Continuação da divulgação dos bilhetes postais emitidos pelos Correios de Macau, em 1999, aquando da comemoração do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (1)
BPL 003 – RUÍNAS DE S. PAULO com selo de 2.00 patacas e carimbo comemorativo
SELO: Árvore de Natal: brilham juntos os Ruínas de São Paulo e a árvore de Natal.
BPL 004 – FAROL DA GUIA com selo de 2.50 patacas e carimbo comemorativo
SELO: Grande Prémio: carros de corrida galopantes circulam no circuito da Guia.
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/01/02/bilhetes-postais-comemorativos-de-1999-i/
Nos dias 28 e 29 de Novembro de 1970 realizou-se, o XVII Grande Prémio de Macau, na qual se inscreveram 96 automóveis e 80 motociclos. Assistiram a esta competição automobilística cerca de 30 000 espectadores, dispostos por toda a volta do Circuito da Guia, tendo sido considerável a afluência de Hong Kong.
PROVAS DO DIA 28
1- Prova «Troféu ACP»
Esta prova compreendeu duas eliminatórias, constituídas por dez voltas cada uma ao Circuito da Guia, sendo de salientar a presença duma senhora de Singapura, Anne Wong, conduzindo um «M. Cooper S», classificando-se em segundo lugar numa das eliminaórias.
2 – Corridas de Motocicletas (Handicap)
Nesta prova constituída por 10 voltas ao Circuito da Guia participaram 50 motocicletas, das quais apenas 30 chegaram ao fim. Foi vencedor o indonésio Beng Suswanto, conduzindo uma «Yamaha YSI», seguido de Neville White, de Hong Kong, conduzindo uma «Norton Comand» fixando em terceiro lugar o indonésio Hendra Tirtasaputa, também ao volante duma «Yamaha YSI»
3- Prova de Carros de Produção Corrente (duas eliminatórias)
Cada uma das eliminatórias compreendeu 10 voltas cada uma ao Circuito da Guia, sendo vencedor da primeira o chinês Peter Chow, conduzindo um «M. Cooper S» e da segunda o alemão Dieter Quester, ao violante dum «BMW 2002TI»
4 – Prova de «Carros de Grande Turismo e Sports»
Esta prova foi uma das mais velozes. Compreendeu 20 voltas ao Circuito da Guia. Foi ganha pelo chinês Henry Lee, conduzindo um «Porche», seguido do australiano John McDonald, ao volante dum «Lotus 47», chegando em terceiro lugar G. D. Neal, num «Elva».
Nesta prova o que devia ter agradado à assistência foi o despique mantido entre os dois primeiros classificados.
Continuação do relato do “III GRANDE PRÉMIO DE MACAU” (1) iniciado na postagem de ontem, dia 3 de Novembro.(2)
A manhã de domingo, dia 4 de Novembro, despontou um tanto enovoada, fazendo prever que não se teria o mesmo bom tempo da véspera.
E de facto, uma chuva miúda e impertinente veio prejudicar o desenrolar da grande prova quando esta se encontrava na sua melhor fase.
Com a pista ainda molhada, pois tinha estado a chover na noite anterior, os automobilistas inscritos na grande corrida começaram a treinar muito cedo. No treino do dia anterior, os melhores tempos foram obtidos pelo «Mercedes 190SL» de Douglas Steane (n.º 6) (3m 46s), «Ferrari Mondial» de Mário Lopes da Costa (n.º 16) (3m 49s) e «Austin Healey M.» de Robert Ritchie (n. 21) (3m 52s).
Os 18 carros que entraram na pista
Antes da corrida todos os volantes foram apresentados ao Encarregado do Governo, Brigadeiro Portugal da Silveira
Os carros alinhados na pista antes de ser dado o sinal de partida
Pela ordem dos melhores tempos obtidos no treino do dia anterior foram colocados na pista em 7 filas, com a seguinte distribuição:
Às 12 horas precisas, o Encarregado do Governo, Brigadeiro João Carlos Quinhones de Portugal da Silveira deu sinal de partida coma Bandeira Nacional.
