Archives for posts with tag: 1799
Extraído de «Gazeta de Lisboa», n.º 44, quinta feira, 7 de Dezembro de 1752, p 601.

(2) D. Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis (1720–1799), doutorado em Teologia pela Universidade de Coimbra em 29 de Novembro de 1752, foi nomeado Bispo de Macau, em Dezembro de 1752 (confirmado em 29 de Janeiro de 1753), tendo chegado a Macau e tomado posse em 1754. Durante o seu episcopado, por causa da perseguição promovida pelo Marquês de Pombal e supressão da Companhia de Jesus, em Portugal, os jesuítas foram expulsos de Macau e sequestrados os bens, ficando a Diocese de Macau gravemente prejudicada. O bispo, desgostoso com a expulsão dos jesuítas, partiu para Portugal em 1765. (1)

Em 14 de Junho de 1772, foi transferido para a Diocese de Mariana, no Brasil, mas conservou-se em Lisboa; e, como fosse obrigado, depois de 6 anos, a ir administrara sua nova diocese, resignou em 1779, vindo a falecer em Lisboa em 7 de Março de 1799, com 79 anos de idade sendo sepultado na igreja do Convento de Jesus. (2)

Sobre o seu mandato episcopal, o Padre Teixeira refere: “Que ajuizar dêste prelado? Faltam-nos dados concretos em que possamos basear-nos para emitir um juízo seguro. À parte a luta contra a escravatura, que no-lo torna simpático, só conhecemos dêle a altivez das suas respostas e os seus modos rudes e bruscos que, numa época d transição para o Liberalismo, excitavam a animosidade e provocavam o descontentamento das autoridades civis. Quanto ao seu rebanho, também parecia viver afastado dêle, de maneira que o seu governo episcopal, numa época em que o laicismo assestava as suas baterias contra a religião, a autoridade e a tradição, foi bastante falho e pouco menos que infrutífero” (2)

(1) De 1765 até 23 de Agosto de 1774, ano de chegada do novo bispo, o governador do bispado foi o Padre Francisco Vaz, chantre da Sé; o novo bispo foi D. Alexandre da Silva Pedrosa Guimarães,  bispo de Macau de 1772 a 1789. Foi eleito em 1 de Janeiro de 1772 e confirmado em 8 de Março de 1773. Chegou a Macau a 24 de Agosto de 1774.

(2) TEIXEIRA, P.e Manuel – Macau e a Sua Diocese II, 1940, pp. 235-250 

Anteriores referências a este bispo neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-bartolomeu-m-mendes-dos-reis/

O holandês A. E. van Braam Houckgeest, (1) que foi chefe em Cantão da feitoria da Companhia Holandesa da Índia Oriental (terminou em 1799) e conhecia bem Macau por ter aqui vivido muito tempo (c.1758 – 1773), dedicou 100 páginas a esta terra no 2.º volume (2) da sua obra “Voyage de l´Ambassade de la Compagnie des Indes Orientales  Hollandaises vers l´Empereur de la Chines dans les annes 1794 et 1795.” (3) (4)

MAPA DA CHINA – sinalizado o trajecto efectuado pela embaixada
“Voyage de l´ambassade  de la Compagnie des Indes Orientales Hollandaises vers L´empereur de la Chine, en1794 et 1795”. (3)

(1) André Éverard Van Braam Houckgeest (1739-1801);

(2) O Volume II começa com o diário datado de 31 de Janeiro de 1795.

(3) VAN BRAAM HOUCKGEEST, Andreas Everardus – Voyage de l’ambassade de la Compagnie des Indes Orientales hollandaises vers l’empereur de la Chine, dans les années 1794 et 1795. Le tout tiré du Journal d’André Everard Van Braam Houckgeest. Publié en Français par M. L. E. Moreau de SaintMéry, Philadelphia, 1798. (5) Tradução em inglês, em 1798 – An authentic account of the embassy of the Dutch East-India company, to the court of the emperor of China, in the years 1794 and 1795, Vol. I. NOTA : Disponível para leitura em: https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=dul1.ark:/13960/t9766fx46&view=1up&seq=330. https://catalog.hathitrust.org/Record/100123369

(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 1, 2015, p. 328.

