Efectuou-se, no dia 30 de Dezembro de 1951, na Igreja de S. Lourenço, o elegante casamento do Engenheiro Humberto Fernando Rodrigues (1) com a senhorinha Maria de Lourdes de Melo Leitão, (2) sendo servido, após a cerimónia nupcial, um fino copo de água, no Clube de Macau, a numerosos convidados. (3)
Os nubentes à saída da Igreja de S. Lourenço
Os noivos entre os seus convidadosno Clube de Nacau
Em favor do Natal da Família do Bombeiro realizou-se, no dia 27 de Dezembro de 1951, um encontro de futebol entre uma selecção chinesa de Macau e o grupo Negro-Rubro, constituído por bombeiros, seus parentes e afins, do qual resultou um empate de 2 a 2. (1)
O Presidente do Leal Senado, António de Magalhães Coutinho, cumprimentando os jogadores
As duas equipas com os seus dirigentes
(1) Extraído de «Mosaico», Vol. III, n.ºs 17 e 18 de Janeiro e Fevereiro de 1952.
Extraído de «BGC», XXVI-307, Janeiro de 1951, pp. 175/176
Jorge Grave Leite foi presidente da Comissão Administrativa nomeado 3 de Março de 1948 até 25 de Outubro de 1950. Estava já em funções como vice-presidente do Leal Senado desde 1947, por doença do Presidente Capitão tenente Augusto César de Oliveira e Castro Rodrigues que adoeceu em 17 de Dezembro de 1947.
António Magalhães Coutinho foi nomeado presidente em 25 de Outubro de 1950. Pediu a exoneração em 15 de Maio de 1957 sendo substituído pelo vice presidente Luís Gonzaga Gomes.
O encarregado do Governo, brigadeiro Portugal da Silveira, no uso da palavra
O Dr. Pedro José Lobo discursando
O Sr. Ho In, presidente da Associação Comercial de Macau, ao receber os agradecimentos do Dr. Pedro José Lobo pela manifestação a que aquela corporação se associou.
Extraído de «BGU», XXXIII- 380, Fevereiro 1957, pp. 312-320
Fotos de Catela (1) publicadas em 1936, (2) mas tiradas provavelmente em 1934 quando estiveram em Macau os aviadores, capitão Humberto Cruz e o mecânico António Lobato durante 5 dias no raid Lisboa-Timor-Macau-Índia. Lisboa. O aparelho Dilly – um “De Havilland Leopard Moth”, com motora Gipsy Major de 130 cavalos – aterrou a 18 de Novembro de 1934 no hipódromo da Areia Preta. Durante a estadia, voaram sobre a cidade com o fotógrafo Catela que tirou 180 retratos aéreos da Colónia. (3)
Vista aérea da península de Macau
Vista aérea do centro da cidade, vendo-se o Largo do Senado
Vista aérea da Avenida Vasco da Gama e Campo da Caixa Escolar
Vista aérea dos terrenos conquistados ao mar que foram cedidos à Companhia de Abastecimento de Águas para a construção de reservatório
Vista aérea do Porto Interior
(1) José Neves Catela faleceu aos 49 anos de idade, em Macau, a 1 de Fevereiro de 1951. Natural de Alpiarça, onde nasceu em 1902, encontrava-se em Macau desde 1921 sendo funcionário da Secção de Propaganda de Macau. (informação da revista MOSAICO). Sobre este fotógrafo ver referências anteriores em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-neves-catela/
Na tarde de 21 de Julho de 1951, no campo dos operários (pelado) (1) defrontaram-se os primeiros classificados do campeonato militar e do campeonato civil de futebol em miniatura, (2) saindo vencedor o grupo civil Leng Yee, que derrotou o adversário por 2-0
O grupo Leng Yee com a taça que ganhou
O capitão do grupo Leng Yee recebendo a taçadas mãos do sr. Ung Tchek Ii, representante da Associação dos Cambistas Chineses, doadora da taça
Extraído de “Mosaico”, II-1 de Agosto de 1951
(1) Lugar actualmente ocupado pelo Hotel Grand Lisboa.
