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Contando a colónia de Hong Kong apenas sessenta e quatro dias de existência, começa a publicar-se em 1 de Maio de 1841, naquela cidade o “Hong Kong Gazette”.

Anuário de Macau, 1922, p. 19
BPMT XIII-18 de 6 de Maio de 1867, p. 102

“A adesão à Carta Constitucional e instalação da nova câmara municipal são assunto da publicação nesta data de «Crónica de Macau» no seu número 11, p. 49. Em 22 de Fevereiro desse ano, o Governador Bernardo José de Sousa Soares de Andrea tinha dissolvido a Câmara de Macau.” (SILVA. Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. II, 2015, p. 72)

“A nova Camara Municipal desta Cidade segundo o Decreto de 9 de Janeiro de 1834, he composto de cinco  membros, os Snrs Joze Baptista de Miranda e Lima Prezidente, António Vicente Cortella Procurador Fiscal, João Damasceno Coelho dos Santos, Joze Vicente Jorge, e Floriano António Rangel, que deverá este fazer as vezes de Provedor, e no fraco modo de pensar elle dezempenhará as obrigações da Procuratura Chineza; por que nehuma conveniencia achamos, em que se fação dous lugares que se podem reunir em hum só: o dizer que he de grande transcendencia o lugar de Procurador pelos negocios Chinas, que tem de tratar, isso he querer fazer da Procuratura huma bicha de sete cabeças.”

Manda Sua Magestade, a Rainha, pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, participar ao Padre Joaquim José Leite, Reitor do Colégio e Procurador das Missões da China em Macau, que no navio ‘Novo Viajante’, vão apresentar-se-lhe, paga a passagem pelo Estado, os dois Minoristas, Joaquim José Chaves e José Maria Romão, para se aplicarem aos estudos e serviço das Missões; cumprindo que se empreguem os maiores esforços para que eles pelo conhecimento das línguas, principalmente a chinesa, e pelo das ciências, para o ensino das quais existem Professores, se habilitem a entrar e missionar no Império Chinês; o que a Mesma Augusta Senhora muito Deseja e Recomenda para se tirar da Missão de Macau o proveito que se teve em vista na sua instituição, e que é ainda hoje motivo para se conservar e favorecer. Por esta ocasião e sendo óbvias as vantagens que se podem tirar das traduções dos Livros Chineses que contenham conhecimentos úteis, Ordena Sua Magestade que os Professores daquela língua e principalmente o Padre Joaquim Afonso Gonçalves se empregue nas ditas traduções, dando anualmente conta do progresso de seus trabalhos pela referida Secretaria de Estado e remetendo as traduções concluídas para se imprimirem à custa do Governo. Também Sua Magestade Deseja e Quer que no Colégio de S. José se forme um Museu dos produtos mais raros que se puderem haver do Império da China e de quaisquer outros que por suas qualidade e raridade se façam merecedores de entrar em colecção (…)”. (Boletim do Conselho Ultramarino: Legislação Novíssima, Lisboa, Imprensa Nacional, 1867, vol. l (1834-1851), p. 52. A Ordem Régia citada é de 14 de Julho de 1838.)

Também por decreto de 28 de Maio de 1834 foram suprimidas em Portugal todas as ordens religiosas e congregações, mas só após dois anos a Congregação da Missão (lazaristas) foi dissolvida em Macau, devido à oposição para a execução do decreto do Padre Joaquim José Leite, procurador das Missões e Superior. Os padres que aqui leccionavam tornaram-se seculares e continuaram a ensinar no Colégio. Assim existiram as escolas régias, até que em 1836, com a vitória do Liberalismo, surgiu um novo modelo de ensino público oficial baseado no sistema francês e novas escolas de iniciativa privada apareceram. Com a execução, em Setembro de 1835, do decreto que extinguia toas as congregações religiosas e, mais tarde com a morte, em 1853, do Pe. Joaquim José Leite, último reitor lazarista, entrou o então «Real Colégio de S. José» num novo período de decadência.

