Archives for category: Mapas de Macau

Em 28 de Junho de 1966, o Observatório Meteorológico de Macau (1) instalou-se -se na Fortaleza do Monte que nesse dia abriu as portas ao público/turistas. O anterior observatório de dimensões reduzidas esteve desde 1901 no morro do Bispo, depois ao lado do Hospital Central Conde de S. Januário no antigo forte de S Jerónimo. (2) (3)

POSTAL – 18 cm x 12,3 cm – Serviço Meteorológico
Fotografia de Ho Kuok Man (4)

(1) Em 1976, a Fortaleza do Monte foi desmilitarizada e em Abril de 1995, neste sítio, teve início o planeamento do museu de Macau. A construção do Museu iniciou-se em Setembro de 1996 e foi inaugurado a 18 de abril de 1998.

(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. III, 2015, pp. 63, 229 e 357. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/16/leitura-o-servico-meteoro-logico-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/observatorio-meteorologicoservicos-meteorologicos-e-geofisicos/

(3) 1912 – Mapa de Macau editado pelo Leal Senado nesta data assinala o Observatório Meteorológico no local do antigo Fortim de S. Jerónimo, o qual ali começou a funcionar em 1905 (2.º suplemento do B. O. n.º 28 de 1910) (2)

1931 – Faz 50 anos o serviço de observação meteorológica de Macau, tão necessário em terra de tufões. Foi instalado nos finais do séc. XIX, quando este ramo de saber se desenvolveu graças a Verrier, director do Observatório de Paris; para tanto contribuíram os Padres Dechevrens, Faura, Froc e Algué, o observatório de Manila, em geral, e o de Zicawei. Antes disto, as observações meteorológicas socorriam-se em Macau, apenas, de um barómetro da Capitania dos Portos. (2)

(4) Da colecção “Macau Life Postcards” – fotografias de Ho Kuok Man. Edição: Mercearia Tin Fu, Rua de Mercadores 5, Macau. Impresso em Macau, 1994.

Outra publicação (1) do Vice-Almirante Pedro Fragoso de Matos, (2) com o título de “O Maior Tufão de Macau”, de Novembro de 1985, de 30 páginas.

CAPA

Acerca do naufrágio da Escuna «Príncipe D. Carlos» e Canhoneira «Camões» em Macau, em 1874, refere o autor (p. 6):

 “Naturalmente, que conhecedor do Extremo-Oriente fui, desde logo, levado a considerar que aquele sinistro marítimo deveria ter sido causado pelo perigoso inimigo dos marinheiros e dos pescadores do Mar da China – o temível tufão – que, em determinadas épocas do ano – Junho a Outubro – assola com grande violência os portos de Macau e de Hong Kong. Assim, consultando vários livros e muita documentação manuscrita coeva, existente no Arquivo Geral da Marinha, foi-nos possível verificar que no ano de 1874, o porto de Macau foi assolado por um fortíssimo tufão, o mais devastador de todos os tempos, com extraordinários prejuízos, tanto no mar como em terra, como adiante se constatará. (…) ” (3)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/04/25/leitura-accao-naval-portuguesa-contra-os-piratas-no-mar-da-china/

Contra Almirante Pedro Fragoso de Matos, Comandante da Escola Naval

(2) MATOS, Pedro Fragoso de – O Maior Tufão de Macau, composto e impresso nas oficinas da Editorial Minerva, Novembro de 1985, 30 p., 22,5 cm x 15,5 cm x 0,1 cm. Separata dos Anais do Clube Militar Naval n.º 7 a 9 de Julho/Setembro de 1985.

Adquirido na I Feira do Livro de Macau, organizada pelo Instituto Cultural de Macau, em Lisboa no Forum Picoas de 12 a 18 de Dezembro de 1988.

