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Chega a Macau a 24-10-1826, D. Jerónimo José da Mata (1804-1865) que foi Bispo da Diocese de Macau entre 1845 a 1862, como seminarista dos lazaristas. Admitido no seminário aos 18 anos de idade, concluiu os estudos teológicos no Real Colégio de S. José em 1827. Ordenado subdiácono em 1827, ainda pelo Bispo de Chacim. Em 1829, recebeu o diaconado e presbiterado em Manila (não havia Bispo em Macau para essa ordenação). Voltou a Macau, continuando os seus estudos em Matemática e astronomia com a fim de passar para o Tribunal das Matemáticas em Pequim, o que não se concretizou por ordem imperial de não admitir ali mais padres. Foi professor do Seminário de S. José, lecionando várias disciplinas, entre elas, matemática.

Bispo D. Jerónimo José da Mata No pergaminho sustentado pelo Prelado lê-se:
Plano da Igreja Cathedral de Macau – J. Thomas d´Aquino – 1845

Celebrou a primeira missa em Macau, em 1830. De 1837 a 1843 esteve no reino e foi nomeado coadjutor do Bispo de Macau (D. Nicolau Rodrigues Pereira de Borja, com estado precário de saúde). Voltou a Macau em Maio de 1844, confirmado pela Santa Sé em 17 de Junho de 1844, com o título de Altobosco. Com o falecimento do bispo Borja, foi sagrado Bispo de Macau, em 21 de Dezembro de 1846, na igreja de S. Domingos pelo Bispo de Cebu, D. Romualdo Ximenes. Renunciou o cargo em 25 de Setembro de 1862. Faleceu em Campo Maior (Portugal) em 5 de Março de 1865.

Publicou em 1839 uma Memória sobre as missões da China. Foi ele que sagrou a nova Sé Catedral a 19 de Fevereiro de 1850 e ampliação do Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Em 1948 trouxe para Macau as “Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo” . Resignou em 1862

SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 46

TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e Sua Diocese, Vol II, 1940.

https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-jeronimo-jose-da-mata/

A. F. Marques Pereira regista nas suas Efemérides: «Chapa do Procurador da cidade de Macau ao mandarim do distrito, pedindo-lhe que mande fechar quatro lojas chinas, sitas na Prainha, onde eram aliciados os marinheiros a fugirem dos navios em que estavam contratados, para servirem noutros.

O chamado «mandarim do distrito» – que era o mandarim de Hian-Chan – respondeu que melhor seria evitar que os marinheiros fossem às ditas lojas beber vinho. No entanto, a 7 do mês seguinte (1), o mandarim Tcho-Tong proibiu as lojas chinesas de vender vinho aos escravos negros e marinheiros.

O mandarim Tso-tang de Macau, de apelido Ien, publicou um edital em 27 de Março de 1830, dizendo «que vindo ao seu conhecimento, que na Prainha, sendo lugar de embarque e desembarque da gente de Navios, se achavam estacadas muitas lorchas, tancares e choupanas, chamarizes de incêndio, como de facto sucedeu na noite da 2.ª Lua; pelo que ele mandarim já mandou demolir todas aquelas barracas e manda afixar este edital para que vós todos os tancares e chinas das barracas na Prainha saibais que vos é proibido daqui em diante fabricar mais barracas, nem estacar lorchas, para não ocasionar incêndios; se algum de vós se atrever a fazer, será agarrado e castigado. (2)

(1) Ver anterior postagem em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/10/07/noticia-de-7-de-outubro-de-1828-escravos-e-marinheiros/

(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, 1997, pp. 427/428

PEREIRA , A. Marques – Ephemerides Commemorativas da História de Macau e das Relações da China com os Povos Christãos, 1868.

“8-12-1830 – O Suntó de Cantão ameaçou, por Edital, expulsar para Macau qualquer mulher estrangeira que, contra as leis do Império fosse levada para Cantão, devendo igualmente ser expulsos para os seus países os navios estrangeiros que desobedecessem a tal ordem. Esta ordem foi repetida várias vezes.” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 59)

08-12-1830 – Em 8 de Dezembro, o mesmo Mandarim repetiu este Edital, ordenando às autoridades do litoral que não deixassem passar mulher alguma e que fizessem fogo contra qualquer que desobedecesse. Os chineses receavam que os negociantes europeus, tendo consigo as famílias, passassem a tornar permanente a sua residência nas feitorias e fossem aumentando de número, de forma a constituírem, no futuro, uma colónia numerosa e pouco dócil. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 58.

