Emissão extraordinária de selos designada «Festival do dragão embriagado» posta em circulação a 14 de Maio de 1997 (1)
No passado dia 28 de Abril ( oitavo dia do quarto mês do calendário lunar chinês) celebrou-se o Festival do Buda, e nos mercados de peixe com os sons de gongos, tambores e de fogos de artifício festejou-se o culto anual do Dragão Embriagado, festividade característica de Macau.
O Festival do Dragão Embriagado tem uma longa história em Macau, embora o berço da lenda do Dragão Embriagado seja do município de Xiangshan (outrora Macau pertenceu a este município) (2), Este festival de culto é celebrado pelos membros da Associação dos Comerciantes de Peixe Fresco de Macau (3), para unir os trabalhadores e beneficiar a comunidade. A Associação de Comerciantes de Peixe Fresco de Macau organiza não só a “Dança do Dragão Embriagado“, mas também o “Desfile do Dragão Embriagado” e a distribuição gratuita e o consumo de “arroz da longevidade.” Para proteger e desenvolver o património cultural imaterial de Macau, o Festival do Dragão Embriagado foi inscrito, em 2009, na Lista do Património Cultural Imaterial de Macau, e em Maio de 2011, na Lista do 3º lote do Património Cultural Imaterial Nacional (4)
“Conta a lenda, oriunda de Seac Kei e Chung San, tal como a festividade, que um dia um homem caiu no rio onde vivia uma enorme serpente, horror das povoações ribeirinhas. Os conterrâneos, acorrendo em massa, retiraram-no da água, salvando-lhe a vida. Para o reanimar e evitar que apanhasse frio, encheram-no de aguardente, levando-o a um estado de embriaguês tal que ele, esquecendo todo o pavor que a sobriedade lhe daria, num gesto estóico desafiou e matou a serpente e cortou-a aos bocados, para que esta nunca mais ameaçasse a povoação. Há quem garanta – numa das versões da lenda- que a personagem era o Buda. ” (5)
Outra versão:
” Conta a lenda que os habitante s de uma cidade assolada por terrível epidemia decidiram sacrificar um dragão marinho, cortando-o em três partes. Todos os que beberam água do mar misturada com sangue de dragão ficaram curados. O corpo de Dragão desapareceu nas águas revoltas, mas foi ainda possível recuperar a cabeça e a cauda. Para celebrar o milagroso evento, as gentes do mar organizam anualmente um cortejo composto só por homens que, em dança ritual e consumindo quantidades exageradas de vinho de arroz, empunham simulacros de cabeças e caudas de dragão, fabricadas de madeira, agitando-as sem cessar, numa busca ébria do corpo desaparecido. As bebidas alcoólicas simbolizarão as águas do mar onde o dragão foi sacrificado , que livraram a cidade da devastadora epidemia. ” (6)
Outras leituras sobre este tema
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=401603011
http://opatifundio.com/site/?p=3115
ou visualizando
http://www.youtube.com/watch?v=Bj0HPYdej1E
NOTA: O Museu de Macau, organizou a Exposição “Uma Dança Arrojada – O Festival do Dragão Embriagado em Macau”, que esteve patente de 19 de Janeiro a 15 de Abril do corrente ano, no 3.º piso do Museu. (7)
(1) Portaria n.º 99/97/M de 12 de Maio
(2) http://www.macauheritage.net/pt/News/NewsContent.aspx?nid=9941
(3) É por isso que, durante três dias, as bancas de peixe nos mercados encontram-se encerradas.
(4) http://www.icm.gov.mo/pt/News/NewsDetail.aspx?id=10082
(5) JORGE, Cecília – Embriagar o Dragão. Revista Macau, II série, n.º 1, Maio, 1992, p.5.
(6) ARAÙJO, Amadeu Gomes de – Diálogos em Bronze, Memórias de Macau. Livros do Oriente, 2001, 168 p. ISBN: 972-9418-88-8, pp 112-113
(7) http://www.macauheritage.net/pt/News/NewsContent.aspx?nid=9941
[…] (1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/14/macau-e-o-dragao-v-o-festival-do-dragao-embriagado/ […]