Canhoneira «Camões»

(3) «Na noite de 22 para 23 de Setembro do corrente ano, o maior tufão de que há memória não só em Macau, mas nestas paragens, destruiu a maior parte desta cidade, bem como as povoações das Ilhas da Taipa e de Coloane… (B.O. n.º 41/26-9-1874)

“1874 (22 de Setembro) – Grande ciclone em Macau, causando numerosos prejuízos e desgraças, tanto no mar como em terra, e morrendo centenares de pessoas. No porto da nossa colónia afundaram-se alguns navios e entre eles a escuna de guerra «Príncipe D. Carlos» que se perdeu totalmente, e a Canhoneira «Camões». A escuna «Príncipe D. Carlos» era comandada pelo primeiro-tenente Vicente Silveira Maciel e fora lançada ao mar em1866, a canhoneira «Camões» fora lançada ao mar em 1865 e era comandada pelo segundo-tenente José Maria Teixeira Guimarães“ (Efemérides da Marinha Portuguesa, constantes da «Lista da Armada» de 1900 in p. 9 desta separata)

“(…) Entre os europeus há a lamentar a perda de três praças do Batalhão, mas entre os chinas e, principalmente no mar, há milhares de vítimas. Os edifícios públicos ficaram muito deteriorados e alguns destruídos de todo. A maior parte das casas da Praia Grande foram destruídas ou muito prejudicadas pela violência do choque das vagas. Muita artilharia das fortalezas do litoral foi arrastada para o mar depois de destruídas as muralhas. (…) A Escuna «Príncipe D. Carlos» foi perder-se a 12 milhas de Macau, jazendo desconjuntada nuns campos incultos a grande distância do Mar. A «Camões» foi também encalhar em sítio onde nunca houve navegação. Salvaram-se felizmente as tripulações. A «Tejo» conservou-se admiravelmente nas suas amarrações  e não sofreu prejuízos» (B.O. n.º 41/26-09-1874)

Anteriores referências a este tufão em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/22/noticia-de-22-de-setembro-de-1874-o-maior-tufao-da-historia-de-macau-i/

Publicação (1) do Vice-Almirante Pedro Fragoso de Matos, (2) com o título de “Acção Naval Portuguesa Contra os Piratas no Mar da China, de Maio de 1985, de 40 páginas, onde apresenta, como refere o autor na Introdução (pp. 5-6).”No presente artigo, resultante duma morosa investigação, com grande consulta de publicações e manuscritos coevos, será primeiramente apresentada uma ligeira abordagem sobre o estabelecimento dos portugueses em Malaca e Macau, o seu movimento comercial marítimo para o Extremo Oriente, e a pirataria no Mar da China, sendo, depois, referidos pequenos resumos das mais importantes acções navais para a sua repressão, tenho-as agrupado de acordo com as respectivas épocas e conforme os objectivos pretendidos, por vezes decisivos para a continuação da nossa presença naquelas conturbadas e distantes paragens do Sueste Asiático, num clima de paz e de harmonia com os nossos poderosos vizinhos.”

Contra-Almirante Pedro Fragoso de Matos, Comandante da Escola Naval (3)

(1) MATOS, Pedro Fragoso de – Acção Naval Portuguesa Contra os Piratas no Mar da China”, composto e impresso nas oficinas da Editorial Minerva, Maio de 1985, 49 p., 22,5 cm x 15,7 cm x 0,4 cm.

Adquirido na I Feira do Livro de Macau, organizada pelo Instituto Cultural de Macau, em Lisboa no Forum Picoas de 12 a 18 de Dezembro de 1988.

(2) Outras publicações deste autor relacionados com o Extremo Oriente:

O maior tufão de Macau: separata dos anais do clube militar naval: 1985 – Lisboa: Editorial Minerva, 1985. – 30 p. ; 23 cm.

Recordações do passado: Ano Novo China no porto interior de Macau – Lisboa: 1986. – 15 p.; 23 cm

A odisseia da corveta “iris” no mar da China: separata dos anais do clube militar naval: Lisboa: Editorial Minerva, 1986. – 30 p.

Navios de guerra portugueses nos tufões do Mar da China. Macau : Instituto Cultural de Macau, 1987, 128 p.

Cartas de um Comandante no Extremo Oriente. Macau: Obra Soc. Serv. da Marinha, 1987. – 195 p.

(3) http://www.reservanaval.pt/cforn17/cforn17.html

Programa da “Sessão Solene que Assinala a Transferência da Soberania do Território de Macau” realizada no Palácio de S. Bento (Lisboa) no dia 14 de Dezembro de 1999, promovida pela Assembleia da República  (Portugal).