Esta notícia do falecimento em Macau a 17 de Junho de 1856 do médico José Severo da Silva Telles, filho de António Gomes Teles e de Teresa de Jesus da Silva (nascido em Lisboa), devido a lesão orgânica do coração, foi anteriormente postado neste blogue – VER em (1)

Entretando encontrei a notícia deste mesmo acontecimento publicado no «BGPMTS», de 1856 na coluna “NECROLOGIA” (assinado por J.J.B.) onde traz uma nota biográfica do falecido com outras informações.

Veio para Macau em 1815 e aqui casou a 25 de Janeiro de 1817 com Ana Joaquina do Rego. Teve de Ana Joaquina, 7 filhos.

Obteve a carta de cirurgião a 2-08-1814; admitido como cirurgião do Partido em 15-02-1817 (com o ordenado de 400 taéis anuais); em 1817 nomeado Cirurgião mor do Batalhão Príncipe Regente; em 1824 alferes do Batalhão do Príncipe Regente; em 1825, tenente graduado; em 1830 capitão graduado; em 1846, nomeado Director do Hospital Militar e desde essa época até 1853, serviu interinamente de Cirurgião-mor da Província.

Também serviu como primeiro cirurgião dos Hospitais de S. Rafael e de S. Lázaro. Em 1849 foi encarregado da chefia dos Serviços da Saúde. De 1827 a 1835 foi vereador do Leal Senado. Reformou-se em Janeiro de 1855. Armado Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (3 de Fevereiro de 1848) (2)

Extraído de «BGPMTS», II-43 de 16 de Agosto de 1856, p. 172

NOTA: O 2.º filho, Joaquim Cândido da Silva Teles, nascido a 27-08-1819, também foi médico-cirurgião em Macau. Em 1842 nomeado ajudante do Batalhão do Príncipe Regente e em 1857, nomeado cirurgião ajudante graduado do mesmo Batalhão. Em 1863, foi cirurgião-mor deste Batalhão e em 1878 cirurgião-mor do Corpo da Polícia, e na ausência do Dr. Lúcio da Silva (em Sião) foi nomeado chefe interino dos Serviços de Saúde. Reformado em 1877 com a graduação de major. (2)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/06/17/noticia-de-17-de-junho-de-1856-jose-severo-da-silva-teles/

(2) Dados biográficos retirados de TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes III-IV,1998, pp.98 a 105

Do diário de Harriet Low, para este dia de 2 de Abril de 1830:

George Chinnery – Forte de São Francisco com o Fortim de S. Jerónimo em 2.º plano e ao longe, o Forte da Guia, 1833

«Depois do jantar, olhando pela janela, vi um dos barcos da Companhia (East Ìndia Company) com o sol brilhando sobre as suas bem enfunadas velas. Como desejei possuir o talento para a pintura de sr. Chinnery, (1) a fim de poder esboçar para ti a linda vista que tinha diante de mim, a grande e elegante igreja, branca de leite, com uma esplêndida escadaria de pedra e cercada de árvores e arbustos (Igreja do Convento de S. Francisco). (2)

George Chinnery – Degraus da Igreja de S. Francisco , c. 1835-38
George Chinnery  – Mosteiro/ Convento e Fortaleza de S. Francisco, c. 1833-38

Pouco além, a fortaleza (de S. Francisco), (3) e a baía alongando-se. Ainda mais além, podem-se ver os barquinhos, resvalando-se sobre a superfície das águas do rio. À distância, podem-se discernir duas elevadas ilhas e um lindo barco, desmandando a sua tal alvejada pátria. Um porco mais longe está um pequeno barco europeu, navegando a toda a vela e, à vista, uma quantidade de barcos chineses. Pode agora imaginar quão agradável á a vista que gozamos do nosso terraço? (4)

