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Em 6 de Março de 1844, (e até 22-09-1845) foi iniciada a publicação do semanário libertário e político «O Procurador dos Macaístas», (1) fundado por Manuel Maria Dias Pegado. (2) (3)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/o-procurador-dos-macaistas-1844-1845/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-maria-dias-pegado/

(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

(4) Boletim do Governo (2.ª fase; a 1.ª fase iniciou-se em 05-09-1838) 01- 01- 1846 a 01-12-1870, semanário. De 1842 a 1862 foi jornal único em Macau.

NOTA: Durante 20 anos (1842 a 1862) (4) não se publicou nenhum jornal português em Macau, à excepção do Boletim Oficial. Segundo o Padre Manuel Teixeira as razões apontadas são a decadência de Macau, após o estabelecimento dos ingleses em Hong kong, sentida também na imprensa; a rigidez do Governador Ferreira do Amaral; dificuldades económicas para sustentar um jornal, já que o comércio emigrara quase todo para o porto de Hong kong; publicação da chamada “lei das rolhas”, em Portugal, em 1850 que restringia a liberdade da imprensa. Em 1866 é promulgada “a mais liberal de todas as leis portuguesas relativas à imprensa”. A partir daqui não houve grandes interrupções na imprensa periódica macaense. (FERREIRA, Marcia Rosa dos Reis – Cultura e Sociabilidades em Macau nos finais de oitocentos – O Eco Macaense 1893 – 1899, 2006.) https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/25639/2/tesemestculturaesociabilidades000103700.pdf

Carta de um português ao editor do jornal “Friend of China” de 3 de Fevereiro de 1844 acerca da soberania de Macau e a resposta do editor.

http://www.houghton.hk/?p=103

http://www.houghton.hk/?p=103

Chega a Macau a 24-10-1826, D. Jerónimo José da Mata (1804-1865) que foi Bispo da Diocese de Macau entre 1845 a 1862, como seminarista dos lazaristas. Admitido no seminário aos 18 anos de idade, concluiu os estudos teológicos no Real Colégio de S. José em 1827. Ordenado subdiácono em 1827, ainda pelo Bispo de Chacim. Em 1829, recebeu o diaconado e presbiterado em Manila (não havia Bispo em Macau para essa ordenação). Voltou a Macau, continuando os seus estudos em Matemática e astronomia com a fim de passar para o Tribunal das Matemáticas em Pequim, o que não se concretizou por ordem imperial de não admitir ali mais padres. Foi professor do Seminário de S. José, lecionando várias disciplinas, entre elas, matemática.

Bispo D. Jerónimo José da Mata No pergaminho sustentado pelo Prelado lê-se:
Plano da Igreja Cathedral de Macau – J. Thomas d´Aquino – 1845

Celebrou a primeira missa em Macau, em 1830. De 1837 a 1843 esteve no reino e foi nomeado coadjutor do Bispo de Macau (D. Nicolau Rodrigues Pereira de Borja, com estado precário de saúde). Voltou a Macau em Maio de 1844, confirmado pela Santa Sé em 17 de Junho de 1844, com o título de Altobosco. Com o falecimento do bispo Borja, foi sagrado Bispo de Macau, em 21 de Dezembro de 1846, na igreja de S. Domingos pelo Bispo de Cebu, D. Romualdo Ximenes. Renunciou o cargo em 25 de Setembro de 1862. Faleceu em Campo Maior (Portugal) em 5 de Março de 1865.

Publicou em 1839 uma Memória sobre as missões da China. Foi ele que sagrou a nova Sé Catedral a 19 de Fevereiro de 1850 e ampliação do Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Em 1948 trouxe para Macau as “Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo” . Resignou em 1862

SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 46

TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e Sua Diocese, Vol II, 1940.

https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-jeronimo-jose-da-mata/

Visita do Delegado Imperial e Suntó de Cantão a Macau, tendo-se despedido do Governador José Gregório Pegado (governo de 3 de Outubro de 1843 a 1846) no dia 23 de Outubro de 1844, na residência do Governo. Embarcou no dia seguinte para Cantão no cais novo da Praia Grande, no vapor francês “L´Archimede”.

Extraído de «O Procurador dos Macaístas», I-34 de 26 de Outubro de 1844, Sábado

Extraído de «O Procurador dos Macaístas», Vol. I-n.º 32 de 12 de Outubro de 1844

Manuel Homem de Carvalho (Portugal c.1740-Macau 1800) não era natural de Macau, chegou ao território c. de 1760, tendo depois por via do matrimónio (casamento com Ana de Araújo Rosa, filha mais nova de Simão Vicente Rosa, proprietário da Ilha Verde) integrado na família de Vicente Rosa, uma das figuras mais importantes da cidade. Esteve ligado aos negócios  (comércio e navegação, proprietário do barco «Bons Amigos») e administração nomeadamente vereador do Senado.

31-01-1773 – Manuel Homem de Carvalho (com Bernardo Gomes de Lemos) arrematou em 1 de Setembro de 1813 em leilão por 501 taéis a Ilha Verde por falecimento da Ana de Araújo Rosa que herdou de seu pai Simão Vicente Rosa proprietário da ilha desde 1765. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 295.)

