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Dois desenhos de Ung Vai Meng (1) extraídos do livro “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997) ” (2) (infelizmente com fraca digitalização)

Ung Vai Meng. Casa da Misericórdia (Largo do Senado), lápis sobre papel, 1990, p. 29
Ung Vai Meng. Rua do Almirante Sérgio, lápis sobre papel, 1994, p.75

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) CUNHA, Luís (Direcção Editorial e Texto) “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997) ”, edição do Leal Senado de Macau, 1997, 89 p.  

Em anteriores postagens (1) (2) apresentei as diversas modalidades (folha lembrança, sobrescrito e bloco filatélico) da emissão no dia 9 de Outubro de 1989, pelos «Correios e Telecomunicações de Macau / CTT MACAU» de quatro selos com o tema “Meios de Transporte Tradicionais – Hidroaviões

Hoje apresento os quatro selos, sem carimbo, da autoria de Ng Wai Kim, individualizados da carteira constante na p. 75 do álbum “Da Sampana aos jactoplanador; Da Cadeirinha ao Automóvel”. (3)

50 avos – hidroavião + igreja da Penha; 70 avos – hidroavião + fortaleza da Guia; 2,8 patacas – hidroavião + barraca de pesca; 4 patacas –  hidroavião + junco chinês

Os aviões surgem apenas na primeira década do séc. XX. Inicialmente utilizados para fins bélicos, só no período que decorre entre as duas guerras mundiais se começa a desenvolver a aviação civil. (…). Nos anos 30, Macau vê aparecer os primeiros aviões civis. Eram os hidroaviões da Pan-American que faziam carreiras comerciais entre os Estados Unidos da América e Macau. Contudo, tais ligações iriam ter duração efémera, devido à Guerra do Pacífico. Entretanto, acabada a II Guerra, a era dos hidroaviões tinha passado.” (4)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/10/09/noticia-de-9-de-outubro-de-1989-1-o-dia-de-circulacao-meios-de-transpor-tes-tradiconais- os «Correios e hidroavioes/  

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/10/09/noticia-de-9-de-outubro-de-1989-1-o-dia-de-circulacao-meios-de-transpor-tes-tradiconais-hidroavioes-ii/

(3) Da Sampana aos jactoplanador; Da Cadeirinha ao Automóvel, edição da Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau, 1990, 114 p.

(4) Parte do texto de Jorge Cavalheiro, na pp. 72-73 do livro (3)

“17-09-1808 – Ofício do Mandarim de Casa Branca ao Procurador de Macau (1) dizendo que «embora o pequeno território de Macau tenha sido cedido aos portugueses por um acto de bondade e de piedade da Celeste Dinastia da China, e ainda que eles o ocupassem em paz e bom entendimento desde há centenas de anos, entretanto, só era permitido aos navios de guerra de reinos estrangeiros que vinham para Cantão, chegar até às imediações de «Kai Keang» (Ponta da Cabrita, Taipa) (2) não podendo positivamente entrar em Macau à sua vontade, nem residir ali sem infringir as normas em vigor, aliás observadas desde há muito como constava dos arquivos»”. (3)

(1) O Procurador do Senado de Macau em 1808 era Manuel Pereira.

(2) A 8 de Dezembro de 1989, o Governador Carlos Melancia provocou uma verdadeira explosão no território ao carregar no botão que fez deflagrar duas toneladas de explosivos para desmontar o morro da Ponta da Cabrita, assinalando assim o início formal das obras do aeroporto internacional de Macau. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ponta-cabrita/

(3) SILVA, Beatriz Basto da – , Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 15)

Continuação da leitura da revista anteriormente postada (1) sobre a visita oficial a Macau do Presidente do Dr. Mário Soares a Macau do dia 28 de Fevereiro a 3 de Março de 1989. O programa para o dia 2 de Março incluía na parte da manhã, as visitas à Câmara Municipal das Ilhas, sessão solene na Universidade de Ásia Oriental, e na parte da tarde, visita ao local de construção do futuro aeroporto internacional de Macau, visita ao Bairro de S. Lázaro, visita ao Bairro Social de Mong Há (inauguração de um jardim de infância e da estação postal de Mong Há), visita ao Hospital Conde de S. Januário e pelas 21H00 as cerimónias no fórum de Macau (dança do leão, visita à exposição sobre a história e o futuro de Macau e concerto pela Orquestra Chinesa de Macau).

Três fotos da visita ao novo Hospital Central Conde de S.. Januário

A primeira fase ficou concluída em 1989. Este empreendimento dispunha de 433 camas e avançados equipamentos de diagnóstico e terapia
Nas instalações cumprimentado o corpo de enfermagem
No terraço do novo hospital

No dia 28 de Fevereiro de 1989, pelas 11 horas, o presidente da República Portuguesa Mário Soares, acompanhado do Vice-Primeiro Ministro, Eurico de Melo, desembarcava do jactoplanador que o transportou de Hong Kong, sendo acolhido, na ponte-cais do Porto Exterior, pelo Governador Carlos Melancia.