E agora estou aqui sentada no meu quarto a lutar contra os mosquitos. A cada meio segundo, ponho a pena na boca, enquanto me esforço por cometer assassinatos. Os cúlis estão a “dormir bem audivelmente” debaixo do meu quarto. Não conheço ninguém que ressone tão fortemente como eles. A tia Low tem mandado lá abaixo alguém, muitas vezes, às tardes a virá-los” (5) (6)

George Chinnery – Mosteiro de S. Francisco e Fortaleza d Guia ao longe, c. 1835-38

(1) George Chinnery, pintor inglês, nascido a 05.01-1774 e falecido em 30-05-1852. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-chinnery/

(2) A igreja com a sua elegante escadaria de pedra e o convento foram demolidos em 1864. Na mesma data foi completamente destruída a fortaleza e levantada outra, de que sé resta o muro exterior. No lugar do convento surgiu o quartel que foi concluído em 1866. Quatro colunas salomónicas e o altar do Crucifixo foram parar à Igreja do Seminário de S. José, onde ainda hoje se podem admirar. (6)

TA-SSI-YANG-KUO, Volumes I e II, 1899

(3) “… dali (da Fortaleza da Guia) volta o muro para o sul em direitura ao convento de S. Francisco, e antes de chegar a ele tem hua porta que cahe para o mar , a qual se fecha todas as noites. Está a Fortaleza de S. Francisco pegada ao convento, que te hu postigo na cerca dos Frades, e da parte de dentro a porta da Fortaleza tem hua peça de 40 libras de bronze invocada N. Snra. De Loreto, outra peça de 20 libras de bronze invocada N. Snra. do Rozario , segue-se outra peça de 18 libras de bronze, e vindo correndo o pano de muro para a p.te da Cidade, e praya grande que acaba no princípio da Povoação da Cid.e, aonde tem hua porta que sahe para o rocio (7) de S. Francisco” ( Padre José Montanha – Apparatos para a Historia de Macau”) (6) (8)

(4) Terraço da casa do tio da Harriett, sr. William Henry Low, que foi o chefe da firma Russel & Co. (desde 1 de Janeiro de 1830 até Outono de 1833, quando partiu de Macau, por causa da doença respiratória), ficava no Pátio da Sé, n.º 2, ao alto da Calçada de S. João.

(5) TEIXEIRA, Padre Manuel – Toponímia de Macau, Volume II, p. 10

(6) TEIXEIRA, Padre Manuel – Macau do Séc. XIX visto por uma jovem americana, 1981, p.6

(7) Rocio , aliás rossio é uma praça ou terreno espaçoso e refere-se ao Campo, hoje Jardim de S. Francisco..

(8) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/03/14/noticia-de-14-de-marco-de-1761-a-livraria-do-colegio-de-s-paulo-e-os-caixotes-do-irmao-jesuita-joao-alvares/

Outros enxertos do diário de Harriet Low, neste blogue, em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/harriet-low/

Um aviso ao público de 18 de Agosto de 1856, publicado no Boletim do Governo (1), anunciando a apresentação em Macau, em Setembro de 1856, da Companhia Italiana do célebre funambulo, acrobático e mímico Luis Feroni (Fumoni ?)  para a realização de uma série de variadas, e escolhidas  representações de ginástica,  na Feitoria de Paiva na Rua da Prainha n.º 17 . (2)

«BGPMTS», II-44 de 22 de Agosto de 1856, p. 176

Rua da Prainha principia na Calçada de Francisco António, (1) do lado da numeração ímpar, e no Pátio de Francisco António, (2) do lado da numeração par, e termina na Calçada da Feitoria, (3) junto da Travessa do Cais.

(1) O homem que deu o nome à Calçada e ao Pátio foi o Dr. Francisco António Seabra, natural do Brasil, o qual chegou a Macau em 1819 a bordo do navio Diana da praça do Rio de Janeiro. Possuía ali uma feitoria, na Calçada da Feitoria, (3) onde eram consertados os navios que ali entravam com fácil acesso pelo cais da Prainha. (4) Casou com Regina Seabra Joannes.