Capa (29,8 cm x 21 cm x 0,5 cm)

Editor: Assembleia da República / Garepi

Iniciativa: Gabinete de Relações Públicas e Internacionais

Capa + Contracapa
Lombada (0,5 cm)

Folha interior da capa – Planta de Macau da autoria de Pedro Barreto de Resende , reproduzido no Livro de António Bocarro, de 1635 denominado “Plantas de todas as Fortalezas, Cidades e Povoações doestado da Índia Oriental”.

Capa – Baía da Praia Grande, Macau.
Escola Chinesa, Séc. XIX – Autor desconhecido
.
Macau – Ruínas da Igreja de S. Paulo.
Escola Chinesa Séc. XX (2.ª metade)

Macau – Ruínas da Igreja de S. Paulo.
Desenho de Lui Shou-Kwan (1919-1975), aguarela 74 cm x 53,5 cm

Além do programa da cerimónia, contém as intervenções dos representantes dos partidos representados na Assembleia, do primeiro-ministro, Engenheiro António Guterres, do Presidente da Assembleia, Dr. António de Almeida Santos e do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.

Capa + Contra-capa

Pequeno manual turístico “Travel trade handbook MACAU”, de 1981 em inglês, editado pelo Departamento de Turismo e Informação, 75 p., 23 cm x 14, 7 cm.

Páginas 2-3 – ÍNDICE

“Macau has proudly flown Portugal´s flag even when the Motherland´s throne was occupied by a foreign King, in the 17th century. When Portuguese rule was re-established, after 60 years, the city of Macau was granted the official name of:

MAPAS
Jet Boeing

“The best time to visit Macau throughout the year is mid-week, to avoid the weekend gambling rush from Hong Kong. During daytime hydrofoils and jetfoils depart at roughly half hour intervals from both Macau and Hong Kong. Daily services start from 7.45 a.m. and finish at up to 6.30 p. m.  in summer (5.15 p. m. in winter) Night jetfoil services to and from Macau were introduced for the convenience of the travellers and have proved popular. Jetfoils take about 50 minutes for the 40-mile trip; hydrofoils, 65 to 75 minutes.

Macau Grand Prix (1980 ?)

“The Far East´s gala motrocycle and Fotmula II car racing event, the Macau Grand Prix, is held the third week each November. Visitors, drivers and machines arrive from all the world for this event”

Ruins of St. Paul

“For walkers who dont´t mind some step climbs this tour offers spectacular views from the old Jesuit fort on Monte hill overlooking the site of a college for missionaires and scholars going to China. St. Paul´s was the collegiate church, built 1602 with the help of Japanese Christian exiles and, except for the great façade, destroyed by fire in 1835”

Nighview of Bay of Praia Grande

“To reach Penha Hill, take the Praia Grande along the waterfront … yhe avenue of banyan trees was planted a century ago … to the right is the pink and whitestone Government House containing the Governor´s office and various stone government departments …next is a row of shops and the Colegio Ricci … after the Helen Liang nursery … turn right up the steep Calçada do Bom Parto …”

Horse trotting

“Horse Trotting” – The Macau Trotting Club has already opened its first harness racing track in Asia on the historical Island of Taipa. All horses purchased in Australia and New Zealand have attained a standard of 2 minutes 14 seconds for the mile. The oval-shaped track is five furlongs in length and 80 feet wide with inner and outer track. The track is 20 feet wider than tracks used overseas, thus allowing more room for overtaking. The five-storey stand has a capacity for 15,000 people with restaurants seating 1,5000. Parking facilities are available for 750 cars and 40 tour buses. Public admission tickets cost 3 patacas, On the day of the races, The Trotting Club will provide transportation to amd from the track at the bridge terminal near the Statue of Governor Ferreira do Amaral, just in front of the main entrance of Hotel Lisboa.”

NOTA: Muitas fotos deste manual foram reproduzidas posteriormente num folheto turístico de 1984 que postei em 24-07-2014 em https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/07/24/folheto-turistico-macau-de-198

Extraído de «O Occidente» XXXIV-1186, de 10 de Dezembro de 1911, p.271
NOTA: a foto com canto inferior direito não é do biografado

Adolfo Ferreira Loureiro (1836-1911), militar, engenheiro, escritor, poeta e político, bacharel em Matemática em 1856 na Universidade de Coimbra e em Engenharia Civil em 1859. Entrou na escola do Exército, em 1858, onde seguiu carreira militar. Em 1883, foi em Comissão à Índia Britânica, a Ceilão, Singapura, China e Macau.

