Teve início no dia 6 de Fevereiro de 1982, em Paris, o «Macau Show 82» que se prolongou por mais três dias. Na inauguração, estiveram presentes os embaixadores de Portugal em Paris e junto da UNESCO e OCDE, respectivamente Siqueira Freire, Grainha do Vale e Pedro Roseta, o cônsul-geral de Portugal, Gervásio Leite e o cônsul da França em Mcau, Susana Chou, além de mais de uma centena de convidados, entre os quais entidades oficiais portuguesas em Paris, representantes do Comércio Externo de França e da banca e importadores.
O Secretário-Adjunto para a Coordenação Económica, dr. João da Costa Pinto, (1) defendeu na ocasião que Macau deveria realizar um esforço maior na promoção de outros produtos, para além dos têxteis. Costa Pinto comentava a organização de «Macau-Show–82» acrescentando, contudo, ser de todo o interesse a presença de exportadores de têxteis locais em Paris para apresentarem novos modelos. «Num momento em que o mercado francês é difícil, em virtude da própria recessão económica em que se vive e a concorrência é extremamente violenta, é natural que eles queiram estar presentes». O Secretário-Adjunto considerou por outro lado, que a exposição foi bem sucedida. (2)
(1) O Dr. João da Costa Pinto, Secretário-Adjunto para a Coordenação Económica, devido ao excepcional trabalho produzido na sua área, em prol de Macau, foi em 26 de Novembro de 1984 (aquando da cessação de funções em Macau e regressando ao Banco de Portugal) foi agraciado com as insígnias de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique .
(2) Texto e foto extraídos de «Macau82 Jornal do ano», 1.º semestre, GCS, 1981, p. 22.
A delegação da Associação de Karate-do Seigokan de Macau, (1) que esteve presente no 32.º Torneio Internacional de Karate-do, da “Seigokan All Japan Karate-do Association (SAJKA)», realizado em 27 de Novembro de 1977, em Otsu, Kyoto , na Prefeitura de Shiga, (Japão), (2) participou a seguir no 4.º Torneio Mundial de Karate-do, realizado em Budokan de Tóquio, sob a organização da «World Union of Karate-do Organizations».
As eliminatórias fizeram-se no dia 3 de Dezembro e as semi-finais, no dia 4. Embora com resultados menos satisfatórios do que os obtidos no Torneio, (2) Macau ainda disputou as semi-finais da modalidade de «Kata».
A caravana regressou a Macau no dia 8 de Dezembro, tendo apresentado cumprimentos ao Governador, uns dias depois.
(1) Extraído de «MACAU BIT», XII, 9-10, Nov-Dez, 1977 pp. 34-36
Pela primeira vez, Macau, representado por uma delegação da Associação de Karate-do Seigokan de Macau, (1) esteve presente no 32.º Torneio Internacional de Karate-do, da “Seiokan All Japan Karate-do Association (SAJKA)», realizado em 27 de Novembro de 1977, em Otsu, Kyoto, na Prefeitura de Shiga, (Japão).
A equipa de Macau partiu para o Japão, no dia 25 de Novembro. Além doe alguns elementos directivos, acompanharam a caravana pessoas entusiastas da modalidade que se deslocaram por conta própria, entre as quais dr.ª Beatriz Batalha da Conceição que prestou apoio médico à equipa. Os elementos da equipa que se fizeram acompanhar do presidente do Conselho de Educação Física, José dos Santos Ferreira, do presidente da Associação de Karate-do Seigokan de Macau, dr. João Bosco da Silva, da vice-presidente, dr.ª Beatriz Batalha da Conceição e de outros elementos da Direcção.
Antes da partida para o Japão, estiveram no Palácio do Governo, a apresentar cumprimentos ao Governador coronel Garcia Leandro, tendo o dr. João Bosco da Silva, agradecido em nome da Associação o apoio moral e financeiro do Governo do território, sem os quais seria impossível Macau estar representado nesta competição internacional. Esteve presente nesta visita o secretário-adjunto para assuntos sociais e cultura, capitão Vítor Oliveira Santos, a quem igualmente foram apresentados cumprimentos.