A 14 de Abril de 1830, o mandarim Tso-tang, de apelido Ien, publicou um edital, dizendo «que o carpinteiro Acão e outros ocultamente estavam concertando uma embarcação europeia do português (António) Martins, dentro da Feitoria de Francisco António, usurpando desta sorte o seu direito; e que, visto que pretendem fazer alguma obra, deverão dar parte». O Tso-tang proibiu que o carpinteiro continuasse a obra. (4)

(2) O Pátio de Francisco António (após o «Cadastro das Vias Públicas de 1874) era conhecido anteriormente por Armação de Francisco António ou Pátio do Esteio que começa na Rua do Almirante Sérgio e acaba na da Prainha (4)

(3) Calçada da Feitoria começa na Rua de S. José, junto da Rua do Barão, e termina na Travessa do cais, junto do Pátio de Chan Loc, de um lado, e junto da Rua da Prainha, do outro.

(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, 1997, pp. 34 e 427/428.

Notícia no «Boletim do Governo de Macau» de 1860, assinada por A. Marques Pereira, sobre a chegada do Governador de Macau, Conselheiro Isidoro Francisco Guimarães, (1) que regressou da missão diplomática ao Japão, onde assinou por Portugal o “Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão

Extraído de «BGM», VI-40 de 9 de Setembro de 1860, pp. 157-158

Após um interregno que começou em 1640, é restabelecido o diálogo diplomático, sendo o Governador de Macau Isidoro Francisco Guimarães, a quem é legítimo reconhecer o desempenho nesta reaproximação. Este Tratado foi assinado em Iedo no mesmo dia e mês da suspensão do século XVII: 3 de Agosto”. (DIAS, Alfredo Gomes – Macau, Portugal e o Japão no Século XVII:3 de Agosto. RC edição internacional, n.º 30 Abril de 2009 pp. 104-119.)

O Conselheiro Isidoro Francisco Guimarães, Visconde da Praia Grande de Macau, governador de Macau de 1851 a 1863 presidiu ainda a outra missão diplomática que partiu de Macau em 23 de Abril de 1862, chegando a Xangai a 3 de Maio e a Tien-Tsin (China) a 26 do mesmo mês. O Tratado de Tien-Tsin (天津 条约 – Tratado de Tianjin) foi assinado a 13 de Agosto. Regressou a Macau em 9 de Setembro de 1862.

(1) Ver anteriores referências a este Governador em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/

Dia 10 de Agosto é dia de S. Lourenço (São Lourenço de Huesca ou Valência nasceu em 225 e morreu a 10 de Agosto de 258, com 33 anos, martirizado em Roma) (1)

Esboço da Igreja de S. Lourenço , George Chinnery, 1830

Em sua honra, os jesuítas contruíram em meados do século XVI (1558 -1560), a igreja de S. Lourenço, uma das três igrejas mais antigas de Macau (esta, a igreja de S. António e a «igreja matriz» depois elevada a Catedral) A sua aparência actual é o resultado das obras efectuadas em 1846, o levantamento do muro do adro foi feito por Evaristo Lopes em 1869 e a construção e arranjo do jardim foi feito em 1937 por Alfredo Almeida sob as indicações de D. Laura Maria de Guimarães Lobato A Igreja tem uma estrutura neoclássica com um subtil tratamento decorativo de inspiração barroca.

Escadaria da Igreja de S. Lourenço, ao cimo da Travessa do Padre Narciso.(década de 60. Século XX)

«A igreja de S. Lourenço apresenta provavelmente o desenho mais sofisticado e intelectual de Macau e foi desenhada, sem dúvida, por alguém dotado de bom conhecimento de arquitectura, mas não familiar coma s tradições de Macau. Possui, ao mesmo tempo, grande beleza e ostenta na côr e texturas uma harmonia semelhante a qualquer igreja sertaneja da Inglaterra. Mas há certos traços arquitectónicos que revelam firmemente a fisionomia da Península Ibérica. A diferença principal que a distingue de qualquer outra igreja de Macau reside no volume da nave e na completa ausência de naves laterais. Possuiu o tecto mais extenso e ininterrupto entre as mais antigas igrejas de Macau. O edifício salienta-se também por quatro elementos dominantes. A entrada apresenta uma especto fortemente ocidental, formado por duas torres quadradas contendo o campanário e juntando-se à nave dum e doutro lado. O Altar-mor está colocado numa capela absidal, na linha central da composição; existem ainda duas capelas absidais formando assim uma fraca cruz latina à esquerda e à direita da nave. Há dois pequenos alteres colocados na parede à direita e à esquerda do Santuário.

