Trabalho científico apresentado pelo Dr. José M. Batalha em Abril de 1952, no “I Congresso Nacional de Medicina Tropical”. Uma adaptação deste trabalho cujo único fim em vista era o de fornecer algumas notas informativas acerca do problema que então interessava grandemente a Macau, foi publicada na revista “Mosaico”, em 13 páginas. (1) O trabalho foi dividido em 2 partes: na primeira expunha o problema tal como ele se apresentava em Macau naquela época e na 2-ª, traçava um esboço dum plano para a sua solução.

Alguns extractos:“ I – O problema tal como ele se apresenta Entre todas as doenças oculares de natureza infecto-contagiosas é certamente o tracoma, a que mais espalhada se encontra por todos os continentes. Raros são os países isentos desta infecção, sendo sem dúvida o Oriente a região do globo mais atingida. Folheando os livros de Oftalmologia, vemos que neles aparece definido o tracoma como uma conjuntivite, mas este modo de definir a doença não dá ideia precisa da sua gravidade. Na realidade é com extrema frequência que o tracoma, tenho começado a sua invasão pela conjuntiva ocular, acaba por se estender à córnea, às vias lacrimais ou às pálpebras, dando origem a uma grande variedade de alterações anátomo-patológicas, podendo até levar à destruição do globo ocular. A córnea, em particular, é sede predileta de ataque do tracoma e as lesões que nela se situam acabam muitas vezes por comprometer definitivamente a visão.

II – Esboço dum plano para a sua solução

Existem actualmente, dois Serviços de Oftalmologia, o do Hospital S. Rafael e o dos Serviços de Saúde, em cujas consultas externas são assistidos diariamente numerosos doentes dos olhos. Mas, a situação e modo de funcionamento deles não permitem acudir com plena eficácia às necessidades da população atacada de tracoma … (continua)

(1) BATALHA, J. M. – O Problema do Tracoma em Macau. «Mosaico», V-25/26 de Setembro e Outubro de 1952, pp. 22 a 34

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