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Em 20 de AGOSTO de 1905, o O Dr. Sun Yat-sen (1) funda no Japão a Tong Meng Hui – Associação dos Revolucionários Chineses que se estenderá a Macau em 1909 com sede no n.º 41 da Rua da Praia Grande. (2) Além da Sede a associação contará com uma biblioteca, Lequn na Rua do Volong (3) e outra na Rua do Hospital (4) em frente ao ainda existente Capitol. (5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. III, 2015, p. 23.

Credencial da Associação Tongmenghui (6)

O Tong meng hui também conhecido como Liga Chinesa Unida, Liga Unida, Aliança Revolucionária Chinesa, Aliança Chinesa e Leal Sociedade Unida, foi uma sociedade secreta formada por Sun Yat-sen em Tóquio, Japão , em 20 de Agosto de 1905. (6)

Ver anteriores referências em:

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/sun-yat-sen/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-praia-grande/

(3)  https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/01/02/livro-o-caso-da-rua-volong/

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/06/06/noticia-de-6-de-junho-de-1942-a-rua-do-hospital/

(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/01/05/folhetos-de-cinema-teatro-capitol/

(6) https://en.wikipedia.org/wiki/Tongmenghui

Em 24 de Julho de 1910 foi recebido em Macau o telegrama do Rei D. Manuel II que foi publicado no Boletim Oficial e Ordem à Força Armada, (1)

«Buçaco – Governador de Macau

– Tendo terminado com tanto brilho as operações ilha Coloane envio-lhe minhas mais sinceras felicitações peço-lhe meu nome transmita forças de terra e mar sinceras felicitações terem mais uma vez mostrado no Extremo-Oriente valor das armas portuguesas levantando assim nome de Portugal. Muito afectusamente – Manuel Rei».

(1) MARTINS, Coronel E. de Azambuja – Coloane, 1951, p. 22

NOTA: o governador de Macau era Eduardo Augusto Marques ( de 22-09-1909 a 29-11-1910)

Ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/09/07/leitura-os-piratas-em-coloane-em-1910/

“11-03-1929 – Nesta data, no Tanque do Mainato, perante uma comissão de pessoas nomeadas pelo Governo, queimaram-se os exemplares apreendidos da 2.ª edição do livro “Historic Macao” de Montalto de Jesus, por ter advogado, no último capítulo, que a colónia de Macau fosse administrada pela Sociedade das Nações” (1)

C. A. Montalto de Jesus (Hong Kong 1863- Hong Kong 1927) publicou o livro «Historic Macao», em Hong Kong no ano de 1902, tornando-se desde logo num livro de leitura obrigatória para quem quisesse estudar e compreender a História de Macau. (1)

A apreensão e destruição do livro, em Macau, em 1926, por decisão judicial foi devido à publicação da 2.ª edição, publicada em Macau (2) em que o autor incluiu três capítulos finais sobre a situação de Macau (muito crítico à governação do Território), (3) advogando uma “autodeterminação de Macau”, sob a tutela da Liga das Nações.

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia da Macau, volume I, 1997, p. 420

(2) JESUS, C. A. Montalto de – Historic Macau. International Traits in China old and New. Second Edition, revised and enlarged, nineteen illustrations. Macao, Salesian Printing Press and Tipografia Mercantil, 1926.

(3) ”15-06-1926 – Apreensão do livro «Macao Historic» da autoria Montalto de Jesus (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume , 2015, p. 184.) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/15/noticia-de-15-de-junho-de-1926-historic-macao/

Referências anteriores a Montalto de Jesus: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/c-montalto-de-jesus/

NOTA: “CARLOS MONTALTO DE JESUS (1863-1927), um grande e injustiçado historiador de Macau, nas palavras do investigador António Aresta, foi o autor de Historic Macau (1902), uma das mais conhecidas obras sobre a História do território. Montalto de Jesus, que viveu em Hong Kong e em Xangai, escreveu, entre outras obras, The Rise of Shangai (1906) e Historic Shangai (1909). Homem culto, tornou-se sócio correspondente da Sociedade de Geografia de Lisboa a 9 de Novembro de 1896 e foi um activo militante do Partido Republicano.

