No dia 4 de Maio de 1952, promovido pelo semanário católico “O Clarim”, em comemoração da passagem do seu 4.º aniversário, realizou-se, no teatro Cheng Peng, um interessante espectáculo músico-teatral.
A senhorita Maria Helena, filha do Governador, assoprando as velas simbólicas do bolo do aniversário de “O Clarim”.
Um aspecto da assistência
Extraído de «Mosaico», IV-21/22 de Maio/Junho de 1952, p. 487
“A 3 de Maio de 1948, a revista mensal O Clarim começou a publicar um suplemento semanal em forma de jornal, também chamado O Clarim. Em Julho de 1950, este jornal passou a bi-semanal.; a 1-3-1953 passou, este suplemento a diário, mas expirou a 15-09-1955 com enorme deficit. (…). De 26 de Maio de 1955 a 5 de Fevereiro de 1956 esteve suspenso por imposição do governador desta Província ., almirante Joaquim Marques Esparteiro.”
TEIXEIRA, Pe. Manuel – O Clarim in Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente. ICM, 1999, pp. 175 – 180
O Círculo Cultural de Macau promoveu mais uma série de conferências culturais, à semelhança do que tinha feito nos dois últimos anos (1953 e 1954).
O novo ciclo foi inaugurado no dia 21 de Abril de 1955, no Salão Nobre do Leal Senado, com a conferência do Dr. Alberto Rafael Marques Mano, Meritíssimo Juiz de Direito desta Comarca, subordinada ao título «África, terra de encanto e mistérios».
Presidiu à sessão o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro.
Abriu a série de discursos O Dr. Pedro José Lobo na qualidade de Presidente do Círculo Cultural de Macau.
Finalmente, antes do encerramento da sessão, usou da palavra o Governador.
Todos os oradores foram entusiasticamente aplaudidos, tendo o ilustre conferente sido, no final, cumprimentado pelas individualidades presentes.
Informação e fotos retirados de «Macau Boletim Informativo», Ano II, n.º 42 de 30 de Abril de 1955, pp. 8-13.
“A equipa de honra doo Hóquei Clube de Macau esteve, nos dias 19 e 20 de Março, em Hong Kong, onde realizou dois encontros de hóquei m campo contra dois fortes agrupamentos da vizinha colónia britânica.
No primeiro dia, o Hóquei Clube defrontou-se com a equipa do Regimento de Hong Kong, à qual infligiu uma derrota de 5 bolas a zero. Os nossos jogadores foram superiores em toda a linha, merecendo amplamente a vitória.
No dia seguinte, frente a uma selecção militar, precisamente aquela que ganhou o torneio militar de Singapura, o «onze» do Hóquei Clube conseguiu, apenas, um empate de 0 a0.
Juntamente com a divisão de honra, esteve também em Hongkong a equipa «B» do Hóquei Clube, que, por sua vez, realizou dois outros encontros. No primeiro, teve por adversário a equipa do Clube Holandês, tendo o «onze» de Macau saído vencedor por 2 a 1. No segundo encontro, o Hóquei Clube «B» perdeu frente à selecção «B» militar, por 1 a 0.
Esta é a primeira derrota que a nossa equipa «B» regista nesta época. Por sua vez, a equipa de honra continua invisível.”
Extraído dum artigo não assinado de «MACAU B. I.» ANO II, n.º 40 de 31 de Março de 1955, p. 14
No Campo da Caixa Escolar, com a honrosa assistência do Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, realizou-se, no dia 24 de Janeiro de 1955, o encontro do XV «Interport» de hóquei em campo, entre as selecções representativas de Macau e Hong Kong, o qual terminou pela vitória dos jogadores macaenses, por 1 a 0. Uma numerosa assistência presenciou o encontro que, dada a forma correcta e entusiástica como foi disputado, agradou.