Anteriores referências a este Lazarista, ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pe-joaquim-jose-leite/

Do «Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas», no n-º especial comemorativo do Tricentenário da «Gazeta», n.º4, Out/Nov/ Dez  de 1941, pp. 143-144; 169-170. (1), extraí o seguinte texto sobre a evolução da imprensa escrita em Macau.

(1)http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/BoletimdoSindicatodeJornalistas/N04/N04_master/BoletimdoSindicatodeJornalistas_N04_OutNovDez1941.pdf

No dia 1 de Agosto de 1834, sexta-feira, faleceu em Cantão, Dr. Robert Morrison, (1) primeiro missionário protestante que entrou na China. Esteve 27 anos ao serviço da sua Igreja no Oriente, 25 dos quais trabalhou, igualmente como tradutor da Companhia Inglesa das Índias Orientais. (2) O corpo de Morrison foi trazido para Macau por seu filho John e por Sir George Robinson, um dos superintendentes do Comércio Britânico. (3) (4)

POSTAL – Robert Morrison (1782-1834)
Verso do POSTAL – Robert Morrison (1782-1834)

Dr. Robert Morrison, nasceu em 5 de Janeiro de 1782, foi ordenado ministro na igreja escocesa, em Londres a 8 de Janeiro de 1807, e a 31 desse mês embarcou para a China como missionário da London Missionary Society. Chegou a Macau a 4 de Setembro de 1807 (5) e daqui passou para Cantão onde continuou os seus estudos de chinês com um católico de Pequim. A 1 de Junho de 1808, partiu para Macau para recuperar a saúde e em fins de Agosto voltou a Cantão já com a saúde restaurada; pouco meses depois regressou a Macau. A 20 de Fevereiro de 1809 casou com Mary Morton, (6) filha do Dr. Morton, médico irlandês da Companhia das Índias Orientais Foi então nomeado secretário e tradutor de chinês pela Feitoria Britânica na China com um salário anual de 500 libras. Foi, entre inúmeros trabalhos em chinês e inglês, (7) o compilador e editor do Dicionário da Língua Chinesa, em 6 volumes (Macau, 1815 a 1828) e o autor da primeira edição completa da Bíblia em chinês, que publicou em Malaca (2 volumes) em 1823 (2) (3)

POSTAL – Reverendo Dr. Robert Morrison e seus Assistentes. Quadro de George Chinnery (1774-1852)
Verso do POSTAL – Reverendo Dr. Robert Morrison e seus Assistentes. Quadro de George Chinnery (1774-1852)

(1) Robert Morrison encontrava-se em Cantão, acompanhando Lord William John Napier, primeiro chefe superintendente do Comércio Britânico na China que o nomeou secretário e intérprete chinês, com um salário anual de 1.300 libras. Lord Napier que sofreu em Cantão os primeiros sintomas da doença, faleceria a 11 de Outubro seguinte, em Macau, tendo pedido que fosse sepultado junto de Morrison, no Cemitério Protestante.

 (2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Volume II, 2015, p.70.

(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I , pp.276-279

(4) Para honrar a sua memória, fundou-se, a 24 de Fevereiro de 1838, a “Morrison Education Society in China”, sendo a escola aberta em Macau sob a direcção dum professor americano; esta escola foi transferida para Hong Kong, sendo montada numa colina, a oeste de Queenstown, colina a que se deu o nome de Morrison Hill. Hoje a colina desapareceu, mas o nome conserva-se na rua chamada Morrison Hill Road. (2)

(5) Segundo Beatriz Basto da Silva foi a 07-09-1807. “Robert Morrison chega a Macau, a caminho de Guangzhou (Cantão). É o primeiro missionário protestante na China e a ele se deve a tradução integral da Bíblia para chinês” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Volume II, 2015, p.12)

(6) Mary Morton faleceu em Macau, de cólera a 10 de Junho de 1821 sendo a primeira pessoa a ser sepultada no Cemitério Protestante, então comprado pela Companhia das Índias Orientais por 3 a 4 mil patacas. (2) A data á entrada da Igreja e do cemitério protestante, no Largo Luís de Camões é 1814, mas de facto, o primeiro enterramento só se deu em 1821.

