8 de Setembro de 1832:
“… Depois do jantar fui a casa de Mrs. Fearon, ou melhor, à «Casa Garden». Não podes imaginar algo mais romântico. É um lugar lindíssimo. Agora está inteiramente delapidado, as paredes foram arrombadas pelo tufão (1), as árvores arrancadas pelas raízes, os templos e as casas de verão demolidos. A lua brilhava lindamente por entre as árvores, reflectindo-se nas águas à la distance: Oh! se eu pudesse transportar-te para aqui nos dois dias e depois por-te de novo na tua feliz casa, eu fá-lo-ia. Pois não podes imaginar quanto romântico! Se ali estivesse Mr. Dumaresq como meu Adorador, teria sido uma verdadeira cena de romance a transmitir às gerações: – sentada sobre um rochedo à beira dum precipício com um grosso tronco em cima e, em baixo, árvores arrancadas e arbustos entrelaçados ao redor de nós. A lua a brilhar esplendidamente por cima de nós, o nosso fiel cão Dash em frente. Oh! que beleza ! “
GRUTA DE CAMÕES – DÉCADA DE 80
FOLHETO TURISMO – D. S. T.
Do diário de Harriet Low de 1832, in p. 51 TEIXEIRA, P. Manuel – A Gruta de Camões em Macau. Imprensa Nacional, 1977, 246 p.
(1) “03-08- 1832 – Tufão dito «dos maiores» soprando do Nordeste e deitando abaixo casas de tijolo. Matou dois chineses e feriu outros”. (SILVA, Beatriz Basto de – Cronologia da História de Macau, Vol. 3, 1995)