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No dia 29 de Abril de 1973, realizaram-se no Campo Desportivo «28 de Maio», as provas finais do IV Torneio de Atletismo da Mocidade Portuguesa Feminina, em que participaram os diversos centros desta Organização Nacional. Foram precedidas dum desfile geral das alunas das escolas participantes.

Assistiram o Sr. Governador e as mais destacadas individualidades.

O Troféu «Luís de Camões» atribuído ao estabelecimento que no conjunto das categorias (Juniores, Cadetes, Infantas, Iniciadas e Primárias), obteve uma maior pontuação, foi para o 1.º – Liceu que teve 204 pontos.  Nos lugares seguintes, em 2.º – Comercial (115 pontos); 3.º – Sta. Rosa de Lima (96 pontos); 4.º – Luso-Chinesa (24, 5 pontos); 5.º – Canossa (8,5 pontos).

O Sr. Governador Nobre de Carvalho entrega o Troféu à representante da escola vencedora.

Fotos e reportagem extraídos de «MACAU Boletim de Informação e Turismo», Vol. IX n.ºs 1 e 2 Mar/Abr, 1973 pp. 28-29

Em Março de 1974, realizou-se mais uma visita dos jornalista de Macau ao Aquartelamento de Coloane, a convite do Comando Militar, (na altura) sob a responsabilidade do Coronel Manuel de Mesquita Borges. Acompanharam os jornalistas, o Chefe do Estado Maior, major Rocha Vieira (futuro governador de Macau, de 23 de Abril de 1991 a 19 de Dezembro de 1999), e os majores Helder de Oliveira, director do Centro de Instrução e Elísio Bandeira, da 2.ª Repartição do Quartel General, estando também presente a apresentar-lhes cumprimentos de boas-vindas no cais da Taipa, onde se fez o desembarque, o capitão Ribeiro Dias, comandante da Companhia de Caçadores, estacionada no aquartelamento de Coloane.(…)

No início da visita no terreno onde vai ser implantada a futura Carreira de Tiro

A visita começou, em primeiro lugar sobre o local onde se projecta a construção da nova Carreira de Tiro, obra que se encontrava, em concurso público, prevendo-se que os trabalhos se iniciassem dentro de dois meses e a sua conclusão se verificasse dentro de um período de cerca de um ano. O custo estimado ultrapassa um milhão de patacas. (…). O Major Rocha Vieira informou que podem também utilizar a Carreira de Tiro as forças militarizadas e mesmo os civis. (…)

Os homens da imprensa junto ao aquartelamento de Coloane

Seguiu-se, depois, a visita ao Aquartelamento de Coloane. As instalações que a integram melhoram de ano para ano, não só quanto às comodidades que oferecem aos seus utentes, como também quanto ao aspecto geral do edifício que o abandono de muitos anos deixara cair num estado precário de notória decrepitude que confrangia a quem assim o via. (…)

No aquartelamento encontra-se instalada uma Companhia de Caçadores, sob o comando do capitão Ribeiro Dias, formada por elementos da Madeira que chegaram à Província em Janeiro de 1973. (…)

Na sala de aulas do Curso Preparatório do Ensino Secundário

Os representantes dos órgãos de informação estiveram na sala de aulas, destinada ao ensino das matérias do Curso Preparatório do Ensino Secundário frequentado por 9 alunos sendo informados que este curso funciona nas diversas unidades do Comando Militar e dele se podem aproveitar todos os que estiverem em condições de o seguir, contando-se ctualmente em uma frequência de 28 praças.

Uma zona belamente arborizada que se integra na área do aquartelamento

Fotos e reportagem extraídos de «MACAU Boletim de Informação e Turismo», Vol X, N.ºs 1 e 2 Mar/Abr, 1974, pp. 12- 17

Em 12 de Janeiro de 1774, o governador Saldanha (1) sugere ao Vice Rei da Índia que se renova a cadeia do terreiro de St.º Agostinho, para junto do Senado e dá a razão: o tronco ou cadeia está em lugar solitário, tendo apenas em frente uma casa com janelas para outra parte e o Convento de S.to Agostinho, que tem apenas uma pequena janela de coro que dá para a cadeia; esta «não tem capacidade, nem fortaleza nem segurança». Mas junto ao Senado há uma casa do estado que se pode transformar em cadeia segura. O Vice-rei (D. José Pedro da Câmara) remeteu cópia desta carta ao Senado, a 4 de Maio de 1775, preguntando se havia algum inconveniente; como o Senado respondesse que havia grande despesa e dificuldades, o Vice-rei, a 30-04-1776, determinou «que não faça inovação alguma».

