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Extraído de «The Canton Register», Vol I, FEB 26Th 1828, n.º 9

Extraído de «BPMT», XX-46 de 14 de Novembro de 1874, p. 196

A. F. Marques Pereira regista nas suas Efemérides: «Chapa do Procurador da cidade de Macau ao mandarim do distrito, pedindo-lhe que mande fechar quatro lojas chinas, sitas na Prainha, onde eram aliciados os marinheiros a fugirem dos navios em que estavam contratados, para servirem noutros.

O chamado «mandarim do distrito» – que era o mandarim de Hian-Chan – respondeu que melhor seria evitar que os marinheiros fossem às ditas lojas beber vinho. No entanto, a 7 do mês seguinte (1), o mandarim Tcho-Tong proibiu as lojas chinesas de vender vinho aos escravos negros e marinheiros.

O mandarim Tso-tang de Macau, de apelido Ien, publicou um edital em 27 de Março de 1830, dizendo «que vindo ao seu conhecimento, que na Prainha, sendo lugar de embarque e desembarque da gente de Navios, se achavam estacadas muitas lorchas, tancares e choupanas, chamarizes de incêndio, como de facto sucedeu na noite da 2.ª Lua; pelo que ele mandarim já mandou demolir todas aquelas barracas e manda afixar este edital para que vós todos os tancares e chinas das barracas na Prainha saibais que vos é proibido daqui em diante fabricar mais barracas, nem estacar lorchas, para não ocasionar incêndios; se algum de vós se atrever a fazer, será agarrado e castigado. (2)

(1) Ver anterior postagem em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/10/07/noticia-de-7-de-outubro-de-1828-escravos-e-marinheiros/

(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, ICM, 1997, pp. 427/428

Pequeno livro , primeiro ensaio da história de Macau de FREITAS, José de Aquino Guimarães – Memoria sobre Macao. Coimbra na Real Imprensa da Universidade, 1828, 94 p., (20 cm x 11, 5 cm) (com encadernação: 20,5 cm x 12,5 cm x 1,2 cm) (1)

Encadernação, com lombada de pele decorada a ouro.
No frontispício: letra manuscrita “Oferta do Auctor” e “ natural da Província de Minas Gerais, Coronel de Artilheria, ex-Procurador da mesma Cidade, e actualmente Governador da de Coimbra
Ilustrado com um quadro de dados da população cristã, homens de 14 anos para cima; homens, dito para baixo; mulheres e escravos por freguesias: Sé, São Lourenço e em S. António. (Capítulo XI, p. 14)

Do autor, José de Aquino Guimarães e Freitas, recolhi as seguintes informações:

I – “O Sr. A. Marques Pereira ocupou-se deste autor n’uma serie de artigos biobibliográficos publicada no Ta ssi yang kuo, de 1864, e aí leio: «Chegou (o coronel José de Aquino) a Macau pelos anos de 1815, e serviu no batalhão do príncipe regente, sob as ordens do brigadeiro Francisco de Mello da Gama Araujo, que mais tarde foi governador de Diu. Recebida em Macau, em 1822, a noticia do regresso de D. João VI a Portugal, o governador e capitão geral desta cidade, que então era José Osório de Castro Cabral e Albuquerque, nomeou o coronel José de Aquino Guimarães e Freitas (2) para passar a Lisboa com a comissão de felicitar a sua majestade e sua real família pela sua feliz chegada a seu país natal, e ao soberano congresso pela sua instalação e progressivo empenho pelo bem nacional, devendo ao mesmo tempo dar conta da «maneira satisfatória com que se tinha recebido e solenizado em Macau o novo sistema constitucional.» A esta nomeação se uniu o leal senado, conferindo a José de Aquino os poderes de seu deputado. Tratando-se desta possessão portuguesa, não devem deixar de comemorar-se aqui os importantes artigos e memorias, que a seu respeito se encontram nos Annaes Maritimos e Coloniaes”. http://www.castroesilva.com/store/sku/1311JC035/memoria-sobre-macao

II – “JOSÉ DE AQUINO GUIMARÃES E FREITAS, natural de Minas geraes; Coronel de Artilheria, e Governador militar de Coimbra em 1828. Tractando-se d’esta possessão portugueza, não devem deixar de commemorar-se aqui os importantes artigos e memórias, que a seu respeito se encontram nos Annaes Marítimos e Coloniaes (Diccionario, tomo i, n.° A, 335), na serie 1.» n.°s  8, 9 e 10-“ SILVA, Inocêncio Francisco da, Diccionário Bibliographico Portuguez, IV, , 1860, p. 249. file:///C:/Users/ASUS/Downloads/016843-04_COMPLETO.pdf

III – “Nascido na segunda metade de Setecentos em Minas Gerais, no Brasil, coronel de artilharia e procurador da cidade mineira, servidor militar em Angola, mais tarde no ocaso da sua vida, governador de Coimbra, José de Aquino Guimarães e Freitas viria a publicar aquele que se mostra cronologicamente o mais antigo trabalho singular de história de Macau. Tendo visitado e cumprido funções militares no enclave português do Sul da China nas primeiras décadas do século XIX, por volta de 1820 a 1825.”(ver NOTA I) https://www.researchgate.net/publication/279195897_Um_autor_e_uma_obra_para_a_memoria_da_presenca_colonial_portuguesa_em_Macau_e_no_mundo_asiatico_A_Memoria_sobre_Macao_de_Jose_de_Aquino_Guimaraes_e_Freitas_1828”

 (1) O livro está disponível para leitura em: https://books.google.pt/books?id=OP1AAAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false

(2) “10-04-1822 – O Coronel José de Aquino Guimarães e Freitas foi nomeado pelo Governador José Osório de Castro Cabral e Albuquerque e Leal Senado da Câmara, para ir a Lisboa felicitar, em nome da cidade, o Rei D. João Vi, pelo seu regresso do Brasil, e o Soberano Congresso, pela sua instalação, seguindo para o seu desempenho desta missão, no dia 14 de Abril, a bordo do navio Scaleby-Castle da Companhia das Índias.” SILVA, Beatriz Basto da — Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995, p.44.

10 de Abril de 1822 – Ephemerides Commemorativas da Historia de Macau; Das Relações da China com os Povos Christãos por A. Marques Pereira http://purl.pt/32607/2/

Trabalhando na sua especialidade de artilharia no batalhão português de Macau sob as ordens do Brigadeiro Dionísio de Melo Sampaio, José de Aquino Guimarães e Freitas apenas cumpriria uma tarefa prestigiante no território quando, em 1822, foi nomeado pelo governador e Leal Senado para representar em Lisboa a cidade na cerimónia de felicitações pelo regresso do Brasil de D. João VI”. SILVA, Beatriz Basto da — Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995, p.44.

NOTA I – Aconselho leitura do trabalho do Professor e Investigador Ivo Carneiro de Sousa, publicado  em “Administração” n.º 76, vol. XX, 2007-2.º, 619-645 : “Um autor e uma obra para a memória da presença colonial portuguesa em Macau e no mundo asiático: A “Memória sobre Macao” de José de Aquino Guimarães e Freitas (1828)” , disponível em: https://www.researchgate.net/publication/279195897_Um_autor_e_uma_obra_para_a_memoria_da_presenca_colonial_portuguesa_em_Macau_e_no_mundo_asiatico_A_Memoria_sobre_Macao_de_Jose_de_Aquino_Guimaraes_e_Freitas_1828”

NOTA II: disponível para leitura carta do Leal Senado que José de Aquino Guimarães e Freitas apresentou à sua majestade em 9 de Março de 1825, Arquivos de Macau, 3.ª série Vol XXVI, nº 4 – Outubro de 1976,  pp 176-177-178 http://www.archives.gov.mo/library/slsfiles/201108/22/154554_am-iii-26-04.pdf

Extraído de «O Macaista Imparcial», I-80 de 13 de Março de 1837

NOTAS: O Governador de Macau era Adrião Acácio da Silveira Pinto (1837 a 1843)
A 3 de Novembro de 1828, os mandarins da Casa Branca e de Tch´in-Sán, respectivamente Lei e Chan, publicaram um edital, proibindo os chineses de causar distúrbios na cidade, por ocasião da representação dos auto chinas no Pagode da Barra A 4 desse mês, o mandarim da Casa Branca ordenou que fossem desmanchadas as barracas da Praia Pequena, Barra e outro lugares por serem coutos de maltrapilhos e publicou um edital, proibindo a construção de mais barracas nos referidos sítios (1)
Na Praia Pequena estava instalada uma alfândega chinesa (hopu grande) (2) no Pátio da Mina (freguesia de Santo António). Onde ficava o hopu grande?
A comissão do tombo das propriedades foreiras à fazenda pública, composta por Manuel Castilho, António de Azevedo e Cunha e Eduardo Marques, dizia no seu relatório de 19 de Maio de 1877:
«Julga a comissão conveniente chamar a atenção de S. Exa. o Sr. Governador (3) para o pateo da Mina que tem duas entradas pelas portas n.º B 19 e 32 na rua de N. S. do Amparo. Occupa a área que dantes constituí ao chamado Hopú grande da Praia pequena que foi derrubado por um dos governadores (4) antecessores de S. Exa…” (1)
(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I.  ICM, 1997
(2) O Hopu pequeno estava instalado na Praia Grande
(3) Governador Carlos Eugénio Correia da Silva –1876 a 1879
(4) Governador João Maria Ferreira do Amaral – 1846-18491

Continuação da publicação dos postais de Macau digitalizados do «Jornal Único» de 1898 (1)
NOTA:Os chichés das vistas photographicoas foram tirados pelo photographo amador Carlos Cabral. Todos os trabalhos respeitantes a este «Jornal Único» foram executados em Macau
Extractos do artigo de A. Basto “O *Pagode da Barra”, publicado no «Jornal Único» pp. 43-49
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jornal-unico/
http://purl.pt/32511/3/html/index.html#/1

O Beco da Rede começa na Calçada da Barra, entre os prédios n.ºs 13 e 15 e termina na encosta da Colina da Penha.
“Este toponímico deriva de outro desaparecido, chamado Ponte da Rede, ali em frente.
A 2 de Dezembro de 1828, o mandarim Tso-Tang, de apelido Fom, publicou um edital, dizendo que os chinas anciãos de Macau lhe haviam representado:
«que o Portuguez Leiria na Ponte da Rede mandou fazer hum muro, que cercou o quadro, em que se pretendia fabricar a torre da Fortuna, (1) pelo que indo em pessoa indagar, achei ser verdade todo o referido na representação deles. Por tanto além de ter eu mandado ao Procurador para mandar parar a ditta obra; ordeno tbem a vós todos os pedreiros , e picadores de pedras, que não façaes mais obra naquele terreno, nem leveis para ali mais pedras, com cominação de serdes agarrados, e castigados» (Arq. da Procuratura)
Supomos que o português Leiria é Hermenegildo António Leiria, natural de Lisboa, filho de José António Leiria e de Maria de Jesus; casou em 3 de Março de 1829 com Eugénia Maria Inácia Cortela, filha de António Joaquim Cortela (falecido a 1-06-1842) e de Ana Josefa de Azevedo (falecida a 21-01-1830), neta paterna de Lourenço Baptista Cortela (2) e de Mariana Muniz da Rosa (falecida a 5-11-1788) e materna de Bernardo Manuel de Azevedo e de Inácia Vicência Gomes.
Hermenegildo António Leiria morreu afogado em 1 de Agosto de 1836, à vista de Macau, pelo naufrágio do navio Suzana, onde ele vinha» (3) (Registo de Óbitos da freg. de S. Lourenço) ”(4)
(1) ”2-12-1828 – O tchó-t´óng proibiu os pedreiros de continuarem a construção dum muro, propriedade do português Leiria, na Ponta da Rede, por essa obra vir a cercar dum terreno, onde os chineses pretendiam edificar a Torre da Fortuna (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
(2) Da família Cortela. Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/12/noticia-de-12-de-maio-de-1806-vulto-ilustre-de-macau-do-seculo-xix-joao-francisco-rodrigues-goncalves/
(3) Este registo de óbito em S. Lourenço não está correcta segundo Jorge Forjaz: faleceu «no naufrágio do dia 31 de Agosto de 1836 sucedido ao navio «Suzana» aonde vinha de passagem o qual Navio deo a costa nas praias de Nameam em Sanchoão em que o dito Leiria enterrado » segundo o escrivão Gonçalves no Livro dos Termos das Eleições.
A. H. M. Santa Casa da Misericórdia, Livro dos Termos das Eleições, cód. 144.
FORJAZ, Jorge – Família Macaenses, Volume II, 1996.
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.

A 22 de Julho de 1828, o procurador do Senado, Joaquim José Ferreira da Veiga publicou um edital, proibindo a abertura de uma casa de despejo para o negócio, no chalé de Matapau, (1) pertencente a António Pereira, (2) por ser chamariz de vadios com prejuízo para todos os vizinhos.
A 5 de Novembro de 1834, arderam todas essas barracas, segundo consta do ofício do procurador de Macau, António Pereira, do dia seguinte, aos mandarins do distrito: «Verificou-se no incêndio de ontem à noite, tudo o que eu e meus antecessores disseram ao Snr. Mandarim, de que as barracas da Praia Pequena e outras deram ocasião ao incêndio, pelo qual perigavam a existência do estabelecimento, as vidas e os bens; e com efeito os haos (lojas) chinas de muitas e valiosas fazendas, os matapaus e todas as propriedades chinas da beira-mar incendiaram-se; a e a minha própria casa principiou a incendiar-se, sendo de tudo a causa as barracas do mar».
Pedia que não se construíssem ali mais.
A 17 de Mesmo mês, o procurador insistia com o mandarim Tsó-tang que os matapaus, que estavam dentro da cidade, se mudassem para Patane.
A 19 de Janeiro de 1835, novamente  o procurador João de Deus Castro chamava a atenção do mandarim para o perigo de incêndio dessas barracas; e a 8 de Janeiro de 1936, o Procurador Francisco José de Paiva insistia no mesmo assunto, dizendo que os chinas estavam construindo barracas junto à propriedade de António Pereira no Matapau. (3)
(1) Matapau é uma planta da família das gutíferas – tangerinas como indica o nome chinês da Rua do Matapau (1)- Kat Chai Kai ( 桔仔街 ), isto é, Rua da Tangerina. Aos vendedores de tangerinas dava-se o nome de Matapáus, os quais estabeleceram nesse local as suas lojas ou barracas.
A Rua do Matapau fica situada entre a Avenida de Almeida Ribeiro e a Rua da Barca da Lenha, começando um pouco antes da Travessa de Hó Ló Quai, junto do tardoz do prédio n.º 63 da Avenida Almeida Ribeiro  e terminando entre o prédio n.º 106-B da Rua dos Mercadores e o prédio n.º 2 da Travessa do Aterro Novo.
(2) António Vicente Pereira, filho do Conselheiro Manuel Pereira e de Ana Pereira Viana (3) ou Rosa Pires Viana (4) era casado com Aurélia Susana Viana Mendes, filha de Mateus Mendes e de Maria Mendes (3) ou Mónica Viana (4), de quem teve onze filhos. O Conselheiro Manuel Pereira (1757 – 1826) chegou a Macau entre 1772 e 1780, grande negociante da praça de Macau, fundador, tesoureiro e vice-presidente da «Casa de Seguros de Macau», provedor da Santa Casa da Misericórdia (1798-1806) juiz ordinário da Câmara de Macau (1798) , procurador do conselho 81801, 1804 e 1808) e vereador durante muitos anos. Fidalgo cavaleiro da Casa Real, conselheiro de Sua Magestade entre outros títulos da nobreza, comprou a propriedade onde se encontrava a Gruta de Camões e comprou e colocou aí o primeiro busto do poeta.(4)
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.
(4) FORJAZ Jorge, Famílias Macaenses, Volume II, 1996.
NOTA: Embora os caracteres chineses da Rua do Matapau sejam: 桔仔街mandarim pīnyīn: xié zǐ jié; cantonense jyutping: gat1 zai2  gaai1, os caracteres de “tangerina” são 橘子mandarim pīnyīn: jú zǐ,; cantonense jyutping:qwat1 zi2

“Este glorioso anniversário (1) foi festejado em Macao, com alegre entusiasmo.
Por parte do Governo desempenhou-se o programa exarado na Ordem à Força Armada, e à noite iluminaram-se as cazas da residência das Authoridades, e o quartel do Batalhão d´Artilharia.
Varias danças de curiosos, acompanhadas de muzica, percorreram as ruas da Cidade e as cazas dos principaes moradores, executando bonitos grupos, coroados pelo retrato da Nossa Adorada Rainha, e versos em seu louvor.
Uma das danças era composta toda de praças do Batalhão de Artilharia
A concorrência do povo a presenciar este variado espectaculo é extraordinária; a Praia Grande apresentava n´essa noite um quadro  muito animado” (2)
(1) Aniversário da Outorga da Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa pelo monarca D. Pedro V em 26 de Abril de 1826, durante o seu curto reinado de sete dias. Foi a constituição portuguesa que esteve mais tempo em vigor, tendo sofrido, ao longo dos seus 72 anos de vigência, 4 revisões constitucionais, designadas por Actos Adicionais. O rei abdicou dos seus direitos ao trono em sua filha D. Maria da Glória (no dia 2 de Maio, que data o final do seu reinado.
Carta Constitucional para o Reino de Portugal, Algarves e seus Domínios.
“DOM PEDRO por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, etc. Faço Saber a todos os Meus Súbditos Portugueses, que Sou Servido Decretar Dar e Mandar jurar imediatamente pelas Três Ordens do Estado a Carta Constitucional abaixo transcrita, a qual de ora em diante regerá esses Meus Reinos e Domínios, e que é do teor seguinte:
Pedro IV outorga a Carta Constitucional, onde ficam instituídas as Cortes Gerais, compostas pela Câmara dos Pares e pela Câmara dos Deputados; nomeia 72 pares do Reino para constituir a 1.ª Câmara e determina a realização de eleições nos termos da Carta, vindo a abdicar, pouco tempo depois, na sua filha, a futura Rainha D. Maria II.
A Carta Constitucional consagra, como representantes da Nação, o Rei e as Cortes Gerais e procura um compromisso entre os ideais liberais expressos na anterior Constituição e as prerrogativas reais.”
A Carta Constitucional deixou de vigorar em maio de 1828, data em que D. Miguel convocou os três Estados do Reino que o aclamaram rei absoluto.

Litografia de 1832
A família real portuguesa: D. Amélia Augusta, D. Pedro IV e D. Maria da Glória e
S.M.I. o Senhor D. Pedro restituindo sua Augusta Filha a Senhora D. Maria Segunda e a Carta Constitucional aos Portugueses.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_Constitucional_portuguesa_de_1826

(2) «Boletim do Governo da Província de Macao, Timor e Solor», Vol 6, n.º 24 de 3 de Maio de 1851.

Continuação da visita ao Jardim Botânico Tropical (JBT) (1).
Na zona dedicada a Macau, num recanto encontra-se um pedestal de forma rectangular que sustenta no topo superior um busto de Camões (réplica do busto existente na Gruta em Macau ?)
Na parte anterior do pedestal, as três primeiras estrofes do Canto I de “OS LVSIADAS”
Na parede à direita do pedestal encontra-se um poema (em francês) composto em 30 de Março de 1827, pelo poeta francês Louis de Rienzi (2) – versos esses que se encontram gravados numas das placas de mármore dispostas na Gruta de Camões em Macau.
PATANE LIEU CHARMANT ET SI CHER AU POÈTE
JE N´OUBLIERAI JAMAIS TON ILLUSTRE RETRAITE.
ICI CAMOENS, AU BRUIT DU FLOT RETENTISSANT
MÊLA L´ACCORD PLAINTIF DE SON LUTH GÉMISSANT
AU FLAMBEAU D´APPOLON ALLUMANT SON GÉNIE
IL CHANTA LES HÉROS DE LUSITANIE……………….(3)
AU GRAND´LOUIS DE CAMOENS PORTUGAIS  D´ORIGINE CASTELLANE,
SOLDAT RELIGIEUX, VOYAGEUR ET POÈTE EXILÉ,
L´HUMBLE LOUIS DE RIENZI, FRANÇAIS D´ORIGINE ROMAINE,
VOYAGEUR RELIGIEUX, SOLDAT ET POÈTE EXENTRIE (sic – erro – EXPRATRIÉ)

Na parte posterior do mesmo pedestal, Estrofes XCV (Canto VI), XIII (Canto VII) e LXXXI (Canto VII)
Parte posterior do pedestral
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/09/macau-no-exterior-macau-e-o-jardim-oriental-em-lisboa-i/
(2) Louis (Grégoire) Domeny de Rienzi (1789-1843) viveu em Macau de 1827 a 1829. Aventureiro, deixou escrito os seus relatos das viagens à Oceania e Oriente. Suicidou-se em Paris, em 1843.
Ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/louis-d-de-rienzi/
(3) Ler todo o poema em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/03/30/noticia-de-30-de-marco-de-1827-a-gruta-de-camoes-xx/
NOTA: fotos tiradas em 2017, autorizadas pelo autor.