(7) “01-05-1833 O célebre sinólogo britânico doutor Robert Morrison principiou a publicar o The Evangelist and Miscelânea Sinica que, após seis números foi suspenso pelo governo em Agosto a instâncias do Vigário Capitular da Diocese, o P.e Inácio da Silva (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Volume II, 2015, p.65.)

Anteriores referências neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/robert-morrison/

No dia 5 de Novembro de 1834, um violento incêndio destruiu 500 moradias. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954 e SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Volume 3, 1995 e Volume II, 2015)

Nas efemérides publicadas em 1908 no «The Directory & Chronicle for China, Japan…», periódico editado anualmente em Hong Kong, menciona este incêndio “Great Fire in Macao…”, datando-o a 12 de Novembro de 1834. A. Marques Pereira não menciona este acontecimento nas suas “Ephemerides Commemorativas da História de Macau”

Relembro que o Serviço de Incêndios de Macau, de modo informal existe desde 1851 e só em 2 de Maio de 1883 foi criado o primeiro «Regulamento dos Serviços de Incêndio de Macau» Até esta data, os incêndios eram debelados pelos próprios moradores, bem como pelo pessoal das fábricas e das lojas. O «Regulamento dos Serviços de Incêndio», publicado no Boletim Oficial de 10 de Agosto de 1883, conferiu ao serviço um carácter oficial, regular e organizado: constituído por um efetivo de 60 pessoas, instalados no antigo Convento de S. Domingos. Em 1914, passou a integrar a Direção das Obras Públicas. No ano seguinte, há lugar a nova reorganização e os serviços de incêndio passam a ser coordenados pelo Major de Infantaria, João Carlos Craveiro Lopes. Em 1916, já existiam três estações em Macau. A Taipa e Coloane tinham também os seus próprios postos de incêndio.(FARIA, Alice Santiago – Corpo de Bombeiros https://hpip.org/pt/heritage/details/2238

Ver anteriores postagens sobre incêndios em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/incendios/

Extraído de «Gazeta de Macao», I-31, 22 de Agosto de 1839
«O Macaísta Imparcial», de 16-06-1836

«O Macaista Imparcial» publicou-se de 09-06-1836 (preço: 50 avos) a 04-07-1838. (n.º 158)

Último número de «O Macaísta Imparcial e Registo Mercantil» II-158 de 04-07-1838

Bi-semanal até 05-05-1837 e em 05-07-1837 (n.º 106) acrescentou o subtítulo «Registo Mercantil», depois passou a hebdomadário. (1)

«O Macaísta Imparcial e Registo Mercantil» I-106 de 05-07-1837

Foi seu fundador e redactor, Félix Feliciano da Cruz. (2) Impresso na Tipografia Feliciana, do próprio fundador.  Colaborou neste jornal, José Baptista de Miranda e Lima, (4) nomeadamente com apontamentos da história de Macau na secção ”Antiguidades de Macao”. Impunha-se ser imparcial embora de feição conservadora, mas em Agosto de 1936, entrou em oposição ao jornal «Cronica de Macao» (quinzenário de 12-10-1834 a 18-11-1836) e terminou a publicação por ordem censória do governador Adrião Acácio da Silveira Pinto.