Para a cadeia que ficava anexa ao Senado, foram transferidos, pouco depois de 1776, os presos do tronco que ficava no Largo de Santo Agostinho, e que deu o nome à Calçada do Tronco Velho. (2) A casa onde antes estava era dos jesuítas, alugadas ao Senado; a nova, do Estado. A nova cadeia deu o nome “Rua da Cadeia,” (3) que em 1937 recebeu o nome de Rua Dr. Soares, em homenagem ao Dr. José Caetano Soares. (4) A 5 de Setembro de 1909, os presos passaram para a Cadeia Pública na Colina de S- Miguel e em 1990 para Coloane. (5) (6)

(1) Carta do Governador de Macau Diogo Fernandes Salema de Saldanha, datada de 12-01-1774: “O tronco desta Cidade está situado em hum lugar tão desamparado de cazas, que não tem mais que humas, q´ ficão de fronte delle com janelas para outra parte, e o convento de S. Agostinho, que não tem para parte delle mais que huma piquena janela do seo coro. Tambem não tem capacidade nem fortaleza, nem segurança para prezos recomendáveis; e como junto a caza do Senado, que hé o mais publico lugar há humas cazas pertencentes a Fazenda Real da Administração do Adjunto desta mesma Cidade, as quaes tem capacidade para nella se fazer huma cadeya segura, e com commodos suficientes, e fortes p.ª nella se prenderem os prezoz … Supplico a V. Exa. determine que trocando-se estas do actual tronco pelas outras junto do Sennado; nestas se estaleca a cadeya publica.» Ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/diogo-fernandes-salema-e-saldanha/

(2) Calçada do Tronco Velho começa no Largo de Santo Agostinho, ao cimo da Calçada do Gamboa, e termina entre a Rua do Dr. Soares (outrora Rua da Cadeia) e a Rua dos Cules, em frente do Beco da Cadeia. Em chinês chamava-se 监牢斜巷 Kam Lou Ch´é Hóng, (7)  i. é, Calçada ou Encosta do Tronco Velho. O tronco ficava no Largo de S. Agostinho, passando depois para junto do Senado. (6)

(3) Rua da Cadeia começa na Rua dos Cules e acaba no Largo do Senado (hoje, Avenida Almeida Ribeiro) («Cadastro das Vias Públicas de 1874») Existe ao Beco da Cadeia que está junto da Rua dos Cules, tendo a entrada entre esta rua e a Rua do Dr. Soares, em frente da Calçada do Tronco Velho (6)

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-cadeiarua-dr-soares/

(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p.277.

(6) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, volume I, 1997, p. 331-332

(7)监牢斜巷mandarim pīnyīn: jiān lóu xié hàng; cantonense jyutping: gaam1 lou4 ce3 hong6. Hoje o nome chinês é 東方斜巷 mandarim pīnyīn: dōng fāng xié hàng; cantonense jyutping: dung1 fong2 gaam1 lou4 ; calçada oriental, referindo-se ao hoje inexistente Cine-Teatro Oriental (東方戲院) que esteva nessa calçada, desde 1950 a 1973.

Sete pequenas folhas (21 cm x 14,5 cm) dactilografadas ou impressas em computador por alguém (não identificado) (1) com cópias de seis poemas maquistas de José dos Santos Ferreira (Adé), agrafadas e reunidas sob o título “Unchino de Papiaçam pelos Doci Papiaçam de Macau e Ecos de Macau”

MACAU CONTENTE OLÁ VOSÔTRO
CASA MACAÍSTA

Publicado originalmente em “Qui Nova Chenchu”, 1973, p. 105. Letra para ser cantada com a música “Casa Portuguesa” da autoria de Artur Fonseca. A letra original é de Reinaldo Ferreira e Vasco Matos Sequeira.