Na introdução à versão portuguesa, com o título de Macau Histórico, o historiador Carlos Estorninho classificou-a como a glória e o martírio de Montalto de Jesus. Glória, porque constituiu a sua consagração como historiador e como macaense, granjeando-lhe o respeito da crítica e das autoridades de Macau, que consideraram o livro como o melhor trabalho de conjunto sobre o estabelecimento português na China Meridional. Em versão inglesa para garantir uma maior divulgação internacional e o conhecimento do seu conteúdo pelas numerosas comunidades portuguesas de Hong Kong, Xangai e de outras cidades portuárias da região, o livro foi um best-seller e a edição esgotou-se em pouco tempo. Martírio, porque a 2.ª edição, publicada em Macau em 1926 e igualmente em inglês, incluía uns capítulos com críticas a um regime colonial míope e alusões à trágica situação em Portugal, defendendo o autor que Macau fosse colocado sob a tutela providencial da Liga das Nações como salvaguarda contra mais ruína, o que provocou o repúdio dos que consideraram esta proposta como uma grave ofensa aos valores pátrios. As autoridades de Macau ordenaram a apreensão e a destruição pelo fogo dos exemplares existentes no território. Outros ventos, que não os da República que ele tanto prezava – apesar da decepção que sentiu quanto ao rumo que este regime tomou em Portugal e na China -, sopravam então em Macau, como consequência do novo quadro político saído da revolução de 28 de Maio de 1926.”

OLIVEIRA, Celina Veiga de – Macau e o Povo em Diáspora. Administração n.º 111, vol. XXIX, 2016-1.º, 189-197 pp 194-195

C. A. MONTALTO DE JESUS

FELLOW OF THE GEOGRAPHICAL SOCIETY OF LISBON

MEMBER OF THE CHINA BRANCH OF ROYAL ASIATIC SOCIETY

HONG KONG

KELLY & WALSH, LIMITED

PRINTERS & PUBLISHERS

1902

Leitura sugerida: RICARDI, Alexandre – Glória e danação: quando o fazer história torna-se a ruína de um cientista in http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1437620228_ARQUIVO_ApresentacaoAlexandreRicardi.pdf

Continuação da entrevista dada pelo tenente de engenharia Raul Esteves ao «Diario Illustrado» (1) (2) cujos excertos publiquei em 22 de Janeiro de 2017 e 26 de Janeiro de 2019. Hoje a terceira parte, intitulada “A questão das dependências e águas do porto interior” (3)

(1) «Diário Illustrado» 22JAN1909 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/01/22/noticia-de-22-de-janeiro-de-1909-a-defeza-de-macau/

(2) «Diario Illustrado» 26JAN1909 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/01/26/noticia-de-26-de-janeiro-de-1909-macau-ii-a-questao-do-dominio-portuguez-informacoes-de-um-alto-funcionario/

(3) «Diário Illustrado» 28JAN1909

Pequena cronologia do conflito diplomático com a China em 1909-1911, extraído de (1)

16-12-1909Conflito diplomático com a China – Soberania portuguesa nas águas do Porto Interior (1)

1909 – Recomeçadas em Pequim as negociações sobre a delimitação de Macau. Malogro das diligências entre ao Conselheiro Joaquim José Machado e o Mandarim Kao-Erh-Chien. Intransigência de parte a parte. (1)

3 -11-1909 – Suspenderam-se, após 4 meses de negociações, as conferencias entre o General Joaquim José Machado, Alto-comissário de Portugal e Kao-Ohr-Kim, representante chinês, para a fixação definitiva dos limites de Macau, indicando o Comissário português o recurso à arbitragem. A missão portuguesa era composta pelo General Joaquim Machado (Alto-Comissário); Capitão Demétrio Cinatti (Comissário Auxiliar); Capitão J.M.R. Norton de Matos (Secretário) e Pedro Nolasco da Silva (Intérprete). A parte chinesa era composta por Kao-Ohr-Kim; Shun-Pau-Ho, (Superintendente da Polícia de Cantão); Tsung-Yuen-Pi (Subperfeito Marítimo de Tch´in-San); e o Secretário-Intérprete Hou-To-Na. As duas conferências realizaram-se numa sala da residência do Cônsul de Portugal em Hong Kong, João Leiria. Os delegados chineses não aceitaram a proposta de nomeação de uma comissão para definir as delimitações de Macau, a propósito das Ilhas. O relato da missão foi publicado em Relatório e Actas da Comissão nomeada para estudar as questões entre Portugal e a China, Lisboa, 1911. (1)

