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Neste dia (16 de Novembro de 1963) José dos Santos Ferreira publicou na «Gazeta Macaense» o «poéma» “Caréta Dôdo já vêm” (carros de corrida estão chegando”) a propósito da realização do 10.º Grande Prémio de Macau. (1)

Retiro parte do longo poema (18 quadras), as últimas 7 quadras:

(1) Nesse ano (1963) Arsenio “Dodjie” Laurel, (1931 – 1967), filipino, num «Lotus 22-Ford», venceria o seu segundo trofeu consecutivo em Macau, no 10.º Grande Prémio de Macau. Foi o primeiro condutor a ganhar dois grandes prémios consecutivos em Macau (1962, 1963). Viria a morrer em 19 de Novembro de 1967, com 35 anos de idade, na 3.ª volta ao circuito, após embater com o seu «Lotus 41» no muro á frente do mar logo a seguir ao Clube Náutico (onde hoje está o Hotel Grand Lapa) (2) alguns metros depois foi de encontro a um poste eléctrico, (3) e incendiou-se, não conseguindo o condutor sair da sua viatura. Foi o primeiro caso fatal dum corredor no Grande Prémio em Macau.

Foi também nesse ano que Teddy Yip teve a sua melhor classificação das várias participações que teve no Grande Prémio, ficou em terceiro lugar com um «Jaguar E Type».

Classificação do X Grande Prémio de Macau                                               

1.º – Arsenio Laurel – Lotus 22 FJ (Ford)                              

2.º – Bill Baxter – Jaguar E Type                               

3.º – Teddy Yip – Jaguar E Type                                

4.º – Grant Wolfkill – Lotus Super Seven                              

5.º – H Asmussen – Porsche Super 90                                  

6.º – B Poole – Triumph TR4

(2) Recentemente o “Hotel Grand Lapa” que já foi denominado “The Macau Excelsior”, e “The Mandarin Oriental”) foi  publicitado como “ Artyzen Grand Lapa Macau”.https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/31/caixas-de-fosforos-hotel-excelsior-hotel-mandarin-oriental/

(3) Por este motivo no circuito da Guia, no ano seguinte, todos os postes eléctricos que estavam “á frente dos muros”, foram retirados, passando a estarem incorporados nos muros ou então para lá dos muros do circuito.

Continuação do poéma de José dos Santos Ferreira “Gazeta Macaense”, cuja 1.ª parte foi postada em 30 de Setembro de 2021, (1)e publicada no jornal «O Clarim» em 7 de Outubro de 1963. (2)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/09/30/noticia-de-30-de-setembro-de-1963-poema-gazeta-macaense-i/

(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau Sã Assi, 1967, pp. 68.

No dia 30 de Setembro de 1963, teve início o periódico semanário «Gazeta Macaense». Director Damião Rodrigues; proprietário e administrador – Leonel Borralho. Saia à 2.ª Feira. No primeiro número, dava notícia da inauguração das instalações do canídromo de Macau, e de que até ao fim do ano, deveria chegar a Macau o primeiro hidroplanador para carreira entre Macau e Hong Kong. A Gazeta Macaense foi semanário de 1963 a 1966; bissemanário de 1966 a 1971; diário a partir de 1971, ano em que passa a dispor de versão em língua inglesa. Interrompido entre 1979- 1981. Renovado. Interrompido em 1995. (1)

José dos Santos Ferreira deu as boas vindas ao Neco Borralho, dedicando-lhe o poéma “Gazeta Macaense”, que foi publicado no jornal «O Clarim» de 7 de Outubro de 1963. (2)

   . . .  continua

(1) “10-07-1979 – Início do periódico «Diário de Macau», que substitui temporariamente a Gazeta Macaense e que tem um suplemento em língua inglesa (houve outra publicação periódica com este nome no ano de 1925). Este jornal editou o seu último número em 12 de Setembro de 1981.” (3)

(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau Sã Assi, 1967, pp. 67.

