«Gazeta de Macau», n.º VI de 7 de Fevereiro de 1824, p. 322
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Pequeno saco comercial (24 cm x 18 cm) de plástico na década de 80 do séc. XX duma antiga livraria/papelaria muito popular entre os chineses, então existente na Rua Pedro Nolasco da Silva n.º 43 (telefone: 75570) (esquina para a Calçada do Monte), mas que posteriormente mudou, num espaço mais reduzido, para a Calçada do Monte n.º 3. (1) (2)
Saco de plástico, com o mesmo design em ambos os lados, fundo branco, letras e desenho a vermelho.
星光書店 – STARLIGHT BOOKSTORE
圖書 – mandarim pīnyīn: tú shū ; cantonense jyutping: tou4 syu1 – livros
雜誌 – mandarim pīnyīn: zá zhì; cantonense jyutping: zaap (mistura) zi (magazine)
中國 郵票- mandarim pīnyīn: zhōng guó yóu piāo; cantonense jyutping: zung1 gwok3 jau4 (postal) piu3 (bilhete) – bilhete postal da China
盒带 – mandarim pīnyīn: hé dài; cantonense jyutping: haap6 daai2 – cassetes
唱片- mandarim pīnyīn: chàng piān; cantonense jyutping: coeng3 pin3 – disco (música)
文敎用品- mandarim pīnyīn: wén (literatura) jiào (ensinar) yòng (usar) pǐn (produto); cantonense jyutping: man4 (cultura) gaau3 (ensinar) jung6 ban2 (produtos)
(1)
(2) 星光書店 – mandarim pīnyīn: xīng guāng shū diàn; cantonense jyutping: seng1 gwong1 syu1 dim3
Anúncio duma empresa sediada na Avenida Almeida Ribeiro (Largo do Senado) n.º 11-13, publicitando:
“Pintor, empreiteiro, fornecedor, fotógrafo, fabricante de carimbos de borracha e molduras. Conserto e pintura de imagens”
É como fotografo que aparece nos Anuários de Macau de 1922 (p. 366) e 1924 (475).
E no Anuário de Macau, 1927 (p. 316), já aparece como “atelier, vendendo artigos fotográficos”
“A rua chique ainda era a Rua Central, para onde se subia depois da missa das onze na Sé, aos domingos, para conhecer as “novidades” expostas nas lojas dos “mouros”. Na “Royal Silk Store” de J. H. Bejonjee, vendia-se seda riscada para camisas a $1,08 a jarda, o mesmo acontecendo com crepe de seda pesado; o crepe da China estampado custava $1,30 a jarda; o crepe de setim pesado $2,00 a jarda. Camisas de seda Fuji para homem custavam $3,50 cada e pijamas de seda Fuji para homem $4,50 cada. Os preços nas lojas vizinhas do “mouro” Elias e do “mouro” Haaji ficavam uma pela outra. E havia quem se lamentasse do custo de vida!
Para benefício da elegância das senhoras de Macau, depois que Miss Dina Rosemberg exibira, com grande sucesso, lindos vestidos no Hotel Riviera, em Dezembro do ano anterior, surge, entre nós, Madame Lebon, uma francesa imponente e refinada, que abre um atelier, salvo erro de informação, na loja “Paradis des Dames”, à Praia Grande. É claro que o melhor da sociedade macaense acorreu ao atelier e começou a vestir-se à moda de Madame Lebon, que ditou cartas, desdenhou as costureiras caseiras do burgo e pontificou com o seu prestígio parisiense, para grande arrelia das algibeiras dos maridos e dos papás. Quando alguém titubeava quanto ao preço, Madame Lebon alçava o queixo e rematava em tom profundamente superior: – “Este vestido não é para toda a gente“.
O Carnaval, caído entre fins de Fevereiro e princípio de Março, era particularmente retumbante. Já não havia a guerra nem a meningite para ensombrar os ânimos. “A Voz de Macau”, ao relatar os festejos dos clubes, os cortejos das “tunas” e os “assaltos” em casas particulares, usava um tom alegre e brejeiro que traduzia a despreocupação da época, passados os pesadelos.
Por isso é que ninguém pareceu ligar às eleições na Alemanha, onde triunfou o partido nazi e subiu ao poder um nome praticamente desconhecido, Adolfo Hitler. A notícia veio publicada em 6 de Março, mas passou-nos indiferente. A imprensa local e de Hong-Kong preocupou-se mais com o famoso julgamento, na colónia vizinha, de Cheong Kwok Yau, um playboy chinês e, parece, filho único de pais milionários, que assassinara outro milionário, George Fung. Fora um crime passional que apaixonara a opinião pública, mesmo a estrangeira, e tanto na defesa como na acusação estavam envolvidas as mais prestigiosas figuras da advocacia inglesa.