Veio para Macau, em 1883, como Capitão de Engenharia e Major do Estado Maior, no cumprimento da missão de assorear o porto de Macau, tendo elaborado o grande projecto dos aterros do porto interior (posteriormente o projecto foi alterado por diversas vezes). O trabalho desenvolvido em Macau foi elogiado, recebendo do Leal Senado (1884) a honra de ter o seu nome num arruamento executado entre 1882 e 1883 (1) (2)

Em Macau, desenvolveu interessantes apontamentos acerca da cultura e sociedade chinesa. Acresce que contactou e privou com várias personalidades da época, nomeadamente com Demétrio Cinatti, Capitão do Porto de Macau e, com Eduardo Marques, reputado sinólogo e intérprete da Procuratura dos Negócios Sínicos de Macau. Apoiado pelo Partido Progressista, foi eleito Deputado para Legislatura de 1890, pelo 1.° Círculo Eleitoral de Macau, de que prestou juramento a 15 de Janeiro de 1890, e, na Legislatura de 1890-1892, representou o referido Círculo Eleitoral como Deputado da Legislatura anterior, até ao dia 27 de Maio de 1890.

Foi autor de mais de duas dezenas de publicações de carácter literário e profissional, mas destacou-se com o seu diário de viagem, «No Oriente – De Nápoles à China (diário de viagem). Lisboa, 1896-1897: Imprensa Nacional, 1896. – 2 v.

Com referência a Macau, publicou: 1 – Porto de Macau. Ante-projecto para o seu melhoramento. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1884. – 286 p. 2 – Estudos sobre alguns portos commerciaes da Europa, Ásia, Africa e Oceania. Coimbra, 1885, 2 vol. 3 – Macau e o seu porto. Conferência na Sociedade de Geographia de Lisboa. Lisboa, 1896.

PLANTA da bacia geral dos rios Si-Kiang, Peh-Kiang e Han-Kiang ou rios do Oeste, Norte e de Este, desde a sua origem até desembocarem no mar da China pelos estuários de Cantão e do Broadway [Material cartográfico]: Nº 1 / Extrahida da planta da Província de Cantão, levantada por I. G. Lörcher e completada pelas cartas da China de I. Perthes e de Williams; Assumpção lith.  [Coimbra: Imprensa da Universidade, 1884]  – 1 mapa LOUREIRO, Adolfo Ferreira de, 1836-1911; ASSUNÇÃO, António José Saldanha, 1850-1900, litog. http://rnod.bnportugal.gov.pt/rnod/winlibsrch.aspx?

Loureiro demonstrou ainda envergar uma postura crítica relativamente à posição política de Portugal em Macau por altura do incidente subjacente à notícia da revolta de Cantão em Setembro de 1883, sem contudo deixar de mencionar que o seu próprio país, por falta de tratado com a China, não tinha ali cônsul para proteger o macaísta envolvido. Manifestou-se face ao sistema do mandarinato revelando e reforçando a ideia da própria singularidade de Macau. A abordagem à corrupção e ao suborno é inevitável e também o sistema judicial e penal mereceu acutilantes apontamentos críticos. A questão da pirataria mereceu-lhe uma especial atenção já que a estes marginais se referiu com frequência, fazendo referência ao episódio do White Cloud, embarcação que garantia a viagem Macau – Hong Kong – Macau.” (3)

Planta da PENÍNSULA E PORTO DE MACAU com as sondagens levantadas em 1884 e com o projecto do caes interior, molhe da Taipa, docas da ilha Verde e Praia Grande, dique da Taipa e revestimento marginal entre a Ilha Verde e Pac-Siac [Material cartográfico] / [Adolfo Ferreira de Loureiro]; gr. Samora. – [Coimbra: Imprensa da Universidade, 1884]. – 1 Planta, 5 folhas com informação hidrográfica, 1 folha com perfis e alçados. LOUREIRO, Adolfo Ferreira de, 1836-1911; SAMORA, Júlio César Júdice, 1845-post. 1913, litog. http://purl.pt/17239/service/media/pdf