1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/o-macaista-imparcial/

(2) Félix Feliciano da Cruz nasceu na Sé, cerca de 1810 e faleceu em Hong Kong a 1 de Março de 1879. Foi Irmão da Santa Casa de Misericórdia, eleito a 29-10-1837. Publicou a «Pauta Geral da Alfândega da Cidade de Macau», em 1844. (3) Trabalhou entre Cantão e Hong Kong tendo editado o «Anglo- Chinese Kalendar and Register», em 1832 e colaborado, em Cantão, no lançamento do «Canton Press” (1835 publicado em Cantão e depois, em 1844, publicado em Macau). Depois em Macau, foi proprietário da Tipografia Feliciana e Tipografia Armenia, e fundador, em Macau, de três jornais portugueses entre 1936 e 1844: «O Macaista Imparcial» de 09-06-1836 a 04-07-1838 (Tipografia Feliciana) «O Farol Macaense» de 23-07-1841 a 14-01-1842 (Tipografia Armenia) «Aurora Macaense» 14-01-1843 A 03-02-1844, semanário (Tipografia Armenia). F. F. da Cruz foi o editor do “Canton Commercial List” com os seus filhos e “compositores tipográficos” macaenses entre 1848 e 1856. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/felix-feliciano-da-cruz/

(3) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol. I, 1996, p. 965.

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-baptista-de-miranda-e-lima/

Do diário/cartas de Harriet Low, uma descrição de um pic-nic que, em 16 de Dezembro de 1831, se efectuou na ilha da Lapa, em companhia das senhoras Mrs. Davis, Mrs. Hyne e sua irmã, e da senhorinha Petrie; e dos seguintes homens: Matheson (1), e Davis, os dois escoceses que convidaram os outros para o picnic; o tenente George Frederick Dashwood, para o qual Harriet se sentiu atraída logo à primeira vista, Mr. Daniel e Mr. Pausey, os tenentes Pruyn e Mitchell e um missionário alemão,Karl Gutzlaff. (2)
Às 11 da manhã saí de casa acabrunhada, sem prever prazer algum, e nem sequer estava decidida ir; só o fiz ao chegar a casa de Mr. Davis, onde se reuniu o grupo …
Ao meio dia, saímos da casa de Mrs. Davis e fomos para o barco; com a maré e o vento eram contrários, tivemos de ficar ali uma hora.
Mas esta hora passou-se muito agradavelmente; o dia era fresco e confortável, o sol um tanto nublado, o que era ainda melhor. Embarcámos cerca da 1 e caminhamos até às 2,30, em que chegámos ao lugar do nosso destino – o pagode.
Todos estavam animados. Tomámos um belo almoço frio que nos foi fornecido, ou melhor, que nós mesmos levámos connosco, e que se compunha do melhor de cada coisa. Todos lhe fizemos justiça, pois os nossos apetites estavam tão aguçados como lâminas de barbear.
Bebemos água fresca da rocha ao lado.
As montanhas elevam-se sobre as nossas cabeças e, o que não é costume, estavam atapetadas de verdura. Avistávamos o mar à distância, salpicado de numerosas ilhas. E onde imaginas que foi a nossa mesa?
Na varanda do pagode. As deusas destes pobres pagãos estavam aos nossos lados, ao abrigo dum enorme rochedo. Mas a minha descrição não te pode dar ideia do lugar ou do prazer do nosso picnic. Os diferentes pratos vinham e iam na mesma ordem como se estivéssemos num hotel. Tudo correu decentemente e em ordem; à mesa, saltitava a alegria e uma hilaridade inocente.
Admirámos as belezas da natureza, compadecemo-nos das pobres criaturas, que se inclinam perante estes blocos de madeira ou pedra e eu, pelo menos, desejaria sinceramente ter a oportunidade de lhes fazer algum bem. Mas tudo o que posso fazer é rezar por eles. Tomámos uma bela chávena de café e, depois de explorar um pouco o lugar, começámos a viagem de regresso..  (…)
Para guia escolheram-me a mim e ao tenente George Frederick Dashwood. (3) Mas tenho a dizer-te que ele era um rapaz extremamente fascinante e eu não me importaria de ir com ele para qualquer parte. Disse eu então: “Bem, eu não tenho ideia alguma do caminho; mas prometeis seguir-me?”.
Levei-os por uma ravina abaixo, eriçada de imensos blocos de granito, passando uma corrente de água por entre eles. Dirigi a marcha mui ousada e elegantemente (pois pertenço à tribo de Chamois)
Quando já tinha andado meio caminho através de dificuldades e perigos, olhei para ver o grupo e verifiquei que não me haviam seguido. Imagina-me agora só na ravina com este jovem!
Que romântico!
Mas depressa, ouvimos o som duma voz lá em cima a dizer “Desafiadora. Ein!”
Eles haviam tomado um caminho mais fácil no cume da colina, mas eu gostei muito mais disto do que se fosse pelo caminho trilhado de cada dia.
Por fim, juntámo-nos ao grupo e passámos momentos encantadores; entrámos no barco e chegámos a Macau cerca das 7, demasiados excitados para sentir qualquer fadiga.
Tivemos um chá em nossa casa com as senhoras do grupo, que só nos deixaram depois das 11 da noite. Fui então para a cama, mas só consegui dormir às 6 horas da manhã”. (4)
James Matheson em 1837