“Associação de Futebol em Miniatura de Macau (AFMM) – grande regozijo a notícia do despacho do Governador cedência dum terreno nos aterros da Praia Grande para a construção dum campo para a prática de futebol em miniatura” (3)
(2) Os Estatutos do Futebol em Miniatura (vulgo Bolinha) foram aprovados em 06-11-1943 – Portaria n.º 3251 (posteriormente foram actualizados a 08-05-1963, Portaria n.º 7:245, data em que o nº de equipas inscritas eram mais de 25) (4)
A.F.M.M. inaugurou a sua nova sede bem como o campo de jogos na Praia Grande a 29-08-1953, e iniciou o Campeonato de Bolinha, no dia 1 de Setembro, de 1953, o qual foi precedido dum festival desportivo de inauguração do campo de jogos e abertura do Campeonato de Macau. Inscreveram 24 grupos, 12 portugueses e 12 chineses, os quais disputaram a prova divididos em três séries diferentes. Os três primeiros classificados de cada série disputaram entre si o título de campeão, numa «poule final». O magnífico troféu posto à disputa intitulava-se “Taça Governador Joaquim Marques Esparteiro.” (3)
(3) «Macau Boletim Informativo», Ano I, n.º 2, 31 de Agosto de 1953, p. 13)
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 277).
D. Lígia Pinto Ribeiro cantando no Teatro D. Pedro V
Realizou-se na noite de 14 de Abril de 1952, um concerto, no Teatro D. Pedro V, em benefício do Colégio D. Bosco de Artes e Ofícios, promovido pela senhora Lígia Pinto Ribeiro, (1) esposa do Dr. Aires Pinto Ribeiro, ilustre Chefe de Serviços de Saúde. (2) Acompanhou-a ao piano, o professor Harry Ore. (3)
O professor Harry Ore, na execução de um dos números do seu programa
A Sra. D. Lígia Pinto Ribeiro recebendo cestos e ramalhetes de flores das mãos dos alunos do Colégio D. Bosco
Os lugares de honra, no Teatro D. Pedro V, ocupados pelas altas individualidades da província
Fotos extraídos de «MOSAICO», IV-21/22 de Maio e Junho de 1952
(2) Dr. Aires Pinto Ribeiro (1899) – Formado em Medicina pela Universidade do Porto, praticou nos hospitais do Porto, nomeado em 1925 médico do Quadro de Saúde Moçambique, onde esteve em diversas funções médicas até 1948, quando foi transferido para Macau para exercer o lugar de Chefe da Repartição Central dos Serviços de Saúde (4 de Maio de 1948). Em 1950 nomeado vice-presidente do Conselho do Governo e em 1951, tomou posse do cargo de Encarregado do Governo (18 de Abril até 23 de Novembro de 1951, data da chegada do Governador Almirante Joaquim Marques Esparteiro (1951-1957). Em 15 de Abril de 1955, nomeado Inspector Superior da Saúde do Ultramar pelo que deixou a chefia da Repartição Provincial dos Serviços de Saúde e Higiene de Macau, em 31 de Julho, seguindo para Portugal a 1 de Agosto. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/aires-pinto-ribeiro/
Três grandes nomes da medicina que exerceram a sua profissão em Macau. Estes anúncios foram publicados no Anuário de Macau, 1921.