(1) ”Macau deu o nome de Adolfo Loureiro a uma via pública. O projecto de Loureiro ficou apenas no papel, apesar das instâncias de Macau junto do Governo Central . Assim em 1891 subiu ao Terreiro do Paço um requerimento de 951 habitantes de Macau para se executarem as Obras; mas só 6 anos mais tarde é que de lá se pensou nisso; em 08-08-1903, o Capitão de Cavalaria Carlos Alexandre Botelho de Vasconcelos foi incumbido de sondagens no porto. Então o Governo dispôs-se a executar o plano de Loureiro, mas nada feito.” TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, p. 408

(2) 羅利老馬路 – Estrada de Adolfo Loureiro: começa na Avenida Sidónio Pais e termina no cruzamento da Estrada de Coelho do Amaral com a Rua da Restauração. Executada em 1882/1883. CAÇÃO, Armando Azenha – Sankiu in http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30035/2019

(3) https://orientalistasdelinguaportuguesa.wordpress.com/adolfo-loureiro/

Ver Anteriores referências neste blogue de Adolfo Loureiro em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/adolfo-loureiro/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/estrada-adolfo-loureiro/

NOTA: Uma nota biográfica muito completa, em http://www.pianc.pt/pdfs/F2.pdf

Em 1961, o “Diário Popular” (1) do dia 20 de Outubro, dedicou um número especial ao Ultramar Português, com artigos, fotos e anúncios distribuídos pelas secções: fundação, generalidades, mapas, Cabo Verde e Guiné, São Tomé, Angola, Moçambique, e Índia, Macau e Timor. pp. 5-21.

Com referências a Macau, apresenta na página 5, nas “GENERALIDADES”, um artigo de Salazar Carreira “O majestoso Estádio do Jamor”, onde está inserida uma foto dos “pingueponguistas macaenses – Augusto Gonçalves e Raul Rosa Duque, que derrotaram recentemente o campeão do Vietnam Mai Van Hon”

Na página 10, na “FUNDAÇÃO” um artigo “Portugueses no Oriente; Afonso de Albuquerque em Goa” de Visconde de Lagoa, onde está inserido uma foto das “Ruínas da igreja dos jesuítas, em Macau”

Nas páginas dos MAPAS (pp. 10 e 11), está o mapa de Macau da Junta das Investigações Coloniais de 1952.

,

(1) O “Diário Popular” foi um jornal diário, lisboeta e vespertino, de grande tiragem em Portugal. Publicou-se entre 22 de Setembro de 1942 e 28 de Setembro de 1990. http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/RaridadesBibliograficas/DiarioPopularDedicadoaoUltramarPortugues/DiarioPopularDedicadoaoUltramarPortugues_master/DiarioPopular_dedicadoaoUltramar.pdf

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/diario-popular/

Tradução dum trabalho em inglês de C. R. Boxer, (1) “O 24 de Junho de 1622”,publicado no «Boletim Geral das Colónias», em 1926 (2) a parte (V) “A Batalha”, reproduzo as primeiras páginas (27 a 30) referentes ao bombardeamento do baluarte de S. Francisco, desembarque na Praia de Cacilhas, o comandante Reijersen gravemente ferido e substituído.

Pormenor do Plano da Cidade de Santo Nome de Deus de Macau como era no ano de 1622 (3) O avanço e a retirada dos holandeses.
Praia de Cacilhas

Continua …  leitura em: http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/BGC/BGC-N016&p=1

Monumento da Vitória

(1) C. R. Boxer, na data do trabalho, tenente do Exército Inglês e Sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa. Ver anteriores referências neste blogue: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/c-r-boxer/

 (2) BOXER, C. R. – O 24 de Junho de 1622 – Boletim Geral das Colónias, ANO II, n.º 15 SET 1926, pp.  117-128 e n.º 16, OUT 1926 pp. 27- 41.

(3) Plano da Cidade de Santo Nome de Deus de Macau como era no ano de 162

Hoje, 17-04-2020, o «Jornal Tribuna de Macau» noticia(1) que “O Corpo de Polícia de Segurança Pública encontrou uma réplica de canhão numa obra de canalização, no Porto Interior. A obra já foi suspensa. Funcionários dos Serviços de Alfândega, Instituto para os Assuntos Municipais e Instituto Cultural já estiveram no local para avaliar a situação.”

