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Extraído de «O Independente», Vol. I – n.º 15 de 11 de Dezembro de 1868 p. 131.

 Deu-se o nome de Rua dos Prazeres à “travessa desde a Porta de Mello até à escada piquena de S. Lourenço” – relatório do Senado de 14 de Abril de 1847. (1)

 A Rua dos Prazeres, em 28-01-1954, passou a designar-se Rua da Imprensa Nacional (2) porque nesta via pública, nesse dia, foi inaugurado o edifício da Imprensa Nacional de Macau. A rua começa na Rua Central, ao cimo da Travessa do Paiva e termina na Rua de S Lourenço, ao cimo de Rua de Prata.

NOTA: M. Ullman, terá sido Miguel João Ullman, baptizado em 26-02-1810, filho do sueco católico Jacob Gahritl (falecido em 1837) e de Rosa Minas (falecida em 1821) (1)

(1) TEIXEIRA,P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM. 1997, pp. 24, 282, 343 e 353.

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/28/noticias-de-28-de-janeiro-de-1954-inuagura-cao-do-edificio-da-imprensa-nacional/

“O Correio Macaense“, V-230 de 17 de Fevereiro de 1888

A “Herbert Dent & Ca.” foi uma empresa em Macau ligada a negócios com a China (seda, chá e  ópio) e por isso, como agentes, ligada às companhias seguradoras e empresas de navegação.
O representante em Macau era D. da Roza (muito possivelmente Daniel Francisco António Campos da Rosa.(1)
A empresa , em 1888, estava na Rua da Sé; em 1910 na Rua dos Prazeres n,º 2 e 4
Em 1910, apresentava-se em Macau como:
No mesmo ano, em Cantão
Herbert Fullartoon Dent foi baptizado a 5 de Fevereiro de 1849 (Londres). Faleceu a 6 de Fevereiro de 1920 com 71 anos de idade. Foi Comissário das alfândegas chinesas (sedas e chás) e fundador da companhia “Herbert Dent and Company”, para comércio com a China (principalmente com o ópio que introduzia em Cantão). Vivia com a família entre Cantão e Macau.(2)
Herbert Fullartoon Dent é da família DENT que fundou “Dent & Co.”  ou “Dent’s” que foi uma das maiores firmas britânicas (rival directa das outras duas mais conhecidas, a «Jardine, Matheson & Co» e a «Russell & Co.»), que com o comércio do ópio com a China, levaram à entrega de Hong Kong e onde depois sediaram e prosperaram.
O seu antepassado Thomas Dent foi o  fundador da firma . Chegou a Cantão em 1823 e com o sócio fundaram a «Davidson & Co».  Em 1824, Davidson saiu e a firma passou a denominar-se “Dent & Co.”. A firma “Dent & Co.” foi à falência em 1867. (2)

“The London Gazette, 9 September, 1921”

Herbert Dent adquiriu o Palacete de Santa Sancha em 1893, aos herdeiros do Barão do Cercal (neta) após o falecimento da Viscondessa do Cercal (em 16 de Dezembro de 1892.) por 8.000 patacas.
Em 1896, teve um processo entre a Administração e o proprietário, Herbert Dent, processo esse que envolveu a Direcção Geral das Obras Públicas, que não cedia que o proprietário murasse a propriedade.
A 28 de Janeiro de 1923, William Herbet Shelly Dent, filho de Herbert Dent vendeu essa propriedade ao Governo de Macau (governador Rodrigo José Rodrigues) por $32.500. Nesse ano 1923, um tufão provocou estragos consideráveis, levando à execução de obras no palácio.

A Chácara de Santa Sancha vista da Penha – c. 1925

(1) Daniel Francisco António Campos da Rosa (1850-1916), comerciante de chá e cônsul de França em Foochow (China). Faleceu em Macau na sua casa da Praça Lobo de Ávila.
FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol III, 1996
(2) http://www.thepeerage.com/p3627.html 

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU” 

Souvenir de Macau 1910 Rua de S. Lourenço IRUA DE S. LOURENÇO

(à direita, as escadas para a Igreja de S. Lourenço e o poço que foi entulhado; à esquerda, o Instituto Salesiano)

“ST LAWRENCE
The next largest district in the City is called Bairo de St. Lourenco. This church of San Lourenco, it is stated, may have been rebuilt in A. D. 1618. and within the last few years again as the roof fell in a few years ago. It is a large church, with broad stone steps leading up to it, being on a higher level than the road below. A picture of the saint is behind the high altar with a crown and dove descending from heaven on him. Two madonnas, with swords sticking in their breasts, and other images and altars abound. There are two towers to it: one containing a clock and the other a peel of three bells.” (2)

“A data de 1618 foi dada em primeira mão por Ljungsted mas há um documento de 1576, que diz que S. Lourenço era já igreja paroquial nesse ano e, portanto antes de Filipe II (de Espanha que viria a ser Filipe I em Portugal em 1580) (3)

