Archives for posts with tag: 1805

Por morte de Ana Araújo Rosa, proprietário da llha Verde, que herdara do seu pai Simão Vicente da Rosa, foi essa ilha vendida em leilão em 1 de Setembro de 1813, arrematada por 501 taiés, por Manuel Homem de Carvalho e Bernardo Gomes de Lemos (1) (2) (3)

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. II, 2015, pp. 10, 25, 26, 48, 51.)

(2) “22-08-1814 – Margarida Rita de Carvalho Milner processou os dois compradores da Ilha Verde, Manuel Homem de Carvalho e Bernardo Gomes de Lemos, sob o pretexto de dever ser ela a proprietária dessa ilha, como neta do antigo dono, Simão Vicente da Rosa, mas o ouvidor, Miguel de Arriaga Brum da Silveira confirmou a venda como legalmente feita, em 18 de Abril de 1882”. (1)

(3) “15-3-1828 – No escritório do tabelião José Gabriel Mendes é feita a escritura de compra da Ilha Verde, assinada pelo Pe. Nicolau Borja por parte do Seminário de Macau, a Bernardo Gomes de Lemos que era o co-proprietário dessa Ilha com Manuel Homem de Carvalho; o preço foi de duas mil patacas, nelas sendo empregue o dinheiro que recebeu da venda de bens da Missão Portuguesa de Pequim.” (1) (4)

“22-03-1828 – A Ilha Verde é comprada pelo Colégio de S. José por duas mil patacas espanholas, como vimos, a 15-III-1828. As 22 do mesmo mês se relatam mais pormenores: tem 3.300 «paos» ou «côvados» chineses, medidos por cima do alicerce do muro velho, em circuito. A Ilha tinha casas e árvores de fruto e a venda ao Seminário permitiu resguardá-la da ocupação abusiva de chineses que já por lá iam armando barracas clandestinas, ameaçando, aos poucos, tomar domínio dela” (1)

(4) “Fevereiro de 1805 – Perseguição na China contra os cristãos. A 12 de Outubro de 1804 foi expulso de Pequim, o Bispo D. Veríssimo Monteiro da Serra, que conseguiu vender as alfaias da igreja e da casa, os instrumentos de matemática, os livros e algumas casas. O produto dessa venda, 66.800 reis em metal, foi entregue a D. Nicolau Pereira Borja (futuro Bispo de Macau 1843-1845) quando D. Veríssimo voltou a Macau, em 1827.” (1)

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ilha-verde/

Extraído de «BPMT», XX-46 de 14 de Novembro de 1874, p. 196

Neste dia de 28 de Maio de 1799, morre em Macau, o capitão de mar-e-guerra Joaquim Carneiro Machado Castelo Branco. (1) A sua sepultura está na capela mor da igreja de S. Agostinho com um lápide em epitáfio latino:

MEMORIAE JOAKHIMI CARNERO MACHADO CASTELLO BRANCO,  DUCIS MARIS % BELLI REGALIUM ARMORUM GOENSIS, PROFESSI     IN  ORDINE  CHRISTI,  QUI,  NATUS  IN  CIVITATE  PORTUENSI, OBIIT   IN   MACAO   DIE   XXVIII   MAII   ANNO   DOMINI   MDCCXCVIII   HANC PETRAM D. C. O. D. R. C. B.                       ANNO MDCCCV

«No ano de 1805, D. R. Castelo Branco ofereceu, dedicou e consagrou esta lápide à memória de Joaquim Carneiro Machado Castelo Branco, capitão-de-mar-e-guerra das armadas reais de Goa, professo na Ordem de Cristo, que, nascido na cidade do Porto, faleceu em Macau no dia 28 de Maio do ano do Senhor de 1799»

O assento de óbito da freguesia de S. Lourenço diz: «Joaquim Carnrº Machado, cazado co D. Josefa Correa, faleceo com todos os Sacramentos, com (Testamtrº Manuel Vicente de Barros) aos 28 de Maio de 1799 annos, e foi sepultado no Convento de Stº Agostinho, e p.ª consto fiz este que assignei (ass.) P. Francisco Jozé António».

