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Extraído de «TSYK», I-29 de 21 de Abril de 1864, p. 116.
Manuel de Castro Sampaio
  • Manuel de Castro Sampaio (nascido em 1827 no Porto, † 1875 em Lisboa) foi oficial militar, jornalista, e de 1871 a 30 de agosto de 1873, foi governador do Timor, então sob administração de Macau.

Como membro do corpo médico do exército, alferes Manuel de C. Sampaio veio para Macau, onde ascendeu ao posto de capitão da guarnição. Em Macau, foi co-editor do jornal semanal “Ta-Ssi-Yang-Kuo”. Interessado em ciência e literatura, escreveu o livro “Os Chins de Macau” (1)

https://de.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Castro_Sampaio https://artigos.wiki/blog/de/Manuel_de_Castro_Sampaio

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-de-castro-sampaio/

(1) SAMPAIO, Manuel de Castro – Os Chins em Macau. Hong Kong: Typographia de Noronha e Filhos, 1867, 144 pp., 1 mapa, 215 mm.

Posteriormente, o livro foi publicado em inglês, em números sucessivos no «Far East» (Shanghai) e depois compilados e juntos num só livro: “Manners & Customs of the Chinese at Macao” (printed at the “Celestial Empire” Office, 1877, 103 p.) traduzido por Rufino F. Martins e dedicado à “Royal Asiatic Society”, da qual era correspondente.

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Outros livros deste autor, publicados em Macau:

Memorias dos festejos realizados em Macau no Fausto Nascimento de SA o sr. D. Carlos Fernando (Macau 1864), dedicado ao governador José Rodrigues Coelho do Amaral.

Compêndio de ortographia (Macau 1864). http://purl.pt/32930/1/html/index.html#/2-3

Na sequência da notícia publicada ontem, sobre o falecimento da menina Camila de Melo, no mesmo Boletim foi publicado uma “Elegia” de Manuel de Castro Sampaio (1) datada de 28 de Agosto de 1864.

Extraído de «BGM», X 35 de 29 de Agosto de 1864, p. 138

(1) Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-de-castro-sampaio/

Em 24 de Fevereiro de 1868, o aterro do rio, para o lado da Barra, achava-se já unido ao aterro do Pagode chinês, de modo que as povoações da Barra e Patane ficaram em comunicação pela estrada marginal (1)

Manuel de Castro Sampaio, no seu livro “Os Chins de Macau” (1867) informa (2): “Uma das primeiras povoações fica próxima da fortaleza da Barra e é por isso chamada Povoação da Barra. A outra acha-se na encosta outeiro da Penha, onde está a fortaleza do Bom Parto, e onde se encontram as mais lindas chácaras de Macau. Esta é conhecida pelo nome de Tanque-Mainato, nome derivado de um tanque de lavadeiros ou mainatos, como lhes chamam no paiz. As outras três povoações são denominadas de Patane, de Mong-ha e de S. Lázaro. Patane é de todas as cinco a mais importante, pela sua industria fabril e pelo seu comercio, principalmente, em madeiras de construção. Esta fica no litoral do porto interior, tendo Mong-ha do lado oposto, onde existe a maior parte dos agricultores e onde há alguma industria e comercio, como em todas as outras povoações, excepto a do Tanque-Mainato, onde pouca industria e nenhuma comercio há, por ser um povoado insignificante. A Povoação de S. Lázaro, que está em continuação  da cidade cristã, é onde principalmente habitam os chins que não tem abraçado o christianismo. Nesta povoação há além da Igreja de S. Lázaro que é o mais antigo templo de Macau, uma pequena capella a cargo de um sacerdote catholico, que se dedica a catechese”. (3)

Miguel Aires da Silva (4) concessionário das obras do cais e aterro, foi o homem que se abalançou à terragem da marginal do Porto Interior, ficando as obras concluídas em 4 de Março de 1881. (3)

