“18-03-1826 – O mandarim Tso- Tang envia ao Procurador do Senado de Macau uma Chapa informando da prisão de um grupo  de malfeitores chineses, que já mandou prender e enviar ao tribunal de Heung-Shan para serem julgados e punidos. O tremendo desacato, estragos, ferimentos, roubos), cometido em Macau por chineses a 13 deste mês trouxe a esta cidade o Governador de Cantão, delegado do Vice-Rei, que põde apreciar quando os agitadores desobedeceram aos meirinhos chineses, que se aquietaram perante as providências tomadas pelo Governador português. Isso levou-o a “batendo os pés de agastado diante de outros Mandarins”, dizer-lhes: “Volto para Cantão a participar ao Suntó (Vice Rei) o acontecimentode hoje, levando a respeito do carácter dos portugueses ideia muito contrária a que lá tinham dado deles; porque em vez de os encontrar coléricos e motores de desordem, acabo de observar que os Chinas é que fizeram o alvoroço quando os Portugueses estavam transquilos e procuravam a boa ordem. É necessário – disse voltando-se para o mandarim de Heung-Shan – que vós com toda a actividade prendais os réus do motim para serem rigorosamente castigados segundo as Leis”. Daí a informação com que se começa esta notícia.” (1)

“19-03-1826 – O Mandarim Tso-Tang faz saber ao Procurador de Macau que, havendo em Macau chinas envolvidos em desordens com os portugueses, e havendo bons e maus entre eles, se teme que os malvados se aproveitem do favor da noite para agir. Por isso lhe informa que mandou fazer rondas de dia e de noite e lhe pede que faça o mesmo com os seus soldados. Se encontrar criminosos chineses, lhe pede também que ajude os seus meirinhos a prendê-los par serem enviados ao sobredito Mandarim que os julgará e sentenciará. No dia anterior saudara o Procurador. Também por escrito, em Chapa, recomendando-lhe  que “gozem em paz das suas pocessões” mas também que contenham os seus “escravos” para que não façam motim, “a fim de que os habitantes de Macau tanto chinas como portugueses vivam em paz e boa união, o que é muito para se desejar”. (1)

(1) SILVA. Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. II, 2015, p. 45)