O “American Presbyterian Mission Press” estabeleceu-se em Macau em 23 de Fevereiro de 1844, a cargo de Richard Cole. A imprensa saiu de Macau em 20 de Junho de 1845 para Ningpo (China)

 Extraído do artigo (pp. 206 a 219) do Rev. W. S. Holt “The Mission Press” na p. 217, e publicado no “The Chinese Recorder and Missionary Journal, Vol X- 1879, May/June p. 212”

AMERICAN PRESBYTERIAN MISSION PRESS, 1879
Extraído de «O Procurador dos Macaistas», I-35 de 31 de Outubro de 1844 5.ª feira

Na capela-mor da igreja de S. Domingos, na parede lateral da esquerda, há um a lápide que ostenta, em alto relevo, uma mitra e um báculo e diz: (1)

Extraído de TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980, p. 73.

D. Tomás Badia (O.P.), nascido em 1807, professando nos Dominicanos a 7 de Outubro de 1826, foi enviado à China em 1833 onde sofreu a perseguição de 1836-37. Em fins de 1842 passou a Macau indo receber em Penang (2) a sagração em 1843 como coadjutor de D. José Segui, Arcebispo de Manila. Regressou à sua missão de Fukien, (3)   na China; ali contraiu uma doença que o forçou a vir a Macau, onde faleceu a 1 de Setembro de 1844, antes de poder sagrar o novo bispo de Macau D. Nicolau Rodrigues Pereira de Borja, (4) como este lhe havia pedido. Este faleceu a 29 de Março de 1845 antes de ser sagrado. O corpo de Badia foi depois transladado para Manila. Em 1958, a lápide sepulcral da Badia foi removida do centro da capela-mor e fixada na parede ocidental”. (1)

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980, pp. 73-74.

(2) Penang –ilha localizada na costa peninsular da Malásia.

(3)福建 – Fujian (romanizado para Fukien) ou Hokkien

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-nicolau-r-pereira-de-borja/

Anterior referência a D. Tomás Badia  em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/08/05/noticia-de-5-de-agosto-de-1835-tufao-e-os-estragos-na-se-catedral/

Disponível para leitura uma “Carta del P. Tomás Badía al Prior Provincial Fr. Rafael Masoliver, Fogan, 24 de febrero de 1838”, com notícias de Macau em: https://www.upf.edu/asia/projectes/che/s19/av1838.htm

POSTAL – MACAU – Treaty Table (1)
Foto: 譚永強 Tam Weng Keong (2)

À mesa onde, em Julho de 1844, foi assinado o tratado comercial sino-americano (3)

Verso do postal, com legenda (5 línguas)

(1) Coleccão Macau – LH105; 17,5 cm x 12,5 cm. Anteriores referências a esta mesa em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/tratado-de-wanghia/

(2) 譚永強   – mandarim pīnyīn: tán yǒng qiáng; cantonense jyutping: taam4 wing5 koeng4

 (3) Macau, suplemento da revista «Via Latina», Maio 1991, p. 60

Em Julho de 1842 foi enviado um Batalhão de Caçadores e outro de Artilharia para Macau, no sentido de defender a cidade. Os militares que se encontravam em Macau eram do “Batalhão do Príncipe Regente” que em 13 de Novembro de 1845, foi substituído pelo Batalhão de Artilharia de Primeira Linha. (1)

Nesse ano, em 26 de Abril de 1842, parte do «Batalhão Provisório» que chegara à Índia com tropas do Reino no ano anterior, sob comando do Major Francisco Maria Magalhães, foi destinado a Macau pelo Governador da Índia, (2) receoso pelo clima de guerra entre Inglaterra e a China. Mas os soldados da referida companhia militar e outras tropas de Pangim amotinaram-se, o que conduziu à deposição do Governador e revogação das ordens pelo Conselho de Governo que o substitui. (3) (4)

NOTA: Durante dois séculos, os Governadores da Índia Portuguesa ou (vice-reis) (5) detiveram a jurisdição sobre todas as possessões portuguesas no Índico desde a África austral ao sudeste asiático; só em 1844 o Estado Português da Índia deixou de administrar os territórios de Macau, Solor e Timor.

(1) CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, p.19.

(2) 1840 – 1842 – Governador José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852); Governador da India, 1840-1842; Governador de Timor, 1851-1852

(3) 1842 – Conselho de Governo do Estado da Índia – António José de Melo Soutto-Maior Teles, António João de Ataíde, José da Costa Campos e Caetano de Sousa e Vasconcelos ;   1842 – 1843 – Governador Francisco Xavier da Silva Pereira (1.º Conde das Antas)

(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 96. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_da_%C3%8Dndia_Portuguesa

(5) Durante a vigência do regime monárquico, a titulação do chefe de governo da Índia Portuguesa variou entre «Governador» e «Vice-Rei» O título de vice-rei seria apenas atribuído a membros da alta nobreza; foi oficialmente extinto em 1774, ainda que mais tarde tenha sido conferido esporadicamente, para ser definitivamente extinto após 1835).