13-11-1909 – Com a chegada a Cantão das autoridades superiores do litoral, o Vice-Rei de Cantão e outros Mandarins receando ser acusados de conivência, na permissão da estadia dos barcos portugueses em Macau (o que foi proibido em consequência da ordem do Imperador, que ordenara o encerramento do comércio e a transferência dos centros populosos do litoral para o interior, devido aos ataques dos piratas de Coxinga), enviaram os Mandarins uma armada de 60 barcos e somas (juncos) para intimidarem a saída ou a queima de vários navios portugueses que se encontravam ancorados na Taipa. Ficou então resolvido porem-se de vela para as Ilhas dos Ladrões os que pudessem, devendo os outros ser queimados ou metidos a pique, na noite de 14 para 15 de Novembro deste ano (1).

07-02-1910Conflito diplomático com a China – Protesto do Cônsul de Portugal m Cantão, feito às autoridades chinesas daquela cidade, contra a criação de um jornal especial, pela Sociedade Protectora da Delimitação de Macau, com o fim de continuar a campanha contra esta Colónia (1)

12-12-1910Conflito com a China – Desembarque de soldados chineses em D. João e Montanha, tendo estes disparados tiros, passando busca às habitações e intimidado os habitantes a não pagarem impostos ao Governo de Macau (1)

31-01-1911Conflito diplomático com a China – Protesto apresentado pelo encarregado da gerência do Consulado-Geral de Portugal em Cantão, contra a ida de soldados chineses à ilha de D. João. (1910) (1)

(1) SILVA, Beatriz Basto – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 33, 39, 40, 42, 50 e 54.

Como forma de regularizar o sistema de transporte – jerinxás/riquexós (1), (2) o governo, optou pela concessão em regime de monopólio mas surgiram nos últimos anos do século 19 várias greves. Para tentar revolver o problema, surgiu a hipótese de municipalizar este serviço, isto é, ficar o Leal Senado com o exclusivo dos serviços de transporte, mas não foi concretizado. (3)

Mas em 7 de Julho de 1909, nova greve de serviço de carros – «jerinxás» – promovida pelos cules. (4)

(1) O primeiro regulamento deste meio de transporte data de 1883, tendo sido alterado em 1888. Incluía questões relacionadas com a sinalização, estacionamento, circulação e preços do respectivo aluguer. Em 27-08-1883, após Sessão da Câmara, o Leal Senado de Macau apresenta ao Conselho da Província um projecto de Postura sobre a circulação, vigilância e preços dos carros chamados «Jin-rik-shás» (riquexós); o projecto é aprovado em 26-09-1883 e publicado integralmente no Boletim N.º 42 de 20 de Outubro.

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Extraído de «BPMT», XXIX-42 de 20 de Outubro de 1883, pp. 370-371

(2) O Jerinxá ou riquexó é um pequeno carrinho, muito leve, de rodas raiadas de arame de aço e guarnecidas de arcos de borracha, com assento para uma pessoa. Possui capota para o sol ou para a chuva, dois delicados varais entre os quais se coloca o cule a puxar; e como se tratasse de qualquer outra carruagem, tinha uma campainha ou guizo e as respectivas lanternas. O jerinxá teve origem no Japão jin-riki-gá (homem-força-carro) os ingleses adoptaram o termo para jin-riki-shá e simplificaram depois para rick-shaw. A grafia “riquexó” terá surgido, pela primeira vez, num texto do escritor macanese contemporâneo Luís Gonzaga Gomes” (informação de CAVALHEIRO, Jorge in “Da Sampana ao Jactoplanador, Da Cadeirinha ao Automóvel”, pp. 42-44)

jin-riki-gá, Japão, c. 1897 (https://en.wikipedia.org/wiki/Rickshaw)

(3) Há uma notícia surgida no semanário luso-chinez «Echo Macaense» (1893-1898) de 3 de Janeiro de 1895 que refere “Estão em greve os conductores dos carros jinrickshas [riquexós]. É a segunda vez que isto acontece. Já estava previsto que o regime de monopolio traria por repetidas vezes estas semsaborias. O monopolista não pode explorar o público, porque não pode alterar a tabella dos preços, visto que se obrigou por contrato a respeitá-la. Resta-lhe portanto explorar o trabalho insano dos pobres conductores…”

(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 38

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/riquexos/

Extraído de «BGU», XLV 525 Março de 1969, p. 129/130

“Na parede do Gabinete do Conservador foi a 29 de Março de 1969 inaugurada uma placa de metal amarelo, encimada com o scudo nacional, a cores , com os seguintes dizeres em português e em inglês:

A placa é de cobre, encaixilhada em teca, sendo obra de Eurico Francisco do Rosário.