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp 412 e  347

Na tarde de 21 de Julho de 1951, no campo dos operários (pelado) (1) defrontaram-se os primeiros classificados do campeonato militar e do campeonato civil de futebol em miniatura, (2) saindo vencedor o grupo civil Leng Yee, que derrotou o adversário por 2-0

O grupo Leng Yee com a taça que ganhou
O capitão do grupo Leng Yee recebendo a taçadas mãos do sr. Ung Tchek  Ii, representante da Associação dos Cambistas Chineses, doadora da taça

Extraído de “Mosaico”, II-1 de Agosto de 1951

(1) Lugar actualmente ocupado pelo Hotel Grand Lisboa.

“Associação de Futebol em Miniatura de Macau (AFMM) – grande regozijo a notícia do despacho do Governador cedência dum terreno nos aterros da Praia Grande para a construção dum campo para a prática de futebol em miniatura” (3)

(2) Os Estatutos do Futebol em Miniatura (vulgo Bolinha) foram aprovados em 06-11-1943 – Portaria n.º 3251 (posteriormente foram actualizados a 08-05-1963, Portaria n.º 7:245, data em que o nº de equipas inscritas eram mais de 25) (4)

A.F.M.M. inaugurou a sua nova sede bem como o campo de jogos na Praia Grande a 29-08-1953, e iniciou o Campeonato de Bolinha, no dia 1 de Setembro, de 1953, o qual foi precedido dum festival desportivo de inauguração do campo de jogos e abertura do Campeonato de Macau. Inscreveram 24 grupos, 12 portugueses e 12 chineses, os quais disputaram a prova divididos em três séries diferentes. Os três primeiros classificados de cada série disputaram entre si o título de campeão, numa «poule final». O magnífico troféu posto à disputa intitulava-se “Taça Governador Joaquim Marques Esparteiro.” (3)

(3) «Macau Boletim Informativo», Ano I, n.º 2, 31 de Agosto de 1953, p. 13)

(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 277).

Folheto de cinema (letras a vermelho) do filme estreado em 12 de Abril de 1963, no Teatro Apollo, um espectáculo para maiores de 12 anos.

Mais um filme de Elvis Presley (comédia/musical), este de 1962 “Girls! Girls! Girls!” (“Raparigas! Raparigas! Raparigas!”) foi o segundo de três filmes que este cantor filmou no Hawai aplicando a mesma fórmula narrativa do anterior sucesso “Blue Hawaii”, também dirigido por Norman Taurog, produzido por Hal B. Wallis (“Hal Wallis Productions” e distribuído por  “Paramount Pictures” Foi nomeado para os “Golden Globe” de 1962 para melhor filme comédia/musical. Contracenam com o cantor as actrizes Stella Stevens e Laurel Goodwin ttps://en.wikipedia.org/wiki/Girls!_Girls!_Girls! )

Das várias cantigas (13 no toral) do álbum do filme (5.º álbum de músicas dos filmes; disco de ouro, na altura) sobressai o “Return to Sender” (autores: Winfield Scott and Otis Blackwell ) , n.º 2 da tabela Billboard dos singles de 1962, cena bem filmada com a fotografia a cores de Loyal Griggs.

“Trailers” do filme: https://www.youtube.com/watch?v=9EFBgbVx_-A https://www.youtube.com/watch?v=av_no7yfFsg

Bilhete de cinema do Teatro Imperio, n.º 000555, canto superior esquerdo rasgado (12cm x 7,5 cm)

Bilhete de cinema do Teatro Império n.º 555, para o dia 4 de Janeiro de 1963, da 3.ª classe ($ 0,90) para a sessão das 14.30 horas. O filme do dia foi “Cleópatra”

Bilhete de cinema – verso

Filme americano de 1963 sobre a rainha egípcia Cleópatra dirigido (argumento adaptado pelo próprio com Ranald MacDougall e Sidney Buchman) (1) por Joseph L. Mankiewicz e produzido por Walter Wanger para a “Twentieth Century-Fox Film Corporation”. Actores principais: Elizabeth Taylor (Cleopatra); Richard Burton (Marco António); Rex Harrison (Júlio César); Martin Landau (Rufio) e Roddy McDowall (Octávio)

O filme em 1964, foi candidato a oito óscares; ganhou em quatro categorias: melhor cinematografia (cor); melhor direcção artística; melhor design de vestuário (2) ; melhor “efeitos especiais”.  https://en.wikipedia.org/wiki/Cleopatra_(1963_film)

 (1) Adaptação de um livro “The Life and Times of Cleopatra” de Carlo Maria Franzero, publicado em 1957.

