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Extraído de «BGPMTS»,  I-49 de 22 de Setembro de 1855, p. 196

No dia 16 de Setembro de 1855, faleceu (“uma apoplexia fulminante“) o 1.º tenente da armada Pedro José da Silva Loureiro, nascido em Ponta Delgada a 29-06-1792, capitão do Porto de Macau. Foi sepultado no Cemitério de S. Miguel. Filho de José da Silva de Loureiro (1745-1820) e de Genoveva Flora Joaquina da Cunha (1753-1833) ambos nascidos e falecidos em Ponta Delgada, Pedro José da Silva Loureiro chegou pela primeira vez a Macau, como guarda marinha, acabando por fazer quase toda a sua carreira militar no Oriente. A 5-04-1824 foi promovido a 2.º tenente da Armada e a 1.º tenente a 19-10-1853, sendo reformado em capitão de fragata da Armada de Goa.

Foi durante alguns anos capitão do porto de Macau sendo encarregado pelo Governador Ferreira do Amaral de construir o forte da Taipa que marcou a ocupação definitiva daquela ilha. Foi também comerciante, sendo eleito almotacé da Câmara em 1827. Casou em Macau (S. Lourenço) a 12-04-1826 com Ana Rosa Inocência do Espírito Santo Pereira de Almeida. Tiveram 16 filhos. (1) Quatro dele, Luís, Pedro, Francisco e Eduardo frequentaram o Seminário de S. José em 1840, segundo diário do Padre Leite (2)

Extraído de «BGPTMS»,  I-51 de 6 de Outubro de 1855, p. 202

 A primeira filha do casal, Genoveva Rosa Joaquina do Espírito Santo Loureiro (1827- ? )  casou na capela da Residência do Governador com Isidoro Francisco Guimarães (1808-1863), governador de Macau (1851-1863), capitão de mar-e-guerra, do Conselho de S. M. F., e visconde da Praia Grande de Macau. (3)

 (1) Informações biográficas recolhidas de FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, II Volume. ICM, 1996, pp. 411-412.

(2) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995

(3) Anteriores referências a este governador em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/12/10/noticia-de-10-de-dezembro-de-1862-visconde-da-praia-grande/

Notícia no «Boletim do Governo de Macau» de 1860, assinada por A. Marques Pereira, sobre a chegada do Governador de Macau, Conselheiro Isidoro Francisco Guimarães, (1) que regressou da missão diplomática ao Japão, onde assinou por Portugal o “Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão

Extraído de «BGM», VI-40 de 9 de Setembro de 1860, pp. 157-158

Após um interregno que começou em 1640, é restabelecido o diálogo diplomático, sendo o Governador de Macau Isidoro Francisco Guimarães, a quem é legítimo reconhecer o desempenho nesta reaproximação. Este Tratado foi assinado em Iedo no mesmo dia e mês da suspensão do século XVII: 3 de Agosto”. (DIAS, Alfredo Gomes – Macau, Portugal e o Japão no Século XVII:3 de Agosto. RC edição internacional, n.º 30 Abril de 2009 pp. 104-119.)

O Conselheiro Isidoro Francisco Guimarães, Visconde da Praia Grande de Macau, governador de Macau de 1851 a 1863 presidiu ainda a outra missão diplomática que partiu de Macau em 23 de Abril de 1862, chegando a Xangai a 3 de Maio e a Tien-Tsin (China) a 26 do mesmo mês. O Tratado de Tien-Tsin (天津 条约 – Tratado de Tianjin) foi assinado a 13 de Agosto. Regressou a Macau em 9 de Setembro de 1862.

(1) Ver anteriores referências a este Governador em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/

«B. O. do Governo da Província de Macau e Timor». XLI-4 de 25 de Janeiro de 1895

Faleceu em Macau no dia 19 de Janeiro de 1895, o 1.º e único Barão de Assumpção/Assunção (título criado por D. Carlos I em 6-5-1890), João Corrêa Paes D´Assumpção. (1)

“Ordem d´Armada” de 30 de Junho de 1846
«Annaes maritimos e coloniaes», n.º 3, p. 26.
Lista dos “ Officiaes da Fazenda d´Armada, segundos aspirantes”
«Almanak estatistico de Lisboa»,  Volume 1, 1848, p. 39.