Poço na Rua da Igreja de S. Lourenço, George Chinnery, 1836

Existe outro par de altares semelhantes aos primeiros, situados nas paredes da nave, a cerca dum terço de distância da galeria do coro e da entrada. A Igreja tem anexo um bloco de quartos e salas a ocidente. Tem ainda duas arcadas dos lados norte e sul. Esta composição está habilmente proporcionada e a interpenetração das várias estruturas foi bem executada; as mesmas paredes e a concepção da estrutura, diferente da maioria das igrejas de Macau, indica boa inteligência da qualidade dos materiais usados e das suas limitações. A espessura das paredes, por exemplo, é de três a quatro pés, mas tem conveniente adaptação para nichos, vãos e escadas, sem prejudicar de qualquer forma a sua função de suporte» (2)

(1) São Lourenço foi queimado vivo numa grelha sob um braseiro ardente. Reza a história que Lourenço manteve o bom humor até ao final, dizendo para o virarem, pois um dos lados do seu corpo já estava bem assado. Ele é o santo padroeiro dos diáconos, dos cozinheiros, dos humoristas e de Huesca em Espanha. Este santo costuma ser representado com uma grelha (instrumento do seu martírio) e uma bíblia na mão. Os seus restos mortais repousam na basílica que lhe foi dedicada, S. Lourenço, fora dos muros de Roma. https://www.calendarr.com/portugal/dia-de-sao-lourenco/

Sugiro a leitura do trabalho académico de André Simões em https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/32715/1/2%20Fogo%20l%C3%A1grimas%20Graal.pdf

(2) BRUNT, Michael Hugo – The Parish Church of St. Lawrence at Macao, 1954 p. 110. Tradução do Padre Teixeira, que afirma: este trabalho é «óptimo sob o ponto de vista arquitectónico, deixa muito a desejar sob o porno de vista histórico.»In TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, 1997, p.93.

Anteriores referências a esta igreja: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-lourenco/

Warren Delano Jr. (13 de Julho de 1809 – 17 de Janeiro de 1898) – comerciante americano, nascido em New Bedford, Massachusetts, da família “Delano” muito conhecida nos EUA (é avô materno do presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt) Aos 24 anos (1833) foi para a China, para trabalhar na “Russell & Company “ , empresa pioneira no comércio com a China. Ao longo da sua estadia, Warren Delano Jr. fez uma grande fortuna comercializando ópio em Cantão (Guangzhou). Na China viveu em Cantão, e com a família em Macau. Casou no dia 1 de Novembro de 1843, com Catherine Robbins Lyman (1825 –1896). Tiveram 11 filhos dos quais os dois primeiros nasceram em Macau: a filha Susan Maria Delano (13-10-1844-29-06-1846) que faleceu em Macau com apenas 18 meses (transladada para o cemitério de Fairhaven, Massachusetts/EUA) e a 2.ª filha, Louisa Church Delano (Macau 04-06-1846 – Newburgh NY/EUA 26-05-1869). Warren Delano Jr. com a família regressou aos EUA em 1846/47. (1) (2) (3)

Extraído de «O Procurador dos Macaístas», II-7 de 17 de Abril de 1845

(1) Warren Delano Jr. era o filho mais velho do capitão Warren Delano e de Deborah Perry Church Delano. Após a morte de sua mãe em 1827, seu pai, Warren Delano que trabalhava no comércio marítimo da Nova Inglaterra, casou com Elizabeth Adams, uma viúva do capitão Parker da Marinha dos Estados Unidos. Estudou na Academia Fairhaven aos 15 anos e aos 17 anos, tornou-se comerciante no sector de importação. Aos 24 anos (1833) foi para a China (Cantão/Guangzhou) para trabalhar na “Russell & Company”, pioneira no comércio do ópio com a China. No início de 1843, Delano Jr. tornou-se sócio-chefe da maior empresa americana que lidava com a China. (2) (4)

A filha Sara e o seu irmão Philippe em 1864 após retorno aos EUA, de Hong Kong, onde viveram três anos.