Em 17 de Janeiro de 1873, o Governador Januário de Almeida, Visconde de S. Januário, ordenou a execução da primeira fase do alargamento do aterro marginal do Porto Interior e simultânea regularização do regime da corrente do rio, numa extensão de 160 metros, desde a Fortaleza da Barra até à Doca de Uóng-Tch´oi. (5)

NOTA: José Maria de Ponte e Horta governou Macau de 26-10-1866 a 16-05-1868. O Vice almirante Sérgio de Sousa chegou a Macau a 1-8-1868, tomou posse do governo a 3 de Agosto de 1868 e governou até 23 de Março de 1872, sucedendo o Visconde de S. Januário Correia de Almeida que governou de 23 de Março de 1872 a 7 de Dezembro de 1874. Na toponímia de Macau a Rua do Almirante Sérgio começa na Rua das Lorchas, a par da rua do  Dr Lourenço Pereira Marques e ao lado da Praça de Ponte e Horta e termina no Largo do Pagode da Barra

(1)

«Boletim da Província de Macau e Timor» , XIV-8 de 24-02-1868, p.45

(2) Sobre Manuel de Castro Sampaio, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-de-castro-sampaio/

(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997,p 403

(4) Sobre Miguel Aires da Silva, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/miguel-aires-da-silva/

(5) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954

Extraído de «BGM»,  IX – 40 de 7 de Setembro de 1863, p. 16

NOTA: A Galera «Deslumbrante» trouxe um contingente de tropas, sob o comando do Alferes António Baptista Tassara, tendo saído de Lisboa, em 10 de Maio.

Ver anterior referência à galera «Deslumbrante» em https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/10/25/noticia-de-25-de-outubro-de-1863-promessa-da-tripulacao-e-passageiros-da-galera-deslumbrante/

Em 11 de Setembro de 1851, foi regulamentada a prostituição em Macau,  limitando-se as residências das prostitutas às seguintes ruas:
A) Rua do Bazarinho, (1) Rua do Desfiladeiro, Travessa da Maria Lucinda, (2) Rua da Aleluia (3) e Rua de Mata-Tigre, todas no Bazarinho;
B) O sítio chamado Prainha ou Feitoria; (4)
C) O sítio do Chunambeiro; (5) e
D) Os sítios denominados Beco do Estaleiro, Travessa do Beco do Estaleiro, Beco da Praia pequena (6) e Beco do Armazém Velho.  (7)
GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

(1) Rua do Bazarinho que os chineses chamam de Soi-Sau-Sai-Kai (水手西街) isto é, Rua dos Marinheiros, a oeste, para distinguir doutra Rua dos Marinheiros, que ficava a sul. Chamava-se Bazarinho para o distinguir do Bazar Grande em S. Domingos. Começa na Travessa do Mata-Tigre, ao lado do Pátio da Ilusão, e termina na Calçada de Eugénio Gonçalves , quase em frente a Rua das Alabardas (hoje Rua da Alabarda)
(2) Viela de Maria Lucinda – “No princípio desta viela estava escrito «Desfiladeiro». – E, umas três portas depois, estava escrito – «Travessa de Maria Lucinda.». Era preciso suprimir um dos nomes, e por isso fundi-os ambos em Viela de Maria Lucinda porque em verdade é mais uma viela do que uma travessa este caminho Relatório elaborado por Manuel de Castro Sampaio, chefe da Repartição de Estatística , sobre as ruas de Macau em 1866-67 e prédios nelas existentes.  NOTA do Padre Manuel Teixeira: “Ignoramos quem tenha sido esta ilustre desconhecida
(3) “Desde a Rua do chale de Simão até outra vezinha d´escada de pedra chama-se -Rua d´Alleluia – Cadastro das ruas elaborado pelo Leal Senado em 1847.
Pateo do Sal – entre a travessa da Alleluia e a rua do Manduco, na Calçada dos Remédios” –  notícia no jornal “A Voz do Crente” de 6-04-1889.
(4) Rua da Prainha – começa na Calçada de Francisco António, do lado da numeração ímpar e no Pátio de Francisco António, do lado da numeração par, e termina na Calçada da Feitoria, junto da Travessa do Cais. A Calçada da Feitoria começa na Rua de S. José junto da Rua do Barão, e termina na Travessa do Cais, junto do Pátio de Chan Loc, de um lado e junto da Rua da Prainha, do outro.
(5) Rua de Chunambeiro começa na Praça de Lobo de Ávila e termina na Calçada do Bom Parto. Em chinês chama-se Siu Fui Lou Kai (燒灰爐街) que significa Rua do Forno de Cal. Chunambo  era a cal obtida pela calcinação de concha de mariscos.
(6) A Praia Pequena ficava no Pátio da Mina da Freguesia de S. António.
(7) Travessa do Armazém Velho começa na Rua da Tercena, entre os prédios n.ºs 32 e 36, e termina na Rua das Estalagens, em frente da Travessa do Pagode. Em Chinês tem o nome de Lán Kuai Lau Hong (爛鬼樓巷)  também conhecida por Lán Kuai Lau  (ruínas da casa de estilo estrangeiro, segundo Luís G. Gomes).
TEIXEIRA; P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997