Neste torneio, Macau participou com uma equipa formada por Manuel Silvério, Daniel Ferreira, Mateus Silva, John Sousa e Ngai Tat Chi que ficou em 4.º lugar, entre as 48 participantes e individualmente, João Madeira classificou-se em 3.º lugar da classe de Cintos Castanhos.
No dia 26 de Novembro a delegação foi recebida pelo vice-governador da Prefeitura de Shiga e pelo secretário da Câmara Municipal de Shiga que em nome do governador e do presidente da Câmara, respectivamente, apresentaram as boas vindas aos componentes da delegação. Aproveitando o tempo de estadia, a delegação de Macau visitou as academias da «SAJKA», nas cidades de Otsu, Kyoto e Himeji, onde a sede-geral da SAJKA tem as suas instalações. (2)
(1) “Associação de Karate-do Seigokan de Macau“, em 1977 tinha a sua sede na Avenida Coronel Mesquita, edifício junto do Campo do Colégio D. Bosco, com a seguinte Direcção: Presidente – João Bosco da Silva; Vice-presidente – Beatriz Batalha da Conceição; Secretário – Daniel Albino Ferreira; Tesoureiro – Lísbio Maria Couto; Vogais: Ngai Tai Chi e Telmo Martins; Conselheiro técnico – José Martins Achiam (informação do «Anuário de Macau de 1977”, p. 420)
(2) Texto e fotos extraídos de «MACAU BIT», XII, 9-10, Nov-Dez, 1977 pp. 34-36.
Continuação da leitura «MACAO – MONTE CARLO OF THE ORIENT», artigo publicado na imprensa estrangeira no dia 20 de Novembro de 1916, (1) e cuja 1.ª parte já foi postado em (2)
“A Picturesque Journey
The journey up the Canton River to Macao is one of the fine things I near to the traveller in China who was no taste for far ventures into j the interior. There are not many [such; the China in easy reach of steamer or train is deficient in the picturesque. Hong Kong Harbour, murmurous with the great ships of the world, shepherded by the green I height of the Peak and menaced by the stark hills of Kowloon, is a jewel of beauty, at night not less than at day, when the villas sparkle in the black darkness and the scythe of the searchlights sweeps across land and water. From Hong Kong to Macao is a maze of islands, bare, rocky, many [of them extensive, some rising to goodly heights. The waterway is alive with steamers, tugs, junks, with beautiful lines and graceful sails. Suddenly you make a bend of the river, and a gleaming of white buildings on a green island hill takes the eye. That is Macao, and remembering Macao’s reputation you recall the vision of Monte Carlo from the sea. As you swing into the harbour the glory of the first picture fades. The houses on the quay have the bedraggled air customary to the purlieus of ports, though their yellows Hand pinks and blues of the Latinism .of their inscriptions tells of Portugal rather than of China.
A Well-groomed Town
In war time you first report yourself to the police. Then in a ricksha 11 up steep cobbled lanes from the hart hour to the main street. Two things you notice on your way, two things intimately connected: those lanes are clean, and on either side are gay gilded houses bearing the inscription “First-class gambling saloon.” (If there be any gambling saloons other than first-class, conscious of their humble station, they do not parade themselves.) Macao is one of the best-groomed places in the Far East. The chief streets are wide, clean, well-engineered, and well maintained. The public buildings are handsome and spacious. There are charming gardens and trees everywhere. The architecture has character and ‘quality. On the China coast, of the newer comers from the west, only the Germans have tried to transplant their native architecture, without heed to the genius of the place, so that the average German settlement is terrifyingly reminiscent of the j Kurfurstendamn. The Portuguese brought with them to Macao the classic tradition of light and space and colour and symmetrical form from their southern land, and in some three or four centuries it has adjusted itself to the spirit of its new f j home. There are villas—you may hire them at incredibly low rates— with gardens down to the sea, rich with tropical flowers and fruit, and with cool arbours and fables of carved stone, where, amid the murmur bee and bird and the lapping of the lazy tide, a man may forget that he has gone into exile for gold. Macao is the only place in the Far East where the European does not, look a restless parvenu. But the empty harbour, the still streets, the peace and repose have their counterpart in the first-class gambling saloons, which, as at Monte Carlo, provide the Government with the revenue which sustains them.
