20-12-1862 – Ontem, pelas 15.00 horas a fortaleza do Monte deu o sinal de fogo no Bazar. O incêndio manifestou-se com rapidez, na rua da Barca da Lenha, num lugar apertadíssimo, onde só existiam estâncias de lenha, carvão e madeira, e alastrou-se até Pun-Pin-Vâi. O incêndio desenvolveu-se com grande intensidade, ameaçando devorar as casas das ruas próximas, mas por felicidade, o vento rondou de norte para nordeste e leste-nordeste, «abonançando» consideravelmente, além de que, sendo preamar, houve água em abundância, seno possível isolar-se o foco das chamas, ficando o incêndio extinto às 21 horas. Depois do grande incêndio do Bazar, em 1856, foi este um dos maiores que se deu na cidade. (1) (2)

Extraído de «B.G.M., IX-3, 20 Dezembro de 1862, pp. 9/10

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 165

(2) 31-12-1862 – Foram isentos do pagamento de décimas e licenças pelo período de um ano, os donos das propriedades do Bazar, que arderam no dia 19 deste ano, sendo os mesmos obrigados a começar a reconstrução dentro de três meses. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)