Minutos depois, na sala VIP, recebia os cumprimentos de boas vindas do Presidente da Assembleia Legislativa, Dr. Carlos Assumpção e demais altas individualidades do Território.

Daí, em cortejo automóvel, rumo ao Palácio da Praia Grande, onde com a saudação à Bandeira Nacional e a revista à Guarda de Honra se iniciaram as cerimónias solenes que acompanharam toda a visita presidencial que decorreu do dia 28 de Fevereiro a 3 de Março de 1989

Sobre esta visita oficial, com edição do Gabinete de Comunicação Social, foi publicada uma revista (30,5 cm x 25 cm) com 63 páginas, (fotocomposição e impressão da Imprensa Oficial de Macau) em que apresenta o programa do dia a dia desta visita acompanhado de fotografias.

CAPA
Contracapa
Página 8

Continuação da exposição “PSIQUIATRIA EM MACAU PERSPECTIVA PARA A COMUNIDADE “que decorreu de 29 de Novembro a 3 de Dezembro de 1989, no Pavilhão do Jardim de Lou Lim Iok, uma iniciativa conjunta do Leal Senado e da Direcção dos Serviços de Saúde (Serviço de Psiquiatria). (1)

Fotos das actividades desenvolvidas nomeadamente o papel do terapeuta ocupacional em psiquiatria

Papel do Terapeuta Ocupacional em Psiquiatria
Passeios terapêuticos
Actividades desportivas
Trabalho terapêutico
Refeitório
Sessões terapêuticas
Homenagem à terapeuta ocupacional de saudosa memória Teresa Coelho.
Música Terapia

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/11/29/noticias-de-29-de-novembro-a-3-de-dezembro-de-1989-psiquiatria-em-macau-i/

Com iniciativa conjunta do Leal Senado e Direcção dos Serviços de Saúde (Serviço de Psiquiatria), decorreu diariamente com o título “PSIQUIATRIA EM MACAU PERSPECTIVA PARA A COMUNIDADE “ de 29 de Novembro a 3 de Dezembro, no Pavilhão do Jardim de Lou Lim Iok, uma exposição (apresentação de diaporamas) e  funcionamento de “ateliers” com a participação activa de doentes, versando a problemática de saúde mental.

CARTAZ  (75 cm x 50 cm)
CARTAZ – verso

No verso do poster encontram-se fotos das actividades desenvolvidas (a publicar em posterior postagem) e uma descrição (em português e chinês) de:

I – Introdução à exposição.

            “Tendo as recomendações da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE” como orientação, introduziram-se nos últimos anos no Serviço de Psiquiatria do Hospital S. Januário, modificações no seu modo de funcionamento tendo como objectivos, através de um trabalho em equipa integrando conhecimentos de áreas afins, de acordo com o modelo “bio-psico-social”, criara condições para a realização de um tipo de intervenção terapêutica voltada para a desinstitucionalização e reinserção socio-familiar das pessoas com alterações mentais. Pretende-se com esta iniciativa a divulgação junto da comunidade daquilo que têm sido essas mudanças. …

II – Recomendações da OMS para a área saúde mental.

III – O Serviço de Psiquiatria (composição; consulta externa; enfermaria de doentes agudos; enfermaria de doentes crónicos (Unidade de Psiquiatria da Taipa); pessoal e funcionamento.

IV- O Serviço Social em psiquiatria

Catálogo de uma exposição de Aguarelas de Didier Rafael Bayle, (1) “ATÉ SEMPRE MACAU” que esteve exposta na Missão de Macau em Lisboa de 28 de Maio a 7 de Junho de 1991. (2)

Estiveram expostas 50 obras do autor de 1989-1990.

Esta exposição foi uma iniciativa da Fundação Oriente e da Missão de Macau em Lisboa.

A CAPA reproduz uma das obras do autor intitulada “VIELA VERMELHA” (1990), 36x55cm
CONTRA-CAPA – assinatura do autor

FICHA TÉCNICA: Design e Montagem da Exposição: Delfim Sardo e José Fabião; Design Gráfico: Guilherme Ung Vai Meng  e Cristina Mio U Kit; Fotografia: Agnelo Vieira  Impressão: Espaço Dois Gráfico.