O ano de 1933 ficou marcado, no futebol, pela luta renhida de dois grupos rivais, o Argonauta e o Tenebroso, que travaram o seu primeiro desafio em 7 de Fevereiro. Venceu o Argonauta por três bolas a duas num desafio memorável, disputado com alma, genica e intenso espírito desportivo
Mas é no hóquei que Macau marca os seus melhores tentos, adquirindo fama por todo o Extremo Oriente. Entra-se na idade de ouro daquela modalidade desportiva. Praticamente todos os domingos, grupos de Hong-Kong deslocam-se ao campo de Tap Seac. O treino dos nossos rapazes é tão eficiente que Hong-Kong apenas leva daqui derrotas. Toda esta preparação dá como resultado poder-se defrontar no ano seguinte a fortíssima selecção da Malaia. Os nossos “ases” do hóquei tornam-se ídolos da mocidade. Todos os garotos sonham poder exibir um dia as suas habilidades no relvado verde do Tap Seac e receber as mesmas aclamações… (…)”
Extraído de FERNANDES, Henrique de Senna – Cinema em Macau III (1932-36) in Revista da Cultura, n.º 23 (II Série) Abril/Junho de 1995, pp.151-152. Edição do Instituto Cultural de Macau.
AVISO: “Aluga-se «Motor-boat»para passeios, pic-nics e banhos, $ 5, 00 patacas por hora“. Os bilhetes de embarque devem ser pedidos à firma F. Rodrigues, Avenida Almeida Ribeiro, (n.º 10 todos os dias úteis das 9 às 12 e das 14 às 16. Telefone n.º 12.”
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CASA DE LEILÃO – casa de leilão situada na Avenida Almeida Ribeiro (possivelmente n.º 1-H e n.º 1-I) pertencia à família dos comerciantes Moosa («Moosa & Companhia») fundada em 1880 com vários negócios nomeadamente importação, exportação, comissões, consignações e conta própria, agente de navegação e seguros. A casa comercial mais conhecida era na Rua Central n.º 45 r/c. Inicialmente era designada “ Casa Cassam” (Cassam Moosa, pai de Omar Cassam). Este J. C. será familiar.
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Loja “PEROLA DE MACAU”- fundada no ano de 1921 e estabelecida na Rua do Campo n. 49; Gerente: Delfina C. G. Pereira Gois
Loja onde se “encontram sempre os melhores vinhos, licores, conservas e outros artigos de mercearia, especialmente os nacionais”. Possuía ainda área para bilhares e botequim.
“O ano de 1933 vive sob os efeitos da depressão económica derivada da guerra sino-nipónica de 1931-32. O sentimento nacional chinês está profundamente atingido; no entanto, recrudescem as lutas intestinas entre os warlords. Os japoneses, por outro lado, não desistem dos seus intentos de expansão, perante a inércia da Inglaterra, França e Estados Unidos. Os periódicos de Macau fazem-se eco da carestia de vida e queixam-se do aumento geral dos preços em tudo. Contudo, essa carestia de vida era perfeitamente suportável e para nós, hoje, totalmente ridícula. Se não, vejamos:
Uma viagem a Hong-Kong, no “Sui Tai” ou no “Sun An”, custava, em 1a classe (cabine), $2,00 por pessoa. E a Cantão, no “Seng Cheong”, também em 1a classe (cabine), $2,50. Não era necessário passaporte ou salvo-conduto, nem se conhecia esta terrível instituição conhecida por Serviços de Imigração.
O preço corrente dum fato de verão – calça e casaco – andava à roda de $7,00 (nota). Na “Loja Luso-Japonesa” de J. Manuel da Rocha, à Rua do Campo, vendia-se vinho da Bairrada, tinto, a $4,50 e, branco, a $5,50, por uma dúzia de garrafas. No “Oriente Comercial, Lda.”, à avenida Almeida Ribeiro, uma caixa de 24 meias-garrafas de espumante adamado custava $36,00. Um cate de batatas para a tropa era adquirido a 4 avos e, se fosse ao quilo, eram 5 avos. Nas mercearias, uma lata de chouriço Isidoro custava $1,11.
No “Fat Siu Lau”, um bife com ovo estrelado e batatas fritas pagava-se por 25 avos (prata), e um prato substancial de arroz chau-chau por 10 avos. Os comensais da Pensão e Botequim “Aurora Portuguesa” pagavam pelos pequeno-almoços, almoço e jantar, $22,00 (nota), por mês. A “Casa do Povo”, um dos melhores restaurantes de comida portuguesa que existiram em Macau, orçava pela mesma barateza. Eis a ementa de 16 de Abril, Sábado:
Almoço especial (das 12 às 15 horas) Sopa: Canja de galinha 1. Feijoada 2. Lombo recheado 3. Presunto e ovos 4. Pastelinhos de carne 5. Arroz de camarão 6. Pudim 7. Fruta 8. Chá ou café $1,00 (nota)
Jantar especial Sopa à Juliana 1. Peixe com molho de tomate 2. Coelho guisado com batatas 3. Galinha assada com ervilhas 4. Croquetes com azeitonas 5. Arroz à Jardineira 6. Pudim 7. Fruta 8. Chá ou café $1,00 (nota)
Extraído de FERNANDES, Henrique de Senna – Cinema em Macau III (1932-36) in Revista da Cultura, n.º 23 (II Série) Abril/Junho de 1995, pp.151-152. Edição do Instituto Cultural de Macau