Duas fotos publicadas no «Anuário de Macau», 1921, p. 81, (1) infelizmente com muita má impressão, das ilhas da Taipa (porto da Ilha da Taipa) e de Coloane (vista da Ilha de Coloane e baía)
Publicação periódica (duas vezes por mês/ quinzenal), iniciada a 8 de Dezembro de 1921, dirigida pelo cónego António Maria de Morais Sarmento. (1) A Redação estava situada na Rua Central n.º 79 e era impressa na Tipografia do Orfanato (Rua Central n.º 79). O último número (n.º 23) saiu em 1923. Cada edição estava dividido em 4 colunas num total de 4 páginas. 1.ª coluna – Catecismo – doutrina católica e acção dos missionários; a 2.ª coluna – Arte – focava temas como arte e literatura; a 3.ª coluna – Científico – assuntos científicos e a 4.ª coluna – Telegrama – publicava notícias das agências internacionais francesas e britânicas. (2)
(1) Alguns dados de António Maria de Morais Sarmento (Cónego Missionário). Secretário particular do Bispo D. João Paulino d´Azevedo e Castro em 1912.
01-09-1925 – Início do «Diário de Macau», o primeiro quotidiano publicado em Macau, com o subtítulo «Jornal Noticioso, Literário e de Divulgação Histórica». Este periódico, publicado às sextas-feiras, era dirigido pelo conhecido Cónego A. Moraes Sarmento foi substituído após a publicação do seu 65.º número, em 29 de Novembro de 1925, pelo jornal «A Pátria» (de 1979 – 1981, há outro jornal com o título de Diário de Macau) (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 173)
Em Janeiro de 1941, saiu a 2.ª Série, Vol. I da Revista Arquivos de Macau. Mensal, sob a responsabilidade e direcção do Cónego Morais Sarmento. Este volume tem dois preciosos índices e a Série foi interrompida por falta de papel. (Cfr. 1964, 4 de Fevereiro – Início da 3.ª série ) . (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia de História de Macau, Volume III, 2015, p 271)
(2) https://www.library.gov.mo/pt/library-collections/special-collections/ancient-texts?ancient=book_210
Ver anteriores referências a este Cónego em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/conego-antonio-maria-de-morais-sarmento/
“No dia 2 de Outubro de 1921, realizou-se no Teatro Vitoria um concerto com a cantora de leder Anna El Tour,(1) o pianista Leo Podolky (2)e a dançarina Mirowa.” (3) (4)
Os três artistas que actuaram em Hong Kong no dia 24 de Setembro de 1921, estavam a fazer uma “tournée” ao sudeste asiático.
(1) Anna El-Tour (em russo Анна Эль-Тур ), pseudônimo de Anna Samoilovna Isakovich cantora/soprano e pedagoga (desde 1948, até á morte, professora no Conservatória de Amesterdão) nasceu em 4 de junho de 1886, em Odessa e morreu em Amesterdão a 30 de Maio de 1954. Formou-se no Conservatório de São Petersburgo para piano e canto, continuando os estudos em Leipzig. Em 1908, fez uma digressão de sucesso pelo Reino Unido, com o violinista Jan Kubelík. De volta à Rússia, El-Tour canta em São Petersburgo. Nos anos 1913 a 1920 ensina em Moscovo, depois entre 1922 e 1925 em Berlim; entre 1925 e 1948 em Paris. Torna-se professora no Conservatória de Amesterdão, em 1948.
http://forgottenoperasingers.blogspot.com/2015/02/anna-el-tour-soprano-odessa-1886.html https://fr.wikipedia.org/wiki/Anna_El-Tour
(2) Leo Podolsky (Osessa, Ucrânia 1891-Los Angeles 1987) foi um pianista clássico e professor/educador, autor de livros de música. Estudou no Conservatório de Cracóvia e, eventualmente, matriculou-se na Academia de Música de Viena, onde ganhou os prêmios Liszt e Anton Rubinstein. Podolsky fez sua estreia em Berlim em 1912. Fez cerca de 426 recitais (solo e com orquestras sinfónicas) na sua tournée pela Ásia e Pacífico (Java, Japão, China, Filipinas, Federação Malaia, Índia britânica, Burma, e Ceilão) e assume a direcção de departamento de piano em Indiana, , onde permanece 18 anos e depois em, 1926 ensina na faculdade de música em Chicago.