As aguarelas expostas são criações dos dois anos (1989-1990) e nelas se pode facilmente notar o progresso artístico de Rafael Bayle. Uma maior certeza no uso da cor e na composição da pintura para recriar o ambiente favorito do artista. Também se nota, sobretudo nas suas panorâmicas da Praia Grande, nas suas vista da tradicional praça de «Fonte de Lilau», na belíssima vista do templo de «Tin- Háu», na ilha da Taipa, nas aprazíveis cenas no «Hotel Bela Vista» (local preferência do pintor) e outras, uma maior capacidade para recriar um beleza e serenidade internas.” (César Guillén-Nunez –“O Macau Pitoresco de Rafael Bayle”, pp.3-4 do Catálogo)

(1) Didier Rafael Bayle nasceu em Grenoble em 1955 sob o signo dos Gémeos. Estudou História e Belas Artes em Aix-en-Provence e, depois, no Instituto de Arte de Paris , onde  obteve, em 1976 o Certificado de Ensino das Artes Plásticas. Efectuou numerosas viagens na Europa, na América Central e do Sul e em 1982 estabeleceu-se em Hong Kong onde ensinou desenho na “French International School”. Percorreu o sudoeste asiático, registando em aguarelas as paisagens e cenas por que se apaixona. Fez várias exposições em Macau (Fevereiro de 1989, na Galeria da Livraria Portuguesa «MACAU») e em Hong Kong (1883-1985; 1987-1990). (dados retirados do Catálogo, pp. 5-7)

(2) BAYLE, Didier Rafael – Até sempre Macau. Catálogo de exposição de aguarelas-, Lisboa: Missão de Macau em Lisboa, 1991, 38 p.: il.; 25 cm x 24 cm.

NOTA: Foi posta em circulação pelos CTT em 1998, uma emissão extraordinária de selos designada «Macau vista por … Didier Rafael Bayle»

Poderá ver a biografia e algumas aguarelas deste pintor em: http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30034/2013 http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/20036/1336

Neste momento em que se fala tanto de vacinas, encontrei este pequeno opúsculo de Maio de 1989 sobre as alterações às normas de vacinação até então regulamentadas: “PLANO TERRITORIAL DE NORMAS DE VACINAÇÂO – DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÙDE” (1)

As novas «Normas de Vacinação» entraram em vigor a 1 de Junho de 1989.

(1) PLANO TERRITORIAL DE NORMAS DE VACINAÇÂO – DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE, edição em português e chinês, 1989, 30 páginas, 20 cm x 14 cm

João Pires Cutileiro, escultor (também ceramista) mais conhecido pelas suas esculturas em mármore, nascido em Lisboa em 1937, faleceu nessa mesma cidade no dia 5 de Janeiro deste ano.

Viveu e trabalhou em Évora desde 1985, tendo duas das suas obras expostas ao público em Macau: uma no jardim do Centro Cultural de Macau, inaugurado a 19 de Março de 1999, de um grupo escultórico esculpido em mármore cinzento de Estremoz com um barco de pedra e cavaleiros preparados para a guerra, inspirados nos guerreiros de terracota de Xian e a outra, mais escondida do público, “corpo feminino-mulher deitada” de 28 de Novembro de 1989, colocada no átrio principal de entrada aquando da inauguração do 1-ª edifício do conjunto dos três edifícios que constituía o Centro Hospitalar Conde de S. Januário.

Átrio principal da entrada do Centro Hospitalar Conde de S. Januário (C.H.C.S.J.) edifício do Bloco Clínica Obstétrica e Pediatra (para a esquerda da foto) e da Clínica Médico – Cirúrgica (para a direita da foto). Ao fundo, no centro, a escultura de João Cuteleiro.

Apresento três postais de uma colecção de seis (15 cm x 10 cm) que os Serviços de Saúde de Macau editou a propósito dos 120 anos da inauguração do «Hospital Militar de Sam Januário”, inaugurado a 6 de Janeiro de 1874.

Perspectiva do átrio principal do C.H.C.S.J.
Escultura de João Cutileiro – 1989; Átrio principal do C.H.C.S.J
Escultura de João Cutileiro (pormenor) – 1989; Átrio principal do C.H.C.S.J.

Recorda-se que a escultura não foi bem vista pela comunidade chinesa, apesar da ideia da mulher nua ter sido baseada na tradição dos tempos dos imperadores em que as mulheres dos mandarins não podiam ser observadas pelos curandeiros/médicos. Assim quando estavam doentes, as aias ou criadas levavam uma boneca /pequena escultura e apresentavam-na aos médicos, apontando o local da dor/maleita. Se precisassem ser observadas o médico somente podiam palpar o pulso para fazer o diagnóstico.

A escultura controversa foi, por isso, posteriormente transferida para o átrio do terceiro edifício deste Centro Hospitalar – a entrada para a Escola Técnica dos Serviços de Saúde e do seu anfiteatro (junto à placa da inauguração dessa Escola no dia 3 de Dezembro de 1992), onde suponho que lá esteja ainda hoje.