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          Cópia enviada à Sociedade de Geografia de Lisboa pelo Governo de Macau por ocasião de se preparar a reunião do Congresso Internacional dos Orientalistas em Lisboa (1892), Lisboa, Imprensa Nacional, 1893

Trechos em prosa e verso de um álbum pertencente ao antigo proprietário da Gruta de Camões (Macau)

Alegra-me esta gruta, onde a fortuna

Te foi menos cruel, grande Camões;

Respeito estes rochedos, que te viram,

E ouviram tua voz, tuas canções.

O padrão, em que aqui bem trabalhaste,

Proclama ao mundo inteiro a nossa gloria:

É que ficou tão grande, como grandes

Foram nossos heroes, essa memoria.

MANUEL DE CASTRO SAMPAIO

18 de Abril de 1864

Extraído de: TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau, 1977, p. 172

Extraído de TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau, 1977, p. 88

John Francis Davis foi nomeado Superintendente do Comércio e Governador e Comandante em Chefe  de Hong Kong , em 8 de Maio de 1844, e deixou o cargo em 18 de Março de 1848.

Sir John Francis Davis, 1º Baronete KCB (16 de julho de 1795 – 13 de novembro de 1890) foi um diplomata e sinólogo britânico que serviu como segundo governador de Hong Kong de 1844 a 1848. Davis foi o primeiro presidente da Royal Asiatic Society Hong Kong.

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Francis_Davis

No dia 24 de Fevereiro de 1870, saiu o último número do seminário político,  O Noticiário  Macaense cuja publicação principiou em 1869. (1) (2)

(1) “Este semanário político publicou-se de 11 de Janeiro de 1869 a 24 de Fevereiro de 1870, sendo um dos seus fundadores Miguel Aires da Silva, nascido em Macau em 17 de Julho de 1844 e aqui falecido em 17 de Setembro de 1886, filho de Pedro Nolasco da Silva e de Severina Angélica Baptista, o qual casou em 3 de Fevereiro de 1872 com Josefina Angélica Ferreira Gordo, filha de Justino António Ferreira Gordo e de Maria Ana Ferreira Gordo.” (TEIXEIRA, Padre M. – Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente, p. 42).

(2) “11-01-1870 – Apareceu o semanário político O Noticiário Macaense, sendo Miguel Aires Silva, um dos seus fundadores.” Por lapso, a data indicada por Luís G. Gomes (nas Efemérides…) e Beatriz B. Silva (nas Cronologias…) está incorrecta. A data correcta  é 11 de Janeiro de 1869.

A propósito da notícia publicada em 19 de Janeiro de 2024, (1) acerca da igreja de Nossa Senhora do Amparo (e Rua de Nossa Senhora do Amparo) e referentes aos “Senadores”, estes eram, em 1747, Pedro Romano, Manuel Leite Pereira, João Antunes, Tomás dos Reis e Simão Vicente Rosa: O escrivão era Silva Martins.

É interresante notar que, sem ser paróquia, a Igreja tinha os livros de registos de baptismos e um padre encarregado da igreja e da instrução dos catecúmenos.

O Padre Videira Pires diz: «O bairro mais antigo de Macau é o que vai, desde a actual  Rua da Palha, através das Ruas de S. Paulo e Nossa Senhora do Amparo, até ao antigo cais do patane, no sopé da colina da gruta de Camões, lado noroeste. A Rua Nossa Senhora do Amparo era marginal e só tinha casas do lado do Monte»

Junto à Rua de Nossa Senhora do Amparo, existe com entrada pelo portal do prédio n.º 19 desta rua, de um estreito corredor coberto ou túnel (que ficou conhecido pelo nome de «Pátio da Mina»). Há uma lenda que diz que havia outrora um túnel entre o Colégio de S. Paulo e a Fortaleza do Monte com galerias subterrâneas e quartos secretos, onde os jesuítas escondiam os seus tesouros. Fez-se eco desta lenda o Cónego António Maria de Morais Sarmento afirmando: «Esta tradição tem algum fundamento»

No entanto, o Padre Benjamim Pires, S. J. e o Padre Manuel Teixeira refutam esta lenda.

A lenda fica para uma próxima postagem.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2024/01/19/noticia-de-19-de-janeiro-de-1752-igreja-de-nossa-senhora-do-amparo-i/                                  (2) TEIXEIRA , P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, 1999, pp. 145 e 146

19-01-1752 – Pedido do P.e José da Silva para o Senado mandar «fazer Casa Forte junto a sua igreja (de St.º António) por ser muito conveniente, visto se pretender fazer hua Capella nas Cazas que forão de D. Paulla, e ser preciso tomar a traveça»

Foi deferido. No ano seguinte, Simão Vicente Rosa pediu ao Senado essa travessa, «que vai para a Casa Forte para fechar, visto na dita Caza de Donna Paulla querer fazer hua Capella, com o título de N. S. do Amparo (1) e que se faça a Caza Forte junto a igreja de St.º António.»