Apesar da chuva, à volta do Circuito dezenas de milhar de espectadores não abandonaram os seus lugares. Desses milhares, cerca de 10 mil turistas tinham vindo de Hong Kong propositadamente para assistirem às provas.
À 13.ª volta, começaram a sentir-se umas gotas de chuva, o que obrigou os carros a diminuir sensivelmente a velocidade. Na 17.ª volta, um acidente grave que não trouxe contudo consequências funestas.
O «MG-A» (n.º 31) de P. Molyneux, embateu contra a muralha na Praia de Cacilhas sofrendo grandes danos quer na carroçaria quer no motor. O volante partiu-se em dois bocados, enquanto o condutor, com ligeiros ferimentos, chegou a perder os sentidos. Conduzido ao hospital, numa auto-ambulância, ali recebeu os necessários tratamentos.
Na 34.ª volta, o «Mercedes 190 SL» n.º 6, que seguia, em primeiro lugar, com 2 voltas de avanço do «Ferrari Mondial» n.º 16, sofreu um acidente, indo o carro embater contra a guarita do Posto Fiscal colocada na extremidade da Avenida (então denominada) Dr. Oliveira Salazar, defronte do Quartel de S. Francisco. Parou nos poços, onde perdeu cerca de 3 minutos para receber beneficiações e reentrou depois na pista , com apenas uma volta de avanço sobre o «Ferrari».
Entretanto, o «Ferrari» n.º 16 sofreu por sua vez um acidente talvez mais grave ainda que o do «Mercedes», o que levou a perder mais de 5 minutos nos poços. Dum embate contra umas árvores, próximo do Quartel de S. Francisco, resultou grande estrago de carroçaria. A porta do lado esquerdo teve de ser arrancada. Lopes da Costa não desanimou e voltou à pista tão depressa os mecânicos o largaram. Na pista entrou em 6.º lugar mas ainda conseguiu atingir a 2.ª posição.
Apenas 12 carros completaram as 60 voltas, número mínimo de voltas que cada carro tinha de fazer para se classificar na prova.
O «Femcar» n.º 5, embora tivesse perdido uns preciosos minutos nos poços, continuou na prova, assim como o n.º 21, «Austin-Healey M» de Ritchie, que embora com o motor avariado, não abandonou a prova.
Lopes do Costa, sem esperanças já de apanhar o carro de Steane, ainda no comando ultrapassa entretanto na 69.ª volta, o seu compatriota Macedo Pinto, n.º 11 e vai colocar-se em 2.º lugar.
A Grande corrida termina com 77.ª voltas feita pelo «Mercedes 190 SL» conduzido Douglas Steane, sargento do Exército britânico e o 2.º classificado na prova do ano passado.
A Classificação final foi a seguinte
NOTA MUITO ESPECIAL:
O que mais entusiasmou o público neste Grande Prémio foi a condução do americano George Baker no seu «Ford Thunderbird» (n.º 2) que tendo partido da grelha da 3.ª fila manteve-se após partida o 7.º lugar, sempre com uma calma admirável e grande perícia fazendo autênticas acrobacias como o seu carro que já era de mudanças automáticas. Ao mesmo tempo, durante a prova, teve tempo de comer sanduíches, beber café e ouvir o relato da corrida transmitida pela emissora «Vila Verde», num aparelho portátil colocado sobre os joelhos. Era com este desportivismo, autêntico amadorismo e também humorismo que os primeiros grandes prémios decorriam para gáudio do público presente.
(1) Retirado de «MBI» IV-79, 1956
(2) Anteriores referências ao III Grande Prémio de Macau
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/iii-grande-premio-de-macau/
A propósito do Grande Prémio de Macau (a 61.ª edição) que este ano, se realizará de 13 a 16 de Novembro, apresento uma visão dessas “corridas de carros” no circuito da Guia, em banda desenhada, dos princípios da década de 80 (século XX). O álbum original em francês foi publicado em 1983.