Oficial da Armada, esteve em Macau pela 1.ª vez como comissário da corveta «Infante D. Henrique», voltando novamente em 1854, quando fixou residência em Macau.

«The Directory & Chronicle for China, Japan, Corea, Indo-China, …,» 1868.

Durante largos anos foi contador/secretário  da Junta da Fazenda Pública de Macau, Timor e Solor. Foi também 1.º oficial do Corpo dos Oficiais e superintendente da fiscalização da importação e exportação do ópio em Macau,. Em 1891 foi arrolado como um dos 40 maiores contribuintes de Macau.

Cemitério de S. Miguel
http://www.macaneselibrary.org/PublicE-o/p37.htm 

Encontrei esta nota curiosa de felicitação ao comendador por se ter livrado da cegueira do olho direito após tratamento do tratamento duma conjuntivite!

«O Correio Macaense» VI-15 de 24 de Maio de 1889

(1) João Corrêa Paes D´Assumpção (Paço de Arcos 1825 – Macau 1895) foi cavaleiro (1865), comendador da Ordem Militar de Cristo (ordem honorífica portuguesa que herdou o nome da extinta Ordem de Cristo (1834), cavaleiro da ordem de N.ª Srª da Conceição de Vila Viçosa (1888) e cavaleiro da Real Ordem do Cambodja. Foi também cônsul do Brasil (1892)

«Bol. Gov de Macau» XII-9 de 26-02-1866

Dados biográficos recolhidos de FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume I, 1996,p. 293.

Artigo publicado na revista ilustrada “O Occidente” de 1883 (1) sobre o “Palácio do Governo de Macau

Palácio do Governo Portuguez em Macau (segundo uma photographia)

(1) “O Occidente”, Vol VI, n.º 167, 11 de Agosto de 1883, p. 179.

O jornal “Echo do Povo” no seu n.º 68 de 15-07-1860 clamava o seguinte:
Mandam para Africa umas 50 mil patacas tiradas da caixa pública de Macau; empregam uma 25 mil patacas para edificar um palácio para o governador (1) e falla-se já em gastar mais de 50 mil para construir um novo quartel (2), e não querem gastar nem um real para a instrução da colónia, donde procede todo esses dinheiros!!! — Esta injustiça clama aos céos”.
Em 24 de Março de 1861, o mesmo jornal voltava a debruçar no lastimoso estado em que se acha a instrucção publica em Macao”.
E acrescentava:
As cincoenta mil patacas que mandaram para Angola, não eram mais que bastantes para dotar um collegio (havendo já edifício adequado para tal fim) tal qual Macao precisa? Extranhamos por certo a apathia e o indesculpável desleixo de S. exa. O Sr. Governador Guimarães e de dois seus antecessores, o sr Adrião e o sr Pegado, em cujo tempo a caixa publica tinha para dispender. A esses senhores cabe toda a responsabilidade do estado de embrutecimento, em que se acham hoje os mancebos de Macao. Temos vitos filhos de pessoas de alta classe da sociedade, vadiando, ou quando muito, tornarem-se locheiros, soldados de policia, chuchaeiros (3) e abraçarem as cupações ruins d´esta classe, por falta de prestimo (causada pela falta de ensino) para ocupar cargos honrosos”.
Finalmente por iniciativa particular, o capitalista macaense Visconde do Cercal (então Barão do Cercal) resolveu promover meios para fundar uma escola. Para esse fim fez correr uma circular com data de 15 de Fevereiro de 1861, em que expunha o plano da projectada escola, solicitando ao mesmo tempo a coadjuvação pecuniária do público. Conseguiu-se em poucos meses obter um capital de mais de vinte mil patacas, e, em pouco tempo, foram mandados vir de Portugal dos professores das línguas portuguesa, francesa e latina e de Inglaterra um professor Inglês (“um bom mestre da língua inglesa, que é mesmo tempo da religião católica e natural de Londres”) (4)
A escola “Nova Escola Macaense” foi inaugurada no dia 5 de Janeiro de 1862, à 1 hora da tarde, nas “cazas de Escola, na Rua Central, – vasto edifício muito acertadamente escolhido”. A cerimónia constou de um pequeno discurso lido pelo secretário da Comissão Directora da Escola, António Marques Pereira, (5) por parte da mesma Comissão; de uma larga oração, também lida, pelo Padre António Vasconcellos, professor da Escola; (6) e de uma falado Juiz de Direito de Macau, findo o que o Barão do Cercal declarou inaugurada a Escola. Terminada a cerimónia, deu o Barão de Cercal um lauto almoço, durante o qual a banda do batalhão de linha tocou escolhidas peças de música. Assistiram a esta festa, o governador, algumas senhoras e muitos funcionários e principais cavalheiros de Macau.

(Boletim do Governo de Macau, Anno VIII, n.º 6, 1862)

Mas a Escola foi de curta duração pois a 21 de Outubro de 1867, era encerrada. A 29 de Setembro de 1867 reuniram-se os subscritores desta escola para deliberar sobre a aplicação a dar ao dinheiro, visto que em 21, mês seguinte expirava o contrato feito por 5 anos com os professores da mesma. (7)
Retirado de TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982.
(1) O antigo Palácio do Governo na Praia Grande foi construído por Isidoro Francisco Guimarães, Visconde da Praia Grande e Governador de Macau (1851-1863).
(2) Foi José Rodrigues Coelho do Amaral, Governador de Macau (1863-1866), que executou esse plano: em 1864 mandou demolir o convento e a igreja de S. Francisco para construir ali o Quartel de S. Francisco.
(3) Chuchaeiros = porqueiros. Do chinês (cantonense) “chu-chai”, 豬仔 – pequeno suíno, isto é leitão, (segundo Padre M. Teixeira na obra consultada). Mas poderá ser também referente ao trabalhador ou “cule” chinês, antigamente embarcado, teoricamente sob contrato, de Macau, Hong K).ng e outros portos do Sul da China, para a América Central, mormente Cuba, e outras terras distantes (BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(4) Terá sido o inglês Arthur R. Montgomery que em 1867, no mesmo dia do encerramento da escola, em 21 de Outubro de 1867, colocou um anúncio no «Boletim da Província de Macau e Timor», XII-n.º 42 : “informar ao publico de Macau que elle se acha prompto a dar lições em cazas particulares, ou em sua própria residência, em qualquer hora que fossem convenientes”
(5) O discurso foi publicado no Boletim do Governo de Macau, VIII n.º 6, 1862.
(6) O discurso do Padre Vasconcelos foi publicado no Boletim do Governo de Macau, nos n.ºs 7 e 8 do ano VIII.
O Pe António Augusto Maria de Vasconcelos veio para Macau em 1862 como professor da Escola Macaense, Foi dado o seu nome a uma rampa existente na Guia, um pouco além do início da Estrada de Cacilhas, “Rampa do Padre Vasconcelos”.
Ver anterior referência em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rampa-do-padre-vasconcelos/
(7) O capital remanescente dos fundos da “Nova Escola Macaense” na importância de $ 9 417,53 foi entregue por Alexandrino António de Melo à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses para a fundação de um colégio para instrução dos macaenses – Collegio Comercial – e que viria depois a ser denominado “Escola Comercial”.

O Corpo de Polícia de Macau foi, por portaria, assinado pelo governador, Visconde de S. Januário, mandado instalar no Convento de S. Domingos. (1)
boletim-consultivo-ultramarino-p-720boletim-consultivo-ultramarino-p-721O regulamento do Corpo de Polícia de Macau que foi aprovado em 11 de Outubro de 1861 (2) tinha por incumbência atribuições policiais em terra e no mar, até à publicação do primeiro Regulamento em que instituia a organização do Corpo da Polícia (Boletim Oficial n.º 32 de 15 de Setembro de 1868). (3)

sob-o-olhar-de-a-ma-convento-de-s-domingosO Edifício do Convento de S. Domingos onde se instalou o Corpo da Polícia e posteriormente a Inspecção de Incêndios e Telefones até 1918.
Ao fundo à esquerda vê-se a fachada da Igreja de S. Domingos

(1) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995.
(2) “11-10-1861 – Foi aprovado o regulamento do Corpo de Polícia de Macau” (GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau, 1954).
(3) “1868 – Ao Corpo de Polícia de Macau, incumbiam atribuições policiais tanto em terra como no mar, até que em 1868 se instituiu a secção da Polícia do Porto de Macau dependendo do Capitão do Porto e  desligando-se da polícia de terra.”
“15-09-1868 – É publicado no Boletim Oficial n.º 32, o Regulamento do Corpo da Polícia de Macau contemplando os seguintes aspectos:
– Das vantagens e pagamento
– Da instrução
– Do modo de alistar
– Do serviço
– Delitos e penas
– Uniforme
– Armamento
– Despesas diversas.
Anteriores referências ao Visconde da Praia Grande em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/visconde-da-praia-grande/

No dia 28 de Agosto de 1855, um violento temporal de nordeste causou vários estragos na cidade e a morte do marinheiro Francisco dos Santos, por alcunha o Caparica, da corveta D. João I (1) que caiu ao mar, na ocasião em que, com mais alguns, tentava desembaraçar a corveta de uma embarcação chinesa, que estava encostada à proa. (2)
A corveta “D. João I” foi a última corveta de vela da Marinha Portuguesa. A carranca da proa era um busto de deus Marte, barbudo, de capacete romano emplumado, cota de combate.

Corveta D. João ICORVETA «D. JOÃO I»
Fotografia tirada em Luanda em 1874 pertencente à Biblioteca da Marinha

Características da corveta “D. João I”
Comprimento fora a fora – 45.54 m, boca – 10.56 m, pontal – 6.27 m, calado a vante – 6027 m; tonelagem – 516 toneladas;
Em 31 de Dezembro de 1855, achava-se armada com a artilharia seguinte:
2 peças de bronze de calibre 18, 1 peça de bronze de calibre 3, 16 caronadas de ferro de calibre 32;
O armamento portátil era constituído por:  60 espingardas de fuzil, 20 pistolas de fuzil, 4 bacamartes de canos de bronze, 45 espadas e respectivos cinturões, 60 baionetas e respectivos cinturões, 20 chuços, 90 cartucheiras de cinto;
Lotação em 1842 – 161 homens. (3)
(1) A corveta “D. João I” foi construída em Damão, em teca, por Jadó Simogi, (4) pelo risco da corveta “Infante D. Miguel”, (5) aproveitando os materiais do desmancho desta corveta que estava podre, aproveitando-se forro, cobre e outros metais. Foi lançada ao mar em 9 de Outubro de 1828. Tinha boas qualidades náuticas.
Alguns dados quanto às comissões/missões desta corveta, relacionados com Macau, recolhidos do Arquivo Histórico da Marinha: (3)
O navio entrou em Goa a 28 de Novembro de 1828.
Em 1830, largou de Goa para Lisboa, conduzindo o ex-Governador de Macau. (6)
Em 1850, largou do Rio de Janeiro para Macau, conduzindo o novo Governador Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Alexandrino da Cunha. (7)  Em Janeiro de 1851, a “D. João I” largou de Macau para Hong-Kong, conduzindo o novo Governador, Capitão-de-mar-e-guerra Francisco António Gonçalves Cardoso. (8)
Em 1854, conduzindo o Governador da província (9) e o ministro plenipotenciário francês, largou de Macau para Ning-Pó, fazendo escala por Hong Kong e Amoy.
Em Julho de 1854 a corveta travou combate com os piratas chineses com completo êxito. (10)
Em 1860, o navio preparou-se para desempenhar uma missão importante – conduzir a seu bordo o Capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães, Governador de Macau, ao Japão, a negociar um tratado de paz, amizade e comércio com os japoneses. (11)