José Maria da Ponte e Horta, Governador de Macau (1866-1868) determinou pela Portaria n.º 14 de 26-06-1868 que o serviço de registo predial se iniciasse a partir de 1 de Julho de 1868. A Conservatória do Registo Predial ficou instalada no edifício do Tribunal, assistindo à inauguração o Governador Ponte e Horta, o Juiz João Maria Ferreira Pinto e o presidente do Senado. Foi só a 1 de Janeiro de 1869 que se fez o 1.º registo do prédio n.º 28 da Rua dos Mercadores; em todo esse ano registaram-se apenas 5 prédios e no dia seguinte 50.

O Dr. Diamantino de Oliveira Ferreira foi nomeado em Maio de 1964.

NOTA: Um dos conservadores foi o Dr. Camilo de Almeida Pessanha, professor do liceu, nomeado Conservador a 16-02-1899. Como a lei não permitia acumulação de cargos, foi chamado ao Ministro a Lisboa, onde se apresentou a 5-10-1899; regressando a Macau, deixou o professorado, tomando posse do cargo a 23-06-1900. A 16-04-1904 foi nomeado juiz, passando a Conservadoria ao delegado do procurador da Coroa e Fazenda, Dr. Luís Gonçalves Forte (17-05-1904 – ?) . Em 1905, Pessanha caiu doente e a 13 de Agosto regressou a Portugal; chegou de novo a Macau a 18-02-1909; e agora vai acumular os cargos de Conservador e de Professor, sendo nomeado a 13-03-1909, professor de Economia Política e Direito Comercial no Instituto Comercial, anexo ao Liceu. Em Agosto de 1915 foi exonerado do cargo de Conservador, que servira durante 6 anos de 179 dias; apesar disso, ainda continuou no ofício até 12 de Maio de 1919, em que pediu exoneração, continuando no cargo de juiz. (TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau. 1980, pp.127-128).

Em 12 de Janeiro de 1774, o governador Saldanha (1) sugere ao Vice Rei da Índia que se renova a cadeia do terreiro de St.º Agostinho, para junto do Senado e dá a razão: o tronco ou cadeia está em lugar solitário, tendo apenas em frente uma casa com janelas para outra parte e o Convento de S.to Agostinho, que tem apenas uma pequena janela de coro que dá para a cadeia; esta «não tem capacidade, nem fortaleza nem segurança». Mas junto ao Senado há uma casa do estado que se pode transformar em cadeia segura. O Vice-rei (D. José Pedro da Câmara) remeteu cópia desta carta ao Senado, a 4 de Maio de 1775, preguntando se havia algum inconveniente; como o Senado respondesse que havia grande despesa e dificuldades, o Vice-rei, a 30-04-1776, determinou «que não faça inovação alguma».

Para a cadeia que ficava anexa ao Senado, foram transferidos, pouco depois de 1776, os presos do tronco que ficava no Largo de Santo Agostinho, e que deu o nome à Calçada do Tronco Velho. (2) A casa onde antes estava era dos jesuítas, alugadas ao Senado; a nova, do Estado. A nova cadeia deu o nome “Rua da Cadeia,” (3) que em 1937 recebeu o nome de Rua Dr. Soares, em homenagem ao Dr. José Caetano Soares. (4) A 5 de Setembro de 1909, os presos passaram para a Cadeia Pública na Colina de S- Miguel e em 1990 para Coloane. (5) (6)

(1) Carta do Governador de Macau Diogo Fernandes Salema de Saldanha, datada de 12-01-1774: “O tronco desta Cidade está situado em hum lugar tão desamparado de cazas, que não tem mais que humas, q´ ficão de fronte delle com janelas para outra parte, e o convento de S. Agostinho, que não tem para parte delle mais que huma piquena janela do seo coro. Tambem não tem capacidade nem fortaleza, nem segurança para prezos recomendáveis; e como junto a caza do Senado, que hé o mais publico lugar há humas cazas pertencentes a Fazenda Real da Administração do Adjunto desta mesma Cidade, as quaes tem capacidade para nella se fazer huma cadeya segura, e com commodos suficientes, e fortes p.ª nella se prenderem os prezoz … Supplico a V. Exa. determine que trocando-se estas do actual tronco pelas outras junto do Sennado; nestas se estaleca a cadeya publica.» Ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/diogo-fernandes-salema-e-saldanha/