José Caetano Soares (Almendra, freguesia de Trancoso 1887- Lisboa 1963) – Estudou medicina na extinta Escola Politécnica no Porto e depois, em 1912, concluiu o curso na Escola Médico-Cirúrgica em Lisboa. Estagiou no Hospital de S. José (Lisboa) onde adquiriu a prática de cirurgião. Iniciou a sua vida de médico, ingressando no quadro de saúde de Moçambique como tenente- médico e em 1913 (Portaria de 5-4-1913) foi mandado servir no quadro de Macau até 1915 (com uma comissão de serviço em Timor). Após regresso de Timor em 1916, rescindiu o seu contrato como médico militar, sendo exonerado em 25-07-1916. Passou a exercer clínica particular e a ser o primeiro facultativo do «Partido Médico Municipal», recém-criado pelo Leal Senado (posse a 1-11-1916). Na mesma altura nomeado Director do Hospital de S. Rafael, da Santa Casa de Misericórdia. Começou também nessa ocasião a fazer clínica em Hong Kong aonde se deslocava semanalmente. Em 30-11-1918 casou-se com Maria Luísa da Silveira Lorena Santos. Os seus filhos (dois rapazes e uma menina) nasceram todos em Macau. Manteve-se em Macau até 22 de Julho de 1937 (22 anos de actividade clínica) tendo regressado a Portugal, fixando residência em Lisboa. Deixou escrito um livro notável de investigação histórica “Macau e a Assistência – Panorama médico-social”, de 544 páginas, que foi publicado em 1950, pela Agência Geral das Colónias. Pelos seus serviços no território, o Leal Senado, deu o seu nome à Rua da Cadeia, que hoje se chama «Rua Dr. Soares» (1) (2)
José António Flipe de Morais Palha (Mormugão, Índia Portuguesa 1872 – Macau 1935). Licenciou-se em medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa e frequentou o Instituto de Oftalmologia dessa cidade. Serviu como graduado em guarda-marinha desde 5-08-1893 a 2-08-1894. Foi promovido a alferes a 22- 07-1898. Chegou a Macau a 3.03-1900, como facultativo de 3.ª classe do quadro de saúde de Macau e com guia da Canhoneira «Zaire». (em 1-07-1900 passaria ao serviço dos corpos da guarnição). Comissão em Timor de 30-01-1902 a 7-12-1908; 24-01-1908 -? ; 31.03-1913 a 16-03-1914 (já como capitão médico). Em 2-09-1918 promovido a major-médico e a 10-09-1920 a tenente-coronel médico. Em 1917 nomeado chefe interino dos Serviços de Saúde e depois efectivo neste cargo. Casou, em 1922, com Adélia Gonçalves Rodrigues. Deixou uma filha adoptiva. Entre outras actividades oficiais, foi professor do liceu (em 1900- de língua alemã; em 1912 a 1918, professor do 6. º grupo). Reformado em 15-05-1926. Faleceu em Macau a 2 de Novembro de 1935. (2)
Curso de Medicina na escola Médico-Cirúrgica do Porto com 18 valores; curso de Medicina Tropical com 12 valores; curso de Medicina Sanitária com 17 valores; curso especial de Medicina Operatória na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris e e curso de Radiologia Médica no Hospital de Saint Antoine, de Paris. Subdelegado de saúde em Lisboa. Facultativo de 3.ª classe do quadro de saúde de Macau e Timor por Decreto de 4-04-1907 (B.M.U. n.º 8). Chegou em Macau e 8 de Julho de 1907. Destacado para Timor em 1913, esteve ali algum tempo, regressando a Macau em 1917, após especializar-se em radiologia). Em Macau destacou-se como médico-cirurgião e radiologista (capitão – médico, depois promovido a major-médico e a seguir tenente-coronel médico), como médico sanitário, nomeado director do Laboratório de Radiologia em 1922, Director do Laboratório Bacteriológico do Hospital Militar (1919) e subchefe interino dos Serviços de Saúde (nomeado em 13 de Agosto de 1926). Regressou a Portugal em 1951. (2)
“Homem de cem ofícios” como lhe chamou o Padre Teixeira (“Foi um dos bons médicos que conhecemos”).
(1) Rua Dr. Soares começa na Rua dos Cules, entre a Calçada do Tronco Velho e o Beco da Cadeia, e termina na Avenida Almeida Ribeiro, ao lado do edifício dos Paços do Concelho.
(2) Breves notas biográficas, retiradas de TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volume 2(III-IV), 1998. 566 p., ISBN 972-97934-2-5.