De Macau, informam-me que o “achado” foi localizado na Zona do Patane. O canhão estará relacionado com o Forte do Patane (também conhecido como Palanchica) ? E/ou às docas de embarcações que existiram nessa zona? (2)

Pormenor de Mapa de Macau Vista da Lapa de «Ou-Mun Ke- Leok, 1979» p.97

O forte estaria situado perto da Calçada da Palanchica, (3) na pequena elevação do Patane, junto à capela dedicada a Sto. António? (Igreja de N.S. do Amparo?)  e tinha como “missão” proteger a cidade de uma invasão do Continente. Segundo Jorge Graça (4), o forte tinha “3 plataformas, cada qual provida de uma peça de artilharia. O acesso à esplanada superior era efectuado por meio de uma escada que a ligava com a de baixo. Estava ligado à fortaleza de S. Paulo (5) por uma secção da muralha Nordeste da cidade, na encosta ocidental da colina de S. Paulo e ao Porto Interior por outra secção desta muralha. Não é conhecida a data certa da sua construção, mas parece ser a mais antiga das fortificações do Macau primitivo. Estava provido com peças de artilharia retiradas dos barcos de comércio do Japão. Foi demolida juntamente com a muralha da cidade que ligava a fortaleza de S. Paulo ao Porto Interior em 1640 por exigência chinesa.

Segundo Padre Teixeira, o chamado Forte da Palanchica sobre o montículo de Patane não tem História, “ porque os únicos documentos que encontrou sobre Patane: ambos afirmam que se construiu um muro que ia desde S. Paulo a Patane e se tentou construir um forte neste lugar, mas gorou-se esta tentativa devido à oposição chinesa.”(6) Esta também foi a opinião do historiador Ljungstedt: (7) «Parece que em 1925 se tentou construir um forte num lugar chamado Patane a fim de ligá-lo por meio duma cortina com o Monte. Mas os chinas fizeram um tal resistência que se abandonou a obra, e a cortina mudou-se em muro do Jardim, que se estende até um braço do Porto Interior»

Era nessa zona designada por Patane ou Chão do Campo dos Patanes ou Campos de Patane que “corria um importante veio de água potável (Ribeira do Patane), suficiente não só para dessedentar a povoação mas ainda para o fornecimento da aguada aos juncos e mais barcos de cabotagem que já concorriam ao porto. Era por isso a zona que servia não só para abrigo e aguada, mas também servia de doca para reparação das naus da carreira do Japão, ou naus da prata, enquanto aguardavam a monção para prosseguir viagem. A Ribeira do Patane veio com o andar do tempo, após o inquinamento completo das suas águas pelas várzeas que o foram marginando, a converter-se num colector de esgoto que ainda não há muitos anos se via a descoberto e que era conhecido pelo canal de San Kiu” (6)

Planta de Macau, anónimo, Pedro Barreto de Resende no Livro das Plantas de Todas as Fortalezas, Cidade e Povoações do Estado da Índia Oriental de António Bocarro, c 1635

(1) https://jtm.com.mo/local/breves-1220/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ribeira-de-patane/

(3) As obras efectuadas na zona do Patane e Tarrafeiro em 1868 acabaram com o labirinto de becos e travessinhas da Palanchica. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/travessa-da-palanchica/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/palanchica/

(4) GRAÇA, Jorge – Fortificações de Macau, Concepção e História. ICM, 1985, p.99

(5) “D. Francisco Mascarenhas, governador de Macau (1623-1626) mandou construir uma muralha de 500 barças, que se estendia desde a Fortaleza de S. Paulo ao Patane. Os Chineses objectavam que, estando esta muralha voltada para a China, era contra eles que se dirigia e não contra os inimigos de fora, e, por isso, exigiram a sua demolição. Mascarenhas opôs-se, mas o Senado cedeu às exigências chinesas e revoltou-se contra o governador em Outubro de 1624 e demoliu essas 500 barças de muro em Março de 1625. D. Francisco Mascarenhas, para evitar efusão de sangue, engoliu em seco esta amarga pílula” (6)

(6) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I. ICM, 1997, pp. 36-37

(7) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/andrew-ljungstedt/

Livro publicado em 1897, impresso na Imprensa Nacional “MACAU E SO SEUS HABITANTES – RELAÇÕES COM TIMOR” de Bento da França, autor já citado em anteriores postagens (1) (2) (3)

Exemplar com encadernação de época de lombada de pele e papel que preserva as capas de brochura. Restauros marginais na capa.