(1) James Matheson (1796-1878) da “Jardine Matheson & Co” (percursora da actual “Jardine Matheson Holdings” . A empresa comercial (ópio, algodão, chá, seda e outros produtos) foi fundada em 1832 pelos escoceses William Jardine e James Matheson como sócios.
https://en.wikipedia.org/wiki/James_Matheson
Karl Gutzlaff, cerca de 1834

(2) Reverendo Karl Friedrich August Gutzlaff (1803-1851) da Prússia, que viveu muitos anos de Macau e faleceu em Hong Kong de 1851 com 49 anos de idade. Um dos primeiros missionários protestantes em Singapura, na Tailândia (1828) e Coreia do Sul (1832). Este pastor falava 12 línguas diferentes e tinha uma conversa interessantíssima como interessantes eram os seus sermões. Penetrou em Pequim e até mais além vestido à chinesa. Quando missionava no Sião, faleceu durante o parto a sua esposa e o filho. Deixou então esse país e, voltou a Macau. Casou em 1834 de novo, com Mary Wanstall que em Macau dirigiu uma escola e uma casa para cegos. Não tiveram filhos mas adoptaram duas raparigas chinesas cegas (uma delas foi educada em Inglaterra e voltou para uma escola de cegos em Ningbo. Mary Wanstall faleceu em Singapura em 1849. Terceiro casamento em 1850 na Inglaterra.
Em Macau, e depois em Hong Kong, Gutzlaff trabalhou (com outras pessoas) numa tradução Chinesa da Bíblia, (iniciou em 1840 e terminou em 1847), publicou uma revista em chinês, “Eastern Western Monthly Magazine”, fundou a “Sociedade Evangélica Chinesa”  e escreveu livros em chinês sobre assuntos práticos. Em 1834, publicou o “Jornal das Três Viagens além da Costa da China em 1831, 1832 e 1833”. Morreu em Hong Kong em 1851.
http://haudenschild-com.blogspot.com/2011/01/karl-friederich-gutzlaff-anglicized-as.html

Karl Gutzlaff em traje de Fujian
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_G%C3%BCtzlaff

Tem uma placa de toponímia com o seu nome em Hong Kong: Gutzlaff Street 吉士笠街
“Gutzlaff Street is a lane in the Central district of Hong Kong, crossing Stanley Street, Wellington Street, Gage Street and Lyndhurst Terrace” .
https://en.wikipedia.org/wiki/Gutzlaff_Street
NOTA: Em homenagem a Karl Gutzlaff , foi atribuído o seu nome a uma Ilha no distrito de Zhejiang. Gutzilaff , de 1840 a 1843,  serviu como intérprete/tradutor nos barcos britânicos, do Governo inglês em Hong Kong.  Foi portanto nomeado pelos britânicos  para magistrado em três cidades: na China Central – Dinghai; em Zhouhan (Chusan) – ilha na costa de Zhejiang; Ningbo (centro comercial da Província de Zheijiang) e em Zhenjiang (Chinkiang) – cidade do Rio Yangzi.