Este livro de 1995, com edição em português «Michel Vaillant – Encontro em Macau» foi um número especial de venda conjunta e inseparável com o jornal “AutoSport“. (1)
Personagem da banda desenhada francesa, herói de múltiplas aventuras no grande circo do desporto automóvel (todas as suas aventuras decorrem nas provas automobilísticas desde a fórmula um até ao rallies). Michel Vaillant é piloto da equipa do pai, Henri Vaillant, proprietário dos motores Vaillant usados nessas corridas. O seu irmão Jean-Pierre, é o construtor. A série Michel Vaillant que retrata portanto o mundo do desporto automóvel, é criação de Jean Graton (1.ª aparição em 7 de Fevereiro de 1957, numa revista «Tintin» n.º 433). Nos anos noventa, o seu filho, Philippe Graton passou a colaborar nos argumentos. (2)
Sinopse: Enquanto o grande prémio de Macau decorre dentro da normalidade, a equipa Vaillant aproveita o acontecimento para se reunir com um possível parceiro asiático. No entanto, trata-se de uma operação de grande envergadura, a qual deve-se manter “top secret”, para evitar qualquer tipo de vigilância ou de intercepção pela concorrência. Mas, para ganhar os futuros associados, requer uma vitória de dois carros Vaillants no grande prémio e vencer as manobras maquiavélicas de Ruth, que quer a todo o custo obter o contrato milionário! (3)
O autor retrata neste “Encontro em Macau”, uma personagem real, figura que muito contribui para a projecção do Grande Prémio de Macau, Theodore “Teddy” Yip.(4) Entusiasta em corridas já na década de 50, começou a participar nas corridas em Macau como piloto desde 1956 (terminou em terceiro em 1963, com um Jaguar E-Type, no ano que Arsenio Laurel ganhou pela 2.ª vez em Macau). Era proprietário da «Theodore Racing Team» , equipa, que nos anos 70, participou em diversos campeonatos automobilísticos: Indi, Formula 5000, Can Am e fórmula 2. Esta equipa tentou entrada na Formula 1 em 1978 sem grandes resultados (participação numa só corrida). Patrocinou vários corredores em Macau, entre eles, Ayrton Senna que venceu em 1983, o 1.º Grande Prémio de Macau em Fórmula 3.
Referência anterior de Teddy Yip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/
(1) GRATON, Jean (texto e desenhos) – Michel Vaillant, Encontro em Macau. 2005.
Tradução de «Rendez-vous à Macao», de 1983, publicado pela “Graton éditeur”, (editora criado pelo próprio em 1982). A 1.ª edição em português foi editada pela Meriberica/liber em 1984, republicada no Jornal da BD e posteriormente Álbum Auto Sport (2005)
A colecção Michel Vaillant é editada em Portugal por Criativos – Marginália Editora.
(2) http://en.wikipedia.org/wiki/Michel_Vaillant
(3) http://comics-na-web.blogs.sapo.pt/43393.html.
(4) Theodore “Teddy” Ip (ou Yip) 葉德利 (1907-2003), de nacionalidade holandesa (nasceu na Indonésia de pais chineses, na altura colónia holandesa) negociante em Hong Kong a partir dos anos 40. Em 1962 formou com Stanley Ho, Yip Hon e Henry Fok, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (S.T.D.M.)
Outra referência a Teddy Ip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/
Notícia do anúncio do III Grande Prémio de Macau, na imprensa em Macau, em Maio de 1956 (1)
“A Delegação de Macau do Automóvel Clube de Portugal, com a colaboração do Governo da Província e do Leal Senado da Câmara, levará a efeito, nos dias 3 e 4 de Novembro próximo, o III Grande Prémio automobilístico de Macau, competição a efectuar em circuito fechado, conforme as prescrições do respectivo regulamento e do Código Desportivo Nacional. A prova, que é organizada sob os auspícios de Sua Ex.ª o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, será disputada, como nos anos anteriores, no Circuito da Guia já de todos, conhecido.