(2) A actriz Elizabeth Taylor foi eleita por “Guinness World Record” com o título de  “Most costume changes in a film”; Taylor apresentou no filme com 65 conjunto de vestuário. Este “record” só foi batido quando em 1968, no filme “ Star”, a actriz Julie Andrews alterou o seu vestuário 125 vezes, ao longo do filme.

Trailers: https://www.imdb.com/video/vi2360911385?ref_=tt_pv_vi_aiv_1 https://www.imdb.com/video/vi3293488921?ref_=tt_pv_vi_aiv_2

Extraído de «Revista de Artilharia«, n.º 55 ANO V, 1909 , p.623

No dia 3 de Janeiro de 1909, Manuel da Silva Mendes deu uma conferência no Grémio Militar de Macau subordinada ao título “LAO-TZE e a sua doutrina segundo o TAO-TE-KING”. (1)

O texto da conferência foi publicada, em 1908, pela Imprensa Nacional de Macau, portanto, antes da sua leitura. O assunto do tauismo prendeu muito a sua atenção. Silva Mendes não conheceu, porém a obra de Láucio, senão através de traduções, visto que não sabia chinês escrito e o seu conhecimento do chinês falado era muito restrito e superficial, motivo poe que não é crível que tivesse sido capaz de conservar e discutir, em língua nativa, com os homens de letras chineses, sobre assunto tão transcendente. Assim, no ano que precedeu ao seu falecimento, publicou os “Excerptos de Filosofia Taoista”, obra em verso da qual foram impressos apenas 200 exemplares, na Tipografia do Orfanato da Imaculada Conçeição e  que deveria ser seguida dum segundo volume, que ainda não se encontra publicado”  (2)

(1)Texto da conferência publicado na “Nova Colectânea de Artigos de Manuel da Silva Mendes, Volume I (Arte). Folhetins do «Notícias de Macau» (publicados nos n.os 4672 a 4751 de 12-06-1963 a 18-09-1963), 1963, pp.211-253. e também numa trilogia, publicada em 2017, edição de ”Livros do Oriente “ intitulado “Manuel da Silva Mendes: memória e pensamento” organizado com estudos de António Aresta, Amadeu Gonçalves e Tiago Quadros, no volume I (Arte, Filosofia e Religião. Cultura e tradições), pp.311-338

CAPA
CONTRA-CAPA

(2) GOMES, Luís G. – JUSTIFICAÇÃO, p.V do livro “Nova Colectânea de Artigos de Manuel da Silva Mendes”, (1)

Versos na língu maquista, “Laia-laia, Rabusénga”, (1) como classificou o próprio autor, José dos Santos Ferreira (Adé), (2) publicado neste dia, 7 de Dezembro de 1963, no Jornal «Gazeta Macaense», a propósito de uma visita de um grupo de macaenses a Lisboa. (3) 

(1) Laia-laia, Rabusénga – De várias espécies; Ninharia (bagatela)

(2) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-dos-santos-ferreira/

(3) Retirado de FERREIRA, José dos Santos – Macau sã Assi, 1967, p. 80

Livro de Jack M. Braga (1) (2) “Primórdios da Imprensa em Macau”, trabalho publicado em português, anteriormente em quatro números sucessivos no “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau”, iniciados em Dezembro de 1964 e em 1965 (3). O trabalho original em inglês foi publicado em 1963 pelo Centro de Estudos Ultramarinos (4).

(1) BRAGA, Jack M. – Primórdios da Imprensa em Macau. Edição do Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau, 1965, 120 p., 26,3 cm x 19 cm x 0,7 cm.