O tento que deu a vitória à selecção local derivou duma grande penalidade sancionada contra Hong Kong pelo árbitro Gonçalves, da vizinha cidade, que revelou imparcial e desportista cem por centro.Muitos foram os ataques perigosos efectuados pelos avançados de Macau contra os adversários, mas frente a uma defesa visitante em tarde feliz, pouco mais conseguiram do que uns remates um tanto incertos e de fácil defesa. Macau jogou mais à base de esforços individuais do que em conjunto, salientando-se neste capítulo os elementos mais velozes da equipa Marques e Almeida. A linha média da selecção local não deu o rendimento que dela esperava, sendo Rocha o único que fez algode proveitoso durante a partida. O par de defesas de Macau formado por Basto e José Vítor, constitui o melhor sector da selecção, principalmente Basto, que foi um dos melhores elementos do «Interport».Estreante no seu posto, Cristóvão revelou-se-nos, ainda assim, seguro e digno da confiança nele depositado.
Findo o encontro, o capitão da equipa local, Herculano da Rocha, recebeu das mãos do Governador da Província a taça «Spalding», troféu que vem sendo disputado nestes intercâmbios desde 1950.
À noite, no salão do Clube de Macau homenageou os desportistas visitantes com um jantar, a que assistiu grande número de pessoas, de entre hoquistas, árbitros, dirigentes, representantes da Imprensa e outros convidados. Usaram da palavra o presidente de Hóquei Clube de Macau, Pedro Hyndman Lobo e o da Associação de Hóquei de Hong Kong, Alfredo Lopes Néry.
NOTA: Antes do encontro de XV «Interport», as selecções «B» de Macau e Hong Kong disputaram o seu 5-ºjogo, também de «Interport», tendo saído vitoriosa a selecção visitante, que ganhou por 1 a 0.
Artigo não assinado publicado em «MACAU, Boletim Informativo», ANO II, n.º 36, 31 de Janeiro de 1955, pp. 13-14)
POSTAL – Dragon Dance – Foto de Wong Wai Hong, n.º 1 da colecção “Festividades Orientais em Macau” (1)
Verso do postal com legenda em chinês e inglês
Sobre as festividades do ano novo chinês que no ano de 1955 foi a 24 de Janeiro, retirei parte dum artigo não assinado (1)
“Munidos de estalinhos e petardos vão-nos lançando a cada passo, produzido à sua volta um ambiente festivo e uma sensação de pretensa felicidade, proporcionando às crianças motivo de verdadeira alegria.” (2)
(2) Artigo não assinado, extraído de «MACAU B. I.» da R. C. dos Serviços Económicos – Secção de Propaganda e Turismo, Ano II de 31 de Janeiro de 1955, n.º 36, pp. 8-12.
Assalto à mão armada no dia 3 de Dezembro de 1955. Foram louvados pelo Governo da Província o seguinte pessoal de Corpo de Polícia de Segurança Pública desta província: o subchefe de esquadra Jaime Aiala de Guerra Junqueiro Madeira; os guardas portugueses de 1.ª, 2.ª e 3.ª classe, respetivamente, Alexandre José Airosa, Luís Henriques Almeida de Carvalho, Laurindo dos Santos e Gustavo Alberto Ritchie; e o guarda estrangeiro de 3.ª classe Vong Veng pelas qualidades evidenciadas na perseguição de criminosos, a quando do assalto à mão armada no dia 3 de Dezembro do ano findo. (1)
A começar em 25 de Novembro de 1955, no Teatro Apollo, “O engraçado filme em vistavisão”, “The Seven Little Foys” (“Os Sete Pequenos Foys”), um espectáculo para maiores de 18 anos.
“The warm, wonderful story of America´s most fabulous show business family”
Folheto verde/azulado (19,5 cm x 13,5 cm)
“The Seven Little Foys” é um filme em “Technicolor em VistaVision” de 1955, comédia dirigida por Melville Shavelson com o actor Bob Hope no papel de Eddie Foy Sr. Posteriormente em 1964 teve uma versão na televisão e em 2007, uma versão musical no teatro.