Os trabalhos relativos à organização e realização do III Grande Prémio de Macau estão entregues a uma Comissão Executiva, constituída pelos Srs. António Nolasco da Silva, delegado do A. C. P., servindo de presidente, Fernando A. de Macedo Pinto, 1.º tenente engenheiro naval Fernando da Silva Nunes, Arnaldo Rodrigues da Silva e Paul E. du Toit, este último de Hong Kong.
O regulamento do III Grande Prémio de Macau apresenta-se ligeiramente modificado, em relação ao regulamento da prova anterior, sendo dignas de menção as seguintes alterações:
- A prova levará, este ano, o rótulo de Competição Nacional, porquanto pelo A. C. P. acaba de ser aprovada a proposta relativa à inclusão do Grande Prémio de Macau nos programas anuais de competições nacionais de automobilismo. A designação nova que se dá valoriza muito mais a prova e não impede que nela participem automobilistas estrangeiros.
- O percurso será de 77 voltas ao Circuito da Guia, ou sejam 483 Kms,175 (300,3 milhas), e só serão classificados os concorrentes que completarem pelo menos, 60 voltas.
- Haverá um prémio de $ 300,00 para cada concorrente que completar pelo menos, 60 voltas.
- Para os 3 primeiros classificados haverá, além das taças, prémios monetários. O 1.º classificado ganhará $ 3.000,00, o 2.º $ 1.500,00 e o 3.º $750,00.
- A Delegação do A. C. P. tirará um seguro contra terceiros.
A grande novidade da competição deste ano será, sem dúvida, a lotaria que o A. C. P. vai levar a efeito por ocasião da corrida.
Pelo Governo Central já foi autorizada a organização da lotaria, estando o diploma respectivo a ser, presentemente, elaborado pelo Governo da Província.
Além do Grande Prémio, haverá ainda outras provas automobilistas, uma das quais a interessante corrida por equipas, que o A. C. P. organiza este ano pela primeira vez
Eis o programa completo do grandioso certame:
3 de Novembro, sábado:
Das 7 às 8 horas – Treino oficial dos carros não participantes no G. P.
Das 8,15 às 9,30 horas – Treino oficial dos concorrentes ao G. P.
Às 10,45 horas – Cerimónia de abertura.
1.ª corrida: Principiantes (10 voltas ao Circuito)
12 horas – 2.ª corrida: Senhoras (10 voltas ao Circuito)
13 horas – 3.ª corrida: «Handicap» para carros de produção corrente (100 milhas).
16 horas – 4.ª corrida: Por equipas (15 voltas ao Circuito).
Das 17,30 às 19 horas – Treino oficial dos concorrentes ao G. P. com cronometragem para a posição dos carros à partida.
4 de Novembro, domingo:
Das 7,30 às 9,30 horas – Treino oficial dos concorrentes ao G. P.
Às 11,30 horas – Chegada de Sua Ex.ª o Governador a comitiva.
Às 11,45 horas – Abertura oficial.
Às 11,50 horas – Apresentação de Sua Ex.ª o Governador aos concorrentes.
Às 11,55 horas – Entrada dos condutores nos seus carros.
Às 11,57 horas – 1.º sinal para a partida.
Às 11,58 horas – 2.º sinal para a partida.
Às 11,59 horas – 3.º sinal para a partida.
Às 12 horas precisas – Partida para o III Grande Prémio de Macau.
Às 20 horas – Jantar oficial e entrega dos prémios.”
(1) Artigo não assinado – MACAU, ano III, n.º 67, 15-05-1956.
Destaques em “bold” da minha autoria.
Mais postais fotográficos inseridos no livro publicado em 1922 (1) com o título de “MACAU ARTÍSTICO”.
Jardim chinês – O Palácio do Govêrno
O jardim chinês é o de Lou Lim Ieoc, 盧廉若公園, na Estrada Adolfo Loureiro,construída pelo mercador Lou Kau e adquirido pelo Governo de Macau em 1974.