MACAU, TERRA GALANTE

Publicado originalmente em “Qui Nova Chenchu”, 1973, p. 108. Letra para ser cantada com a música “Lisboa Antiga” da autoria de Raul Portela. Letra original é de José Galhardo e Amadeu do Vale. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/01/25/poema-macau-tera-galante/

MACAU SÃ ASSI

Letra para ser cantada com a música “Lisboa é Assim“, da autoria de João Nobre. Foi interpretado por Milu para o filme “Doze luas de mel” de 1944.

SINO JÁ TOCÁ (JINGLE BELLS)

Publicado originalmente em “Poéma di Macau”, 1983, p. 269. Letra para ser cantada com a música de “Jingle Bells”. “Jingle Bells” foi escrita por James Lord Pierpont (1822–1893) no Outono de 1857.

JESUS PEQUENINO (ADELES FIDELES)

Publicado originalmente em “Poéma di Macau”, 1983, p. 275. Letra para ser cantada com a música de “Adeste Fidelis”. “Adeste Fideles” (conhecido, na Inglaterra e nos Estados Unidos, como “Hino Português” “The Portuguese Hymn) era um dos hinos favoritos, regularmente cantados no Natal da Capela da Embaixada Portuguesa, em Londres, nos séculos XVII e XVI. Embora a sua autoria efetiva seja incerta (mas sem dúvida de sua origem portuguesa), é vulgarmente atribuída ao rei D. João IV de Portugal, o rei músico, cuja Capela do Palácio Ducal de Vila Viçosa era um grande e célebre reduto de arte musical, no século XVII.

(1) Na posse da minha amiga Leonor a quem agradeço a cedência para esta publicação.

A sagração episcopal de D. Arquimínio da Costa realizou-se a 25 de Março de 1976.
A nomeação do novo bispo de Macau, na pessoa do Padre Arquimínio Rodrigues da Costa (1) pelo Papa Pauli VI, veio preencher a vaga deixada pelo falecimento de D. Paulo José Tavares. A notícia do acontecimento, foi transmitida em 21 de Janeiro de 1976, pela Rádio Vaticano e foi recebida pela população católica de Macau com manifesto regozijo, dada a simpatia que o nomeado desfrutava em Macau.

O novo prelado dá entrada na Sé Catedral

A Sé Catedral vestiu as suas melhores galas pera receber o seu novo Antístite, e os Revs. Prelados que vieram presidir à cerimónia litúrgica da sagração. Dísticos em português e chinês engalanavam o frontispício do templo e saudavam o novo prelado com o dizer evangélico: «BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR».

Arquimínio da Costa dirige, pela primeira vez, como Bispo de Diocese, a palavra aos fiéis

A assistência à cerimónia da sagração episcopal, vendo-se no primeiro plano o Governador, coronel Garcia Leandro e Sua esposa.

Nas primeiras bancadas destacava-se a presença do Governador, Coronel Garcia Leandro e esposa, Madre Maria Clemência da Costa (irmã de D. Arquimínio), os Secretários-adjuntos, o Meritíssimo Juiz da Comarca, o Cônsul-Geral da França e muitos Chefes de Serviços e suas esposas. Em lugar especial da capela-mor, via-se o Bispo Anglicano de Hong Kong, Dr. John Gilbert Baker, o Rev. Frank Lin, pastor anglicano da Igreja de S. Marcos, em Macau e esposa.

Outro aspecto da assistência, estando na primeira bancada, destacadas autoridades oficiais.

D. Arquimínio da Costa entrou na Catedral na companhia do Bispo Sagrante, D. João Baptista Wu, de Hong Kong e dos Bispos consagrantes, D Carlos Lemaire, Bispo titular de Otrus, e D. Júlio X. Labayen, Bispo da Prelatura de Infanta, Filipinas.

