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20-12-1862 – Ontem, pelas 15.00 horas a fortaleza do Monte deu o sinal de fogo no Bazar. O incêndio manifestou-se com rapidez, na rua da Barca da Lenha, num lugar apertadíssimo, onde só existiam estâncias de lenha, carvão e madeira, e alastrou-se até Pun-Pin-Vâi. O incêndio desenvolveu-se com grande intensidade, ameaçando devorar as casas das ruas próximas, mas por felicidade, o vento rondou de norte para nordeste e leste-nordeste, «abonançando» consideravelmente, além de que, sendo preamar, houve água em abundância, seno possível isolar-se o foco das chamas, ficando o incêndio extinto às 21 horas. Depois do grande incêndio do Bazar, em 1856, foi este um dos maiores que se deu na cidade. (1) (2)

Extraído de «B.G.M., IX-3, 20 Dezembro de 1862, pp. 9/10

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 165

(2) 31-12-1862 – Foram isentos do pagamento de décimas e licenças pelo período de um ano, os donos das propriedades do Bazar, que arderam no dia 19 deste ano, sendo os mesmos obrigados a começar a reconstrução dentro de três meses. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)

Extraído de «BPMT», XX-28 de 14 de Julho de 1874, p. 114
Extraído de «O Independente», I- 31 de 2 de Abril de 1869, pp. 267-268
Extraído de «BGM», X-22 de 30 de Maio de 1864, p.
Extraído de «B.G.M.», IX-26 de 30-05-1863

O Governador Isidoro Francisco Guimarães que partiu para a Metrópole em 30 de Janeiro de 1863, deixou um Conselho do Governo (interino) sob a presidência do Dr. João Ferreira Pinto até à chegada do novo governador, José Rodrigues Coelho do Amaral que tomou posse a 22 de Junho de 1863 embora nomeado desde 7 de Abril de 1863.

A Polícia de Macau nessa altura era comandada por Bernardino de Senna Fernandes (1815-1893) que esteve como comandante de 14/10/1857 a 29/7/1863 (1)

Em 1861, após publicação da Portaria n.° 24 de 11 de Outubro de 1861, a Polícia de Macau passou a chamar-se por “Corpo de Polícia de Macau”. Em 1863, através da Portaria n.° 11, de 23 de Janeiro, o Governador, mandou adicionar um aditamento ao regulamento do Corpo da Polícia, parte integrante do Regulamento da Polícia, de 11 de Outubro de 1861. O aditamento era dividido em dois capítulos: Serviço Policial e, Delitos e Penas. O Comandante podia ser um oficial ou civil que merecia confiança do Governo e nomeado pelo Governador. O Corpo era constituído por 74 praças por cada divisão. Cada divisão composta por um oficial de linha, em comissão activa, um primeiro sargento, dois segundos sargentos, 6 cabos, 1 corneteiro e 74 soldados. Os oficiais da primeira linha venciam seus soldos pelo corpo donde eram destacados e a gratificação de cinco mil réis pela polícia, como comandantes de divisão. Os primeiros sargentos recebiam $15, os segundos sargentos $13, cabos $11, corneteiros e soldados $10. https://www.fsm.gov.mo/psp/por/psp_org_2.html

(1) Ver anteriores referências em : https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardino-de-senna-fernandes/

Extraído de «BPMT»,  XIV-2 de 13 de Janeiro de 1868, p. 6

NOTA: Bernardino de Senna Fernandes era, nessa data, major e inspector de incêndios

Extraído de «BPMT»,  XIV-2 de 13 de Janeiro de 1868, p. 6
Extraído de «BPMT», XIV-2 de 13 de Janeiro p. 8

No dia 19 de Dezembro de 1909, realizou-se uma récita de caridade realizada no Teatro D. Pedro V, pelo «Grupo de Amadores», (1) sob a direcção de Constâncio José da Silva, em que se representaram 4 comédias. A Comissão do Grupo, compunha-se do coronel Fernando José Rodrigues, presidente (2); major Joaquim Augusto dos Santos, secretário (3); António A. Pacheco, tesoureiro; Aníbal C. Henriques, Conde de Sena Fernandes, (2) C. J. da Silva, Ernesto Álvares, Francisco Xavier Brandão, Gerardo J da Rocha, Henrique Manuel Vizeu Pinheiro (4), Dr. José Maria de Carvalho e Rego (director cénico dessa Academia) (5) e Cap. João de Sousa Carneiro Canavarro.

(1) Teve vários nomes: «Grupo de Amadores» no início, «Grupo de Amadores de Teatro e Música» em 1924, «Academia de Amadores de Teatro e Música» em 1934. (6) As suas récitas, concertos e saraus foram, com raras excepções, dados no Teatro D. Pedro V. Com o rebentar da guerra na Europa em 1939 e no Pacífico em 1941, a Academia entrou em agonia e extinguiu-se placidamente de morte natural. O último presidente foi o brigadeiro Temudo de Vera, gerente da Filial do Banco Nacional Ultramarino em Macau. (TEIXEIRA, P. Manuel – O Teatro D. Pedro V, pp. 33-34).