Joaquim Machado foi vereador do Senado em 1776; capitão de navios e proprietário do barco “N. Sra. Do Amparo e Almas Santas”, (1782) e da chalupa “Emulação” que faziam o comércio com a Costa de Coromandel, Costa do Malabar e Surrate em 1783. Sua esposa Josefa Correia (nascida da Costa), filha de António José da Costa (foi governador interino de Macau de 1780 até morrer em 1781) e de Antónia Correia (viúva de Nicolau de Fiúmes), faleceu a 25 de Janeiro de 1803. Eles tiveram uma filha: Ana Joaquina Carneiro Machado Castelo-Branco. (2) (3)

(1) p. 332 do «Archivo heraldico-genealogico: contendo notícias historico-heraldicas, genealogias e duas mil quatrocentas e cincoenta e duas cartas de brazão d´armas, das famílias que em Portugal as requereram e obtiveram» de Augusto Romano Sanches de Baena e Farinha de Almeida Sanches de Baena (Visconde de Sanches de Baena), 1872

(2) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980 p. 62-63

(3) “Ana Joaquina Carneiro Machado Castelo-Branco, casou em S. Lourenço, a 17-12-1793 com António d´Eça d´Almada e Castro, natural de Lisboa. Seus descendentes família Almada e Almada e Castro foram os pioneiros na colónia de Hong Kong, onde deixaram até hoje bom nome” (SILVA, Beatriz Basto da- Cronologia da História de Macau, Volume 2, 1997)

Carta de J. Livingstone, cirurgião na China , escrito em Macau em 25 de Março de 1820, a Joseph Hume, publicada no “New Times” de 2 de Outubro de 1820.

Extraído de «The Asiatic Journal and Monthly Register for British India and Its Dependencies», Volume 10-July to december 1820, p. 583
Foram os médicos da “Companhia Britânica das Índias Orientais”, em colaboração com os missionários protestantes, que introduziram a medicina ocidental na China, e revolucionaram a prática médica chinesa com novos conceitos e práticas. Os pioneiros, os três principais terão sido o Dr. Alexander Pearson (1780-1874) que foi o introdutor da vacinação antivariólica em Macau e Cantão em 1805, Robert Morrison (1782-1834 – missionário protestante, e tradutor de chinês durante 25 anos da ”Companhia Inglesa das Índias Orientais” que não era médico)  e Dr. .John Livingstone, (1) que abriu (com Robert Morrison) o primeiro dispensário  médico ocidental (particular) para os pobres, em Macau, em 1820. Em 1827, Thomas R. Colledge abriria um “hospital” oftalmológico em Macau que funcionou de 1827/28 a 1832 (totalmente financiado pelo próprio).

(1) John Livingstone (c.1770-1838?) (1) foi médico da “Companhia Britânica das Índias Orientais” na China nomeadamente em Cantão e Macau. Terá vindo para a China pela primeira vez em 1793 e uma segunda visita de 1803 a 1827 (?). Chegou a Macau em 1820.
NOTA: No Cemitério Protestante (antigo Cemitério da Companhia das Índias Orientais) está sepultada uma filha de John Livingstone, de nome Charlotte de 5 meses (1818) bem como o Rev. Robert Morrison e sua mulher Mary Morrison (1791- 1821) e ainda três crianças irmãs, filhas de Dr Thomas Richardson Colledge e Carolina Mary Shillaber Colledge.
(1) 原文條目mandarim pīnyīn: yuán  wén tiáo mù ; cantonense jyutping: jyun4 man4 tiu4  muk6
https://en.wikipedia.org/wiki/Medical_missions_in_China
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24585751
https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1258/jmb.2011.011075