The Portuguese Government of Macao is paternal. It dislikes to tax and it likes to give its subjects the civic amenities. It has squared this political circle by establishing a gambling monopoly, which is usually purchased by a Chinese syndicate. The revenue thus secured is considerable and increasing—a tender of $1,266,660, with silver at its present price, is 130,000 —and it is pure profit to the community, for the Macanese, like the Monagese, are forbidden to enter the gaming saloons except on high festivals. Nor, assuredly, do the Chinese investors in the franchise lose. ” (1)
(1) «The Sun»Volume III, Issue 867 https://paperspast.natlib.govt.nz/newspapers/SUNCH19161120.2.45
“De Hong Kong vieram para Macau, durante a Guerra do Pacífico, milhares de refugiados portugueses. Os rapazes ficaram privados das suas escolas; quanto à crianças e às raparigas, fácil lhes foi matricular-se nas escolas de Macau, tais como os Colégios de S. Rosa de Lima, do Sagrado Coração, de N. Sra. De Fátima, etc. Os rapazes, porém, não tinham nenhuma escola secundária, onde pudessem continuar os estudos violentamente interrompidos. Foi então que um dos mais categorizados refugiados, Porfírio Maria Nolasco da Silva, sugeriu que se solicitasse a vinda dos jesuítas irlandeses de Hong Kong para abrirem aqui um Colégio Inglês para esses rapazes.
A 27 de Outubro de 1942, chegaram a Macau os PP. Henry O´Brien e Brian Kelly; a 3 de Dezembro de 1942, chegaram os PP. Jeremias McCarthy e Thomas Cooney para com os primeiros iniciarem a escola. McCarthy e Coney instalaram-se na Residência dos Jesuítas da Vila Flor; O´Brien e Kelly no Seminário. A 1 de Janeiro de 1943 passaram os quatro para um edifício que o Governo pôs à sua disposição na Rua de S. Lourenço, (1) ficando superior o Padre O´Brien. A 4 de Janeiro desse ano, inauguraram nesse edifício o Colégio de S. Luís Gonzaga, (2) tendo no dia 18 celebrado, na Igreja de S. Lourenço, a missa do Espirito Santo, acompanhada a cânticos por um grupo de refugiados portugueses de Hong Kong.
Depressa se descobriu que o edifício da Rua Central era inadequado para acomodar o número de alunos que requeriam a matrícula e assim o Dr. Pedro Lobo assegurou muito obsequiosamente um outro edifício para o Colégio da Praia Grande.” (3)
Terminada a guerra em 1945, os refugiados regressaram a Hong Kong assim como os professores e alunos. Os jesuítas também foram para reabrir as suas escolas, encerradas durante a ocupação japonesa (1941-1945)
(1) O Padre Teixeira refere mais adiante que o edifício estava na Rua Central. (3)
(2) Luís Gonzaga S.J (1568 — 1591), jesuíta italiano, Santo da Igreja Católica e patrono da juventude da igreja católica. Em 1729, o Papa Bento XIII declarou Luís de Gonzaga como o santo padroeiro dos jovens estudantes. Em 1926, ele foi nomeado padroeiro de toda a juventude cristã pelo Papa Pio XI. Devido à maneira de sua morte, ele foi considerado um santo padroeiro das vítimas da peste. Por sua compaixão e coragem diante de uma doença incurável, Luís Gonzaga tornou-se o patrono de pacientes com SIDA e de seus cuidadores. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Gonzaga
(3) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982, p. 350
Continuação da reportagem já postada em anos anteriores (1) (2) de Adam M´Cay publicado no jornal “The Sun”. (3)
(3) M´CAY, Adam – “The Sun”, Vol. VI, Issue 1774, 21 October 1919, p. 6