«Quinta-feira, 20 de Outubro de 1829 … O jardim de Mrs Fearon é o mais romântico lugar. É muito extenso e serpenteiam por ali muitos passeios, tenho uma bela vista do mar. Erguem-se colinas, imensos rochedos e árvores. Há alguns templos no jardim, sendo um muito alto. (1)
Noutra parte, há uma gruta nos rochedos, onde o famoso Camões escreveu os Lusíadas. Na gruta ergue-se o busto de Camões. Irei lá para o ver de novo e o descrever; é um lugar selvático e aprazível. Passámos uma tarde agradável em casa de Mrs. Fearon em companhia do dr. Bradford, Mr. Fillimore, Mr. Card, Mr. E Mrs. Griffiths.»
(1) Sir John Francis Davis, no Empire of China, menciona um desses templos; «Não pode crer-se que haja europeus entregues a semelhantes superstições; contudo, em 1821, certo português de distinção em Macau contribuiu para se erigir um pagode, com o intuito na prosperidade da cidade».
Não se trata dum pagode com ídolos, mas dum alpendre sobre colunas levantado na gruta. É a este que se refere Harriet ao dizer que estava lá um muito alto. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/09/08/noticias-de-8-de-setembro-de-1832-diario-de-harriet-low-e-a-gruta-de-camoes-xxxiii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/28/noticia-de-28-de-janeiro-de-1866-busto-de-camoes/
Extraído de «TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau, 1977, p. 50»