Em 7 de Dezembro de 1836, o Governo Português, pela pasta de Marinha e Ultramar, decretou que nas províncias ultramarinas se imprimisse um Boletim, cuja redacção ficasse a cargo do secretário do governo. Dois anos mais tarde, cumpria-se em Macau esta determinação, aparecendo em 5 de Setembro de 1838 o Boletim do Governo da Província de Macau, Timor e Solor, sendo impresso na Tipografia Macaense, oficina do Dr. Samuel Wells Williams (1). Segundo o mesmo Decreto de 7 de Dezembro de 1836, art. 13.º, o Boletim destinava-se ao aparecimento das ordens, peças oficiais e de tudo o mais que fosse de interesse público; a portaria circular de 14 de Fevereiro de 1855 determinava que nesse se publicassem os documentos mais importantes existentes nos respectivos arquivos. (2) Suspendeu-se a publicação após cinco números, reaparecendo no ano seguinte em 8 de Janeiro de 1840, e continuando (com algumas interrupções) até hoje, assumindo posteriormente diversos outros nomes similares:
O Boletim do Governo da Província de Macau, Timor e Solor (5 de Setembro de 1838);
Boletim do Governo de Macau;
Boletim do Governo da Província de Macau e Timor;
Boletim do Governo de Macau e Timor;
Boletim da Província de Macau e Timor;
Boletim Oficial do Governo da Província de Macau e Timor;
Boletim Oficial do Governo da Província de Macau (2 de Janeiro de 1897)
Boletim Oficial da Colónia de Macau (7 de Janeiro de 1928)
Boletim Oficial de Macau. (7 de Julho de 1951)
(1) Esta tipografia pertencia ao Dr. Samuel Wells Williams, mas figurava como gerente Manuel Maria Dias Pegado para cumprir as formalidades da lei.
O Dr. Samuel Wells Williams (1812-1884) missionário protestante, linguista e sinologista americano (autor de livros e dicionários inglês- chinês e chinês-inglês e um dos primeiros dedicados ao dialecto cantonense em 1856; primeiro professor nos Estados Unidos da literatura e língua chinesa em 1877) (3)  foi editor de 1848 a 1851, da excelente revista «Chinese Repository» que principiou a publicar-se em Cantão e depois de 1842 até 1844, a revista (volumes XI e XII) foi editada em Macau, com excepção do número correspondente a Dezembro de 1844, por esta revista ter passado a ser impressa em Hong Kong. (4)
Manuel Maria Dias Pegado (1805 – ? ) fundou três jornais em Macau: o semanário «Gazeta de Macao» cujo primeiro número saiu a 17 de Janeiro de 1839 e terminou a 29 de Agosto de 1839, após 32 números; «O Portuguez na China» em 2-09-1839 (durou até 04-05-1843); o «Procurador dos Macaistas» em 06-03-1844 (até 22-09-1845) . É irmão de Guilherme José António Dias Pegado, (1803-1885) professor de Matemática na  Universidade de Coimbra, professor de Física da Escola Politécnica e deputado às Cortes em sucessivas legislatura a começar em 1834,  pelo círculo de Macau)
(2) Retirado de «Breve História do Boletim Oficial» em:
http://bo.io.gov.mo/galeria/pt/histio/boletim.asp
(3) Dois dos livros publicados em Macau
WIILIAMS, S. Wells – Easy lessons in Chinese: or progressive exercises to facilitate the study of that language specially adapted to the Canton Dialect . Macau, printed at the office of The Chinese Repository, 1842, 282 p.
Disponível para leitura em
https://books.google.pt/books?id=djnPbjYGHFIC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
WIILIAMS, S. Wells – An English and Chinese Vocabulary in the Court Dialect.  Macau, printed at the office of The Chinese Repository, 1844, 440 p.
Disponível para leitura em:
https://books.google.pt/books?id=RQOSGIumLUQC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
(4) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/the-chinese-repository/