(1) A Igreja de Nossa Senhora do Amparo , que ficava onde está a Rua do mesmo nome (2) , foi edificada em 1633. Domingos da Câmara de Noronha, governador de Macau (1635-1638), em carta de 23-X-1635, informou o V. R. Da Índia: «haverá cousa de 2 annos que os mesmos religiosos (jesuítas) nesta cidade fizeram casa de cathecumenos

A Igreja do Amparo foi foi construída pelo Padre André Palmeiro, S.J., para instrução de catecúmenos e conversão de chineses (o primitivo Catecumenato, foi construído por volta de 1580 e esteve a cargo do P.e Ricci).  Foi mandada fechar em 1746 ou 1747, pelo governador de Cantão, Nhifúi,  como refere o Bispo de Macau D. Frei Hilário de S. Rosa, em carta de 13-1-1748, ao Cardeal Mota; vieram «a esta terra alguns mandarins para fecharem à ordem do Chuntó (governador de Cantão) huma Ermida de Nossa Sra. Do Amparo em que se baptizavão, e instruião  os novos christãos, não duvidão estes Senadores obedecer à ordem sem repararem no motivo tão abominável, e contrário à religião e à Fé por que se mandarão fechar, mas consegui com trabalho grande não o fazerem»

A Igreja de N. Senhora do Amparo sobreviveu, por imposição do Bispo D. Fr. Hilário de St.ª Rosa e outros religiosos, a essa dura prova e não foi demolida. Segundo alguns historiadores acabaria depois sendo destruída, opinião contrária à do P.e Manuel Teixeira. (3)

“16-01-1750 – D. Fr. Hilário de St.ª Rosa parte para Lisboa num navio francês, chegando  28 DE Julho. Em 31 de Julho morre D. João V e em 7 de Setembro é aclamado D. José I. O Bispo levava para o Rei uma representação do Senado de Macau que dizia que nenhuma das persiguições anteriores “… e nem ainda todas juntas se podem comparar com a que actualmente padecemos, e que realmente nos fere no mais intimo dos nossos corações por ser ofensiva da pureza da nossa Santa Lei e da propagação da Fé católica, em cujo ódio mandou o Imperador  Kien-Lung (11-12-1736 a 2-8-1796)  fechar nesta cidade a Igreja de N. Srª. Do Amparo”. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. I, 2015, pp. 149, 270 e 273.)

(2)  A Rua de Nossa Senhora do Amparo começa na Rua da Tercena, próximo do Pátio das Calhandras e termina na Rua dos Mercadores, ao lado da Rua dos Ervanários. Faz parte desta Rua o pequeno troço de ligação com a Rua dos Ervanários, situada quase em frente do Pátio da Adivinhação.

A Calçada do Amparo começa na Rua de S. Paulo entre os prédios n.ºs 34-F e 36, e termina na Rua de Nossa Senhora do Amparo, entre os prédios 5-D e 7. O acesso a esta calçada, do lado da Rua de S. Paulo, é feito através de uma escada de pedra.

O Pátio do Amparo está situado junto da da Calçada, em frente do átrio de Chôn Sau, e tem duas entradas e não tem saída.

(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, pp. 144, 145 e 158.

 Ver https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/simao-vicente-da-rosa/                    https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-frei-hilario-de-santa-rosa/    https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-antonio/    https://macauantigo.blogspot.com/2016/03/igreja-n-sra-do-amparo.html   https://caderno-do-oriente.blogspot.com/2009/11/rua-de-nossa-senhora-do-amparo.html

6  de Dezembro de 1923, início da publicação do semanário O Combate, com o subtítulo de “Pela Pátria e pela República”. Este periódico segue até 24 de Julho de 1927, sendo depois continuado pelo jornal “A Verdade”.

“Semanário independente, político e noticioso. Em 6 colunas, iniciado em 6 de Dezembro de 1923, impresso primeiro na tipografia do Liberal (1) e depois na tipografia sita na Rua dos Prazeres , n.º 5, sendo seu editor e director o Capitão Domingos Gregório da Rosa Duque (2), nascido em 12 de Junho de 1880, na freguesia de Cedofeita, Porto, filho de Joaquim Gregório e de Maria Rosa Duque, e administrador Carlos Eugénio de Almeida. Suspendeu no número 19 de 30 de Março de 1924, reaparecendo com o número 20 da 2.ª série, 1. º ano, em 8 de Maio de 1924; suspendo de novo com o número 155 da 2.ª série , 3.º ano, em 21 de Outubro de 1926, em virtude da nova lei da imprensa. Reapareceu em 6 de Janeiro de 1927, tendo como director Manuel Inácio Rezende, proprietário, Domingos. G. da Rosa Duque e editor Carlos Eugénio de Almeida. Cessou a publicação em 24 de Julho de 1927, número 188 da IV série, ano III, tendo tido como director desde 17 desse mês, número 186, o Dr. Feliz Borges Medeiros da Horta.”(3)