(5) “References to Van Braam’s book are made to this edition, but the text of the quotations is taken from the English edition of 1798, published under the title: An Authentic Account of the Embassy of the Dutch East-India Company to the Court of the Emperor of China, in the Year 1794 and 1795 . . . Taken from the Journal of André Everard Van Braam . . . Translated from the original of M. L, E. Moreau de Saint-Méry. With a correct chart of the Boute. London: Printed by R. PhilUpa, No. 71, Saint Paul’s Churchyard, 1798. Footnote page references are given to both editions.https://www.americanantiquarian.org/proceedings/44806869.pdf

Neste dia de 28 de Maio de 1799, morre em Macau, o capitão de mar-e-guerra Joaquim Carneiro Machado Castelo Branco. (1) A sua sepultura está na capela mor da igreja de S. Agostinho com um lápide em epitáfio latino:

MEMORIAE JOAKHIMI CARNERO MACHADO CASTELLO BRANCO,  DUCIS MARIS % BELLI REGALIUM ARMORUM GOENSIS, PROFESSI     IN  ORDINE  CHRISTI,  QUI,  NATUS  IN  CIVITATE  PORTUENSI, OBIIT   IN   MACAO   DIE   XXVIII   MAII   ANNO   DOMINI   MDCCXCVIII   HANC PETRAM D. C. O. D. R. C. B.                       ANNO MDCCCV

«No ano de 1805, D. R. Castelo Branco ofereceu, dedicou e consagrou esta lápide à memória de Joaquim Carneiro Machado Castelo Branco, capitão-de-mar-e-guerra das armadas reais de Goa, professo na Ordem de Cristo, que, nascido na cidade do Porto, faleceu em Macau no dia 28 de Maio do ano do Senhor de 1799»

O assento de óbito da freguesia de S. Lourenço diz: «Joaquim Carnrº Machado, cazado co D. Josefa Correa, faleceo com todos os Sacramentos, com (Testamtrº Manuel Vicente de Barros) aos 28 de Maio de 1799 annos, e foi sepultado no Convento de Stº Agostinho, e p.ª consto fiz este que assignei (ass.) P. Francisco Jozé António».

Joaquim Machado foi vereador do Senado em 1776; capitão de navios e proprietário do barco “N. Sra. Do Amparo e Almas Santas”, (1782) e da chalupa “Emulação” que faziam o comércio com a Costa de Coromandel, Costa do Malabar e Surrate em 1783. Sua esposa Josefa Correia (nascida da Costa), filha de António José da Costa (foi governador interino de Macau de 1780 até morrer em 1781) e de Antónia Correia (viúva de Nicolau de Fiúmes), faleceu a 25 de Janeiro de 1803. Eles tiveram uma filha: Ana Joaquina Carneiro Machado Castelo-Branco. (2) (3)

(1) p. 332 do «Archivo heraldico-genealogico: contendo notícias historico-heraldicas, genealogias e duas mil quatrocentas e cincoenta e duas cartas de brazão d´armas, das famílias que em Portugal as requereram e obtiveram» de Augusto Romano Sanches de Baena e Farinha de Almeida Sanches de Baena (Visconde de Sanches de Baena), 1872

(2) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980 p. 62-63

(3) “Ana Joaquina Carneiro Machado Castelo-Branco, casou em S. Lourenço, a 17-12-1793 com António d´Eça d´Almada e Castro, natural de Lisboa. Seus descendentes família Almada e Almada e Castro foram os pioneiros na colónia de Hong Kong, onde deixaram até hoje bom nome” (SILVA, Beatriz Basto da- Cronologia da História de Macau, Volume 2, 1997)