Não tenho a certeza mas parece-me a praia de Cacilhas, em primeiro plano; a subida de S. Francisco e a pequena colina onde estava o Hospital Militar de Sam Januário, no segundo plano
Porto Interior e Chácara Leitão
A Chácara Leitão (esta foto de muita má qualidade) era propriedade de Francisco Filipe Leitão e ficava na Estrada de Cacilhas
Foto com melhor impressão e muito semelhante a esta, foi publicada na revista Ilustração Portuguesa (14 de Dezembro de 1908), intitulada “A Vila Leitão“
Foi nesta chácara (no ano de 1921) que se tirou a célebre foto de Camilo Pessanha, mal vestido (camiseta branca abotoada, uma calça preta e sandálias rústicas), acompanhado de seus cães.
Em finais de 70, ainda se via a entrada (na Estrada de Cacilhas após a curva da maternidade e antes de chegar ao Miradouro de Nossa Senhora do Mar, existia à direita um muro com uma entrada – portão de ferro enferrujado) e o resto do chão em pedra da chácara que “aproveitaram” para aí “levantar” umas “barracas” para habitação.
No lado esquerdo da foto, observa-se a entrada do Cemitério dos Parses.
Entrada do Cemitério (Parsee Cemetery – 1829) – hoje desnivelada face á rua com o alcatroamento do circuito da Guia
(1) LACERDA, Hugo (coord) – Macau e o seu futuro porto. Macau: Tip. Mercantil – N. T. Fernandes e Filhos, 1922, 84 p.:il; 25 cm + |2| mapas desdobr.
“A Delegação de Macau do Automóvel Clube de Portugal (1) levou a efeito, nos dias 30 e 31 de Outubro de 1954, um certame de automobilismo, que reuniu dezenas de volantes nacionais e estrangeiros de Macau e Hong Kong e milhares de espectadores, muitos dos quais vindos, propositadamente, da vizinha colónia britânica.
O programa, conforme se anunciou (2), constou de duas provas distintas, ambas entusiásticamente disputadas e acompanhadas com muito interesse. No primeiro dia realizou-se uma prova de velocidade-regularidade, com o concurso de 20 automóveis, dos quais 9 de Macau. No dia seguinte, teve lugar o Grande Prémio de Macau, ao qual concorreram 15 volantes, dos quais um apenas de Macau. Três outros caros vindos de Hong Kong não puderam participar nesta prova devido a acidentes sofridos na véspera, durante os treinos…(…) Ambas as provas se realizaram no «Circuito da Guia» que mede, aproximadamente, 6,27 quilómetros, ou sejam 3,9 milhas…(…) Este circuito, que mereceu as mais elogiosas referências de todos os concorrentes, só se conseguiu após intenso trabalho de preparação, nele intervindo não só os organizadores como também o pessoal das Obras Públicas…(…)
Sua Ex.ª o Governador ofereceu a artística e linda taça destinada ao vencedor, a qual custou cerca de mil e duzentas patacas, tendo sido feita expressamente em Lisboa.
Sua Ex.ma Esposa de Sua Ex.ª o Governador, Sr.ª Dr.ª D.ª Laurinda Marques Esparteiro, a convite da Comissão Organizadora, cortou a fita simbólica colocada para a inauguração do circuito, acto que foi sublinhado por uma salva de palmas. Seguidamente, a mesma Ex.ma Senhora declarou aberto o circuito.
Felizmente, e não obstante os justificados receios de todos, não houve desastres graves a lamentar, durante a realização das provas salvo pequenos acidentes de que resultaram apenas ligeiros ferimentos em alguns condutores, com algum dano material.
Ganhou brilhantemente o Grande Prémio, no qual se classificou vencedor absoluto, o hábil volante português Eduardo de Carvalho, que conduziu na prova um «Triumph TR2», de 1991 cm3. A prova de velocidade-regularidade foi ganha, também brilhantemente, pelo cabo da R. F. A. Robert Ritchie, que conduziu um «Fiat 1100».
