Extraído de «BGC» XXVI-305, 1950
Uma das novas lanchas a motor que em 1 de Setembro de 1950 inauguraram as carreiras para as Ilhas da Taipa e Coloane. (1) Em Maio desse ano tinha sido inaugurada a nova ponte do Cais de cimento na Ilha da Taipa, bem como uma estrada de ligação com o centro da vila.
A partir de 7 de Setembro desse mesmo ano, iniciaram as carreiras de «auto-omnibus» entre a ponte cais da Taipa e a povoação da Taipa.
Extraído de «B.O. » n.º 37 de 16 de Setembro de 1950
(1) As carreiras fluviais entre Macau e Ilhas foram reiniciadas a 4 de Fevereiro de 1950 (B.O. de 04-02-1950 – DL 1112 desta data)
e o Regulamento da concessão do exclusivo das carreira fluviais para passageiros entre Macau e as Ilhas foi publicado no B.O. n.º 9 de 4 de Março, n.º 11 de 18 de Março e n.º 35 de 2 de Setembro de 1950
Extraído do «B.O.». 9 de 4 de Março de 1950
Extraído do «B.O.», 35 de 2 de Setembro de 1950,
Ofício de 16 de Agosto de 1882, enviado pelo Administrador e Comandante Militar das Ilhas, José Correia de Lemos, ao Governador de Macau informando-o da inauguração da escola para as crianças do sexo masculino da Taipa no dia 21 de Agosto de 1882. (1)
“ … Importa o ordenado do mestre que foi escolhido em $75 patacas annuaes… (…)
As casas em que funcionam as duas escolas d´este concelho, são arrendadas por conta dos professores. Com esta escola da Taipa, tem o cofre municipal de gastar umas dez patacas para compra dos utensílios precisos, como bancos, mesas, etc., por não ter podido eu alcançar dos habitantes d´esta povoação a contribuição voluntária com que esperava eles subscrevessem, como aconteceu em Colovan”
O Administrador do Concelho das Ilhas, tenente José Correia de Lemos que foi o fundador das três escolas chinesas (nas Ilhas não havia crianças portuguesas) , escrevia no seu relatório de 08-04-1884:
“ Em 20 de Julho de 1882, propuz na qualidade de presidente da comissão municipal d´este concelho a criação de duas escolas para instrucção das crianças chinesas de famílias pobres, sendo ellas subsidiadas pelo cofre municipal.
Esta minha proposta foi approvada, (2) e desde logo começaram a funcionar, uma na Taipa e outra em Colovan.
Na ilha de D. João foi criada também uma escola publica a qual começou a funcionar em 12 de Fevereiro do corrente ano.
No anno de 1882, frequentaram a escola da Taipa, 25 estudantes pobres e a de Colovan 28.
No presente ano matricularam-se na escola da Taipa 23 estudantes , na de Colovan 26 e na de D. João 18.” (3)
(1) A inauguração da escola de Coloane foi a 4-08-1882.
(2) Aprovada por Joaquim José da Graça. Governador de Macau (1879-1883).
(3) TEIXEIRA, Padre Manuel – Taipa e Coloane, pp.102-103
14-09-1880 – Esta madrugada, pelas duas horas, uma lancha dos postos fiscais chineses fez fogo contra um sampá com carga de ópio, que ia tripulado por dez chineses e navegava pela costa norte da Ilha de D. João. Os chinas do sampá saltaram em terra abandonando a embarcação que foi tomada pela lancha.
Pelas 4 horas, tenho eu sabido que o ataque tivera logar tao próximo da ilha e no sítio denominado “Vai Cap Siac”, e que alguns soldados da lancha andariam na montanha em perseguição dos tripulantes do sampá, embarquei com dois soldados do destacamento e oito remadores com o fim de ir prender os soldados do mandarim.
Quando dobrava a ponta da ilha, vi fundiadas, a uma distância de 100 metros de terra, duas lanchas dos postos fiscais, as quais levantaram logo ferro e seguiram a toda a força em para Macau-Barra, e a outra a Bugio, levando esta a reboque o sampá roubado. Saltei em Vai Cap Siac a fim de procurar os soldados da alfândega chinesa, mas foi-me dito ali, por alguns tripulantes do sampá, a quem encontrei na montanha, que os soldados já tinha retirado não tendo conseguido lançarem mão de nenhum dos seus camaradas.
Consta-me que ficaram feridos dois dos tripulantes da embarcação do ópio”. (1)
MAPA da COLÓNIA DE MACAU, década de 40 (século XX)
O ofício foi enviado (2) pelo Alferes José Correia de Lemos que foi nomeado a 5 de Maio de 1879, Administrador do Concelho das Ilhas (substituto) e Ajudante do Comandante Militar e passou a efectivo a 25 de Agosto de 1879. Seria substituído em 14 de Janeiro de 1890 pelo Capitão José Maria Esteves.