O Governador de Macau apresenta os seus cumprimentos de felicitações a D. Arquimínio Rodrigues da Costa

(1) D. Arquimínio Rodrigues da Costa (1924 – 2016)  高秉常, natural da Ilha do Pico (Açores), veio para Macau na companhia de Monsenhor José Machado Lourenço, com mais três companheiros, em 1938, dando ingresso no Seminário de S. José a 8 de Dezembro desse ano. Foi sempre um aluno modelar, tanto no comportamento como nos estudos, pelo que foi durante anos subprefeito da disciplina dos seminaristas (1949-1953). Terminado o Curso Teológico, foi ordenado sacerdote por D. João de Deus Ramalho, S. J., no dia 6 de Outubro de 1949, celebrando a sua missa nova três dias depois. Foi professor de várias disciplinas, entre as quais Filosofia tanto para alunos internos como externos. Ficou reitor interino do Seminário de Fevereiro a Maio de 1955, na ausência do então reitor Cónego Juvenal Alberto Garcia (gozo de licença graciosa). Em 1957 seguiu para Roma a fim de cursar Direito Canónico na Universidade Gregoriana onde se licenciou em 1959. Regressou a Macau no dia 15 de Outubro de 1960, sendo novamente nomeado prefeito da disciplina e professor do Seminário. Em 1 de Agosto de 1961, foi nomeado reitor interino e, em 30 de Novembro, reitor efectivo daquele estabelecimento. Nomeado governador do Bispado nas ausências, em Roma, de D. Paulo José Tavares, em 1963 e 1965, durante o Concílio Vaticano II. Com a transferência do curso filosófico para o Seminário do espírito Santo de Aberdeen, Hong Kong, foi nomeado professor daquele estabelecimento de ensino, a partir do ano lectivo de 1968-69, onde lecionou Filosofia e Latim e foi prefeito de estudos do Curso Filosófico.
A 14 de Junho de 1973, foi eleito pelo Cabido vigário capitular da Diocese, cargo que exerceu até ser eleito Bispo de Macau. Bispo de Macau entre 1976 e 1988. Foi o último bispo de etnia portuguesa da Diocese de Macau. Eleito Bispo emérito de Macau, em 06-10-1988, regressou à sua terra natal nos Açores.
D. Arquimínio da Costa foi o terceiro Bispo de Macau, natural da Ilha do Pico, os outros dois foram D. João Paulino de Azevedo e Castro e o Cardeal D. José da Costa Nunes. É o quinto bispo natural dos Açores, sendo os outros, o Bispo D. Manuel Bernardo de Sousa Enes, da Ilha de S. Jorge, e o falecido Bispo D. Paulo José Tavares, da Ilha de S. Miguel.
Extraído de «MBIT» N.º 1-2, 1976.

No dia 12 de Maio de 1973, foi assinada a escritura da compra e venda do jardim de Lou Lim Ioc, também conhecido por jardim de Lu Cau, o único jardim de estilo chinês em Macau. Por Iniciativa do governador José Manuel Nobre de Carvalho, foi adquirido pelo governo, com todas as benfeitorias existentes pela quantia de 2, 7 milhões de patacas, (1) ao seu mais recente proprietário, «Sociedade de Fomento Predial Sei Iek Lda.», cujo gerente geral era o Ho Yin. Depois de muitos anos de abandono, a obra de renovação foi grande, englobando ajardinamento, construções, arruamentos, etc. Recuperado foi entregue ao Leal Senado para gestão e abriu ao público no dia 28 de Dezembro de 1974.
(1) Após a assinatura da escritura foi feito o pagamento de $ 1 000 000,00, o restante foi feito no prazo de 18 meses a contar da data da celebração do contrato. Para o pagamento da primeira prestação foi utilizada importância de $ 1 000 000,00, referida no parágrafo segundo da 16.ª cláusula do contrato com a S. T. D. M. e destinada a obras de fomento. Dado que a despesa total excedia a importância fixada na regra 23.ª do artigo 15.º do E. P. A. da província foi necessário obter a autorização ministerial. (Macau B.I.T., 1973)
Foto histórica à entrada do palacete do jardim Lou Lim Ioc de algumas individualidades portuguesas e o proprietário do jardim, com o general Gomes da Costa  (2)
(2) O General  Gomes da Costa chegou a Macau no dia 8 de Outubro de 1922, para inspeccionar os serviços militares de Macau. Ver esta notícia em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-gomes-da-costa/
Anteriores referências  do jardim em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jardim-lou-lim-ioc/