(2) https://en.wikipedia.org/wiki/Warren_Delano_Jr. https://www.geni.com/people/Capt-Warren-Delano-Jr/6000000001637221067 https://www.geni.com/photo/view/6000000001637221067?album

A família Delano em um retrato de família em Algonac, 1889

(3) Regressou aos EUA em 1846/47, contudo Warren Delano Jr. perdeu grande parte de sua fortuna na crise de 1857 (pânico financeiro nos Estados Unidos). Em 1860, ele voltou à China, mas desta vez foi para Hong Kong, onde consegui reconstruir a sua fortuna. Durante a Guerra Civil dos EUA, Delano Jr. forneceu ópio ao Departamento Médico do Departamento de Guerra dos EUA (1861 a 1865)

(4) John Perkins Cushing – também sócio da “Russell & Company “- precedeu Warren Delano Jr. e iniciou um relacionamento próximo com uma autoridade chinesa chamada Howqua. (5) Os dois haviam estabelecido uma base “offshore” – um armazém flutuante ancorado – onde os navios da “Russell & Company” descarregavam seu contrabando de ópio antes de continuarem o Delta do Rio das Pérolas até Cantão com sua carga legal.

Howqua, 1830. Retrato de George Chinnery

(5) Wu Bingjian – 伍秉鑑 (1769 – 1843), conhecido como “Houqua” ou “Howqua”, (浩官” – pīnyīn: hào guān; cantonense:  hou5 gun1 – nome com o qual comerciava) foi o mais importante e próspero comerciante dos negócios  “Hong” (comerciantes chineses intermediários em Cantão/Guangzhou), fundado pelo seu pai, Wu Guorong. Howqua era o mais importante comerciante em Cantão,um dos poucos autorizados a negociar seda e porcelana com os estrangeiros Foi considerado o mais rico do mundo nessa época, quando o negócio era entre a China e o Império britânico (século XIX – 1.ª guerra do Ópio). Dos 3 milhões de dólares de compensação exigidos pelos ingleses no Tratado de Nanjing (1842),  Howqua contribuiu sózinho com 1 milhão. Faleceu no ano seguinte. https://en.wikipedia.org/wiki/Howqua

“A Praia Grande” s/ d 1825-1852
George Chinnery (em Macau de 1825-1852)
A baía da Praia Grande com o Fortim de S. Pedro à direita e ao longe, a colina da Penha com a ermida.
“A Praia Grande vista do norte c. 1830
Litografia dum quadro de George Chinnery (em Macau de 1825-1852)
A baía da Praia Grande vista do norte, com o Fortim de S. Pedro à direita e ao longe, a colina da Penha com a ermida.
“A Praia Grande vista do sul” c. 1830
Litografia dum quadro de George Chinnery (em Macau de 1825-1852)
A baía da Praia Grande vista a sul, com o Forte do Monte (ao longe a esquerda), a Igreja e a fortaleza de S. Francisco (à direita)

NOTA: George Chinnery (1774-1852) – nasceu em 1774 em Tipperay, Londres, e faleceu em Macau em 1852. Célebre como pintor de retratos, viveu cerca de 50 anos na Ásia -Índia e Macau (1825-1852). Trabalhou em redor da região do rio da Pérola entre Macau e Cantão (Guangzhou). Até morrer manteve um atelier com muitos aprendizes. Foi mestre do grande retratista chinês Lam Qua. (1) A maior parte dos seus trabalhos eram encomendas destinadas a satisfazer ricos comerciantes. .Foi em Macau que executou um grande número de esboços, desenhos e aguarelas relativos à paisagem e vida quotidiana naquele território.
Anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-chinnery/
Quadros/desenhos com este tema “Praia Grande” do pintor George Chinnery já postados anteriormente:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/25/noticia-25-de-novembro-de-1974-1-o-dia-de-circulacao-bi-centenario-do-nascimento-de-george-chinnery-1774-1974/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/25/noticia-25-de-novembro-de-1974-1-o-dia-de-circulacao-bi-centenario-do-nascimento-de-george-chinnery-1774-1974/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/03/noticia-de-2-de-janeiro-de-1851-translada-cao-dos-restos-mortais-do-conselhei-ro-amaral/
(1) Sobre Lam Qua-林官; (1801-c. 1860) (Guan Qiaochang ou Kwan Kiu Cheong 關 喬 昌),ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/lam-qua-%E6%9E%97%E5%AE%98-guan-qiaochang-1801-c-1860/