(2) Sobre Jack M. Braga ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jack-m-braga-jose-maria-braga/

(3) Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau. – Ano e vol. LXII, n.º 726 Dezembro (1964), p. 967-998. Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau. – Ano e vol. LXIII, n.º 727 (1965), p. 50-83. Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau. – Ano e vol. LXIII, n.º 728 (1965), p. 166-195. Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau. – Ano e vol. LXIII, n.º 729 (1965), p. 251-270

Página de rosto do livro xilogravado do Padre Miguel Ruggiere, S. J., impresso em Macau em 1585. Foi o primeiro livro impresso em Macau. (Arquivos da Companhia de Jesus em Roma; reproduzido de “Primórdios da Imprensa em Macau”, de Jack M. Braga, edição do Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau-1965)

(4) BRAGA, J. M. – The beginnings of printing at Macao. Centro de Estudos Ultramarinos (Portugal). (Separata de STVDIA — Revista Semestral— N.º 12-Julho 1963), Lisboa, 109 p.

Este original, em inglês, contém um Anexo IV que não consta na versão portuguesa. Este Anexo IV contém cópias de duas cartas, a primeira endereçada por Miguel de Arriaga Brum da Silveira de Macau em 29 de Dezembro de 1818 à Sua Majestade e a resposta assinada por José Joaquim da Silva Freitas, Conde dos Arcos, Secretário de Estado, do Palácio de Rio de Janeiro em 1 de Outubro de 1819, com aprovação do pedido dos Padres do Colégio de S. José em utilizar o uso de máquinas impressoras de papéis e livros necessários para a missão evangelizadora.

Encontra-se disponível para leitura em: http://library.um.edu.mo/ebooks/b31042132.pdf. https://nla.gov.au/nla.obj-239503782/view?partId=nla.obj-239616841#page/n4/mode/1u        

Livro de José dos Santos Ferreira publicado em 1967, (1) composto e impresso na Tipografia da Missão do Padroado (2), com versos (Laia-laia rabusénga) e prosas no dialecto macaense e breve vocabulário de alguns termos utilizados. A maioria dos versos foram publicados anteriormente no jornal «O Clarim», de 1953 a 1955 e depois na «Gazeta Macaense» de 1963. Inclui ainda uma comédia em 1 acto “Mui-mui Sua Neto” e uma opereta em 2 actos (para rir) “Cabo Tamêm Sã Gente”. A ilustração é de Leonel A. S. Barros.

Retiro da Introdução (pp. 9-11) , o seguinte: “O dialecto macaense, como muito bem ensinou João Feliciano Marques Pereira, (3) não se apresenta sob uma única forma, mas sem debaixo de três pelo menos, que é conveniente distinguir: a) o macaísta cerrado ou macaísta puro (se assim se pode chamar) e que é o mais interessante; era falado principalmente pelas classes humildes; b) o macaísta modificado pela tendência a aproximar-se do português corrente, era usado pela gente mais polida e que estava mais em contacto com o elemento metropolitano; c) o macaísta falado pelos chineses. Das duas primeiras formas, sobretudo a primeira, se aproximam mais os escritos contidos neste volume. Sob a última, vem publicado um original, em simples monólogo – MERENDA AI! – que o autor põe na boca de um conhecido chinês de Macau.

Desenho de Leonel A. S. Barros (pág. 7)

MERENDA AI! “Iou sã Merenda Ai!. Tudo gente na Macau, assi chamá pa iou, Seléa nóme nunca muto agradá. Masqui geniado, tamêm pacéncia… Qui cuza pôde fazê, si ilôtro querê batizá iou com estunga nóme? Merenda Ai tamêm sã nóme cristám… Iou sã Macau-filo. Quelê-modo iou sã Macau-filo ? Iuo sã já nacê na Macau, j´olá? Têm tanto ano-iá … Mamã fica na Básso-mónti, quelóra larga iou vêm fora. Cavá crecê, Mamã já ensiná iou fazê merenda, pa ganhá sapéca. Sã assi que iou nuncassá vai escola, j´olá? “…. (continua)

(1) Na última página “Acabou de se imprimir este livro aos 2 de Janeiro de 1968

(2) Trata-se do primeiro livro impresso de Adé Santos Ferreira em “língu maquista” (patuá). Anteriormente, publicou o 1.º, um relato de viagens “Escandinávia, Região de Encantos Mil, em 1960, FERREIRA, José dos Santos – Macau Sã Assi. Macau, 1967, 138 p + Índice., 20, 5 cm x 14 cm x 0,7 cm.

(3) Pequeno trecho de João Feliciano Marques Pereira assinalado na capa (interior)