(1) “O Combate” veio substituir o semanário “O Liberal” que terminou a sua publicação em 20 de janeiro de 1924. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/08/10/anuncio-jornal-o-liberal/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/o-liberal/ (2 ) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/domingos-g-da-rosa-duque/

(3) TEIXEIRA, Pe. Manuel – Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1999., pp.124-126

Em 21 de Novembro de 1855, data da criação do Hospital Militar, sendo extinta, a partir de 1 de Dezembro, a Enfermaria Militar do Batalhão de Artilharia, estabelecida pelo decreto de 13 de Novembro de 1845. (Cfr P. P. N.º 73). Os soldados, porém, só a partir de 6 de Julho de 1857, passaram a ser tratados no novo Hospital Militar, no Convento de Santo Agostinho (que passou para o domínio da Fazenda), onde se podiam acomodar 68 camas e movimentar 710 soldados doentes por ano. Mas o edifício (que serviu até Janeiro de 1874) era velho, o que ditou nova construção. (1) (2)

(1) “11-11-1872 – Aprovado e mandado executar o projecto e orçamento de um novo Hospital no terreno preparado no Monte de S. Jerónimo. O projecto é publicado no Boletim n.º 47 de 1872”

“01-12-1872 – Colocação da pedra angular, com grande cerimonial, a que preside o Governador Visconde de S. Januário. O município consagra a designação de «Hospital de Sam Januário».” SILVA. Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 141 e 202

 (2) Dr. Crespo elaborou o Regulamento do Hospital Militar de Macau que foi criado por portaria n.º 73, de 21-11-1855 (publicada no Boletim do Governo de a Província de Macao, Timor e Solor, Vol. II, n-º 5). (TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes II-IV, 1998, p. 144)

Extraído de «BGPMTS»,I- 5 de 24 de Novembro de 1855

(1) Sir John Francis Davis, no Empire of China, menciona um desses templos; «Não pode crer-se que haja europeus entregues a semelhantes superstições; contudo, em 1821, certo português de distinção em Macau contribuiu para se erigir um pagode, com o intuito na prosperidade da cidade».

Não se trata dum pagode com ídolos, mas dum alpendre sobre colunas levantado na gruta. É a este que se refere Harriet ao dizer que estava lá um muito alto. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/09/08/noticias-de-8-de-setembro-de-1832-diario-de-harriet-low-e-a-gruta-de-camoes-xxxiii/

https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/28/noticia-de-28-de-janeiro-de-1866-busto-de-camoes/

Extraído de «TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau, 1977, p. 50»

Em 10 de Outubro de 1869, foi iniciada a publicação do hebdomadário político «O Oriente»,(o último em 21 de Janeiro de 1870); reapareceu em Janeiro de 1872, sendo suspenso pelo Governador Januário Correia de Almeida, Visconde e depois Conde de S. Januário, em 14 de Outubro do mesmo ano de 1872, tendo aparecido nesse dia o suplemento ao n.º 37. “Este jornal está prenhe de diatribes contra o governo e contra os Jesuítas “ (cito P. Teixeira). Impresso, em 3 colunas , na tipografia de José da Silva. Foi seu fundador e editor o dr. Francisco da Silva Magalhães, filho de Manuel da Silva Magalhães e de Maria do Carmo Neves e Silva, bacharel em Medicina pela Universidade de Coimbra, facultativo de 1.ª classe do Ultramar e cirurgião

Tendo atacado o Governador no seu jornal, o dr. Francisco da Silva Magalhães foi deportado para Timor pelo Governador Visconde de S. Januário. Em Timor além do seu trabalho profissional, aplicou-se ao estudo da fauna e da flora, e coleccionou produtos e artefactos, que ofereceu ao Clube Lusitano de Hong Kong e este entregou ao Museu dessa Colónia. Em Timor, escreveu uma monografia sobre a cultura do tabaco e outra sobre a acção o sulfato de quinina nas febres dessa ilha.

O dr. Magalhães foi o primeiro médico que em Macau usou o clorofórmio nas operações. Em Timor pediu a exoneração do seu cargo oficial de médico militar e regressou a Macau; a comunidade portuguesa de Hong Kong ofereceu-lhe então uma medalha de ouro. Depois de passar algum tempo em Macau, passou a Manila, onde exerceu a clínica durante sete anos com geral agrado. Regressando a Portugal, faleceu em Tomar, sua terra natal, a 8 de Março de 1886. Colaborava também na «Verdade» de Tomar. (1)

O administrador do Oriente era João Albino Ribeiro Cabral, o qual nasceu em Mesquitela em 1839, sendo filho de Júlio Joaquim Ferraz e de Maria Cândida Ribeiro Cabral; casou em Macau com Carolina António Gouveia e aqui faleceu em 7-8-1900, com 29 anos de residência. (2)

(1) TEIXEIRA – Pe. Manuel – Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente,1999, pp. 42-44

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-albino-ribeiro-cabral-1839-1900/

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/o-oriente/

Do Diário de Harriet Low: (1)

TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau, 1977, p. 50

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/harriet-low/