(2) Fernando José Rodrigues (Funchal 1863- Macau 1926). Assentou praça voluntária no Regimento de Infantaria nº 2, a 26 de Setembro de 1882; promovido a alferes para a guarnição de Macau e Timor a 12 de Maio de 1887; serviu em Timor de 1887 a 1890; transferido para a Guarda Policial de Macau em 1890; capitão em 1893, sendo novamente colocado em Timor; regressou a Macau em 1894; promovido a major em 1902; chefe do Estado Maior de Timor em 1903; chefe do Estado Maior de Macau em 1905; comandante do Corpo de Polícia de Macau em 1907; promovido a coronel em 1909 e passou à reserva em 1911 no posto de general de Brigada. Foi membro do Conselho do Governo de Macau, já reformado por vários anos provedor da Santa Casa da Misericórdia e presidente do Grémio Militar. Possuía várias condecorações. Casou em Macau a 16-06-1894, com Alina Clariza de Sena Fernandes (1868-1941), filha de Bernardino de Sena Fernandes e de Ana Teresa Vieira Ribeiro, condes de Sena Fernandes. Em sua homenagem o Leal Senado decidiu atribuir o nome “Rua do General Rodrigues” (7) a uma das artérias de Macau. (8) Ver:  https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardino-de-senna-fernandes/

(3) Joaquim Augusto Tomé dos Santos 1867 – 1954, militar e administrador colonial português. Filho de Joaquim Tomé dos Santos, Cirurgião Ajudante do Regimento de Caçadores N.º 9, e de Angélica Monteiro, e neto paterno de Manuel Tomé dos Santos e de sua mulher Maria Joaquina de Jesus. Alferes da Guarda Policial de Macau na altura do seu primeiro casamento, em 2 de Outubro de 1890, e Alferes do Quadro Oriental do Ultramar na altura do seu segundo casamento, em 16 de Fevereiro de 1895, progrediu na carreira militar e passou à reforma no posto de Coronel. Foi Governador Interino de Macau por duas vezes (17 de Julho de 1919 a 23 de Agosto de 1919 e 16 de Julho de 1924 a 18 de Outubro de 1925) e era Comandante Militar de Macau quando se deram os graves distúrbios de 1922. (8) https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Augusto_Tom%C3%A9_dos_Santos

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/henrique-manuel-vizeu-pinheiro/

(5) José Maria Ernesto de Carvalho e Rego, (Porto 1860 – Macau 1917) – Bacharel em Direito, magistrado judicial em Quelimane, Beira, Timor e Macau. Em 1908 radicou-se defensivamente em Macau como procurador administrativo dos negócios sínicos e advogado. Foi também jornalista, redactor do jornal «A Verdade». Casado com Joana Alexandrina Palmeira de Carvalho e Rego (1860 – Macau, 1934). Pai de José da Conceição Ernesto de Carvalho e Rego (1890-1977) (um dos fundadores do Grupo de Amadores de Teatro e Música, em 1924), Fernando Ernesto Palmeira de Carvalho e Rego (1894-1957) e Francisco Ernesto Palmeira de Carvalho e Rego (1898-1960)

 (6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/01/noticia-de-1-de-setembro-de-1934-academia-dos-amadores-de-teatro-e-musica/

(7) Rua do General Rodrigues – começa na Rua de Afonso de Albuquerque, entre o prédio n.º 16 e a Esquadra Policial n.º 3, e termina na Rua do Bispo Medeiros, ao lado do prédio. N.º 25.

(8) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume III, Fundação Oriente, Macau, 1996, p. 255. TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Tomo II, 1997, pp. 414-415.

Continuação da leitura do número especial do “Diário Popular” dedicado ao Ultramar Português, em 1961 (1)

Os artigos com referência mais específica a Macau estão nas páginas 5 a 21 na sessão “Índia, Macau e Timor” IMT.

Página 5 (IMT): uma pequena coluna sobre o governador Comandante Marques Esparteiro e dois artigos:

– “Uma Província que atesta em terras do extremo oriente”

– “O Comercio e a indústria tem excepcional importância e deles vive a população da cidade”

Na página 6 (IMT):

– “A Santa Casa da Misericórdia tem nobres tradições de intensa obra assistencial”

– “A pesca e a cultura do arroz constituem as principais actividades dos habitantes das ilhas da Taipa e de Coloane”

– “Comércio intenso com os territórios limítrofes”

Na página 7 (IMT):

– Usos e costumes da cidade do Santo Nome de Deus onde se conserva o que a China possui de mais típico

 – Macau terra de sonho

Nas páginas 8/9 (IMT)

– “A Polícia de Segurança Pública admiravelmente organizada vela pela população e desempenha um importante papel no equilíbrio político e no bem-estar da província”

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/10/20/noticia-de-20-de-outubro-de-1961-diario-popular-dedicado-ao-ultramar-portugues-i/

Na continuação da notícia de 30 de Abril de 1873 (1), o mesmo jornal «Gazeta de Macau e Timor» (2) (3) dava notícias da chegada a Macau do brigue «Concordia», no dia 27 de Junho de 1873.

«Gazeta de Macau e Timor», I- 41, 1 de Julho de 1873, p. 2
«Gazeta de Macau e Timor», I-43 de 15 de Julho de 1873, p. 2

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/04/30/noticia-de-30-de-abril-de-1873-brigue-concordia-e-o-contingente-de-mouros-i/ (2) «Gazeta de Macau e Timor», I-41, de 1 de Julho de 1873, p. 2 (3) «Gazeta de Macau e Timor», I-43, de 15 de Julho de 1873, p. 2

Extraído de « O Correio Macaense», Vol VI, n.º 15 de 24-05-1889, p. 2

Denominava-se “maratha”, o “mouro” que prestava serviço na Policia de Macau. Os primeiros 41 praças mouras que chegaram em 1873 (1) deviam pertencer à casta “Maratha” pois muitos desta casta pertenciam ao exército do império Mogul (1526-1540 e 1555-1857) e depois nos diversos sultanatos da Índia.

SALGADO, Sebastião Rodolfo – Glossário Luso-Asiático

 (1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/04/30/noticia-de-30-de-abril-de-1873-brigue-concordia-e-o-contingente-de-mouros-i/