Com carimbo “Companhia de Alumnos da Escola de Exército” na página 5, onde se encontra a “Dedicatória – A minha mulher, solicita companheira das minhas longínquas peregrinações, como lembrança dos primeiros tempos de casados e tributo de gratidão. – O. D. e C – O auctor” (p. 5)

O livro é uma visão de Macau baseada nas vivências e observações do autor, conforme afirma na “Advertência “, p. 7:

A obra que apresento a publico é filha das observações feitas e apontamentos tirados durante cerca de quatro anos de permanência nas nossas possessões junto da China e da Oceania.

Não tem grandes pretensões o trabalho, mas afianço que foi elaborado com amor e consciência, e creio achar-se aqui compendiado tudo de mais interessante e útil que possa importar aos que tenham interesse, ou tão sómente curiosidade, em conhecer os nossos recursos e vida na antiga Cathay, ao que acresce fornecer bastas noticias sobre Timor, districto que, com o de Macau, constitue a nossa província ultramarina mais oriental.

Estive em terras portuguezas de alem mar, dou conta do que vi e das sensações experimentadas; d’est´arte julgo concorrer para que nos vamos todos familiarizando com os dominios coloniaes. Se vi mal e falseei as conclusões, talvez que os bons desejos de elucidar o publico dêem azo a que penna mais auctorisada me corrija os erros, estabelecendo a verdade”

O plano do livro está dividido em quatro partes:

Primeira parte (com três capítulos): Epitome Historico de Macau (pp. 9 – 40)

            “ A primeira parte é extraída de outra obra do auctor, Subsídios para a história de Macau, mandada publicar a expensas do ministério da marinha e ultramar em 1888” (Advertência do autor nas pp. 7-8)

Segunda parte (com 4 capítulos): Dados Geográficos, Administrativos e Políticos (pp- 41 -122)

            “A segunda foi compilada de informações officiaes e varias rebuscas; contém um documento curioso para os camoneanos” (Advertência do autor na p. 8)

Terceira parte (com 24 capítulos): Raças, Usos e Costumes (pp. 123-209)

            “A terceira nasceu, principalmente, de observações de visu. … (…) Devo também prevenir os leitores de que, na terceira parte não tenho em vista descrever os costumes chinezes em toda a sua interessante e complicada contextura, apresento apenas um pllido escorço do viver dos que habitam Macau.” (Advertência do autor na p.8)

A última parte (a quarta, com 6 capítulos)) refere-se a Timor: Relações entre Macau e Timor (pp. 210-278)

            “A quarta consta da matéria contida n´um folheto escripto por mim para a Bibliotheca do povo e das escolas, acrescentada com vários artigos que publiquei em defferentes jornaes” (Advertência do autor na p. 8)

O livro apresenta três estampas:

Planta de Macau, entre as páginas 42 e 43
Macau e Ilhas próximas entre as páginas 98 e 99

E um mapa de Timor entre as páginas 216 e 217. Apesar de ter um governador próprio, a colónia de Timor dependia directamente da administração portuguesa de Macau.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bento-da-franca-1833-1889/

(2) Bento da França Pinto d’Oliveira Salema (1859-1906), filho de Salvador d´Oliveira Pinto da França (1822-1866 – tenente coronel do estado Maior do Exército e irmão (2.º) de Bento da França Pinto de Oliveira, que foi Governador de Timor, em 1882-83) (1), terceiro conde de Fonte Nova; major da cavalaria, “tenente de cavallaria e ajudante de campo honorário de Sua Alteza o senhor Infante D. Augusto” na altura da publicação do seu anterior livro ““Subsídios para a Historia de Macau” publicado pela Imprensa Nacional em 1888, 231 páginas.

(3) FRANÇA, Bento da – Macau e os seus habitantes,- Relações com Timor. Lisboa, Imprensa Nacional, 1897, 286 p., 25 cm x 15 cm. Disponível para leitura em: https://archive.org/details/macaueosseushab00frangoog/page/n7/mode/2up: