Archives for posts with tag: pinturas de Macau

Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural. Impresso: Tipografia Welfare. (1)

Colégio Ricci – Ricci´s College
Ung Vai Meng 5/5/1983

“O Colégio Ricci foi fundado em 1955 pelo P. Germano Alonso, S. J. no prédio n.º 21 da Rua da Praia do Bom Parto, cedido por D. Policarpo da Costa Vaz, Bispo de Macau (1954-1960). O eu objectivo era educar os filhos das famílias pobres e necessitadas. A escola primária teve os seus primeiros alunos da escola média inferior em 1957; em 1964 acrescentaram-se os alunos da escola média superior, de maneira que desde este ano teve todos os cursos dum colégio secundário chinês. O Colégio Ricci é dirigido pelo P.P. Jesuítas, antigos missionários da China, que se refugiaram em Macau em 1950 e se instalaram na Casa Ricci, no Largo de S. Domingos. O nome Ricci é em memória do famoso P. Mateus Ricci que abriu a China à envangelização em 1583 e faleceu em Pequim em 1610. Os superiores desta Casa são os directores do Colégio, tendo sido o P. Alonso o fundador e primeiro director do mesmo” (2)

Palacete na Guia – Stately House in Guia
Ung Vai Meng 1983

Dr. Manuel da Silva Mendes (1876-1931) formado em Direito, nomeado professor no Liceu de Macau em 1901, tendo lecionado neste liceu durante 25 anos. Além de professor foi substituto do juiz de Direito e de Delegado do Procurador da República, presidente do Leal Senado, administrador do Concelho, membro de várias comissões exercendo também a profissão de advogado e jornalista.

Situado entre a Calçada do Paiol e a Estrada de Cacilhas, em frente da Estrada dos Parses, foi utilizado como instalações dos Serviços de Saúde, nomeadamente maternidade, escola técnica de enfermagem, unidade de tuberculose, etc. e é hoje, sede do Instituto Internacional de Tecnologia do Software da Universidade das Nações Unidas desde 1991. (3)

Convento do Precioso Sangue – Convent of the Precious Blood
Ung Vai Meng 1983

Luís Gonzaga Nolasco da Silva, 7.º filho de Pedro Nolasco da Silva e de D. Edith Maria Angier (1881-1954), bacharel em Direito, notário e advogado em Macau, em 1917 comprou a Manuel Ferreira da Rocha um terreno na encruzilhada da Estrada dos Parses (n.º 3) com a Calçada do Gaio e a Calçada do Paiol, onde construiu uma grande casa para sua residência, conhecida como a «Casa Branca», com projecto assinado por John Lemm, arquitecto de Hong Kong. A casa foi vendida em 1960 à Ordem das Irmãzinhas do Precioso Sangue, que aí instalou o seu convento de Macau.” Hoje (desde 1996, comprada pelo governo) e após remodelação, alberga a Autoridade Monetária de Macau. (4)

“Trata‐se de um grande palacete implantado num extenso jardim, feito ao gosto eclético e revivalista romântico e integrando sinais de exotismo oriental. Com dois pisos, apresenta uma mistura de estilos e referências, articulados numa concepção espacial de grande elegância e beleza arquitetónica. O jardim contribui para valorizar a beleza natural do lugar, formando um conjunto imponente.” (5)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, D.S.E.e C,1982, pp. 352-253.

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-da-silva-mendes/

(4) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol. II, 1996, p.794.

(5) TOSTÕES, ANA – Convento do Precioso Sangue (Atual Sede da Autoridade Monetária) https://hpip.org/pt/heritage/details/483

Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural e impresso na Tipografia Welfare. (1)

Templo da Barra – 媽閣廟 – Barra Temple
Ung Vai Meng 1983

“Na primeira capela de Ma-Kok-Miu (ou Ma – Chu-Poh)ou Pagode da Barra, em frente dos arcos do vestíbulo, lê-se uma inscrição chinesa na face interior da soleira da porta, cuja tradução é a seguinte: foi construída na dinastia Ming (1366-1644), no reinado de Mán-Leck (1573-1619) no ano Ut Chi (1605), 33.º ano de Man Leck. Foi reconstruída na dinastia Ming no reinado de Song Ch´ing (1628-1644), no ano K´ei Chi (1629), 2.º ano do reinado de Song. Foi consertada na dinastia Ch´ing (1644-1911), no 8.º ano do reinado de Tou Kuong (1828).

Segundo esta inscrição, o templo foi levantado em 1605, mas deverá ter sido de muitos anos antes. O Padre Mateus Ricci, que chegou a Macau a 7 de Agosto de 1582, menciona este templo no seu Diário, dizendo que os mandarins deram licença aos portugueses para se fixar em Macau, “onde era venerado um pagode que chamam Amá. Por isso chamavam àquele lugar Amacao, que quer dizer na nossa língua Baía de Amá”.

Portanto, segundo Ricci, este templo já existia quando os portugueses aqui fixaram em 1557. (2)

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/templo-de-a-ma-da-barra-%E5%AA%BD%E9%96%A3%E5%BB%9F/

Edifício da Misericórdia -仁慈堂 – Misericórdia Building
Ung Vai Meng 3-06-1983

A Santa Casa da Misericórdia de Macau (仁慈堂大樓), é um edifício histórico no Largo do Senado, Macau, China. Estabelecido como um ramo da Santa Casa da Misericórdia, foi construído em 1569 por ordem do Bispo de Macau, Belchior Carneiro Leitão. Foi uma clínica médica e com várias outras estruturas sociais no início da história de Macau. Mais tarde serviu como um orfanato e refúgio para as viúvas de marinheiros perdidos no mar. A 30 de Julho de 1969 a Santa Casa da Misericórdia de Macau foi distinguida como Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/santa-casa-da-misericordia/

Museu Luís de Camões – 博 物院 – Luís de Camões Museum
Ung Vai Meng 1983

Museu de Luís de Camões, instalado no palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões (arrendada em 1785 à Companhia Inglesa das Índias Orientais passando a chamar-se ao palacete, a «Casa Garden») foi aberta ao público em 25 de Setembro de 1960, integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau. A primeira sugestão de se fundar este Museu partiu do Governador de Macau, Artur Tamagnini Barbosa, em 1927.

O Museu funcionava no edifício que, contíguo ao jardim de Camões foi construído em 1770 e serviu de residência do então presidente da Comissão Selecta da Companhia Britânica das Índias Orientais.

Em 1960, a construção foi convertida em Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões e depois Museu Camões e finalmente adquirido em 1988 pela Fundação Oriente, para sua sede.

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/18/mapa-turistico-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/09/25/noticia-de-25-de-setembro-de-1960-museu-luis-de-camoes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/museu-luis-de-camoes/

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982, p.47

Continuação das aguarelas de George Vitalievich Smirnoff (1) de 1945 que estavam no então «Museu Luís de Camões». (2)

Travessa do Paiva. Aguarela, 1945

NOTA: Travessa do Paiva (3) começa entre a Rua Central e a Rua de S. Lourenço, quase em frente da Rua da Imprensa Nacional (4) e termina na Rua da Praia Grande, ao lado do Palácio do Governo.

Pátio Interior. Rua da Prata. Aguarela, 1945.

NOTA: Rua da Prata (5) começa na Rua de S. José, em frente da rua do Seminário e termina na Rua de S. Lourenço, ao lado da Rua da Imprensa Nacional

Trecho da Calçada do Monte. Aguarela, 1945,

NOTA: A Calçada do Monte começa na Rua de Pedro Nolasco da Silva, ao lado do edifício do Consulado de Portugal e termina junto à Fortaleza do Monte, na Rua dos Artilheiros.

Praça Lobo d’Ávila. Casas Tradicionais. Aguarela. 1945

NOTA: A Praça de Lobo de Avila (6), antigo largo do Chunambeiro, começa na Rua do Chunambeiro e na Rua da Praia do Bom Parto e termina na Rua da Praia Grande, à entrada da Calçada do Bom Jesus.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-smirnoff/

(2) http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30026/1863

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/travessa-do-paiva/

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-imprensa-nacional-rua-dos-prazeres/

(5) https://www.youtube.com/watch?v=g9QOFkjWlBg

(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/praca-lobo-de-avila/

A propósito da data de nascimento (5 de Junho de 1826) do que é considerado o pintor macaense nascido em Macau, Marciano António Baptista (já referenciado em anterior postagem) (1) saliento uma exposição evocativa da vida e obra deste pintor oitocentista., inaugurada a 21 de Abril de 1990 (esteve patente ao público até 10 de Junho desse ano), na Galeria do Leal Senado (2)

Vista do Porto Interior (aguarela sobre papel) Marciano Baptista c. de 1875-80; Martyn Gregory Gallery

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/06/05/noticia-de-5-de-junho-de-1826-marciano-antonio-baptista/

Outras referências deste pintor que se fixou residência em Hong Kong em finais de 1840 (ou durante a década seguinte) e faleceu na sua residência na ilha de Hong Kong, em Caine Road a 18 de Dezembro de 1896: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/marciano-antonio-baptista/

(2) «RC», n.ºs 11/12 de 1990, p. 217

Catálogo de uma exposição de Aguarelas de Didier Rafael Bayle, (1) “ATÉ SEMPRE MACAU” que esteve exposta na Missão de Macau em Lisboa de 28 de Maio a 7 de Junho de 1991. (2)

Estiveram expostas 50 obras do autor de 1989-1990.

Esta exposição foi uma iniciativa da Fundação Oriente e da Missão de Macau em Lisboa.

A CAPA reproduz uma das obras do autor intitulada “VIELA VERMELHA” (1990), 36x55cm
CONTRA-CAPA – assinatura do autor

FICHA TÉCNICA: Design e Montagem da Exposição: Delfim Sardo e José Fabião; Design Gráfico: Guilherme Ung Vai Meng  e Cristina Mio U Kit; Fotografia: Agnelo Vieira  Impressão: Espaço Dois Gráfico.

As aguarelas expostas são criações dos dois anos (1989-1990) e nelas se pode facilmente notar o progresso artístico de Rafael Bayle. Uma maior certeza no uso da cor e na composição da pintura para recriar o ambiente favorito do artista. Também se nota, sobretudo nas suas panorâmicas da Praia Grande, nas suas vista da tradicional praça de «Fonte de Lilau», na belíssima vista do templo de «Tin- Háu», na ilha da Taipa, nas aprazíveis cenas no «Hotel Bela Vista» (local preferência do pintor) e outras, uma maior capacidade para recriar um beleza e serenidade internas.” (César Guillén-Nunez –“O Macau Pitoresco de Rafael Bayle”, pp.3-4 do Catálogo)

(1) Didier Rafael Bayle nasceu em Grenoble em 1955 sob o signo dos Gémeos. Estudou História e Belas Artes em Aix-en-Provence e, depois, no Instituto de Arte de Paris , onde  obteve, em 1976 o Certificado de Ensino das Artes Plásticas. Efectuou numerosas viagens na Europa, na América Central e do Sul e em 1982 estabeleceu-se em Hong Kong onde ensinou desenho na “French International School”. Percorreu o sudoeste asiático, registando em aguarelas as paisagens e cenas por que se apaixona. Fez várias exposições em Macau (Fevereiro de 1989, na Galeria da Livraria Portuguesa «MACAU») e em Hong Kong (1883-1985; 1987-1990). (dados retirados do Catálogo, pp. 5-7)

(2) BAYLE, Didier Rafael – Até sempre Macau. Catálogo de exposição de aguarelas-, Lisboa: Missão de Macau em Lisboa, 1991, 38 p.: il.; 25 cm x 24 cm.

NOTA: Foi posta em circulação pelos CTT em 1998, uma emissão extraordinária de selos designada «Macau vista por … Didier Rafael Bayle»

Poderá ver a biografia e algumas aguarelas deste pintor em: http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30034/2013 http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/20036/1336

Do diário de Harriet Low, para este dia de 2 de Abril de 1830:

George Chinnery – Forte de São Francisco com o Fortim de S. Jerónimo em 2.º plano e ao longe, o Forte da Guia, 1833

«Depois do jantar, olhando pela janela, vi um dos barcos da Companhia (East Ìndia Company) com o sol brilhando sobre as suas bem enfunadas velas. Como desejei possuir o talento para a pintura de sr. Chinnery, (1) a fim de poder esboçar para ti a linda vista que tinha diante de mim, a grande e elegante igreja, branca de leite, com uma esplêndida escadaria de pedra e cercada de árvores e arbustos (Igreja do Convento de S. Francisco). (2)

George Chinnery – Degraus da Igreja de S. Francisco , c. 1835-38
George Chinnery  – Mosteiro/ Convento e Fortaleza de S. Francisco, c. 1833-38

Pouco além, a fortaleza (de S. Francisco), (3) e a baía alongando-se. Ainda mais além, podem-se ver os barquinhos, resvalando-se sobre a superfície das águas do rio. À distância, podem-se discernir duas elevadas ilhas e um lindo barco, desmandando a sua tal alvejada pátria. Um porco mais longe está um pequeno barco europeu, navegando a toda a vela e, à vista, uma quantidade de barcos chineses. Pode agora imaginar quão agradável á a vista que gozamos do nosso terraço? (4)

E agora estou aqui sentada no meu quarto a lutar contra os mosquitos. A cada meio segundo, ponho a pena na boca, enquanto me esforço por cometer assassinatos. Os cúlis estão a “dormir bem audivelmente” debaixo do meu quarto. Não conheço ninguém que ressone tão fortemente como eles. A tia Low tem mandado lá abaixo alguém, muitas vezes, às tardes a virá-los” (5) (6)

George Chinnery – Mosteiro de S. Francisco e Fortaleza d Guia ao longe, c. 1835-38

(1) George Chinnery, pintor inglês, nascido a 05.01-1774 e falecido em 30-05-1852. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-chinnery/

(2) A igreja com a sua elegante escadaria de pedra e o convento foram demolidos em 1864. Na mesma data foi completamente destruída a fortaleza e levantada outra, de que sé resta o muro exterior. No lugar do convento surgiu o quartel que foi concluído em 1866. Quatro colunas salomónicas e o altar do Crucifixo foram parar à Igreja do Seminário de S. José, onde ainda hoje se podem admirar. (6)

TA-SSI-YANG-KUO, Volumes I e II, 1899

(3) “… dali (da Fortaleza da Guia) volta o muro para o sul em direitura ao convento de S. Francisco, e antes de chegar a ele tem hua porta que cahe para o mar , a qual se fecha todas as noites. Está a Fortaleza de S. Francisco pegada ao convento, que te hu postigo na cerca dos Frades, e da parte de dentro a porta da Fortaleza tem hua peça de 40 libras de bronze invocada N. Snra. De Loreto, outra peça de 20 libras de bronze invocada N. Snra. do Rozario , segue-se outra peça de 18 libras de bronze, e vindo correndo o pano de muro para a p.te da Cidade, e praya grande que acaba no princípio da Povoação da Cid.e, aonde tem hua porta que sahe para o rocio (7) de S. Francisco” ( Padre José Montanha – Apparatos para a Historia de Macau”) (6) (8)

(4) Terraço da casa do tio da Harriett, sr. William Henry Low, que foi o chefe da firma Russel & Co. (desde 1 de Janeiro de 1830 até Outono de 1833, quando partiu de Macau, por causa da doença respiratória), ficava no Pátio da Sé, n.º 2, ao alto da Calçada de S. João.

(5) TEIXEIRA, Padre Manuel – Toponímia de Macau, Volume II, p. 10

(6) TEIXEIRA, Padre Manuel – Macau do Séc. XIX visto por uma jovem americana, 1981, p.6

(7) Rocio , aliás rossio é uma praça ou terreno espaçoso e refere-se ao Campo, hoje Jardim de S. Francisco..

(8) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/03/14/noticia-de-14-de-marco-de-1761-a-livraria-do-colegio-de-s-paulo-e-os-caixotes-do-irmao-jesuita-joao-alvares/

Outros enxertos do diário de Harriet Low, neste blogue, em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/harriet-low/

Esteve exposta, no período de 30 de Março a 2 de Abril de 1974, no átrio da Escola Comercial (hoje, Escola Portuguesa de Macau – 澳門葡文學校), “Uma Exposição de Pintura, Arte e Beneficência”, em que estiveram representados vários artistas chineses que vivem em Macau, entre os quais Tsang Ping Chow, Tsang Hon Fok, Cheang Wing Sin e Cheang Chi Lon.

Inaugurou o acontecimento a Sra. D. Julieta Nobre de Carvalho, dados os fins assistenciais a que se destinava o produto da venda dos quadros que se viesse a realizar. Um gesto de nobreza que só nobilita o artista pelo empenho de estender o resultado da sua actividade aos necessitados que são todos os que não tem pão suficiente para sobreviver nem uma casa condigna para habitar.

A esposa do Governador, Da. Julieta Nobre de Carvalho corta a fita da inauguração

A exposição compreendia mais de uma centena de obras, com uma considerável abundância de motivos, coma predominância de temas paisagísticos buscados em várias regiões do mundo, incluindo a própria China que os forneceu na região de Guilin , 桂林 onde avultam os mais belos trechos naturais. (1)

Um aspecto geral da Exposição no átrio da então Escola Comercial «Pedro Nolasco»

Alguns dos quadros da exposição com os comentários do autor do artigo (1)

«O Fumador de cachimbo»

O velho despreocupado, a fumar o seu cachimbo de bambú, repetindo a cena que nos habituámos a ver nas ruas de Macau, hoje a desaparecer, é outro texto da arte posta ao serviço do homem” (1)

«O menino ao colo»

Uma criança ao colo” deu-nos toda uma gama de sentimentos como os que despertam cenas simples, naturais, quando o centro de convergência é a pessoa humana, com tudo o que a dota e que irrompe dum interior onde vive um mundo de sentimentos que procuramos descobrir através dos sinais que transparecem à flor da expressão plásticas” (1)

«Inocência e o bruto»

“O «Menino Nu e o Porco», um quadro inocente como inocente é todo este conjunto, em que a ferocidade ou brutalidade do animal parece quebrar-se à beira da inocência do rapazinho na posição naturalíssima do seu corpo, donde se arredou toda a somra de maldade” (1)

«Juncos ao luar»

As cenas do mar não falam em qualquer exposição que tenha coo artistas homens que viviam em Macau, ou mais largamente, nestas terras do Oriente banhadas pelas águas do grande Oceano: os barcos de pesca, na faina, atracados ou varados nas praias inspiram pelo idílico aspecto que mostram, porque muitas vezes ou quase sempre os pescadores servem de instrumento de trabalho e de habitação, ali nascendo e ali passando a existência, entre os quatro pedaços de madeira e o mar inconstante, mas pródigo em bens.. (…) E as noites de luar, a claridade nostálgica da luz no seu disco fulvo e melancólico, dá saliência aos barcos que singram as águas ou descansam junto à terra.” (1)

«Velho»

“O retrato dum velho em cujas rugas se sente o extinguir das ilusões, enrugado e pensativo, que vê a vida pelo lado melancólico da saudade ou da sombra da desilusão.“ (1)

(1) Artigo não assinado e fotos extraídos de «MBIT», X-1/2 de Março/Abril. 1974, pp. 19-22

Desenho publicado em 1873, no “Harper’s Weekly”, (1) de 14 de Junho (p. 517) com a seguinte legenda: “Life in China : A Gambling House at Macau

Comentário ao quadro referido por Wenxian Zhang: (2) “Ever since the gambling was legalized in 1848, Macau has become know worlwide as the “Monte Carlo of the Orient”. This painting from Harper´s Weekly shows a gambling house in Macau that was patronized by native Chinese and Westerners. In addition to a group of male gamblers, a woman and a child are also portrayed. In the the image at the head of table, a dealer is sorting chips; a pipe-smoking man on the left is counting coins in his hand, while a young woman on the right is wagering her barcelet”

(1) “Harper’s Weekly, A Journal of Civilization” foi uma revista política americana com sede em Nova Iorque. Publicada pela Harper & Brothers de 1857 a 1916, apresentava notícias nacionais e estrangeiras, ficção, ensaios sobre muitos assuntos e humor, além de ilustrações. https://pt.wikipedia.org/wiki/Harper%27s_Weekly

(2) ZHANG Wenxian – China Through American Eyes. World Scientific Publishing Co. Pte Ltd., 2018

Envelope (22 cm x 15,5 cm)
Envelope – verso

Dentro do envelope (22 cm x 15,5 cm), um postal (19,7cm x 15 cm) e um marcador de livro (19,7 cm 6 cm) com a mesma temática: quadro – aguarela sobre papel (9“ x 11“) – retrato de Cecília Yvanovich, pintado por George Smirnoff, em Macau, 1945. Emissão do Instituto Internacional de Macau em 2010.

Postal (19,7cm x 15 cm)
Postal – verso

Cecilia Yvanovich pintura de George Smirnoff
Exílios diferentes provocaram o encontro entre George Smirnoff e Cecilia Yvanovich, em 1945, em Macau. Desse acaso, e das mãos do pintor, saiu um dos poucos retratos produzidos poe ele, mais conhecido pelas aguarelas de cenas e paisagens de Macau. Retrato que a jovem modelo oferece, 66 anos depois a Macau, para que possa juntar às outras obras do mestre, no Território” (português, chinês e inglês)

Marcador (19,7 cm 6 cm)
Marcador -verso

(1) Nascido em Vladisvostock (Rússia) a 27 de Outubro de 1903, devido à revolução russa, vai com a mãe e uma tia, aos 12 anos, para Harbin (Manchúria) onde se forma, e trabalha como arquitecto-engenheiro, e onde projecta cerca de 200 casas e uma grande igreja. Continuava a pintar sendo autodidata e consegue sobreviver vendendo alguns quadros. Casamento em 1934 e em 1937, vai com a família para Tsingtao (Qingdao) norte de Shanghai, e em 1939, devido à ocupação japonesa, foge com a família para Hong Kong, onde retoma a sua profissão sobrevivendo com a pintura e fotografia. Em Dezembro de 1941 devido à invasão japonesa a Hong Kong, consegue em 1944 refugiar-se em Macau e aqui sobrevive dedicando-se à pintura, quer em aguarelas quer em desenhos de cenários para peças de teatrais, e ao ensino.

Grémio Militar e Quartel-General de S. Francisco, aguarela, 1945
http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30026/1863

O Governo de Macau através de Pedro José Lobo encomenda-lhe uma série de 63 aguarelas de cenas e paisagens de Macau. Fez a primeira exposição em Macau em Dezembro de 1945 no Colégio de S. Luís na Rua da Praia Grande, juntamente com os seus alunos. Após a guerra, regressou a Hong Kong onde se suicidou, por precipitação, em 1947. Está sepultado no Cemitério de Happy Valley. (2)
(2) Informações retiradas de SMIRNOFF, Irene – Biografia no Catálogo de Exposição “George Vitalievich Smirnoff”, edição do Leal Senado de Macau em Junho de 1985.

Baía da Praia Grande c. 1854, guache de pintor chinês desconhecido
Macau: Praia Grande vista do norte; a baía, a colina da Penha ao longe (à esquerda)

Baía da Praia Grande c. 1855, guache de pintor chinês desconhecido
Macau: Praia Grande vista do sul; a baía, a colina/fortaleza do Monte ao longe (centro) e a colina/fortaleza da Guia ao longe (à direita)
Baía da Praia Grande c. 1870, guache de pintor chinês desconhecido
Macau: Praia Grande vista do norte; a baía, com um barco a vapor com rodas de pás a entrar,  a colina da Penha ao longe (à esquerda) e as árvores da fortaleza de S- Francisco (á direita)