Souvenir de Macau 1910 Rua de S. Lourenço IIRUA DE S. LOURENÇO
(à esquerda, o muro da Igreja de S. Lourenço e o poço)

A Rua de S. Lourenço começa na Rua da Imprensa Nacional, ao lado da Rua da Prata, contorna a Igreja e a residência paroquial de S. Lourenço e vai terminar na Rua Central ao cimo da Travessa do Paiva.
A Rua de S. Lourenço tomou o seu nome da Igreja de S. Lourenço que ali fica. Os chineses chama-lhe Fong Son T’ ong Kai (Rua da Igreja do Vento Favorável)” (3)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/?s=souvenir+de+macau   
(2) BALL, J. Dyer – Macao: the Holy City,  the Gem of the Orient Earth, 1905.
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I, 1997.
Referências anteriores à Igreja de S. Lourenço, ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-lourenco/

Macau B.O. I- 1954, n.º 12 Imprensa OficialO «moderno» edifício da Imprensa Nacional, em 1954

 No dia 28 de Janeiro de 1954, o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, inaugurou o novo edifício da Imprensa Nacional (1) “um edifício moderno, amplo, com magníficas instalações à altura das necessidades presentes e futuras”. (2)

Macau B.O. I- 1954, n.º 12 Inauguração corte fitaO acto do corte da fita simbólica

Após o corte da fita simbólica, a esposa do Governador descerrou uma lápide comemorativa.
Na sessão inaugural realizada no Gabinete de trabalho do administrador da Imprensa, discursaram o Chefe da Repartição Central dos Serviços de Administração Civil, Intendente José Peile da Costa Pereira, o Administrador da Imprensa Nacional, Jaime Robarts  (3) e o Governador.

 Macau B.O. I- 1954, n.º 12 IDiscurso Governador«… Dentro de vasto campo de realizações registadas em todas as terras portuguesas, Macau marca a sua posição enriquecendo pouco a pouco o seu património» – afirmou o Governador

O Intendente de Distrito, José Peile de Costa Pereira,  no seu discurso, lamentou que estando orçamentada uma verba para a instalação da oficina litográfica, o que permitiria a Imprensa Nacional passar a imprimir os selos de assistência e as etiquetas usadas pelos Serviços Económicos nas mercadorias sujeitas ao imposto de consumo, por circunstâncias várias, essa instalação não foi adquirida o que representaria uma economia para o Território, já que eram feitas em Hong Kong.

Macau B.O. I- 1954, n.º 12 Visita instalaçõesAs entidades oficias observam a nova máquina de fundição tipográfica

Imprensa OficialNOTA: outras informações da Imprensa Nacional e fotos da inauguração do edifício, podem ser observadas em
http://bo.io.gov.mo/galeria/pt/histio/fotoarquivo.asp

(1) Na Rua dos Prazeres, nessa data 28-01-1954, rebaptizada de Rua da Imprensa Nacional, s/n.
A Imprensa Nacional foi criada por Decreto de 19 de Julho de 1901 (2) (outras fontes apontam outra data) (4) (5). Ao longo dos anos até esta inauguração, ocupou em primeiro, um edifício na Calçada do Bom Jesus (até aí as publicações oficiais eram impressas em tipografia particular) (5). Depois esteve sucessivamente em outros seis: Rua do Hospital (hoje, Pedro Nolasco), na Rua do Gamboa, na Rua Central, na Rua da Praia Grande, na Rua de Inácio Baptista e na «Casa Garden» (1930-1953; com a saída da Imprensa Nacional, aproveitamento das instalações para instalação do Museu Etnográfico Luís de Camões). A iniciativa da construção de um edifício próprio foi do anterior Governador, Albano Rodrigues de Oliveira. Custou ao Estado, $ 403.901, 49 patacas.
(2) Fotos e reportagem de ”Macau Boletim Informativo”, 1954
(3) Jaime Robarts foi Administrador da Imprensa Nacional de Macau de 1947 a 1973.
(4) “16 de Novembro de 1900:  É criada a Imprensa Nacional de Macau, autorizada por S. Ex.ª o Ministro da Marinha e Ultramar (Ofício n.º 106, de 27-12-1899, telegrama ministerial de 12-11-1900), e nomeado «provisoriamente director-compositor da Imprensa Nacional o maquinista naval José Maria Lopes, adido à capitania do porto» (Portaria Provincial n.º 151, de 16-11-1900).”
http://bo.io.gov.mo/galeria/pt/histio/fundacao.asp
(5) “16-11-1900José Maria Horta e Costa publica a criação da Imprensa Nacional de Macau que estará pronta a funcionar a partir de 1-01-1901, cessando nesse dia o «contrato celebrado com Jorge Carlos Fernandes para a impressão do Boletim Oficial da Província de Macau
01-01-1901 – Fundação da Imprensa Nacional de Macau.
04-01-1901 – O Boletim do Governo passou a ser impresso na Imprensa Nacional de Macau” .(Luís G. Gomes aponta a data de 05-01-1901)
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4.