Em 1861, largou em segunda viagem ao Japão, com escala por Xangai, para se proceder ali à ractificação do tratado do comércio luso-japonês. Devido ao mau tempo não chegou ao seu destino.
Em 1869, largou de Lisboa a fim de reforçar a Estação Naval de Macau, durante a travessia o navio sofreu uma violenta tempestade que apenas o seu Comandante Tomás Andreia evitou o pior.
(2) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954
(3)  https://arquivohistorico.marinha.pt/details?id=2375
(4) “Dom Fernando II e Glória” foi uma fragata à vela da Marinha Portuguesa, que navegou entre 1845 e 1878. e o último navio de guerra inteiramente à vela da Marinha Portuguesa. Foi construída em Damão, na Índia Portuguesa, sob a supervisão do engenheiro construtor naval Gil José da Conceição, por uma equipa de operários indianos e portugueses, liderados pelo mouro Yadó Semogi. Na sua construção foi usada madeira de teca de Nagar-Aveli. Depois do lançamento ao mar, em 22 de Outubro de 1843, o navio foi rebocado para Goa onde foi aparelhado. Em 1963, um violento incêndio destruiu uma grande parte do navio, ficando abandonado no Tejo.
Entre 1992 e 1997 a fragata foi recuperada pela Marinha Portuguesa, recorrendo ao Arsenal do Alfeite e aos estaleiros Rio-Marine de Aveiro. O navio esteve exposto na Expo 98. Atualmente é um navio museu, na dependência do Museu da Marinha e classificada como Unidade Auxiliar da Marinha (UAM 203).
pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Fernando_II_e_Glória_(fragata)
(5) A corveta “Infante D. Miguel” foi construída no Arsenal da Marinha de Lisboa. Estava no Estaleiro desde 1819 onde aparece como fragatinha “Liberdade”. Foi lançada à água em 1822. Passou a chamar-se “Infante D. Miguel” desde Junho de 1823. Em Março de 1827, entrou em Damão para receber fabricos. O auto de vistoria de Maio de 1827 mandou abater o navio. Em Dezembro de 1827, chegou ordem para começar a desmanchar a corveta e tirar-lhe o risco. (3)
(6) Terá sido João Cabral d´Estefique que embora lhe esteja atribuída o governo de Macau de 7-07-1829 a 1833 (Beatriz Basto da Silva) , o padre Manuel Teixeira indica o fim em 1830.
(7) Pedro Alexandrino da Cunha – governo de 30-05-1850 a 06-07-1850 – falecido de cólera. Ver anterior referência a este governador em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pedro-alexandrino-da-cunha/
(8) Erro nesta informação: o governador capitão de Mar-e-Guerra Francisco António Gonçalves Cardoso que foi nomeado em 1850, veio de Hong Kong (onde esteve hospedado em casa de Eduardo Pereira) para Macau no dia 26 de Janeiro de 1851. A posse do governo foi a 3 de Fevereiro de 1851 (governador de 3-02-1851 a 19-11-1851). Regressou à Portugal no vapor da mala com partida de Hong Kong sendo transportado pela mesma corveta D- João I no dia 24 -11-1851 de Macau para Hong Kong.
(9) Capitão-tenente da Armada Isidoro Francisco Guimarães (depois Visconde da Praia Grande)
(10) Terá sido em Junho já que o relato dos conflitos havidos entre essa corveta e seis embarcações chinesa no rio Ningpo, feito pelo Comandante da corveta D. João I, Carlos Craveiro Lopes está datado de 27 de Junho de 1854.
(11) O tratado de Paz, Amizade e Comércio Entre Portugal e o Japão foi celebrado a 3 de Julho de 1860
Anteriores referências à corveta “D. João I”
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-d-joao-i/