PRÓXIMA MUDANÇA: Giuseppe Verdi, (nos EUA com o título de “The Life and Music of Giuseppe Verdi” e distribuído como “Verdi, the King of Melody”), é um filme italiano de 1953, melodrama musical baseado na vida deste compositor, interpretado por Pierre Cressoy e dirigido por Raffaello Matarazzo. Outros actores: Anna Maria Ferrero, Gaby André, Irene Genna e Laura Gore
No dia 26 de Maio de 1955, realizou-se no Salão Nobre do Leal Senado a 5.ª e última sessão cultural, promovida pelo Círculo Cultural de Macau, sob o alto patrocínio e orientação do Governador, Almirante Joaquim Marques Esparteiro. (1)
Foi conferente o oficial superior do Exército, Major Acácio Cabreira Henriques (2) que proferiu uma conferencia subordinada ao tema «Monumentos Nacionais existentes na Província de Macau»
Referente ao tema da sua conferência, na sua primeira parte: I- Monumentos Religiosos referiu o seguinte:
Postal da colecção “Ruínas de S. Paulo” (3)
“Nestes monumentos se encontram as melhores relíquias legadas pelos nossos antepassados e que são o verdadeiro testemunho dum povo que sempre tem vivido da crença e tradição religiosa”. Em primeiro lugar à maior e mais veneranda relíquia desta cidade do «Nome de Deus», as «Ruínas da Igreja da Madre de Deus (vulgo S. Paulo)», cuja história se encontra ligada à da Companhia de Jesus. Os primeiros jesuítas que aqui se estabeleceram foram os padres Francisco Peres e Manuel Teixeira que, acompanhados do irmão André Pinto, chegaram a Macau em 26 de Julho de 1562, os quais, ao que parece, foram encarregados se erigir o primeiro hospício e igreja fundados em 1565, junto da Ermida de Santo António, mas que um incêndio destruiu em 1594. Pensou.se então em construir uma nova igreja segundo um projecto de que foi autor um jesuíta genovês, o Beato Carlos Spínola, martirizado no Japão, em 10 de Setembro de 1623, sendo o projecto executado pelos cristãos japoneses refugiados em Macau. O projecto não incluía a fachada, pois esta foi baseada, talvez na fachada da igreja dos jesuítas, na Bélgica, e existente na cidade de Anvers.
Começada provavelmente em 1602, como o atesta uma lápide existente no cunhal da direita da fachada, esta nova igreja, cuja fachada foi completada em 1637, ficou com o título de Imaculada Conceição, conforme decretou em 1646 o Rei D. João IV. Da destruição do incêndio de 26 de Janeiro de 1835, apenas se salvou a fachada que ainda hoje representa o monumento de maior valor artístico da Província.” (4)
Postal da colecção “Ruínas de S. Paulo” (3)
Depois de uma breve descrição arquitectónica das actuais Ruínas, o orador afirmou:
“Pena é que a Igreja da Madre de Deus, um edifício de tanta grandiosidade, não seja reconstruído, dentro das suas primitivas linhas, para que a cidade contemple, de novo, o sumptuoso templo, levantado à honra da sua protectora, testemunho da ardente fé e devoção dos filhos de Macau. Felizmente, porém, a Providência tem servido de sentinela, velando pela conservação da fachada, a mais preciosa jóia da cidade do Nome de Deus», permitindo que há mais de três séculos venha resistindo às inúmeras tempestades, principalmente, aos tufões que têm assolado a cidade” (4)
(2) Em Macau, foi Comandante do Agrupamento Misto das Forças da Guarnição, chefe da secção de Justiça, Presidente da Comissão de Compras e Presidente do Conselho Administrativo do Comando Militar de Macau. Foi louvado quatro vezes pelos desempenhos das suas funções em Macau, como Chefe da Seção de Justiça, Presidente da Comissão de Compras e Presidente do Conselho Administrativo do Quartel General e ainda, pelas suas qualidades de bom senso, lealdade e camaradagem demonstradas nas inspecções por ele realizadas aos diversos materiais pertencentes ao Comando Militar da Província. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/acacio-cabreira-henriques/
(3) Uma colecção de 6 postais com a temática “Ruínas de S. Paulo”, uma edição da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau (para publicar em postagens posteriores)