. https://en.wikipedia.org/wiki/Leo_Podolsky
(3) Vera Mirova refugiada russa bailarina de dança moderna, estudou dança plástica orientada por Elena Rabenek na Primeira Escola de dança moderna na Rússia, fundada depois da tour que Isadora Duncan fez à Rússia. Nos seus espectáculos (Europa, Siam, Borneu, Sumatra, etc) Mirova utilizava o estilo “free dances”, não usual na Ásia, sob a música de Debussy, Ravel e Prokofiev. Em Sumatra, actua em espectáculos com o pianista Leo Podolsky com quem se casa e ambos emigram para os EUA. Neste país, enquanto Podoslky ensina e toca piano, Mirova, torna-se especialista em danças javanesas, birmanesa, indiana (este) e torna-se famosa dança oriental. Em 1927 torna-se professora e artista de dança étnica em Chicago e Nova Iorque.
https://digitalcollections.nypl.org/items/a8298920-aef3-0136-e2ee-25a42be65e4a?featured=true
(4) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954
Fotos de Catela (1) publicadas em 1936, (2) mas tiradas provavelmente em 1934 quando estiveram em Macau os aviadores, capitão Humberto Cruz e o mecânico António Lobato durante 5 dias no raid Lisboa-Timor-Macau-Índia. Lisboa. O aparelho Dilly – um “De Havilland Leopard Moth”, com motora Gipsy Major de 130 cavalos – aterrou a 18 de Novembro de 1934 no hipódromo da Areia Preta. Durante a estadia, voaram sobre a cidade com o fotógrafo Catela que tirou 180 retratos aéreos da Colónia. (3)

(1) José Neves Catela faleceu aos 49 anos de idade, em Macau, a 1 de Fevereiro de 1951. Natural de Alpiarça, onde nasceu em 1902, encontrava-se em Macau desde 1921 sendo funcionário da Secção de Propaganda de Macau. (informação da revista MOSAICO). Sobre este fotógrafo ver referências anteriores em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-neves-catela/
(2) Extraído de «Directório de Macau de 1936»,
(3) SÁ, Luís Andrade de – Aviação em Macau, um século de aventuras. Livros do Oriente, 1990, p.66; https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/humberto-da-cruz/
Continuação dos anúncios dos advogados e solicitadores que exerciam asua profissão (privada) em Macau no ano de 1921, publicados no «Anuário de Macau 1921», pp II –III- IV (1)
18-05-1918 – Concessão de passagem para a Metrópole ao Senador eleito por este círculo, Carlos de Melo Leitão (A.H.M. – F. A. C. P. n.º 525 – S- P) (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997) 28-05-1918 – Tendo sido eleito Senador pelo Círculo de Macau, na eleição em 28 de Abril de 1918, o tabelião privativo de notas desta comarca bacharel Carlos de Melo Leitão, ficou desde aquela data entregue ao seu ajudante, Henrique Nolasco da Silva, o respectivo cartório («BOGPM», , n.º 18 de 4 de Maio de 1918)
22-12-1916- Processo n.º 399 – Série N – Nomeação do advogado Henrique Nolasco da Silva, para ajudante do tabelião Privativo de Notário desta Comarca, Dr. Carlos de Mello Leitão. (Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I – Janeiro/Junho de1985, p.199).
(1) Ver anterior em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/12/17/anuncios-de-1921-advogados-i/
ACTUALIZAÇÃO EM 01-05-2021 – Duas preciosas achegas a esta postagem, enviadas por Rogério Beltrão Coelho, sempre atento com os seus precisos apontamentos que muito agradeço.
1 – Constâncio José da Silva teve, de facto, escritório de advogado, mas não era formado em Direito. Beneficiou do estatuto de advogado provisionário. (Pormenores nas pp.18-22 do livro “Roque Choi: um Homem dois Sistemas”).
2 – Tudo leva a crer que Carlos de Melo Leitão nunca marcou presença no Parlamento português embora a viagem para Lisboa lhe tivesse sido concedida. (Pormenores na p.69 do livro “Roque Choi: um Homem dois Sistemas”).