“Inauguração em Macau, no dia 18 de Abril de 1971, da «POP», primeira «Discoteca» instalada no Restaurante Esplanada. O novo local de concentração da juventude de Macau foi decorado por António Conceição Jr. macaense recentemente chegado de Portugal, onde cursou Pintura” (1)
Sobre a localização deste Restaurante, será talvez a Esplanada «Waltzing Matilda» na Avenida Infante D. Henrique 20-22 (em frente ao Hotel Lisboa) (está referenciada no Anuário de Macau de 1971 até Anuário de Macau 1973)
Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/restaurante-esplanada-waltzing-matilda/
(1) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia de História de Macau, Vol. 5, 1998

No dia 22 de Janeiro de 1973, assumiu as funções de Comandante Militar do Comando Territorial Independente de Macau, (1) o coronel do C.E.M., Manuel de Mesquita Borges, (2) sucedendo neste cargo ao coronel José Luís de Azevedo Ferreira Machado.
Na parada do Quartel General a continência da Guarda de Honra, tendo passado revista à mesma, após o que a Força Armada de efectivo duma companhia, com Guião e Fanfarra sob o comando do Capitão Duarte Ferreira desfilou perante a tribuna.
A transmissão de poderes realizou-se a seguir na Sala da Bibliotecas do referido estabelecimento militar, com a presença dos oficiais da Guarnição Militar.
O Chefe do Estado Maior, major Rui Ravara, deu as boas vindas ao novo Comandante Militar, a quem desejou as maiores felicidades no exercício do elevado cargo que acabava de lhe ter transmitido, salientando as qualidades dos militares do C. T. I. que muito facilitariam a missão que a partir daquele momento lhe cabia desempenhar.
O coronel Mesquita Borges dirigindo-se aos oficiais agradeceu a sua presença nesta cerimónia, acentuando que era a segunda vez (3) que servia na Guarnição Militar de Macau onde, praticamente começara a sua carreira militar. (4)
(1) Em 17 de Janeiro de 1961, a Guarnição de Macau passou a  chamar-se «Comando Territorial Independente de Macau»
(2) O Tenente-Coronel Manuel de Mesquita Borges (1924-2006) foi nomeado 2.º Comandante Militar em 30 de Setembro de 1971 e em 11 de Janeiro de 1972 é promovido ao posto de coronel, deixando desde esta data de desempenhar as funções do 2.º Comandante. Em 1972, foi nomeado Chefe de Gabinete da fiscalização da construção da ponte Macau-Taipa (depois denominada Ponte do Governador Nobre de Carvalho) Foi exonerado das funções de Comandante Militar em 3 de Junho de 1974.
(3) Em Macau, nos princípios da década de 50. Em 1951, foi feita uma restauração do “Clube Militar” de Macau que ficou a cargo do então Alferes de Engenharia, Manuel de Mesquita Borges. Em 1952 foi promovido a Tenente.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-de-mesquita-borges/
(4) Extraído de «Macau B.I.T.» VIII, 1973

Macau sã divera têm su chiste;
Têm ora, quele bom pandegá,
Têm ora, vêm co estória triste,
Fazê nôs cucús, sentá churá.

Gente bom co grándi coraçam,
Sã nosso Macau têm quelê tanto;
Nhum mau, capaz rasteja na chám
Ramendá cobra, tamêm têm quánto.

Cobra virá ficá camaliám
Sã têm, pa mal di nosso pecado;
Quelóra nôs andá, vizá chám,
Cobra na arvre ta pindurado.

Desenho de Leonel Barros

Má-língu co má-língu juntá,
Sã língu co língu ta dá nó;
Tagaláng qui ilôtro cortá,
Lô cai fino-fino, fica pó.

Têm gente bom, têm cachorro-china,
Atirá pedra, iscondê mám …
Quelóra nôs ta dobrá esquina,
Cachôro fuzí, rabo na chám.

Têm nhum campiám pa fazê intriga,
Más capaz qui nhónha aringuéra;
Botá mascra, vendê su cantiga,
Balí bêço, papiá babuzéra.
…………………………………………..…………continua.