As chins nunca põem as crianças no solo: põem-nas sobre as costas, de modo que fiquem escarranchadas, e seguram-nas com um pano quadrado e quasi sempre bordado a cores, que prendem com fitas  aos ombros e à cintura… (…) ” (1)

Mulher com MÉ TAIManuel de Castro Sampaio – jornalista (fundou em Elvas a «Voz do Alentejo»), oficial do exército, nasceu no Porto, em 1827 e faleceu em Lisboa, em 1875. Prestou serviço como Capitão da guarnição em Macau, fundou (e foi também redactor) com António Feliciano  Marques Pereira, o semanário «Ta-Ssi-Yang-Kuo».(2).  Foi sócio-correspondente da Real Sociedade Asiática de Londres (“Royal Asiatic Society“).
Outras publicações além das citadas em (1) e (2), do mesmo autor:

    • Pobreza envergonhada (Valença, 1852);
    • Compendio de hygiene popular – tradução livre do texto de D. FranciscoTamires Vaz, (Elvas, 1860);
    • Victimas de uma paixão (Lisboa, 1863);
    • Memorias dos festejos realizados em Macau no fausto nascimento de S. A. o sr. D. Carlos Fernando (Macau, 1864);
    • Compendio de ortographia (Macau, 1864).

Tem outros dois poemas publicados no Boletim do Governo de Macau: “Elegia á prematura morte da Exma. Sra. D. Camilla de Mello…” e “Nenia á infausta e sentida morte do Illmo. Sr. José Bernardo Goularte…”.(3)
NOTA: (mandarim pinyin: mié zi; cantonense jyutping: me1 zi2) é um termo cantonense que significa “levar o filho às costas”
A faixa quadrada de pano com que as mulheres chinesas levam os bebés às costas, denomina-se “mé tái” ( mandarim pinyin: mié dài; cantonense jyutping; me1 daai2)

(1) SAMPAIO, Manuel de Castro – Os Chins de Macau. Hong Kong, Typographia de Noronha e filhos, 1867, 149 p.; 20 cm
(2) No 1.º «Ta-Ssi-Yang-Kuo», editado em Macau, de Manuel de Castro Sampaio temos duas quadras sem título, a “Poesia aos annos da Exma. Sra. Guilhermina da Rocha Assumpção”, uma “Elegia”, um “Epicedio á prematura morte do Illmo. Sr. Major José Roberto” e os versos “Uma lagrima”.(3)
(3) GARMES, Hélder – A Cultura Sino-Portuguesa no Século XIX e   o Ta-Ssi-Yang- Kuo  in http://www.fflch.usp.br/dlcv/posgraduacao/ecl/pdf/via06/via06_06.pdf
Foto retirada de “Nam Vam”  n.º 5, 1984