O Código de sinais indicativos de tufão do Observatório Meteorológico de Macau foi actualizado em 6 de Agosto de 1920 (MO/AH/AC/SA/01/08094). Para o caso dos incêndios, a 1 de Fevereiro de 1923, deixou-se de ser dados sinais com tiros de artilharia para aviso de incêndios (embora mais tarde, em 1926, fosse restabelecido este aviso)
Uma colecção de cinco postais (14,7 cm x 10,5 cm) intitulada “Reminiscências da Antiga Taipa / Reminiscence of Old Taipa”, emissão do Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau (década de 10-séc XXI). Legendado em chinês, português e inglês. Autoria: 黎鴻健/Albert Lai Série Taipa/氹仔系列 /The Taipa Series (1)
Hoje publico o primeiro postal desta colecção, do ano 1921:
O Edifício seria restaurado várias vezes, tendo sido sede do governo da Comissão Municipal das Ilhas, depois, Câmara Municipal das Ilhas. Depois da transferência, foi sede Câmara Municipal Provisória das Ilhas da Câmara Municipal das Ilhas e actualmente (desde 7 de Maio de 2006) é o Museu da História da Taipa e Coloane (4)
(1) 黎鴻健 –mandarim pīnyīn: lí hóng jiàn; cantonense jyutping: lai4 hung4 gin6 氹仔系列 – mandarim pīnyīn: dàng zǎi xì liè; cantonense jyutping: tam5 zai2 hai6 laat6
(2) 衙門–mandarim pīnyīn: yá mén; cantonense jyutping: ngaa4 mun4 – nome do edifício/ repartição governamental na China feudal
(3) O antigo edifício das repartições públicas na Taipa estava já em más condições de funcionamento.

(4) Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/03/28/fotos-antigas-da-ilha-da-taipa-de-1922-edificio-das-reparticoes-publicas/
“Empreza Comercial do Extremo-Oriente” de Henrique Nolasco da Silva, sociedade anónima, de responsabilidade limitada, na Rua do Gonçalo n.º 3, com 2 filiais:
“A Competidora”, na Travessa do Auto Novo, n.º 30, 32, 34 a 36 (telefone n.º 12; gerente – Henrique Antunes Monteiro) e “Casa Alto Douro”, na Rua Central (endereço telefónico n.º 79). A sucursal em Lisboa tinha como gerente João Frederico Nolasco da Silva. (1)
“Sociedade Tecnica e Comercial Portuguesa Limitada (Basto & Companhia Limitada)” com secções de importação e exportação e uma secção de engenharia , e sede na Avenida Almeida Ribeiro, n.s 1,3 e 5 (endereço telegráfico “ MOTOR”). Tinha uma filial em Cantão, na “Second Bund, 5-A”). A Firma “Basto & Companhia Limitada” tinha como gerente Bernardino de Senna Fernandes (provavelmente o 3.º Conde de Senna Fernandes- 1892-1971).
Alfredo Pinto Lelo, (1864 (?) – ?) – advogado e tabelião público de notas, advogado privativo da Filial do Banco Nacional Ultramarino, foi Secretário-geral em Macau e Encarregado da Legação.(1) Foi eleito, em 25-09-1918 deputado pelo círculo de Macau (2)
(1) Apesar da sugestão e insistência de Artur Tamagnini de Abreu da Mota Barbosa, nada foi feito e o Boletim Oficial continuou a ser impresso na Mercantil, até que uma desavença entre o Dr. Alfredo Pinto Lelo (Secretário Geral em Macau e Encarregado da Legação) e Jorge Fernandes levou avante a ideia de Artur Tamagnini de Abreu da Mota Barbosa.
– Uma das suas últimas providências legislativas do governador Álvaro de Melo Machado até ao dia 14 de Julho de 1912- foi a Portaria de 21 de Fevereiro de 1912, que nomeia uma comissão composta por Alfredo Pinto Lelo, Carlos Melo Leitão, Manuel da Silva Mendes, José Maria de Carvalho e Rêgo e Luís Gonzaga Nolasco da Silva para estudar e dar parecer sobre a possível adaptação do decreto acerca da liberdade de imprensa e, ainda, saber se convirá que “o editor de qualquer periódico possa ser indivíduo de nacionalidade estrangeira”. A República precisava de saber com quem tinha de lidar. (Anuário de Macau 1921, p. 100)
(2) “25-09 -1918 – O Dr. Alfredo Pinto Lelo é eleito deputado pelo círculo de Macau. Viaja para Lisboa. É feita a entrega do cartório de tabelionato ao ajudante, Damião Rodrigues, nomeado por Decreto de 13-07-1918. (A. H. M. – F- A. C. P. n.º 552 –S-P) (SILVA , Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 112)
João Mariano Gracias (1861-1942 (faleceu na sua casa na Rua Central n.º 1), proprietário e advogado provisionário. Gomes da Costa nas sua Memórias, diz que brincou com ele e que ele era «um verdadeiro diabo». Casou em 1889, com Carolina Ana Pereira Colaço
Filho de Vicente Miguel José Gracias (1819-1887), proprietário e vereador do Leal Senado e de Eufrosina Esmeralda dos Reis (? – 1900) e pai de Vicente José Gracias (1893-1954), interprete tradutor da Repartição do Expediente Sínico. FERRAZ, Jorge – Famílias Macaenses, II Volume, p. 135