José dos Santos Ferreira
Qui-Nova Chencho, 1973 (1)

(1) Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/12/13/lingu-maquista-dos-filo-filo-di-macau/

 A nova «Escola do Santíssimo Rosário / :聖玫瑰學校»  situado na Rua de S. Paulo (1), foi inaugurado no dia 14 de Janeiro de 1973.
O moderno edifício escolar destinado ao ensino infantil e primário, substitui um casarão velho e em ruínas que já não oferecia nenhumas condições de funcionamento. Este edifício tem 18 salas, amplas, bem arejadas e iluminadas. No dia 2 de Janeiro de 1973 começaram a funcionar as aulas já no novo edifício.
Nesse ano lectivo estava matriculados 400 alunos, de ambos os sexos. O seu director era o Padre Elias Marçal Periquito, S.J., há longos anos em Macau.(2)
Presidiu à inauguração o Bispo de Macau, D. Paulo José Tavares, tendo assistido representantes de ordens religiosas, masculinas e femininas que exerciam o apostado em Macau.

Paulo José Tavares, Bispo de Macau, procede à bênção das instalações da nova escola.
Na foto (esq para dir): ????, Pe. Joaquim Guerra, Bispo Paulo Tavares, Pe. Elias Periquito , Pe João Guterres, ????

A Diocese de Macau que exercia (e ainda exerce) um papel muito importante no ensino em Macau particularmente no sector da população chinesa tinha no ano de 1973 cerca de 22 250 alunos sendo 10 925 rapazes e 11 325 raparigas, distribuídos por 37 edifícios escolares, neles funcionando 87 escolas, assim discriminadas: 29 escolas infantis; 35 escola primárias; 17 escolas secundárias-liceais; 1 escola normal; 1 escola de enfermagem (Escola de Enfermagem das Franciscanas Missionárias de Maria desde 1958); 2 escolas profissionais; 1 academia de música e 2 seminário menor. Pertenciam ao quadro de professores 808 elementos leigos.

Um grupo de pequenos que se exibiu no dia da inauguração
Recreio no largo terraço da escola

(1) No princípio de 1954, o Padre Joaquim Guerra, S.J. que foi expulso da China em 1952, fundou o Centro de Nossa Senhora do Rosário. Destinava-se a dispensário e catecumenato. Presidiu à inauguração o Bispo D. João de Deus Ramalho. Era um rés-do-chão dum prédio na Rua de Estalagens n.º 5. Devido a dificuldades económicas, em Setembro deste ano, o dispensário deixou de existir, passando a funcionar ali uma pequena escola para os pobres do bairro. Mas no segundo semestre, os alunos eram já uns cem pelo que em 7 de Outubro de 1954 transferiu-se para o n.º 37 da mesma rua, um prédio de três andares. No ano escolar de 1955/56 contava com 200 alunos e 4 professores. Em Março de 1958, a Escola do Rosário estabeleceu-se definitivamente na Rua de S. Paulo, ocupando três casas contíguas, de igual construção, os n.ºs 39, 41 e 43.

http://www.oclarim.com.mo/en/2016/06/17/escola-do-santissimo-rosario-to-close-in-2017/

Após o ensino de 62 anos, o estabelecimento escolar fechou as portas a 1 de Setembro de 2017, após a conclusão do ano lectivo de 2016/2017. Aquando do fecho possuía educação secundária, primária e um jardim de infância, com 25 professores e um total de 80 alunos (nas décadas de 70 e 80 devido à «onda migratória» chegaram a ter cerca de mil alunos) e a razão  apontada pela Diocese foi a diminuição progressiva do número de alunos. Também terá contribuído para o fecho o alegado uso abusivo, não autorizado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) do método pedagógico “Montesson” (Taiwan) (3)
(3) «Jornal Tribuna de Macau» 10 de Junho de 2016 – Escola do Santíssimo Rosário tem os dias contados
http://jtm.com.mo/local/escola-santissimo-rosario-tem-os-dias-contados/
(2) O Padre Elias Marçal Periquito, S.J., ficou encarregado da Escola desde Março de 1959, porque o anterior, o Padre António Tam ficou encarregado da Escola Estrela do Mar.
Informações e fotos (preto e branco) extraídos de:
TEIXEIRA , Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982.
«Macau, B. I. T.» VIII-11/12, 1973.