Teve brilhante actuação o único concorrente de Macau, Fernando Macedo Pinto, que, num «MG Special» se classificou em 4.º lugar, revelando-se, em perícia e regularidade, tão bom como os melhores.
Os resultados finais:
Prova de velocidade-regularidade:
Vencedor absoluto (taça oferecida pelo Leal Senado da Câmara de Macau) : Robert Ritchie, Fiat 1100, com 79 pontos;
Vencedor da Classe A: Manuel Magalhães, Renault, com 108 pontos;
Vencedor da Classe B: 1.º – Robert Ritchie, Renault 1100, com 79 pontos; 2.º – Wen Lenard, Fiat 1100, com 94 pontos;
Vencedor da Classe C: 1.º – D. N. Steane, Hillman, com 86 pontos; 2.º Dr. A. Nolasco, Volkswagen, com 90 pontos;
Vencedor da Classe E: 1.º Fernando Ribeiro, Vauxhall, com 84 pontos; 2.ª Maria F. Ribeiro, Vauxhall, com 85 pontos.
Grande Prémio de Macau
Por categorias:
Carros de desporto ou especiais:
1.º – Vencedor absoluto: Eduardo de Carvalho, «Triumph TR2». Completou 51 voltas ao circuito, em 4 h. 3m. e 19,1s.
2.º – Paul du Toit, «Triumph TR2», com 51 voltas, em 4h. 4m. e 46 s;
3.º – Reginaldo da Rocha, «Triumph TR2», com 50 voltas, em 4h. 1m. e 55,5 s; ao lado do seu pai.
4.º – Fernando Macedo Pinto, «MG Special», com 48 voltas, em 4h. e 3,4s NOTA: Reparar na matrícula: M-818
Carros de turismo:
Classe B: Robert Ritchie, Fiat 1100, com 48 voltas, em 4h. 1m. e 57,6 s;
Classe D: D. N. Steane, Hillman, com 46 voltas, em 4h. 1m. e 29 s.
Classe E: K. O. Mak, Ford Zodiac, com 45 voltas em 4h. 1m. e 56 s.;
Outros concorrentes:
R. Pennels junto do seu «Austin Healey 100», o carro mais potente do «Grande Prémio»
G. J. Bell junto do seu «Morgan»
O Jantar de Gala efectuou-se no salão do Clube de Macau, na noite do dia 31, a que presidiu Sua Ex.ª o Governador. (3)”
Entrega da taça do «Grande Prémio» a Eduardo de Carvalho pela Exma. Sr.ª Dr.ª Dª Laurinda Marques Esparteiro
UM ASPECTO DO 1.º GRANDE PRÉMIO DE MACAU (1954) (4)
Reparar nesta foto, as “obras” iniciadas nesse ano (Abril ?), de alargamento das curvas da Estrada de Cacilhas com o desbravar da encosta. Nesse alargamento, aconteceu, no ano seguinte (1955) um acidente de trabalho, por mim relatado no post “Estrada de Cacilhas (I)” https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/
(1) Nesse ano, de 1954, antes do 1.º Grande Prémio, o Automóvel Clube de Portugal nomearia seu delegado em Macau, o Sr. Carlos Humberto da Silva, um dos organizadores do Grande Prémio de Macau. O mesmo senhor ficou incumbido de promover a criação nesta Província, duma Delegação do Automóvel Clube de Portugal.
(2) Ver anterior blogue: “NOTÍCIAS DO PRIMEIRO GRANDE PRÉMIO DE MACAU” https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/15/noticias-do-primeiro-grande-premio-de-macau-1954/
(3) Macau Boletim Informativo, n.º 31, 1954
(4) Postal da «Macau Multimedia Photographic Association, sobre as obras de fotografias “Macau nos últimos 60 anos” do Sr Lei Iok Tin»