(2) Calçada do Tronco Velho começa no Largo de Santo Agostinho, ao cimo da Calçada do Gamboa, e termina entre a Rua do Dr. Soares (outrora Rua da Cadeia) e a Rua dos Cules, em frente do Beco da Cadeia. Em chinês chamava-se 监牢斜巷 Kam Lou Ch´é Hóng, (7)  i. é, Calçada ou Encosta do Tronco Velho. O tronco ficava no Largo de S. Agostinho, passando depois para junto do Senado. (6)

(3) Rua da Cadeia começa na Rua dos Cules e acaba no Largo do Senado (hoje, Avenida Almeida Ribeiro) («Cadastro das Vias Públicas de 1874») Existe ao Beco da Cadeia que está junto da Rua dos Cules, tendo a entrada entre esta rua e a Rua do Dr. Soares, em frente da Calçada do Tronco Velho (6)

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-cadeiarua-dr-soares/

(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p.277.

(6) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, volume I, 1997, p. 331-332

(7)监牢斜巷mandarim pīnyīn: jiān lóu xié hàng; cantonense jyutping: gaam1 lou4 ce3 hong6. Hoje o nome chinês é 東方斜巷 mandarim pīnyīn: dōng fāng xié hàng; cantonense jyutping: dung1 fong2 gaam1 lou4 ; calçada oriental, referindo-se ao hoje inexistente Cine-Teatro Oriental (東方戲院) que esteva nessa calçada, desde 1950 a 1973.

Extraído de «Revista de Artilharia«, n.º 55 ANO V, 1909 , p.623

No dia 3 de Janeiro de 1909, Manuel da Silva Mendes deu uma conferência no Grémio Militar de Macau subordinada ao título “LAO-TZE e a sua doutrina segundo o TAO-TE-KING”. (1)

O texto da conferência foi publicada, em 1908, pela Imprensa Nacional de Macau, portanto, antes da sua leitura. O assunto do tauismo prendeu muito a sua atenção. Silva Mendes não conheceu, porém a obra de Láucio, senão através de traduções, visto que não sabia chinês escrito e o seu conhecimento do chinês falado era muito restrito e superficial, motivo poe que não é crível que tivesse sido capaz de conservar e discutir, em língua nativa, com os homens de letras chineses, sobre assunto tão transcendente. Assim, no ano que precedeu ao seu falecimento, publicou os “Excerptos de Filosofia Taoista”, obra em verso da qual foram impressos apenas 200 exemplares, na Tipografia do Orfanato da Imaculada Conçeição e  que deveria ser seguida dum segundo volume, que ainda não se encontra publicado”  (2)

(1)Texto da conferência publicado na “Nova Colectânea de Artigos de Manuel da Silva Mendes, Volume I (Arte). Folhetins do «Notícias de Macau» (publicados nos n.os 4672 a 4751 de 12-06-1963 a 18-09-1963), 1963, pp.211-253. e também numa trilogia, publicada em 2017, edição de ”Livros do Oriente “ intitulado “Manuel da Silva Mendes: memória e pensamento” organizado com estudos de António Aresta, Amadeu Gonçalves e Tiago Quadros, no volume I (Arte, Filosofia e Religião. Cultura e tradições), pp.311-338

CAPA
CONTRA-CAPA

(2) GOMES, Luís G. – JUSTIFICAÇÃO, p.V do livro “Nova Colectânea de Artigos de Manuel da Silva Mendes”, (1)

No dia 19 de Dezembro de 1909, realizou-se uma récita de caridade realizada no Teatro D. Pedro V, pelo «Grupo de Amadores», (1) sob a direcção de Constâncio José da Silva, em que se representaram 4 comédias. A Comissão do Grupo, compunha-se do coronel Fernando José Rodrigues, presidente (2); major Joaquim Augusto dos Santos, secretário (3); António A. Pacheco, tesoureiro; Aníbal C. Henriques, Conde de Sena Fernandes, (2) C. J. da Silva, Ernesto Álvares, Francisco Xavier Brandão, Gerardo J da Rocha, Henrique Manuel Vizeu Pinheiro (4), Dr. José Maria de Carvalho e Rego (director cénico dessa Academia) (5) e Cap. João de Sousa Carneiro Canavarro.