Pelo Dec. de 10 de Dezembro de 1862, o Governador de Macau, Conselheiro Isidoro Francisco Guimarães, foi agraciado com o título de Visconde da Praia Grande, pelos relevantes serviços prestados à província durante o seu longo governo. (1)
Isidoro Guimarães Isidoro Francisco Guimarães (1808-1883), primeiro e único Visconde da Praia Grande de Macau, foi Par do Reino (Carta Régia de 28 de Dezembro de 18719), Presidente Suplementar da Câmara dos Dignos Pares (em 1878 e 1879), do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, Deputado da Nação (na legislatura de 1864 a 1868), Ministro de Estado Honorário, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha (1865 a 1868). Foi Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário no Reino de Sião e nos Impérios da China e do Japão. (2)
Esteve como Governador de Macau durante doze anos (reconduzido três vezes) (Dec.de 13 de setembro de 1851- 1863). Foi durante o seu mandato como governador que o jogo, hoje a actividade económica mais importante de Macau, foi legalizado.
Desempenhou ainda muitos outros cargos (3)  e foi agraciado com os graus de várias ordens nacionais e estrangeiras.
Oficial da Marinha, foi reformado no posto de Vice-Almirante.

Genoveva LoureiroCasou em Macau, no ano de 1860, com D. Genoveva Rosa Inocência do Espírito Santo de Almeida Loureiro.

Chinnery Fortim S. Pedro 1825Praia Grande e Fortim de S. Pedro no desenho e aguarela em papel de George Chinnery (1825-52) (4)

À frente do fortim de S. Pedro, na Praia Grande, Isidoro Francisco Guimarães construiu um grandioso palácio adquirido pelo artista Visconde do Cercal, após o regresso do Visconde de Praia Grande  à metrópole.
É um dos principais edifícios públicos das nossas Colónias. Situado proximamente no centro da Praia Grande de Macau foi mandado construir pelo governador fallecido visconde da Praia Grande , se bem nos recorda de empreitada por 35 mil pesos” (5)

Antigo Palácio Praia GrandeO antigo Palácio da Praia Grande (6)

Em 1851, o governador Isidoro Francisco Guimarães, visconde da Praia Grande, mandou construir um palácio na avenida da Praia Grande, em frente do fortim de S. Pedro, para nele instalar o Palácio do Governo e diversos serviços. Em 1884, a sede do governo passou para o palácio do visconde do Cercal, ficando no anterior palácio apenas os serviços públicos. Em 1951, o Palácio das Repartições (demolido em 1946) foi substituído pelo Edifício das Repartições Públicas, que a partir da década de 80 albergou o Tribunal de Macau.”(7)

ITIER Praia Grande 1844FOTO de Jules Alphonse Eugène ITIER (1802-1877) – Praia Grande com o fortim de S. Pedro em Outubro de 1844 (8)

Os Viscondes da Praia GrandeOs dados biográficos foram recolhidos do opúsculo CAMPOS E SOUSA, José de – Os Viscondes da Praia Grande de Macau. Separata dos N.º 24/25 do Boletim da Junta de Província da Estremadura. Lisboa, 1953, 13 p.
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.
(2) Como ministro plenipotenciário, esteve à frente da delegação portuguesa no Tratado Luso-Chinês de Tien-Tsin. Localizada a cerca de 100 quilómetros de Pequim, na China, a cidade de Tien-Tsin (ou Tientsin) foi palco da assinatura, a 13 de agosto de 1862, de um acordo diplomático entre o império chinês e o reino de Portugal, no sentido daquele reconhecer a plena soberania e posse do território de Macau pelos Portugueses. Este acordo legitimou assim a plena posse por parte de Portugal, perante a China e a comunidade internacional, de Macau, que teve em Tien-Tsin a formulação de uma base legal legitimadora da presença lusa naquela cidade no estuário do Rio da Pérola. Recorde-se que este acordo diplomático era imperativo e urgente, pois, na mesma cidade, quatro anos antes, em 26-27 de junho de 1858, os chineses tinham acordado com Ingleses, Franceses (depois destes terem ocupado a cidade um mês antes) e também com Norte-Americanos e Russos, facilidades de navegação nos mares da China por estas potências e a possibilidade de abrirem representações diplomáticas em Pequim. Assim, era de todo necessário a Portugal regularizar legalmente a sua posição em Macau, na China Meridional, de forma a manter os seus interesses na região e a posse do território.
http://www.infopedia.pt/$tratado-luso-chines-de-tien-tsin
(3) Como Capitão-Tenente (promovido a 15 de Fevereiro de 1844), foi incumbido da missão, com o seu cunhado, o 1.º Tenente José Maria da Fonseca, de pedir aos chineses a entrega da cabeça e da mão do malogrado Governador de Macau, Conselheiro João Maria Ferreira do Amaral.
(4) http://ocw.mit.edu/ans7870/21f/21f.027/rise_fall_canton_04/cw_gal_01_thumb.html
(5) Revista “As Colónias Portuguesas” (Lisboa, 1880, p. 115 ) in (6)
(6) TEIXEIRA, Padre Manuel – Residência dos Governadores de Macau. Direcção dos Serviços de Turismo e Comunicação Social, 53 p.
(7) COSTA, Maria de Lourdes Rodrigues- História da Arquitectura em Macau. Instituto Cultural de Macau, 1997, 137 p.
(8)  http://collections.photographie.essonne.fr/board.php?PAGE=1&DISPLAYSIZE=small&razQuery=y&facet:location