Ilha de Gutzlaff em Zhejiang, China.
https://en.wikipedia.org/wiki/Karl_G%C3%BCtzlaff

George Frederick Dashwood em 1850

(3) George Frederick Daswood (1806-1881). Entrou para o “Royal Naval College” em 1819. Depois da estadia em Macau, esteve entre 1832 e 1833 no “HMS Challenger“ e em 1833, como “commissioned lieutenant” no navio “Sulphur”. Devido a problemas de saúde (reumatismo acentuado) retirou-se em 1837. Casou em 1839, e com a família emigrou para Adelaide (Austrália) em 1841. Na Austrália, desde 1842 até ao seu falecimento, desempenhou diversos postos públicos (“Collector of Customs, “Police Magistrate” e Stipendiary Magistrate”)
https://collections.slsa.sa.gov.au/resource/B+31064 
https://en.wikipedia.org/wiki/George_Frederick_Dashwood
(4) Retirado de TEIXEIRA, Padre Manuel – Macau no Séc. XIX visto por uma jovem americana, 1981.

Notícia na imprensa estrangeira do grande incêndio da Igreja da Madre de Deus (S. Paulo), no dia 26 de Janeiro de 1835. (1) (2)

Igreja e Escadaria de S. Paulo (pormenor)
1834
George Chinnery (1774.1852)
Lápis e sépia sobre papel
POSTAL (18 cm x 12 cm) da Colecção Museu de Arte de Macau (MAM)

(1) «The Canton Register» Vol 8, n.º 5 , 1835.
(2) Ver referências anteriores da Igreja da Madre de Deus (S. Paulo), e Ruínas de S. Paulo, em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-da-madre-de-deus-s-paulo/
(3) Ver referências anteriores do pintor George Chinnery em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-chinnery/

No dia 21 de Março de 1845, faleceu em Macau, antes de ser sagrado, (1) o 12.º Bispo de Diocese, D. Nicolau Rodrigues Pereira de Borja, que foi sepultado, no cemitério de S. Paulo, sendo os seus ossos transladados, em 1859, para o carneiro da capela do Santíssimo da Sé Catedral, cuja reconstrução é, em grande parte, devida ao Bispo Borja. (1) (2)
O Padre Nicolau Rodrigues Pereira de Borja (1841-1845), sacerdote da Congregação de Missão (lazarista) chegou a Macau em 1802, para Mestre na Sagrada Theologia no Real Colégio de S. José da Cidade de Macau, e desempenhou depois as funções de Reitor do mesmo Colégio. No ano 1834, devido a perseguição tanto em Portugal como em Macau, expulsando todos os religiosos e sequestrando os seus domínios, houve uma vagatura da Diocese por um período de treze anos, depois da morte do Bispo D. Francisco da Luz Chacim. O Padre Nicolau Borja, foi nomeado Bispo de Macau em 25 de Novembro de 1841, confirmado em 19 de Junho de 1843, e tomou posse do Bispado aos 14 de Novembro do mesmo ano.
(1) O Padre Manuel Teixeira – refere que a morte do Bispo Borja ocorreu a 29 de Março de 1945, baseado no ofício do Bispo D. Jerónimo José da Mata, sucessor de D. Nicolau Borja, comunicando a morte do prelado e convidando o Leal Senado para o enterro do Bispo D. Nicolau que se realizaria no dia 1 de Abril. O Bispo Nicolau Borja não chegou a ser sagrado (marcado para 8 de Setembro de 1844) encontrando-se para esse fim já em Macau D. Fr. Tomás Badia mas este falece a 1 de Setembro de 1844 e o Bispo Borja falece a 29 de Março de 1845 com 68 anos de idade. Foi sepultado no interior da Capela do cemitério de S. Paulo. Transladado depois para debaixo do altar principal da Sé Catedral.
TEIXEIRA, Pe. Manuel – Macau e a sua Diocese, II Volume, 1940, p. 393
(2) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954 e PEREIRA; A. Marques –Ephemerides commemorativas da historia de Macau e das relações da China com os povos Christãos (Macau: da Silva, 1868)
Anterior referência a este prelado em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-nicolau-r-pereira-de-borja/