Anteriores referências em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-correia-de-lemos/
(1) TEIXEIRA, P. MANUEL – Taipa e Coloane, 1981.
(2) O Governador a quem se dirige era Joaquim Joze da Graça – 28 de Novembro de 1879 a 22 de Abril de 1883.
Anteriores referências em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joaquim-jose-da-graca/
Devido ao tufão ocorrido a 12 de Julho (1) concentraram-se embarcações na Ribeira da Prata, porto e terriola na Ilha da Montanha. A pirataria no dia 20 de Julho de 1883, aproveitou para ir a bordo e roubar o que pôde. Por acção do Administrador das Ilhas, os objectos roubados foram recuperados e os malfeitores daquela povoação, que sempre ali se refugiaram da justiça chinesa, foram multados. O sistema de sobrevivência destes piratas, quando não atacavam embarcações, consistia em atormentar as pedreiras, as ostreiras, e os pescadores, mesmo em terra; toda esta gente preferia pagar-lhes para viver em paz, alimentando estes exploradores, impunes e numerosos, até aparecerem as forças portuguesas a limpar o mar e a costa (SILVA, Beatriz Basto de – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995)
Estava prevista para o dia 12 de Julho, no coreto do Jardim de S. Francisco, a actuação da Banda da música da guarnição (adida à guarda policial de Macau) com um programa variado, anunciado no Boletim de 7 de Julho de 1883.
Embora não haja nenhuma informação disponível, de certeza que houve cancelamento dessa actuação tando mais que segundo as observações meteorológicas feitas pela canhoneira Tâmega a partir da 15.15 horas, os aguaceiros tornaram-se fortes anunciando a aproximação do tufão.
Boletim da Província de Macau e Timor, vol. XXIX,n.º 27 de 7 de Julho de 1883.
(1) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/12/noticia-de-12-de-julho-de-1883-temporal-ciclone-sobre-macau-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/14/noticia-de-14-de-julho-de-1883-ainda-sobre-o-temporal-ciclone-sobre-macau-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/16/noticia-de-16-de-julho-de-1883-ainda-sobre-o-temporal-ciclone-sobre-macau-iii/
A propósito do temporal / ciclone que se abateu sobre Macau no dia 12 de Julho de 1883, (1) mais três relatórios datados de 14 de Julho de 1883, publicados no «Boletim da Província de Macau e Timor», no suplemento n.º 28 (Vol. XXIX), de 19-07-1883, respectivamente do Administrador (substituto) do Concelho de Macau, F. C. Lobo, do Director das Obras Públicas, Constantino José de Brito, (2) do administrador do Concelho da Taipa e Colovane, tenente José Correa de Lemos, (3) bem como uma tabela de “Observações meteorológicas feitas no porto interior a bordo da canhoneira Tâmega” durante o cyclone” assinada pelo comandante A. J. Pinto Basto. (4)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/12/noticia-de-12-de-julho-de-1883-temporal-ciclone-sobre-macau-i/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/constantino-jose-de-brito/
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-correia-de-lemos/
(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/06/leitura-cruzador-s-gabriel-viagem-de-circumna-vegacao/
Mais uma vez se comemorou a passagem duma data inesquecível que revive um dos acontecimentos mais marcantes da história de Macau. (1) No dia 13 de Julho de 1955, na Ilha de Coloane, reuniram—se dezenas de portugueses para relembrarem a façanha daqueles portugueses que, em 1920. Haviam exercido heroica acção contra atrevidos piratas.
A cerimónia nesse dia, feriado no Concelho das Ilhas, foi presidido, em representação do governador, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, o Administrador do Concelho das Ilhas e Presidente da Junta Local, Alberto Maria da Conceição.
Pelas 10.30 horas foi celebrada na capela de S. Francisco Xavier uma missa em sufrágio das almas dos heróis que tombaram no campo das operações contra os piratas.
Finda a missa, o Administrador perante as forças vivas ali representadas, depôs um ramalhete de flores junto ao obelisco erigido frente à referida capela, comemorativo das operações de 1910.A guarda de honra ao obelisco foi prestada por uma pequena força policial.
Terminadas as cerimónias oficiais, o Administrador de Concelho das Ilhas obsequiou as individualidades presentes com um delicado «copo de água».
Notícia extraída do artigo, não assinado « Comemoração duma data inesquecível » no «MBI»II-47,1955.
(1) Ver anteriores referências deste acontecimento em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/09/07/leitura-os-piratas-em-coloane-em-1910/