(1) Teve vários nomes: «Grupo de Amadores» no início, «Grupo de Amadores de Teatro e Música» em 1924, «Academia de Amadores de Teatro e Música» em 1934. (6) As suas récitas, concertos e saraus foram, com raras excepções, dados no Teatro D. Pedro V. Com o rebentar da guerra na Europa em 1939 e no Pacífico em 1941, a Academia entrou em agonia e extinguiu-se placidamente de morte natural. O último presidente foi o brigadeiro Temudo de Vera, gerente da Filial do Banco Nacional Ultramarino em Macau. (TEIXEIRA, P. Manuel – O Teatro D. Pedro V, pp. 33-34).

(2) Fernando José Rodrigues (Funchal 1863- Macau 1926). Assentou praça voluntária no Regimento de Infantaria nº 2, a 26 de Setembro de 1882; promovido a alferes para a guarnição de Macau e Timor a 12 de Maio de 1887; serviu em Timor de 1887 a 1890; transferido para a Guarda Policial de Macau em 1890; capitão em 1893, sendo novamente colocado em Timor; regressou a Macau em 1894; promovido a major em 1902; chefe do Estado Maior de Timor em 1903; chefe do Estado Maior de Macau em 1905; comandante do Corpo de Polícia de Macau em 1907; promovido a coronel em 1909 e passou à reserva em 1911 no posto de general de Brigada. Foi membro do Conselho do Governo de Macau, já reformado por vários anos provedor da Santa Casa da Misericórdia e presidente do Grémio Militar. Possuía várias condecorações. Casou em Macau a 16-06-1894, com Alina Clariza de Sena Fernandes (1868-1941), filha de Bernardino de Sena Fernandes e de Ana Teresa Vieira Ribeiro, condes de Sena Fernandes. Em sua homenagem o Leal Senado decidiu atribuir o nome “Rua do General Rodrigues” (7) a uma das artérias de Macau. (8) Ver:  https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardino-de-senna-fernandes/

(3) Joaquim Augusto Tomé dos Santos 1867 – 1954, militar e administrador colonial português. Filho de Joaquim Tomé dos Santos, Cirurgião Ajudante do Regimento de Caçadores N.º 9, e de Angélica Monteiro, e neto paterno de Manuel Tomé dos Santos e de sua mulher Maria Joaquina de Jesus. Alferes da Guarda Policial de Macau na altura do seu primeiro casamento, em 2 de Outubro de 1890, e Alferes do Quadro Oriental do Ultramar na altura do seu segundo casamento, em 16 de Fevereiro de 1895, progrediu na carreira militar e passou à reforma no posto de Coronel. Foi Governador Interino de Macau por duas vezes (17 de Julho de 1919 a 23 de Agosto de 1919 e 16 de Julho de 1924 a 18 de Outubro de 1925) e era Comandante Militar de Macau quando se deram os graves distúrbios de 1922. (8) https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Augusto_Tom%C3%A9_dos_Santos

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/henrique-manuel-vizeu-pinheiro/

(5) José Maria Ernesto de Carvalho e Rego, (Porto 1860 – Macau 1917) – Bacharel em Direito, magistrado judicial em Quelimane, Beira, Timor e Macau. Em 1908 radicou-se defensivamente em Macau como procurador administrativo dos negócios sínicos e advogado. Foi também jornalista, redactor do jornal «A Verdade». Casado com Joana Alexandrina Palmeira de Carvalho e Rego (1860 – Macau, 1934). Pai de José da Conceição Ernesto de Carvalho e Rego (1890-1977) (um dos fundadores do Grupo de Amadores de Teatro e Música, em 1924), Fernando Ernesto Palmeira de Carvalho e Rego (1894-1957) e Francisco Ernesto Palmeira de Carvalho e Rego (1898-1960)

 (6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/01/noticia-de-1-de-setembro-de-1934-academia-dos-amadores-de-teatro-e-musica/

(7) Rua do General Rodrigues – começa na Rua de Afonso de Albuquerque, entre o prédio n.º 16 e a Esquadra Policial n.º 3, e termina na Rua do Bispo Medeiros, ao lado do prédio. N.º 25.

(8) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume III, Fundação Oriente, Macau, 1996, p. 255. TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Tomo II, 1997, pp. 414-415.